PACIENTES COM COMPROMETIMENTO SISTÊMICO Flashcards

(20 cards)

1
Q

O que são doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)?

A
São doenças multifatoriais que se desenvolvem no decorrer da vida e são de longa
duração. Responsáveis por aproximadamente 70% das mortes do mundo. São
consideradas DCNT:
● Acidente Vascular Encefálico;
● Infarto;
● Hipertensão Arterial;
● Câncer;
● Diabetes;
● Doenças Respiratórias;
● Doença Renal Crônica.
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2
Q

Quais os Fatores de Risco Modificáveis?

A
Obesidade;
- Sedentarismo;
- Alimentação inadequada;
- Uso de álcool;
- Tabagismo;
- Alguns problemas de saúde
bucal;
- Inatividade física.
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3
Q

O que é Hipertensão Arterial Sistêmica?

A

Pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue nas artérias durante a circulação.
A manutenção da circulação sanguínea e pressão arterial ocorre através de
movimentos de sístole e diástole. A alteração na pressão exercida durante esses
dois movimentos é o que pode levar ao quadro de hipertensão.

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4
Q

A hipertensão arterial é um importante fator de risco para?

A
Complicações cardiovasculares;
● Acidentes Vasculares
Encefálicos (AVE);
● Doenças coronarianas;
● Doenças renais;
● Doenças vasculares periféricas;
● Diabetes.
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5
Q

Quais as manifestações bucais da hipertensão arterial?

A

A hipertensão arterial por si só não causa manifestações bucais diretamente, porém
há manifestações secundárias, decorrentes do uso de medicamentos para o controle
da pressão arterial, como alterações do paladar e boca seca.

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6
Q

Qual a conduta odontológica frente a uma hipertensão arterial?

A

A principal preocupação do dentista que vai tratar de um paciente hipertenso diz
respeito à manutenção de sua hemodinâmica: alterações bruscas de PA, ritmo
cardíaco e demanda de oxigênio do miocárdio, provocadas pelo estresse emocional,
comum nas situações odontológicas.
➢ Agendar o paciente em horários de maior conforto para ele;
➢ Realizar consultas curtas;
➢ Controlar adequadamente a dor intraoperatória;
➢ Prescrever, se necessário, droga ansiolítica antes do atendimento.

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7
Q

Quais os limites pressóricos que limitam ou permitam o atendimento odontológico ambulatorial?

A

A PA acima de 210x120 mmHg é
considerada caso de urgência médica, prevalecendo sobre a urgência odontológica.
A necessidade odontológica de pacientes com PA 180x110 mmHg no momento da
consulta deve ser analisada individualmente e na dependência do procedimento a
ser realizado, do stress do paciente e de sua condição clínica, assim o procedimento
pode ser realizado ou postergado para uma outra consulta.

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8
Q

Quais os cuidados terapêuticos em pacientes com Hipertensão Arterial?

A

Estudos demonstram não haver alteração na
hemodinâmica de pacientes que receberam anestésico local com vasoconstritor. O
uso de 2 tubetes de lidocaína 2% com 1:100.000 de epinefrina é bem tolerado por
indivíduos hipertensos, sendo que o uso deste vasoconstritor possui mais benefícios
que riscos. Atenta-se para o cuidado de usar seringa com aspiração para prevenir a
injeção no vaso, bem como não deve ser realizada anestesia intraligamentar.
O uso da felipressina como vasoconstritor também é seguro uma vez que não é
adrenérgica, não eleva os valores pressóricos, nem a frequência cardíaca e nem a
respiratória. Por apresentar uma repercussão reduzida sobre o sistema
cardiovascular, a literatura aponta que a felipressina 0,03UI/ml como o vasoconstritor
de melhor escolha para pessoas cardiopatas. A dose máxima recomendada para
pessoas cardiopatas não deve ultrapassar 0,27 UI, o que equivale a cinco tubetes de
1,8 ml, enquanto que a adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 também pode ser
utilizada em doses pequenas. O ideal é não ultrapassar o limite de 2 tubetes por
sessão, quando se trata de uma pessoa hipertensa controlada.
Outro cuidado está relacionado à prescrição medicamentosa de anti-inflamatórios
não esteroidais (AINES) que podem afetar o mecanismo de ação de drogas
anti-hipertensivas. Devem ser prescritos por períodos curtos, de no máximo quatro
dias, com restrição à ingestão de sal. Os AINES podem ser substituídos por
analgésicos para evitar essa interação, entretanto, na prática, o uso de AINES
produz um efeito clínico significativamente superior.

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9
Q

O que é Diabetes Mellitus?

A

DM é um grupo heterogêneo de
distúrbios endócrino-metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia,
resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas.

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10
Q

Como é realizado o tratamento da DM?

A

O tratamento da DM varia de acordo com a sua classificação e aspectos clínicos.
O tratamento da diabetes tipo 1 (DM1) é realizado com insulina exógena, uma vez
que o pâncreas não a produz. Existem vários tipos de insulina, com diferentes
tempos de ação. O tratamento, seja com múltiplas doses, seja com sistema de
infusão contínua de insulina, requer o monitoramento intensivo do paciente, por meio
dos testes de verificação da glicemia capilar ao longo do dia.
Na diabetes tipo 2 (DM2), o controle metabólico inclui estratégias que visam à
mudança no estilo de vida, reorganização da dieta e uso de hipoglicemiantes orais e
se necessário o uso de insulina exógena, quando o pâncreas perde a capacidade de
secreção. Hábitos modificáveis que podem contribuir para o controle da diabetes tipo
2 incluem praticar exercícios, alimentar-se adequadamente, manter o peso ideal e
realizar exercícios físicos.

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11
Q

Quais são os chamados “sintomas clássicos” da diabetes?

A

Polidpsia, Poliúria, Polifagia e Perda de peso.

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12
Q

Cite as complicações agudas e crônicas da DM.

A
Complicações Crônicas:
- Neuropatias;
- Retinopatias;
- Doença Cardiovascular
aterosclerótica.
Complicações Agudas:
- Hipoglicemia;
- Hiperglicemia.
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13
Q

Quais as manifestações bucais da DM?

A
● Xerostomia;
● Hipossalivação;
● Síndrome da ardência bucal;
● Glossodínia;
● Distúrbios da gustação;
● Infecções;
● Ulcerações na mucosa bucal;
● Hipocalcificação do esmalte;
● Perda precoce dos dentes;
● Dificuldade de cicatrização;
● Doença periodontal;
● Hálito cetônico;
● Líquen plano.
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14
Q

Qual a conduta odontológica frente a DM?

A

● Anamnese detalhada;
● Atenção aos níveis recentes de
glicemia de jejum;
● Tipo e posologia dos
medicamentos;
● Comorbidades presentes.
Antes de iniciar a consulta odontológica, mesmo que os procedimentos a serem
realizados sejam não invasivos, é prudente aferir a glicemia capilar, considerando
sempre as informações do paciente sobre hora e dose do medicamento ingerido e a
hora da última ingestão alimentar.
O CD não deve executar procedimentos se os níveis de glicemia capilar apontarem
valores inferiores a 70 mg/dl, a fim de prevenir crise hipoglicêmica. Nesses casos,
ele pode pedir para o paciente se alimentar e depois iniciar o atendimento.
Não existem valores hiperglicêmicos definidos que restrinjam o atendimento
odontológico ambulatorial.
Quando a glicemia está acima de 250 mg/dl e houver sinais e sintomas, tais como
náuseas, letargia, dor abdominal, dispneia, alterações visuais, sonolência,
irritabilidade, taquicardia, hipotensão postural, desidratação, hipotermia, hálito
cetônico, a consulta deve ser postergada e o paciente deve ser encaminhado para o
pronto atendimento, uma vez que ele provavelmente está em quadro de
cetoacidose. Porém, se o paciente estiver clinicamente bem, mesmo com valores
acima de 250 mg/dl, intervenções odontológicas, especialmente no sentido de
minimizarem a dor e quadros de infecção, podem ser realizadas.

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15
Q

Conceitue doença renal crônica.

A

A insuficiência renal ou doença renal é a perda das funções renais (declínio
progressivo e irreversível), em decorrência de distúrbios vasculares, nos glomérulos,
nos túbulos, no interstício renal ou no trato urinário inferior, podendo ser aguda ou
crônica, comprometendo a manutenção da hemostasia interna do organismo.

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16
Q

Como é feito o diagnóstico da doença renal crônica?

A

Nos estágios iniciais é comumente assintomática, o que dificulta a detecção
precoce. Muitas vezes, o paciente descobre a doença em fases avançadas, quando
uma ou mais complicações já estão presentes. Para a determinação da causa são
avaliadas a história médica anterior e familiar, fatores ambientais e sociais,
medicações, exames físicos, laboratoriais, imunológicos e histopatológicos.

17
Q

Qual o tratamento da doença renal crônica?

A

O tratamento da DRC deve ser individualizado, baseado no diagnóstico, no estágio
da doença e no estado clínico do paciente e tem o objetivo de prevenir e retardar a
perda da função renal e as comorbidades (hipertensão, anemia, etc). Em crianças, a
atenção também se volta para os problemas do crescimento e desenvolvimento.
No estágio mais avançado, o paciente é preparado para a terapia renal substitutiva
(TRS) que inclui a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante renal. A diálise
remove metabólitos do sangue e é o tratamento mais comumente utilizado para
DRC em estágio final, seguido do transplante renal.

18
Q

Explique a Diálise/Hemodiálise Peritoneal?

A

Procedimento que promove a remoção das substâncias tóxicas que ficam retidas
quando os rins deixam de funcionar adequadamente. Tem como princípio a retirada
de líquido e toxinas como ureia e creatinina do paciente com insuficiência renal,
além de poder corrigir distúrbios no pH, no sódio e no potássio sanguíneos, entre
outros. Não tem como objetivo tratar a doença renal, mas sim substituir os rins que
estão com funcionamento prejudicado.
A construção de uma fístula arteriovenosa consiste na junção de uma artéria com
uma veia, é realizada por um cirurgião no bloco operatório sob anestesia local. A
FAV pode ser construída na mão, no antebraço ou no braço e normalmente
necessita de alguns meses para se desenvolver até um tamanho que permita a
introdução de agulhas e providencie um volume suficiente para suportar um fluxo de
sangue adequado para a diálise.

19
Q

Quais as manifestações bucais da doença renal crônica?

A

Entre as alterações de tecido mole, destaca-se a palidez da mucosa oral, petéquias
e equimoses, e a estomatite urêmica.
A estomatite urêmica é uma condição dolorosa e debilitante rara, causada
provavelmente pelo acúmulo de substâncias nitrogenadas no sangue e que pode
ocorrer nos estágios avançados da DRC.
Por sua vez, alterações do metabolismo do cálcio e a ocorrência de
hiperparatiroidismo nos pacientes com DRC podem levar a anormalidades ósseas e
dentárias como:
- Desmineralização óssea;
- Hipoplasia de esmalte;
- Calcificação e estreitamente pulpar;
- Atraso na erupção dentária.
Outras queixas comuns: diminuição do fluxo salivar com sensação de boca seca,
mudança no paladar e hálito urêmico.

20
Q

Qual a conduta odontológica frente a doença renal crônica?

A

O manejo clínico odontológico de pessoas com DRC pode representar um desafio
para o dentista, especialmente quando há necessidade de realizar procedimentos
odontológicos invasivos, pelos riscos:
● Alteração do metabolismo;
● Resposta imunológica;
● Metabolismo ósseo;
● Risco aumentado de sangramento.
O risco aumentado para endocardite bacteriana é mencionado por alguns autores,
porém não há evidência científica que suporte o uso de antibiótico profilático antes
de procedimentos odontológicos invasivos. Em casos de procedimentos cirúrgicos
e/ou que requerem cuidados com a hemostasia e uso de medicamentos, solicitar
sempre parecer do médico nefrologista.
O ideal é que pacientes que fazem hemodiálise sejam atendidos no dia seguinte a
ela, à medida que o atendimento após a diálise o expõe a um maior risco
hemorrágico, porém não é raro o paciente com DRC em estágio avançado exibir
disfunção plaquetária. Dessa forma, após exodontias recomenda-se o uso de
hemostáticos locais como gelo, esponjas hemostáticas, cimento cirúrgico e ácido
tranexâmico (transamin), quando um maior sangramento for observado.
AINES devem ser evitados. Por outro lado, analgésicos com metabolização hepática
(paracetamol) são preferíveis para esses pacientes. A prescrição de amoxicilina, por
exemplo, para um adulto com DRC, pode variar de 500 mg de 8 em 8 horas ou uma
dose a cada 12 e 24 horas, de acordo com o estágio da doença.