ENDOCARDITE INFECCIOSA Flashcards
(19 cards)
Quais os principais microrganismos envolvidos e qual sua via de acesso? (4)
- Strepto Viridans -> menos virulento, relacionado a procedimentos odontológicos.
- Staphylo Aureus -> altamente virulento, relacionado a acessos venosos, dispositivos cardíacos e uso de drogas injetáveis.
- Enterococcus -> geralmente provém de sítio prévio (ex ITU), mais comum em idosos.
- Strepto Gallolyticus -> representado por S. Bovis, está associado a tumores de TGI.
Relacione o cenário com o provável agente:
1. Não usuário de drogas IV + Valva nativa + Quadro subagudo
2. Não usuário de drogas IV + Valva nativa + Quadro agudo
3. Usuários de drogas IV
4. Prótese Valvar recente (até 1 ano pós cirurgia)
5. Prótese Valvar tardia (após 1 ano de cirurgia)
6. Internação recente
a. Streptococcus do Grupo Viridans
b. Staphylococcus epidermidis e aureus (MRSA)
c. Staphylococcus aureus
- A
- C
- C
- B
- A
- B
Explique a patogênese da EI.
Opção 1 -> 1. Endotélio vascular sofre trauma ou turbulência ou alteração metabólica.
2. Deposição de plaquetas e fibrina formando um trombo não infectado.
3. Bacteremia transitória ou permanente leva a colonização do trombo e instalação do quadro.
Opção 2 -> Tecido colonizado sofre trauma e leva a bacteremia com adesão do organismo em tecido cardíaco e formação da vegetação contaminada.
Cite os principais fatores de risco para desenvolvimento da EI.
Risco alto:
1. Prótese valvar.
2. Endocardite prévia.
3. Cardiopatia cianótica complexa.
4. Derivações cirúrgicas.
5. Coarctação de aorta.
Risco moderado:
1. Doença reumática.
2. Cardiopatia degenerativa.
3. Outras cardiopatias congênitas.
4. Cardiomiopatia hipertrófica.
5. Prolapso mitral.
Quais os 4 pilares da fisiopatologia da EI.
- Efeitos lesivos no sítio da infecção (destruição valvar por exemplo).
- Embolização da vegetação (isquemia ou infecções a distância).
- Formação e deposição de imunocomplexos em outros órgãos.
- Alta liberação de citocinas (sintomas inespecíficos como febre, perda ponderal, adinamia, etc).
Quais as manifestações sistêmicas (inespecíficas)? (7)
- Sudorese noturna.
- Perda ponderal.
- Calafrios.
- Fraqueza.
- Náuseas.
- Vômitos.
- Febre
Quais as manifestações específicas? (4)
- Manchas de Splinter -> hemorragias subungueais.
- Nódulos de Osler -> dolorosos e em polpas digitais.
- Manchas de Janeway -> embolização séptica em palma das mãos e plantas dos pés.
- Manchas de Roth -> lesão oval com centro pálido em retina.
Cite manifestações cardíacas (6)
- Novo sopro.
- IC rapidamente progressiva.
- BAVT com bradiarritmia.
- Abcesso miocárdico.
- IAM.
- Rupturas de cordoalha.
Cite outras manifestações possíveis em outros sistemas (5)
- Baço -> infarto esplênico e esplenomegalia.
- Neurológico -> AVCi, aneurismas micóticos, meningite séptica.
- Renal -> glomerulonefrite focal, abcessos, infarto.
- Pulmonar -> TEP, infiltrados, derrame pleural, tosse.
- Hematológico -> anemia do doente crônico, VHS aumentado, hemólise, petéquias em mucosas e extremidades.
Como classificar a EI? (2)
- Aguda -> dias ou poucas semanas; usualmente causada por S aureus e S viridans; cursa com febre, destruição valvar e eventos tromboembólicos.
- Subaguda -> semanas ou meses; usualmente causada por Enterococcus faecalis ou Strepto gallolyticus (Bovis); cursa com perda de peso, sudorese noturna, anorexia e manifestações por imunocomplexos (n. de Osler, m. de Roth + glomerulonefrite).
O que considerar quando paciente com prótese valvar?
Tempo -> se prótese com menos de 1 ano pensar em s aureus e epidermides; se mais de 1 ano pensar grupo viridans, aureus, entercoccus, etc.
Quais as valvas geralmente acometidas e quais suas particularidades? (2)
- Aórtica e mitral -> usualmente pensar mais em grupo viridans; estudar embolias sistêmicas.
- Tricúspide -> pensar mais em s aureus especialmente se uso de dispositivos ou usuário de drogas; estudar TEP ou infiltrados pulmonares.
O que solicitar na suspeita de EI? (2)
- Hemoculturas seriadas.
- ETT ou ETE com visualização da vegetação.
OBS.: Se quadro agudo fazer 3 coletas de HMC em duplicata em sítios distintos em 2 a 3 horas antes do ATB / se quadro subagudo fazer 3 coletas de HMC em duplicata em sítios distintos em até 24 horas antes do ATB.
Como fazer o diagnóstico?
Critérios de Duke: 2 maiores ou 1 maior + 3 menores ou todos os menores.
Maiores:
1. HMC positiva com microrganismo típico.
2. ETT ou ETE ou TC sugestiva.
Menores:
1. Fenômenos vasculares -> fenômenos tromboembólicos (manchas de Splinter, manchas de Janeway).
2. Fenômenos imunológicos -> (manchas de Roth, nódulos de Osler).
3. Febre acima de 38
4. Lesão predisponente ou usuário de droga injetável.
5. HMC positiva que não se enquadre em critério maior.
Como se da a interpretação dos Critérios de Duke? (3)
EI confirmada -> 2 maiores ou 1 maior + 3 menores ou todos os menores.
EI possível -> 1 maior + 1 menor ou 3 menores.
EI descartada -> outros cenários.
Como indicar a profilaxia? (7)
- Prótese valvar.
- Endocardite prévia.
- Cardiopatia congênita cianótica não operada.
- Período de 6 meses após a correção cirúrgica completa de uma
cardiopatia congênita.] - Qualquer correção cirúrgica incompleta de uma cardiopatia congênita.
- Valvopatia em receptor de transplante cardíaco.
- Realização de procedimentos odontológicos.
Como fazer a profilaxia? (2/2)
- Amoxacilina 2g VO ou Ampicilina 2g EV 1 hora antes do procedimento.
- Azitromicina 500mg VO ou Clindamicina 600mg IV 1 hora antes do procedimento.
Como tratar? (2/2)
Em geral:
1. Valva nativa ou prótese tardia ->
a. Ampicilina + Oxacilina por 4 semanas + Gentamicina por 2 semanas.
b. Ceftriaxona por 4 semanas + Gentamicina por 2 semanas.
- Prótese precoce ou suspeita de MRSA ->
a. Vancomicina por 6 semanas + Gentamicina por 2 semanas.
b. Daptomicina + Rifampicina por 6 semanas + Gentamicina por 2 semanas.
Quando indicar tratamento cirúrgico? (3)
- Infecção não controlada -> febre persistente, bacteremia persistente, abcesso, BAV novo, fístula, complicação local, patógeno multirresistente.
- IC -> choque cardiogênico + edema agudo de pulmão.
- Embolização -> vegetação maior que 10mm com embolização recorrente.