P1 - DIP I Flashcards

1
Q

O que é o Direito Internacional Público?

A

É uma ordem jurídica de cooperação (direito nacional é de subordinação, dicotomia entre sujeito e Estado). E horizontal. Composto por sujeitos soberanos, independentes e iguais. Não existe uma ordem suprema ou superior para emissão ou execução de normas, tampouco para julgar todo e qualquer conflito.

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2
Q

Quais são os sujeitos do direito internacional?

A

Sujeitos de:
- Competência plena
- Competência de atribuição
- Competência limitada
- Sui generis

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3
Q

O que são sujeitos de competência plena?

A

São os Estados. Eles são soberanos.

Inicialmente os Estados são os únicos sujeitos do Direito Internacional → surge por eles e para eles.

Pouco depois aumentou-se o leque de sujeitos e regras no âmbito internacional → entretanto, os Estados são até hoje os únicos sujeitos com soberania → eles vão deter o monopólio da personalidade internacional até o séc. XVIII, quando surgem as primeiras organizações internacionais.

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4
Q

O que são os sujeitos de competência derivada/ especializada / de atribuição e quais as suas características?

A

São as Organizações Internacionais.

Inicialmente eram criadas pelos Estados e por tratados.

São sujeitos independentes, com capacidade e autonomia em relação aos Estados para agir.

Obedecem o princípio de atribuição

Seus princípios básicos estão consagrados na jurisprudência da CIJ

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5
Q

O que é o princípio de atribuição?

A

as organizações internacionais só podem realizar atividades que figuram no tratado constitutivo, ou seja, não são soberanas e, portanto, não podem realizar atividades fora desse tratado.

Porém, podem, eventualmente, realizar condutas que não estejam previstas no tratado, desde que estejam previstas em artigos de ordem geral → Ex.: Ruanda → A ONU não fez nada e então o Conselho de Segurança usa um regramento geral para criar o tribunal de Ruanda, um tribunal ad hoc → Princípio de submissão

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6
Q

Qual a importância do parecer consultivo do caso Bernadotte para as OIs?

A

Trouxe avanços para as OIs, uma vez que não havia uma cláusula específica na Carta da ONU sobre a outorga da personalidade jurídica internacional para a organização

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7
Q

Quais são os elementos de identificação de uma OI?

A
  • Tratado internacional constitutivo
  • Estrutura institucional, ou seja, possui atribuições e competências para cada um de seus órgãos
  • É permanente e constante
  • Seus órgãos tem autonomia para tomar decisões e realizar atos
  • Possuem regras que regulam seu relacionamento com os Estados-membros

TEPAR

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8
Q

Como se dá a manifestação de vontade das OIs?

A

Pode ser unilateral, como pela adoção de resoluções, ou ainda multilateral, como pela celebração de acordos internacionais,

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9
Q

Quais são as competências que as OIs podem exercer?

A
  • Comuns
  • Explícitas
  • Implícitas
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10
Q

O que é a competência comum que as OIs podem exercer e o que ela prevê?

A

Aquela que todas as OIs que possuem capacidade jurídica internacional exercem. Ela prevê:

  • Direito de legação, ou seja, enviar e receber diplomatas de outras OIs
  • usar símbolos para se identificar
  • demandar a responsabilidade internacional de sujeito que lhe prejudicar ou violar direito internacional, ou ainda ser demandada
  • proteção funcional de seus funcionários para exercerem suas funções
  • usar mecanismos de solução de conflitos
  • celebrar tratados internacionais com estados-membros, terceiros e outras OIs

Legação, símbolos, responsabilidade, funcional, solução, tratados - LeSimReFunSolTra

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11
Q

O que são as competências explícitas de uma OI?

A

EXPLÍCITAS NO TRATADO.

São aquelas próprias daquela OI, as quais são estabelecidas no tratado constitutivo e vinculadas à sua finalidade

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12
Q

O que são as competências implícitas das OIs?

A

IMPLÍCITAS NO TRATADO.

Competência que tem o objetivo de ampliar a competência da OI, uma vez que não estão previstas no seu tratado constitutivo.

Apesar de não estarem explícitas, são necessárias para a realização do seu fim comum, ou ainda das suas competências explícitas

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13
Q

Quais são os sujeitos de competência limitada?

A

Indivíduos, sociedades transnacionais, ONGs

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14
Q

Quais as duas condições para que os sujeitos de competência limitada solicitem a proteção diplomática?

A

As duas condições para solicitar a proteção diplomática são:

  • Nacionalidade do indivíduo
  • Que o indivíduo tenha esgotado as vias internas
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15
Q

O que é a proteção diplomática?

A

A proteção diplomática é quando um Estado assume como seu um dano produzido por outro Estado a um particular seu - O ESTADO SE COLOCA COMO VÍTIMA

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16
Q

De que forma se dá o confrontamento dos sujeitos de competência limitada em âmbito internacional?

A

Para confrontar os Estados no âmbito internacional, precisam primeiro esgotar o direito interno → somente depois devem solicitar a proteção diplomática do nacional, mas não é um dever do Estado conceder. O Estado concedendo a proteção diplomática, ele vira vítima.

Ou seja, a regra geral é a que os indivíduos não podem atacar/demandar internacionalmente, mas precisa da intervenção do Estado soberano, que decide discricionariamente.

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17
Q

O que é a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos?

A

A Convenção Interamericana de Direitos Humanos estabelece direitos dos indivíduos que devem ser respeitados pelos Estados no âmbito internacional

Ela estabelece mecanismos de conduta, sobretudo a possibilidade de indivíduos que tenham seus direitos violados de iniciarem uma ação internacional perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos → não é um órgão jurisdicional, mas tem o objetivo de receber demandas de particulares e verificar se os direitos desses indivíduos estão sendo violados

→ se perceberem que há uma violação, eles dão 3 meses para que o Estado resolva essa situação, caso contrário leva o caso para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, que tem decisão obrigatória.

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18
Q

Indivíduos podem ser responsabilizados internacionalmente?

A

Sim, após a II Guerra isso foi possível! Ex.: Lieutenant Adelaide hehe

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19
Q

O que são os sujeitos sui generis?

A

Aqueles que não se enquadram nas classificações de competência ilimitada, de atribuição e limitada, mas tem atuação no âmbito internacional

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20
Q

Quem são os sujeitos sui generis?

A
  • Movimentos de libertação nacional (ex.: Organização de Libertação da Palestina) - tem reconhecimento internacional
  • Movimentos de insurreição (rebeldes que pegam em armas contra o governo; não tem reconhecimento internacional - Ex.: FARC)
  • Beligerantes (controle de parte do território, respeita as normas do Direito Internacional, sobretudo humanitário - não existem atualmente)
  • Governos em exílio - reconhecidos em muitos países como governo legítimo
  • Vaticano e Santa Sé
  • Cruz Vermelha
  • Cruz de Malta
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21
Q

O que é competência?

A

A competência internacional diz respeito ao exercício do poder jurisdicional de um Estado em relação a um conflito que tenha, de qualquer modo, como parte, um elemento estrangeiro.

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22
Q

De que formas podem se dar o surgimento dos Estados?

A
  • Originária (constitutiva e declarativa)
  • Sucessão
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23
Q

O que é surgimento originário constitutivo de um Estado?

A

Um Estado só surge por um ato unilateral, que consiste no reconhecimento por outro Estado. Entretanto, se um Estado não é reconhecido pela maioria dos outros Estados, é como se ele não existisse

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24
Q

O que é surgimento originário declarativo de um Estado?

A

Deve apresentar todos os elementos de um Estado. O reconhecimento por outros Estados é apenas uma forma de publicidade

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25
Q

O que é o surgimento de um Estado pela sucessão?

A

Substituição de um Estado por outro

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26
Q

Qual convenção que trabalha a questão da sucessão de Estados?

A

Convenção de Viena de Sucessão de Estados em Matéria de Tratados (1978) e Convenção de Viena sobre Sucessão de Estado em Matéria de Bens dos Estados (1983)

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27
Q

Quais os tipos de sucessão de Estados?

A
  • Cessação territorial
  • Unificação
  • Dissoluçãp
  • Incorporação
  • Secessão territorial

(CUDIS)

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28
Q

O que é a cessação territorial?

A

Estado cede uma parte do seu território, que continua existindo e ainda é vinculado aos seus tratados.

Ex.: Hong Kong e Macau

Não surge um Estado novo!!

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29
Q

O que é secessão territorial?

A

Há a secessão (separação) de um território e passa a existir como Estado novo e independente.

Ex.: Sudão do Sul, que se tornou independente do Sudão

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30
Q

O que é incorporação?

A

Estado predecessor deixa de existir. Ele é incorporado pelo sucessor. Não forma um Estado novo.

Alemanha Oriental, anexada pela Ocidental

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31
Q

O que é unificação?

A

Dois ou mais Estados se unificam para formar um só

Ex.: Antiga República Árabe Unida. Egito e Síria deram origem, mas ela não existe mais

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32
Q

O que é dissolução?

A

Estado predecessor é dissolvido em mais Estados e deixa de existir

Ex.: Tchecoslováquia (Rep. Tcheca e Eslováquia)

Iugoslávia (Bósnia, Croácia, Macedônia, Eslovênia e República Federal da Iugoslávia, que, por sua vez, se dividiu em Sérvia e Montenegro em 2006)

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33
Q

Em que convenção foi regulado o direito do mar?

A

Convenção de Montego Bay em 1982

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34
Q

O que são águas interiores?

A

Se estende da costa até a linha de base (linha da baixa maré que percorre toda a costa). Navios estrangeiros não podem penetrar sem permissão

“Interior do Estado”

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35
Q

O que é mar territorial?

A

Se estende 12 milhas marítimas a partir da linha de base. Estado exerce plena soberania, assim como o espaço aéreo acima deles.

Único direito reconhecido aos navios estrangeiros é o de passagem inocente (rápida e contínua)

Aqui o Estado soberano pode colocar dutos de transporte de água

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36
Q

O que é Zona de vigilância/contígua?

A

Se estende por 24 milhas marítimas da linha de base. O Estado costeiro faz vigilância de caráter sanitário e alfandegário

Aqui o trânsito, em princípio, é livre, mas deve submeter-se às normas estabelecidas pelo Estado costeiro.

Aqui a soberania é relativa

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37
Q

O que é Zona Econômica Exclusiva?

A

Se estende a partir do ponto anterior até 200 milhas marítimas.

Aqui o Estado costeiro tem direito de exploração privilegiada dos recursos marinhos, bem como de realizar atividade científica.

A convenção estabelece a possibilidade de exploração dos recursos excedentes por Estados estrangeiros

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38
Q

O que é auto-mar?

A

Liberdade absoluta para todos os Estados

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39
Q

O que é plataforma continental?

A

Trata-se de prolongamento do território do Estado, tendo direito de exploração privilegiada até 200 milhas (eventualmente prolongável até 300). Acompanha a zona econômica exclusiva. Aqui também o Estado soberano pode colocar dutos de transporte de água

40
Q

Quais são os princípios fundamentais das relações entre Estados-membros da ONU?

A
  • Meios pacíficos para a solução de conflitos
  • Igualdade soberana entre os Estados
  • Boa-fé
  • Igualdade de direito e livre determinação dos povos
  • Vedada a intervenção em assuntos internos de outros Estados
  • Proibido ameaça e uso de força armada
  • Política da boa vizinhança

Meios pacíficos; soberania; boa-fé; igualdade e determinação dos povos; assuntos internos; ameaça e força armada; boa vizinhança

MeSoBoPoAssunAme

41
Q

O que significa agir de boa-fé nas relações entre Estados?

A
  • Não permitir que atos preparatórios de ataque a outros Estados ocorram dentro do seu território
  • Se responsabilizar pelos prejuízos causados a outro, ainda que advindos de atos legais (ex.: questões ambientais)
  • Responsabilidade objetiva
42
Q

O que o direito da comunidade internacional?

A

Tratam-se de obrigações erga omnes, que podem ser demandadas por qualquer Estado da Comunidade Internacional, como é o caso da liberdade em alto mar ou em espaço aéreo internacional; a obrigação de coibir tráfico de pessoas, escravidão e pirataria, etc

43
Q

O que é a Convenção de Viena de 1969?

A

Unifica as regras de formação dos tratados internacionais celebrados entre Estados. No entanto, suas regras não se aplicam aos:

  • tratados celebrados entre outros sujeitos do direito internacional que não os Estados
  • compromissos
  • normas de soft law
44
Q

O que são as normas de soft law?

A

Normas que podem dar origem a direito costumeiro internacional, regras não obrigatórias (não há consequência jurídica se não houver o cumprimento) → para que se tornem direito costumeiro, é necessário que os Estados apliquem

Elas comprometem o governo do Estado, enquanto estiver no poder

Seu descumprimento não consiste em ato ilícito. Não gera responsabilização internacional, apenas de caráter político; No entanto, na maioria das vezes é cumprido, devido à vontade dos Estados de honrar seus compromissos. Trata-se de um acordo de cavalheiros.

São extintas automaticamente pelo princípio do rebus sic stantibus

45
Q

Quais são as modalidades de normas de soft law?

A
  • Formal
  • Material
46
Q

O que é a modalidade de norma de soft law formal?

A

Redigidos em linguagem jurídica, ainda que caráter não obrigatório.

Consideradas o início do direito costumeiro internacional - ex: Resoluções da ONU dirigidas a Estados; pareceres consultivos da CIJ; os projetos de artigos da CDI; tratados que não atingiram o número suficiente de ratificações para entrar em vigor.

47
Q

O que é a modalidade de norma de soft law material?

A

São obrigações incompletas que se contrapõem às normas de hard law. Não podem ser invocadas perante tribunal ou autoridade estatal para exigir direito. Equivale à norma paradigmática.

48
Q

O que é hard law?

A

Está constituído pelos tratados internacionais, costumes internacionais, regras obrigatórias (há a consequência jurídica se não for cumprido

49
Q

O que é mudança fundamental de circunstâncias (MFC)?

A

Aplicação do rebus sic stantibus nas normas de hard law.

Consagrada pela Convenção de Viena → um país pode solicitar, quando houver uma mudança na circunstâncias → nesse caso há a suspensão do tratado, que NÃO é automática, enquanto a rebus sic stantibus é automática → porém, no âmbito internacional a parte deve sempre invocar a MFC, nunca é automática, em que a parte diz simplesmente que não vai mais cumprir o tratado → deve sempre solicitar que seja suspenso

50
Q

O que são tratados internacionais?

A

São considerados atos complexos do direito internacional, pois implicam uma série de atos tanto no âmbito internacional (a partir da cooperação entre Estados), quanto no âmbito nacional (a partir da interação entre os poderes do Estado).

51
Q

Quem celebra os tratados internacionais dentro do Estado?

A

Nas constituições mais atuais, o poder para celebrar tratados é compartilhado pelo poder executivo e legislativo.

52
Q

Como se dá a adesão a tratados internacionais?

A

Cada tratado regulamenta os requisitos necessários para a sua adesão, podendo ser livre a todos os Estados (tratados abertos) ou não (tratados fechados) - ex: a Convenção Interamericana de Direitos Humanos está adstrita a Estados do continente americano.

53
Q

Como se dá a resolução de conflitos entre Estados pelos tratados internacionais?

A

Muitos tratados prevêem mecanismos de solução de conflitos entre Estados - Parte e, caso não seja possível resolver por estes meios, a questão será levada à Corte Internacional de Justiça.

54
Q

O que ocorre se um tratado for considerado inconstitucional pela Convenção de Viena?

A

Se a Corte Suprema declara determinado tratado inconstitucional, esse não poderá ser aplicado, sob pena de responsabilidade internacional.

55
Q

Quais são as declarações unilaterais dos tratados?

A
  • denúncia:
  • reservas - por meio da qual o Estado manifesta a sua vontade de se vincular ao tratado, desde que alterada a extensão de algumas obrigações previstas em determinadas cláusulas.
  • modificação - por meio da qual o Estado altera cláusulas do tratado

DeReMo

56
Q

De que forma os tratados são divididos?

A
  • preâmbulo: justificativa/razão de ser do tratado. É obrigatório, pois orienta a sua interpretação, a fim de ajustar as normas no tempo.
  • parte dispositiva: dispõe sobre os direitos e obrigações dos Estado-Parte. Pode estar estruturada em partes, capítulos ou em texto corrido. Em alguns tratados, consistem em normas de soft law.
  • anexos: obrigatórios. Podem não ser redigidos em linguagem jurídica. São complementares aos tratados - ex: mapas em tratado sobre território
  • Assinatura do representante do Estado (presidente da república ou ministro das relações exteriores)

PreDisAnAs

57
Q

Quais são as fases de formação dos tratados internacionais?

A
  • Negociação e assinatura - para os multilaterais será adotado pela maioria de 2/3, salvo disposição em contrário
  • Aprovação
  • Ratificação
  • Promulgação

NARP

58
Q

O que é a fase de negociação e assinatura da formação de um tratado internacional?

A

1ª FASE

É o ato internacional de competência do poder executivo (presidente da república ou funcionário do ministério das relações exteriores plenipotenciário).

Isso não significa que ele vai ser cumprido, apenas que:

  • deverá ser submetido ao legislativo, apontando as razões para a assinatura
  • o Estado deve agir de boa fé, ao não ter atos que contrariem a vontade do tratado, a partir da criação da expectativa legítima
  • deverá se comprometer com o tratado no futuro

É nesse momento que o Estado pode fazer reservas, desde que não se estabeleça o contrário no tratado

59
Q

O que é a fase de aprovação na formação de um tratado?

A

2ª FASE

É o ato nacional realizado pelo legislativo.

Mesmo que aprovado, o Estado ainda não se obriga!!

Deve ser analisado tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado

REALIZAM O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE E COMPATIBILIDADE COM O REGIME INTERNO

60
Q

Quais os cenários possíveis na fase de aprovação de um tratado internacional?

A
  • Tratado não ser aprovado
  • ser aprovado da forma que foi submetido ao congresso, por maioria absoluta de cada casa
  • congresso entender que as reservas feitas pelo executivo devem ser eliminadas
  • congresso aprovar o tratado com as reservas feitas pelo executivo
61
Q

O que ocorre após a fase de aprovação na formação de um tratado?

A

Uma vez tomada a decisão pelo legislativo, o executivo não pode fazer nada no âmbito internacional que a contrarie. Tem apenas a liberdade para definir quando será feita a manifestação nacional.

62
Q

O que é a fase de ratificação de um tratado?

A

3ª FASE

Ato unilateral internacional de competência do poder executivo. Ocorre com a comunicação ao depositário de que:

  • o Estado não se compromete com o tratado
  • o Estado se compromete com o tratado, a partir do depósito do instrumento de ratificação
  • O Estado se compromete com o tratado, informando sobre as reservas ou sua eliminação, a partir do instrumento de ratificação ser depositado.

Em síntese, é ratificação = comunicação ao depositário

63
Q

Quem é o depositário em um tratado internacional?

A

Depositário é aquele definido como tal no tratado, podendo ser um Estado ou órgão de OI. Ele guarda os textos autênticos e conhece a vida do tratado

64
Q

O que é o texto autêntico de um tratado internacional?

A

O texto autêntico é aquele que é depositado. É importante que exista em vários idiomas, pois, em caso de conflito, esses serão usados pela Corte de Justiça. As traduções nacionais podem mudar sua compreensão e consequentemente a
extensão das obrigações das partes.

65
Q

Qual a regra geral de entrada em vigor para tratados bilaterais?

A

De regra, a partir da troca dos instrumentos de ratificação, sendo possível acrescentar um prazo ex: 60 dias após a troca.

Ou seja, assim que ambos os Estados comunicarem o depositário

66
Q

Qual a regra geral de entrada em vigor para os tratados multilaterais?

A

De regra, é estabelecido um número mínimo de ratificações ou/e um prazo. ex: 60 dias após a troca de 10 instrumentos)

67
Q

Qual o prazo de entrada em vigor para os Estados que assinam o tratado posteriormente?

A

Os Estados que assinam posteriormente se obrigam internacionalmente após o depósito da ratificação.

68
Q

O que é o período de irretratabilidade dos tratados?

A

Dentro da fase de ratificação. Se dá entre o depósito da ratificação e a entrada em vigor, o tratado ainda não é lei, de modo que o Estado não pode ser responsabilizado. Único caso em que o Estado pode realizar a denúncia e automaticamente sair do tratado

69
Q

O que é a fase de promulgação de um tratado internacional?

A

4ª FASE

É o ato nacional de competência do poder executivo

No Brasil, para que um tratado possa ser aplicado no território nacional após a sua ratificação, ele precisa ser internalizado a partir de um DECRETO DE PROMULGAÇÃO

Entre a ratificação e a promulgação o Estado pode ser responsabilizado internacionalmente por ato ilícito

70
Q

O que é o protocolo de um tratado?

A

Consiste em um tratado que complementa outro tratado, prevendo, por exemplo, mecanismos de resolução de conflitos.

É facultativo quando as partes podem ou não ratificar.

71
Q

O que são os acordos executivos?

A

Tratam-se de tratados que não precisam ser aprovados pelo Congresso, apenas internalizados pelo poder executivo mediante publicação no diário oficial ou através de atos administrativos. Não são promulgados.

72
Q

Quais são os tipos de acordos executivos?

A
  • tratados interpretativos de cláusulas de tratados anteriores (internalizados pelo rito tradicional)
  • tratados voltados a executar cláusulas de tratados anteriores (idem)
  • tratados voltados a desenvolver a diplomacia ordinária: por exemplo, enviando
    representante nacional a outro Estado
73
Q

O que é a denúncia?

A

Trata-se de declarações unilateral pela qual o Estado informa ao depositário sobre sua vontade de se desvincular do tratado.

É um direito de todo Estado soberano, sendo regulado pelo tratado.

De regra, não é automática, salvo no período de irretratabilidade

74
Q

Como se dá a extinção de tratados?

A

Não é como no direito nacional, que a regra posterior extingue a anterior. Se dá por causas intrínsecas (previstas no próprio tratado) ou extrínsecas

75
Q

Quais são as causas intrínsecas de extinção de um tratado?

A
  • denúncia de um número significativo de Estados, pois muda a natureza do contrato
  • advento de condição ou prazo previsto em cláusula resolutória
76
Q

O que são as causas extrínsecas de extinção dos tratados?

A
  • comum dissenso: Estados optam pela extinção em conjunto
  • conclusão de novo tratado entre as mesmas partes
  • impossibilidade física de executar o tratado, por força maior (não provocada pelos Estados, inevitável, que torne impossível o cumprimento)
  • Mudança das circunstâncias que deram origem ao tratado
  • violação grave que prejudica a sua finalidade

DisConImMuVio

77
Q

Quais as circunstâncias em que um Estado pode alegar uma Mudança Fundamental de Circunstâncias?

A
  • fundamental: vinculada ao objeto do contrato
  • imprevista: não se qualifica aqui a guerra e a variação monetária
  • as partes só devem ter celebrado o tratado em função das circunstâncias anteriores
  • ter como efeito a modificação das obrigações do Estado que a convoca, de modo que o prejudique e seja de execução continuada
78
Q

Quais as medidas podem ser tomadas em caso de violação grave de um tratado?

A
  • extinguir o tratado por inteiro
  • extinguir entre o Estado que violou e os demais (expulsão)
  • extinguir entre o Estado que violou e o Estado diretamente prejudicado

OBS! Nem toda violação grave resulta na extinção, mas toda violação grave resulta em responsabilidade internacional

79
Q

O que são normas jus cogens?

A

Norma imperativa de Direito Internacional geral, aceita e reconhecida pela sociedade internacional em sua totalidade, como uma norma cuja derrogação é proibida e só pode sofrer modificação por meio de outra norma da mesma natureza.

80
Q

Quais os pressupostos para que uma norma seja considerada jus cogens?

A
  • Aceita pela comunidade internacional
  • Derrogação não é permitida
  • Equivale às cláusulas pétreas da CF
  • Só pode ser modificada por norma de mesma natureza
  • Erga omnes

COMe DE PÉ NA ERGA

81
Q

O que ocorre quando há a colisão de duas normas jus cogens?

A
  • prevalência da primeira sobre a segunda
  • responsabilidade internacional do Estado autor agravada: conforme previsto
    pelo projeto de artigo da CDI de 2001 sobre Relações Internacionais, que foi cristalizado pelo direito costumeiro internacional
82
Q

Qual a consequência jurídica se a norma de jus cogens e superveniente a um tratado internacional cujo conteúdo com ela conflite?

A

De acordo com o art. 64 da Convenção de Viena, um tratado antagônico a uma norma de jus cogens superveniente torna- se nulo e extingue-se

83
Q

O que é vedado pelas normas jus cogens?

A
  • Crimes contra a humanidade (HUM)
  • Agressão (A)
  • Genocídio (G)
  • Discriminação racial/apartaid (AP)
  • Escravidão (E)
  • Tortura (T)
  • Violação à autodeterminação (AD)
  • Violação de direito internacional humanitário (DIH)

DIHADETAGHUM

Dia de Tagum

84
Q

O que é a Corte Internacional de Justiça?

A

A CIJ é um tribunal permanente que tem capacidade para valorar provas, visitar o local do conflito para determinar fatos, bem como adotar medidas provisórias, que são obrigatórias, de modo que seu descumprimento consiste em ato ilícito.

A natureza jurídica dos seus acórdãos é obrigatória; no entanto, não apresenta mecanismos de execução forçada. Caso haja descumprimento, o Estado vencedor da ação deve pedir para o Conselho de Segurança da ONU agir

85
Q

Quais as competências da CIJ?

A

Corte Internacional de Justiça → funciona por atribuição → Recebe dois tipos de competência:

  • Contenciosa → resolver conflitos → criar acordos entre as partes que são obrigatórios. Limitada a Estados.
  • Consultiva → consultas jurídicas não vinculativas. Reservada aos órgãos das OIs e tribunais internacionais

ContCons

86
Q

O que é a competência contenciosa da CIJ?

A

Reservada aos Estados. Não pode julgar indivíduos ou OIs.

Tem como objeto a solução de conflitos entre Estados, de acordo com o previsto no seu Estatuto e na Carta da ONU.

Para que um Estado seja condenado faz-se necessário violação de norma de direito internacional (ato ilícito), devidamente comprovado e imputável ao Estado, que tenha acarretado prejuízo.

Jurisdição aberta a todos os estados membros da ONU.

87
Q

De que forma um Estado reconhece a CIJ?

A

Por meio de:

  • Cláusula compromissória
  • Compromisso
  • Declaração unilateral de aceitação de cláusula facultativa de jurisdição obrigatória do Estado da CIJ

ClauComDec

88
Q

O que é a cláusula compromissória para um Estado reconhecer a CIJ?

A

É um artigo presente em qualquer tratado a partir do qual os Estados estabelecem que, em caso de conflito, se submeterão a ela. É anterior ao conflito.

89
Q

O que é o compromisso para um Estado reconhecer a CIJ?

A

Tratado, cujo objetivo é submeter um conflito em andamento à CIJ. É posterior ao conflito e não se submete às normas gerais de tratados internacionais.

90
Q

O que é a declaração unilateral de aceitação de cláusula facultativa de jurisdição obrigatória do Estado da CIJ?

A

Ato unilateral desencadeador de obrigação internacional, pelo qual o Estado deposita declaração de reconhecimento na secretaria da corte.

Basicamente o Estado diz “eu reconheço a CIJ”

Não é obrigatório e pode ser retirado a qualquer momento

91
Q

Quais as outras duas formas de reconhecimento da CIJ por um Estado que a jurisprudência traz?

A
  • Foro prorogatum - consentimento tácito pelo demandado
  • Aquiescência - consentimento tácito pelo demandante
92
Q

Quais as característica da competência consultiva da CIJ?

A
  • Apenas OIs e TIs podem apresentar
  • Caráter jurídico e não político
  • A CIJ pode reformular, caso não seja feita em termos jurídicos
  • Deve ser feita por órgão autorizado pela OI
  • Vinculado à competência ou objetivo da OI
  • CIJ pode admitir ou não, ainda que preenchidos os requisitos
93
Q

De que formas podem se dar a responsabilização internacional?

A
  • Garantia de não repetição
  • Reparação (voltar à situação anterior)
  • Ordem para cessar a violação
  • Indenização (reparação monetária por danos morais e materiais)
  • Satisfação (reparação de caráter moral)

GROIS

94
Q

O que é o TPI?

A

Criado pelo Estatuto de Roma, em que há a responsabilização internacional do indivíduo. Nesse caso, o Estado é responsabilizado, mas o autor será julgado internacionalmente.

Fundado no princípio de complementariedade, ou seja, o indivíduo somente é levado ao TPI se não tiver sido julgado em tribunal nacional.

Ex.: Ntaganda, Mudacumura, Gbabo

95
Q

Quais as matérias julgadas pelo TPI?

A
  • genocídio ou tentativa
  • crimes contra a humanidade
  • crimes de guerra
  • crimes de agressão