AC TMO 2023 Flashcards

1
Q

(AC 2023) Paciente de 13 meses de idade apresentou dor em tornozelo E, com restrição da movimentação articular e com edema local. Os pais relatavam equimoses frequentes relacionadas a quedas ou a pequenos traumas e negavam antecedentes familiares de distúrbios de coagulação ou uso de medicação pela criança. Negavam, também, consanguineidade ou procedimento invasivo no paciente. A investigação laboratorial revelou tempo de protrombina (TP) de 11”, RNI 1,0, (controle do dia 11”) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) 56”, com relação de tempo prolongada Rt = 1,62 (valor normal até 1,20). O TTPH mostrou correção do TTPA. Demais exames realizados apontam os seguintes resultados: dosagem de FVIII: 1% (valor de normalidade = 50 a 150%), dosagem de FIX: 66% (valor de normalidade = 50 a 150%) e atividade do cofator de ristocetina (vWF:RCo) de 55% (valor de normalidade 50 a 150%).
Nessa situação, com base no diagnóstico e no protocolo de tratamento do MS, o tratamento mais adequado é:

(A) Terapia sob demanda com fator VIII EV para esse episódio.
(B) Profilaxia primária com fator VIII EV já após esse episódio.
(C) Terapia sob demanda com emicizumabe SC já após esse episódio.
(D) Profilaxia secundária com fator VIII EV após lesão articular mais definitiva.
(D) Terapia sob demanda om fator VIII V e com terapia genica o quanto antes

A

(B) Profilaxia primária com fator VIII intravenoso já após esse episódio

A questão aborda um bebê de 13 meses de idade se apresentando com maifestações hemorrágicas cutaneas e articulares. A queixa principal é compatível com hemartrose em um paciente que já apresenta queixa de equimoses frequentes e alteração de coagulograma. O coagulograma demonstra alteração de TTPA com TP normal, sugerindo alteração da via intrínseca da cascata de coagulação. Quando aprofundada a investigação, o teste da mistura apresenta correção quando da aplicação de plasma normal, corroborando a hipótese de deficiencia de fator de coagulação. Dentro dessas informações, a dosagem de fatores de coagulação mostra FVIII em níveis muito baixos e FIX/FvW normais. A dosagem de fator VIII < ou = a 1 indica o diagnóstico de hemofilia A grave (Leve se FVIII entre 5-40% e moderada se FVIII entre 1-5%) .

A presença de hemofilia A grave já indica a realização de profilaxia primária com administração de fator VIII ou outros produtos com objetivo de elevar os níveis de fator para “retirar o paciente do quadro grave”e elevar os titulos para > 1%. A administração de hemofilia A geralmente é 3x por semana. Nesses casos, o tratamento sob demanda não é o mais indicado, já que pelos baixos títulos o risco de episódios de sangramentos mais frequentes é maior, com maior risco de complicações crônicas (LETRA A e D INCORRETAS)

A Profilaxia primária é definida como o início da reposição de fator antes ou logo após o primeiro episódio de hemartrose e antes de 3 anos de idade, o que se encaixa no caso do paciente em questão (LETRA B CORRETA).

A profilaxia secundária é aquea que se inicia após 2 ou mais episódios de hemartrose, com objetivo de reduzir a incidencia de hemartropatia hemofílica (antes de evidencia de alteração osteocondral), que não corresponde ao caso (LETRA D INCORRETA). O objetivo é interromper o fenótipo hemorrágico em pacientes que não tinham indicação de profilaxia primária (leve ou moderado) mas que apresentam muito sangramento e risco de complicações articulares.

A profilaxia terciária é aquela realizada após o estabelecimento de artropatia hemofílica.

O Emicizumab é um anticorpo biespecifico, que é capaz de se ligar ao FIXa ao FX, servindo como ponte entre esses fatores e desencadeando a cascata de coagulação (pelo complexo tenase) e a por fim ativando a via comum. É um tratamento mais novo, indicado para PROFILAXIA para pacientes com hemofilia A com indicação de reposição frequente com ou evidencia de inibidor. No entanto, não é indicado como terapia sob demanda (LETRA C INCORRETA). No SUS, a indicação é restrita a pacientes com ibinidor e falha da imunotolerância.

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Q

(AC 2023) Os valores mínimos aceitáveis de Hb e de Ht são:
- Hb = 12,5g/dL ou Ht = 38% para mulheres e Hb = 13,0g/dL ou Ht = 39%, para homens.

Assinale a alternativa que apresenta os valores máximos aceitos de Hb e de Ht:

(A) Não há limite máximo nem para homens nem para mulheres.
(B) Hb ≥ 16,5 ou Ht ≥ 54% para homens ou Hb ≥ 16,0 e Ht ≥ 48% para mulheres.
(C) Hb ≥ 18,0 ou Ht ≥ 52% para homens ou Hb ≥ 16,0 e Ht ≥ 47% para mulheres, se saturação > 92%.
(D) Hb ≥ 18,0 ou Ht ≥ 54% para homens e mulheres.
(E) Hb ≥ 18,5 ou Ht ≥ 55% para homens ou Hb ≥ 16,5 e Ht ≥ 49% para mulheres.

A

(B) Hb ≥ 16,5 ou Ht ≥ 54% para homens ou Hb ≥ 16,0 e Ht ≥ 48% para mulheres

O diagnóstico de doenças mieloproliferativas (dentre elas a PV) deve ser suspeitado de acordo com o hemograma. O grau de policitemia que indica a suspeita é:
- Homem: Hb > 16,5 ou Ht 49%
- Mulher: Hb > 16 ou Ht > 48%

Os valores de corte foram atualizados na ultima classificação em 2016. Nos critérios anteriores de 2008 os pontos de corte eram maiores e tinham menos sensibilidade ao diagnóstico. Estudos mostravam que muitos pacientes com TE JAK2 positiva com trombocitose e Ht mais baixos eram reclassificados como PV quando realizados estudos de MO ou massa eritrocitária.

Dessa forma, a alternativa que mais se aproxima desse valor é a LETRA B, mas mesmo assim não é completamente correta. Por isso a questão foi anulada corretamente

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Q

(AC 2023) Homem de 62 anos, internado para QT por LMA e está há 5 dias em UTI por neutropenia e por sepse de foco urinário. Apresenta dispneia 4 horas após receber concentrado de plaquetas e CH. Seus exames físicos revelam SpO2: 89% em AA, PA 130 x 80 mmHg, FC 88 bpm, sem sinais de IC, de alterações cutâneas ou de estridor.
Nesse caso hipotético, a reação transfusional mais provável é:

(A) TRALI
(B) Dispneia associada à transfusão.
(C) Reação hemolítica aguda não imune.
(D) TACO
(E) Contaminação bacteriana.

A

(A) TRALI

A questão aborda um paciente com reação transfusional imediata (ocorrendo durante ou dentro de 24h da infusão). Dentre os diagnósticos diferenciais, devemos avaliar os pacientes com reações com comprometimento respiratório.
Dentre os diferenciais:
- TACO (mais comum)
- TRALI
- Anafilaxia
- Dispneia relacionada a infusão

A TACO é a reação com comprometimento respiratório mais comum e reflete um estado de sobrecarga circulatória referente a infusão do hemocomponente. É desencadeada por um modelo fisiopatológico de 2hits, no qual o primeiro hit compreende um paciente já com fatores de risco e pobre mobilização volêmica (IC prévia por exemplo) e o segundo é a infusão de volume (mesmo que pequeno). Costuma se apresentar com sinais de congestão sistemica, com hipertensão, estertores crepitante, turgencia jugular, edema periférico e pode ser facilmente diferenciado pela apresentação, raio X e USG com padrão congestivo, BNP e boa resposta a diureticoterapia (LETRA D INCORRETA)

A reação anafilática é caracterizada por uma hiperssensibilidade tipo I, com degranulação massiva de mastócitos e liberação de histamina. Uma das manifestações pode ser dispneia, principalmente se relacionado a eventos de broncoespasmo. No entanto, apresentaria outros sintomas, como urticária ou prurido

A TRALI é uma complicação mais incomum relacionada a um quadro inflamatório desencadeado pela presença de anticorpos do doador no produto. É caracterizado por hipoxemia, edema pulmonar não cardiogênico que ocorrem geralmente dentro de 4-6 horas após a transfusão. Costuma ser clinicamente indistinguivel de um quadro de SARA. É diferenciado do TACO por não se tratar de um quadro de sobrecarga ventilatória. Outros sintomas comuns que ajudam a diferenciar são: Febre, hipotensão e taquicardia. No caso da hipotensão, não costuma reverter com expansão volêmica.

A dispneia relacionada a transfusão é aquela caracterizada como desconforto respiratório que ocorre dentro das primeiras 24h da transfusão e que não preenche os critérios para TACO ou TRALI.

Na minha opinião faltaram critérios na formulação da questão, uma vez que o paciente apresenta apenas dispneia como manifestação e hipoxemia, sem febre, hipotensão e sem um RX para evidencia de infiltrado bilateral semelhante a SARA. Mas o início agudo dentro de 6 horas é altamente sugestivo

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4
Q

(AC 2023) Mulher de 32 anos, caucasiana, na 11a semana de sua segunda gestação, comparece para consulta por antecedente de sangramento leve em sistema nervoso central de seu primeiro filho. A sua primeira gravidez transcorreu bem, com neonato a termo e APGAR adequado. As avaliações laboratoriais da paciente foram todas adequadas ao período gestacional à época. O hemograma do neonato demonstrou:
- Hb: 15,5 (VN: 13,5 a 19,6g/dL),
- Leucócitos: 9.200 (VN: 9.000 a 30.000)
- Plaquetas: 30.000 (VN: 300.000 a 600.000).

Acerca desse caso hipotético, considerando o diagnóstico de púrpura aloimune neonatal, deve-se esperar encontrar antígeno contra:

(A) HPA-1.
(B) HPA-2.
(C) HPA-3.
(D) HPA-5.
(E) HPA-6.

A

(A) HPA-1

A purpura trombocitopênica aloimune neonatal (TNA) é uma patologia grave, em que a mãe produz anticorpos contra antígenos plaquetários do feto herdados do pai. Na gravidez, a mãe forma anticorpos antiplaquetários da classe de imunoglobulina G (IgG) contra o antígeno, que passa a placenta e destroi as plaquetas fetais que apresentam antígeno paterno.
Condição rara, com incidencia de 1 em 10.000.
Afeta a primeira gestação, podendo causar hemorragia intracraniana (HIC), com tendência a ocorrer de modo mais grave em gestações futuras.

A TNA é definida como contagem de plaquetas inferior a 150.000 devido a incompatibilidade materno-fetal plaquetária. O HPA-1a é o antígeno plaquetário mais comumente envolvido, sendo o pai normalmente HPA-1a positivo e a mãe HPA-1a negativa. O RN pode apresentar trombocitopenia leve a grave levando a HIC e podendo ser fatal. HIC fetal ou plaquetas abaixo de 100.000 dentro de 7 dias pos-nascimento, na ausência de outras causas, são critérios sugestivos desta condição.

O diagnostico é feito por genotipagem plaquetária, que confirma a incompatibilidade HPA materno-fetal, além da detecção de anticorpos anti-HPA no soro da mãe. O tratamento materno consiste em IgIV. Está indicada a transfusão de plaquetas HPA compatíveis nas primeiras 24 horas de vida quando o RN possui contagem menor de 30.000 ou sinais de sangramento. Outra alternativa é a doação de plaquetas materna.

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Q

(AC 2023) Homem de 32 anos apresenta quadro de dor abdominal e disfagia intermitente associado à fadiga e à dispneia aos esforços. Previamente hígido. Além de palidez cutaneo-mucosa, o único achado em exame físico é de baço palpável a 2 cm do RCE. Os exames laboratoriais mostram Hb: 8,4 ; Leuco 3.200 (diferencial normal) e Plaquetas: 109.000; DHL: 650 (VN 122-22), BI: 2,1 e achado de transformação cavernomatosa de veia porta.
Diante desse quadro, assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico mais provável desse paciente:

(A) Anemia hemolítica por anticorpo quente
(B) Deficiência de vitamina B12
(C) Beta talassemia
(D) Eliptocitose
(E) HPN

A

(E) HPN

Trata-se de um paciente com sintomatologia de anemia e desconforto abdominal com esplenomegalia ao exame físico. Com informações obtemos que o paciente possui anemia, com tendencia a leucopenia e plaquetopenia, além de DHL elevado e BI elevada que sugerem um quadro de hemólise. Associado a isso, temos que o paciente apresenta um quadro de trombose esplancnica, com transformação cavernomatosa em veia porta.

LETRA A INCORRETA:
A AHAI poderia justificar a anemia e sintomatologia, além de DHL e BI aumentadas, com leve esplenomegalia. Além disso, tem um risco teórico de maior eventos trombóticos. Mas não justificatia o quadro de leucopenia ou plaquetopenia, a não ser que por esplenomegalia. Dessa forma, é uma hipótese mais remota

LETRA B INCORRETA
Poderia até justificar as citopenias e DHL elevado, mas não a BI aumentada (o DHL é por hematopoiese ineficaz e não hemólise no contexto de B12). Além disso, não explicaria a esplenomegalia e trombose eplancnica

LETRA C e D INCORRETAS
Por se tratarem de causas congenitas, é dificil acreditar que a primeira manifestação seja por volta dos 32 anos. Mesmo em casos de B talassemia minor, não justificaria as outras citopenias e a trombose

LETRA E CORRETA
O HPN é caracterizado por anemia hemolítica intravascular por hiperativação do complemento. Sua fisiopatologia envolve polimorfismos no gene PIGA, que é responsável pela produção de proteínas de superfície eritrocitária que se ligam e são responáveis por inativação do sistema complemento (CD55 e CD59). Dessa forma, os eritrócitos estão sujeitos a hemólise intravascular, caracterizada por BI aumentada, DHL mais aumentado e hemoglobinuria. Pode apresentar hemólise por via intra ou extravascular (acumulo de C3 e retirada pelo baço) e pode estar associada a perda de ferro pela hemoglobinúria. Além disso, está relacionada a falencia medular adquirida, podendo cursar com anemia aplásica. Outra manifestação clássica mas pouco compreendida é o aumento do risco de tromboses, principalmente esplancnicas, podendo envolver circulação hepática. Dessa forma, a HPN justifica todas as alternativas, inclusive a esplenomegalia por hipertensão portal.

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6
Q

(AC 2023) Um homem de 56 anos, recém diagnosticado com hiperferritinemia. Foram afastadas alterações em órgão alvo. O paciente apresenta os seguintes resultados laboratoriais: HB: 14,5; Fe sérico: 170 (VN = 65 a 165); Ferritina: 620 (VN = 30 a 200); IST 55% (VN = 20 a 50%).
Nesse caso, a mutação mais provável de ser encontrada é

(A) S65C.
(B) SLC40A1.
(C) H63D.
(D) Hemojuvelina
(E) C282Y.

A

(E) C282Y

Trata-se de um paciente de 56 anos que está em investigação de hiperferritinemia.

A Hemocromatose hereditária é uma doença associada ao aumento de absorção intestinal de ferro, levando a sobrecarga desse elemento e podendo trazer complicações e lesões de órgão alvo. É uma doença com padrão de herança autossômica recessiva com baixa penetrância. Isso significa que é necessário homozigose para desenvolvimento da doença.

A forma mais comum está relacionada a mutação do gene HFE, sendo na maioria dos casos causada por homozigose do gene HFE C282Y (LETRA E CORRETA). Essa mutação em homozigose ou outras variantes menos comuns, são necessárias mas não suficientes para por si só definir o desenvolvimento de HH (com sobrecarga de ferro clínica).
A homozigose C282Y, além de ser a mais comum, é a que traz maior risco de sobrecarga (cerca de 90% dos pacientes com sobrecarga a possuem). No entanto, outra mutação que também está relacionada ao gene HFE é o H63D, que em homozigose ou dupla heterozigose com C282Y também pode levar a HH, mas é mais comum esses casos estarem relacionados com outros fatores de risco para sobrecarga de Ferro (como doença hepática) - LETRA C INCORRETA

Mutações dos genes S65C ou SLC40A1 (HH relacionada a ferroportina) podem também estar relacioandas ao surgimento de HH, mas são bem menos comuns LETRAS A e B INCORRETAS

A mutação do gene da hemojuvelina também pode causar HH, principalmente em pacientes mais jovens (Adolescentes). Não sendo o caso da questão (LETRA D INCORRETA)

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7
Q

(AC 2023) Criança de 2 anos é levada para atendimento especializado por quadro de infecção de vias aéreas superiores recorrentes e neutropenia leve. Há, também, relato de epistaxe e de equimoses frequentes. Apresenta coloração acinzentada de cabelos. O ESP mostra granulações anormalmente grandes em neutrófilos.
Acerca desse caso, assinale a alternativa que indica o diagnóstico mais provável.

(A) Síndrome de Griscelli
(B) Síndrome de Hermansky-Pudlak
(C) Síndrome de Chediak-Higashi
(D) Síndrome de Blackfan-Diamond
(E) Anemia de Fanconi

A

(C) Síndrome de Chediak-Higashi

A síndrome de Chediak-Higashi é uma rara doença autossômica recessiva de imunodeficiência primária que envolve defeitos nas células fagocíticas. A síndrome é causada por uma mutação no gene LYST (regulador do tráfico lisossômico; também conhecido como CHS1).
Desenvolvem-se lisossomos gigantes em neutrófilos e outras células (p. ex., melanócitos, células de Schwann). Os lisossomos anormais não podem se fundir com os fagossomos, logo, as bactérias englobadas não sofrem lise normal.

Os achados clínicos da síndrome de Chédiak-Higashi incluem albinismo oculocutâneo e suscetibilidade a infecções respiratórias recidivantes, além de outras infecções.
Aproximadamente 80% dos pacientes apresentam uma fase adiantada da doença, com febre, icterícia, hepatoesplenomegalia, pancitopenia, diátese hemorrágica e alterações neurológicas. Nessa fase adiantada, a síndrome de Chédiak-Higashi é normalmente fatal dentro de 30 meses.

Neutropenia, diminuição da citotoxicidade das células NK e hipergamaglobulinemia são comuns.
Examina-se o esfregaço de sangue periférico quanto à presença de grânulos gigantes nos neutrófilos e outras células; examina-se um esfregaço de medula óssea quanto à presença de corpos de inclusão gigantes em células precursoras de leucócitos.

O diagnóstico da síndrome de Chédiak-Higashi é confirmado por exame genético para mutações no LYST. Como essa doença é extremamente rara, não há necessidade de examinar os parentes, a menos que a suspeita clínica seja alta. Mesmo que um irmão seja portador, a probabilidade de este encontrar outro portador e ter filhos é extremamente baixa.

Antibióticos profiláticos podem ajudar a prevenir infecções, e interferon gama pode ajudar a restaurar parte da função do sistema imunitário. A pulsoterapia com corticoides e a esplenectomia algumas vezes induzem remissão transitória da síndrome de Chédiak-Higashi. Mas, a menos que TMO seja feito, a maioria dos pacientes com a síndrome de Chédiak-Higashi morre de infecção aos 7 anos. O TMO HLA idêntico pode ser curativo. A taxa de sobrevida em 5 anos pós-transplante é cerca de 60%.

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8
Q

(AC 2023) Na doença falciforme, a prevenção secundária de evento vascular isquêmico deve ser feita por meio de programa de transfusão ou de troca de hemácias. O objetivo desse tipo de tratamento é alcançar:

(A) HbS pré-transfusional de 50 a 60% e Hb: 9a10g/dL.
(B) HbS pós-transfusional de 40 a 50% e Hb: 9 a 10g/dL.
(C) HbS pré-transfusional de 30 a 50% e Hb: 8 a 9 g/dL.
(D) HbS pré-transfusional de < 30% e Hb: 9 a 10g/dL.
(E) HbS pós-transfusional de < 30% e Hb: 9 a 10g/dL.

A

(D) HbS pré-transfusional de < 30% e Hb: 9 a 10g/dL

Complicações neurológicas ocorrem em até 25% dos pacientes com AF. A recorrência desse evento é frequente e acontece em cerca de 50% desses pacientes, geralmente nos primeiros 3 anos após o AVC. Entretanto, transfusões crônicas reduzem em até 90% a recorrência desses eventos trombóticos. Durante a fase aguda do AVC, o paciente deve ser internado e indicada exsanguineo transfusão para manter o paciente isovolêmico, com Hb por volta de 10 e HbS < 30%. Após a fase aguda, deve-se iniciar esquema de transfusão crônica para manutenção de HbS < 30%.

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9
Q

(AC 2023) O TMO permanece como a única terapia curativa para mielofibrose primária ou secundária à PV ou TE. Apesar dos recentes avanços terapêuticos nessa área, o TMO ainda é de acesso difícil para grande parte dos pacientes e apresenta risco considerável de insucesso. Com base nisso, assinale a alternativa que apresenta aquele que é considerado como um fator de pior prognóstico para o sucesso do TMO:

(A) Plaquetose
(B) 5 ou mais transfusões
(C) Presença da mutação CALR
(D) Ausência de mutações ASXL1, EZH2, SRSF2 e IDH 1-2
(E) Baço palpável a 22 cm do rebordo costal esquerdo

A

(E) Baço palpável a 22 cm do rebordo costal esquerdo

Em pacientes com MF primária ou secundária, o TMO surge como indicação e terapia potencialmente curativa em pacientes estratificados como alto risco e obviamente candidatos a terapia intensiva. A estratificação pode ser feita com scores como MYPSS70 ou DIPSS Plus.

Nesses pacientes, a busca de doador deve ser iniciada logo após o diagnóstico. No entanto, antes do prosseguimento de TMO, o ideal seria tentar controlar o tamanho do baço se palpável a mais de 15cm de RCE pelo benefício teórico em melhor falha de enxertia, enxertia tardia ou função pobre do enxerto. Nenhum estudo comparou prospectivamente se há esse benefício e é uma conduta variável entre especialistas. Dentre as opções temos:
- Ruxolitinib: Estudo com 550 pacientes não mostrou diferença em NRM com uso prévio de JAKAVI, mas a taxa de enxertia de neutrófilos em 45 dias foi maior no grupo JAKAVI e teve uma relação com menos recaída
- Esplenectomia: Estudo com > 1000 pacientes mostrou que esplenectomia pré-TMO não trouxe diferença em OS. No entanto, na análise de subgrupo, houve um benefício de OS nos pacientes com baço palpável a > 15cm RCE
- RT: Poucos dados, mas sem diferença em OS.

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10
Q

(AC 2023) Paciente de 23 anos apresenta massa linfonodal abdominal de 18 cm e linfonodos palpáveis em cadeias cervicais e supraclaviculares de até 3 cm. O exame IHQ revela CD10 +, BCL6 +, Myc+, EBV+ e Ki67 95%. Os resultados laboratoriais são os seguintes:
- HB: 11; Leuco: 11.200; Plaquetas: 325.000;
- DHL: 3.200 U/L (VN = 135 a 225)
- AU: 8,5 mg/dL (VN = 3,4 a 7,0)
- Na: 136 mEq/L (VN = 136 a 145)
- K: 6,0 (VN = 3,5 a 5,1);
- Cr: 2,1

Diante dessas informações, a melhor conduta inicial neste momento é realizar

(A) Radioterapia de urgência na massa abdominal.
(B) Restrição de aporte hídrico e iniciar quimioterapia em alta dose.
(C) Hemodiálise e quelante de fósforo.
(D) Hidratação 3L/24 horas, alopurinol e citorredução com
corticoide.
(E) Hidratação 2L/24h, alopurinol e quiomioterapia em alta
dose.

A

(D) Hidratação 3L/24 horas, alopurinol e citorredução com
corticoide

A questão traz um paciente jovem com massa abdominal e linfonodomegalias supradiafragmáticas. A investigação mostra uma doença linfoproliferativa com CD10+ e alto índice proliferativo, com MYC e BCL6+. Todo linfoma CD10+ com Ki67 próximo de 10% deve levantar a suspeita de linfoma de Burkitt, com o diferencial de linfoma B de alto grau (DHL ou THL). No caso em questão, a apresentação com massa abdominal é mais sugestiva do diagnóstico de Burkitt e a citogenética com t(8;14) seria mais sugestivo nesse caso.

Só que mesmo antes do início do tratamento o paciente apresenta lesão renal aguda e alterações hidreletrolíticas compatíveis com síndrome de lise tumoral.

A síndrome de lise tumoral vai ser definida pelos critérios de Cairo de 2004:
- P > 4,5
- K > 6
- AU > 7
- Ca < 8

A presença de duas dessas alterações laboratoriais define a SLT laboratorial e a SLT clínica ocorre quando essas alterações trazem repercussão como LRA, arritmias cardíacas ou neurotoxicidade e convulsão. Definimos então que o paciente apresenta uma SLT.

A SLT ocorre em função do efluxo de conteúdo intracelular na circulação, contendo eletrólitos e conteúdo celular representado por AU. Isso leva a um aumento desses eletrólitos na circulação, exceto o cálcio que tende a se ligar com o fósforo e costuma estar em níveis reduzidos. A SLT é mais comum de ocorrer após o início da quimioterapia, com desencadeamento de destruição de células tumorais, mas em neoplasias altamente proliferativas o risco existe de SLT espontanea.

Quanto ao risco de acontecer, devemos levar em consideração fatores inerentes ao paciente (idade, comorbidades prévias, status volemico…) e características da doença e do tratamento. Pelos critérios de Cairo, as neoplasias são divididas em 3 categorias de acordo com o risco de desenvolver SLT.
- Alto risco: Burkitt avançado ou estadio precoce se DHL basal elevado, LLA B com leuco ao diagnóstico > 100.000 e DHL elevado, LMA com leuco > 100.000 e DHL elevado ao diagnóstico e LDGCB avançado e DHL basal elevado
- Risco intermediário: Burkitt precoce sem DHL elevado, LLA B < 100.000 leuco, LMA com leuco entre 25.000-50.000 e LDGCB sem aumento de DHL
- Baixo risco: LMC, LLC, linfomas indolentes

Os pacientes que apresentam alto risco possuem maior probabilidade de SLT espontanea e a sua prevenção deve ser mais intensa.
A profilaxia deve se basear em mantero paciente hidratado e isso costuma envolver estratégias de hidratação com cristaloides objetivando um débito urinário > 2ml/kg/h (lembrar que RL tem K e SF0,9% pode levar a acidose hiperclorêmica). Além disso, nos pacientes de risco intermediário a alto devemos utilizar agentes hipo-uricemiantes. Nos pacientes de risco intermediário usamos alopurinol e nos pacientes de alto risco utilizamos rasburicase, pelo seu maior potencial de reduzir o AU.

Uma vez estabelecido o diagnóstico de SLT, devemos corrigir os DHE e manter as mesmas orientações de hidratação abundante e medicamentos para reduzir os níveis de ácido úrico.

LETRA A INCORRETA:
A RT nesse contexto, além de não fazer parte do tratamento inicial, iria levar a uma citorredução importante e tendencia a aumento da taxa de lise e piora dos DHE e manifestações.

LETRA B INCORRETA:
Hidratação é de extrema abundancia nos pacientes com SLT, seja para profilaxia ou tratamento. Quanto mais hidratado, menor a taxa de lise e menor a incidencia de lesão renal pelo excesso de ácido úrico

LETRA C INCORRETA:
Não existe indicação de HD nesse momento, sendo que a disfunção renal e DHE podem ser corrigidos através de medidas clínicas. Além disso, não existe evidencia clara do benefício de quelantes de P

LETRA D CORRETA e E INCORRETA:
Deve-se sim realizar hidratação, mas o alvo não é o volume e sim o débito urinário de 2ml/kg/h. A citorredução pode ser realizada, principalmente se sintomas compressivos abdominais, mas o ideal é que se indicada citorredução seja feita com corticoides e não com QT altas doses, pelo risco de piorar muito a SLT. Apesar de o ideal ser Rasburicase, o alopurinol pode ser usado nesse contexto, principalmente na ausencia do primeiro. Deve-se lembrar no entanto, que a dose de alopurinol deve ser ajustada para a função renal

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11
Q

(AC 2023) Algumas coagulopatias adquiridas podem afetar o tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) simultaneamente por anormalidades em múltiplos fatores, como em CIVD, fibrinólise primária e insuficiência hepática. A partir dessas informações, assinale a alternativa que apresenta o painel de resultados esperado no caso de deficiência de vitamina K:

(A) Fib diminuído, FV diminuído, FVII diminuído, FVIII diminuído e FX diminuído
(B) Fib diminuído, FV diminuído, FVII diminuído, FVIII normal e FX diminuído
(C) Fib normal, FV diminuído, FVII diminuído, FVIII normal e FX diminuído
(D) Fib normal, FV normal, FVII diminuído, FVIII normal e FX diminuído
(E) Fib normal, FV normal, FVII diminuído, FVIII normal e FX normal

A

(D) Fib normal, FV normal, FVII diminuído, FVIII normal e FX diminuído

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(AC 2023) A combinação de fatores clínicos, citogenéticos e moleculares identificados nos últimos anos modificou a classificação das LMA e possibilitou nova visão prognóstica. Entre os fatores moleculares, aquele que impacta positivamente na sobrevida dos pacientes é a presença de:

(A) FLT3.
(B) NPM1.
(C) ASXL1.
(D) TP53.
(E) RUNX1.

A

(B) NPM1

Em 2022 houveram atualizações nos critérios diagnósticos, classificação e prognóstico de leucemias mieloides de acordo com o ELN.

Pela estratificação mais recente, existem 4 subgrupos de pacientes com LMA que apresentam um desfecho mais favorável, podendo evitar a necessidade de TMO em primeira CR:
- t(8;21) / RUNX1::RUNX1t1
- t(16;16) ou inv(16) / CBFB::MYH16
- NPM1 sem FLT3
- Mutação bialélica bZIP CEBPA

É importante lembrar que o benef;icio prognóstico de pacientes com LMA e mutação do NPM1 é altamente influenciado por outras alterações citogenéticas e moleculares. Por exemplo, o NPM1 com FLT3-ITD é classificado como risco intermediário.

Dentre as outras opções, todas são classificadas como alterações moleculares de alto risco.

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13
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(AC 2023) Paciente de 54 anos, TS A-, procura atendimento médico por sangramento intestinal volumoso. Refere ser portadora da síndrome de Bernard-Soulier. Ela apresenta Hb: 6,8g/dL e Plaquetas: 11.000.
Nesse caso, com relação à indicação de transfusão de plaquetas, a opção ideal seria utilizar um concentrado de plaquetas:

(A) Randômicas B+ Rh+.
(B) Randômicas A+ Rh-.
(C) Aférese A+ Rh-.
(D) Aférese apenas com compatibilidade ABO.
(E) De doadora nulípara.

A

(C) Aférese A+ Rh-

Trata-se de um paciente com necessidade de transfusão de plaquetas e a questão pergunta sobre qual a melhor estratégia e produto para doação.
As plaquetas possuem na sua superfície antígenos ABO, HLA e HPA. Idealmente a transfusão de plaquetas deve ser realizada com doador ABO compatível e não pelo risco de hemólise, pela baixa carga eritrocitária no produto, mas sim pela possibilidade de baixo incremento plaquetário. Tanto que para avaliarmos a possibilidade de refratariedade plaquetária, é necessário que tenha um CCI insuficiente em duas transfusões de plaquetas ABO compatíveis. O ideal também é que sejam plaquetas de doador unico por aférese.

A duvida fica em relação ao antígeno Rh, já que as plaquetas não possuem esse antígeno. Idealmente deve ser feito a transfusão de concentrado Rh compatível, principalmente em receptores Rh-, pelo risco de uma pequena contaminação eritrocitária e aloimunização contra antígenos Rh. Essa preocupação não se sustenta como argumento para ABO compatível pois os anticorpos anti-A e anti-B são naturais, já existindo sem necessidade de exposição prévia.

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14
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(AC 2023) Homem de 57 anos foi submetido a TMO alogênico com terapia MAC. No D+3, passou a presentar dor abdominal em QSD, icterícia e ascite. Houve ganho de peso de 6% em relação ao basal e elevação de creatinina de 1,1 para 1,8 mg/dL.
Acerca dessa situação, assinale a alternativa que apresenta a escolha terapêutica adequada:

(A) Restrição de volume
(B) Corticoide
(C) Defibrotide
(D) t-PA
(E) N-acetilcisteína

A

(C) Defibrotide

Trata-se de um paciente em pós-TMO alogênico que se apresenta com alterações hepáticas. As manifestações devem obrigatoriamente levantar a suspeita de VOD, principalmente levando em consideração o esquema de condicionamento MAC.

Existem dois critérios diagnósticos: Seattle e da Baltimore. Dentre eles, os critérios incluem:
- BD > 2
- Ascite
- Ganho de peso > 5% em relação ao pré-TMO
- Hepatomegalia dolorosa

A questão deixa implícito esse diagnóstico, mas não fornece a bilirrubina que seria um critério obrigatório pelos critérios de Baltimore. Uma vez levantada essa suspeita, devemos graduar a gravidade de acordo com alguns parametros:
- Velocidade de evolução
- Grau de elevação de BD
- Transaminases
- Nível de lesão renal
- Porcentagem de ganho de peso

Isso é importante pois define a conduta a ser tomada. Em pacientes estratificados como leve a moderado o tratamento deve ser com suporte, evitando drogas hepatotóxicas, mantendo o paciente euvolêmico e paracenteses de alívio se necessário. No caso de pacientes graves ou muito graves, indica-se o defibrotide, que é um fibrinolítico que vai ser utilizado no contexto de microangiopatia trombótica de capilares e sinusoides hepáticos, componente importante da fisiopatologia da doença.

O defibrotide deve ser usado por pelo menos 21 dias até resolução do VOD ou alta (máximo de 60 dias) - Nos estudos maioria dos pacientes precisou de 21 dias para apresentar resposta.

Existe mais de uma escala de graduação de gravidade proposta. Geralmente são usados os mesmos parametros. Dentre uma delas, é classificado como grave se:
- Tempo de início dos sintomas com < 4 dias
- BT > 5 ou dobrar em menos de 48h
- TGO/TGO > 5x LSN
- Ganho de peso > 5%
- Função renal > 1,5x basal

Por esses critérios, a paciente seria classificada como grave e necessita de tratamento precoce com defibrotide.

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15
Q

(AC 2023) Mulher em acompanhamento por osteopenia e por angiodisplasia intestinal é diagnosticada com gamopatia IgG kappa durante exames de rotina. O exame físico está normal. Em seus exames laboratoriais, obteve os seguintes resultados:
- Hb: 11,7; VCM 77; Leucócitos: 6.300; Plaquetas: 198.000;
- IgG 2,1 g/dL; kappa: 2,01 mg/dL; lambda: 1,23 mg/dL;
- Cr: 1,1 mg/dL;
- DHL = 193;
- Presença de 4% de plasmóctos atípicos em MO.

Acerca desse caso, assinale a alternativa que apresenta o provável diagnóstico da paciente:

(A) Gamopatia monoclonal de significado indeterminado
(B) Mieloma smoldering
(C) Mieloma múltiplo
(D) POEMS
(E) Waldenstrom

A

(A) Gamopatia monoclonal de significado indeterminado

Trata-se de uma paciente assintomática, com evidencia prévia apenas de osteopenia e descoberta de pico monoclonal IgG kappa em exames de rotina. O pico é quantificado como 2,1g/dl e não é acompanhado de alteração de relação K/L. Da investigação adicional não apresenta disfunção renal ou hipercalcemia e apresenta anemia discreta com VCM baixo que poderia mais provavelmente se tratar de outra causa. Realizada investigação de MO com 4% de plasmócitos clonais.

Quando levamos em consideração os critérios de MM, percebemos que nenhum critério é atingido:
- Plasmócitose clonal MO > 10% ou Plasmocitoma confirmado por biópsia - Ausente
- Sessenta porcento plasmócitos MO - Ausente
- Light chain ratio > 100 - Ausente
- MRI com lesões > 0,5 - Informação indisponível
- Calcio elevado - Informação indisponível
- Renal - Ausente
- Anemia - Ausente
- Bone lytic lesion - Ausente

É muito dificil associar o achado prévio de osteopenia com doença sintomática nesse contexto, e mesmo assim pela ausencia do critério obrigatório não é possível estabelecer o diagnóstico de MM sintomático ou MM Smouldering (**LETRAS B e C INCORRETAS).

Podemos concluir que se trata de um quadro de MGUS, e ainda estratificando essa paciente quanto ao risco de evolução para MM, temos os seguintes critérios:
- Pico monoclonal > 1,5
- Relação K/L alterada
- Pico não IgG

Temos apenas um desses critérios, sendo a paciente classificada como risco moderado. Caso nenhum desses estivesse presente, poderia ser possível não realizar estudo medular pelo baixíssimo risco de progressão para MM.

LETRA D INCORRETA:
A síndrome POEMS é uma doença plasmocitária clonal mas que se apresenta de uma forma bem específica, sendo marcada principalmente pela manifestação de polineuropatia com presença de pico monoclonal e níveis elevados de VEGF.
- Polineuropatia
- Organomegalia/Osteolytic lesions
- Endocrinopatia (exceto tireoide e DM)
- Monoclonal protein
- Skin lesions

Para o diagnóstico são necessários critérios obrigatórios, maiores e menores dentre os citados acima, sendo predominante a manifestação neurológica (obrigatório). Portanto, não é possível o estabelecimento desse diagnóstico. Além disso, nos pacientes com POEMS, é mais comum associação com lambda.

LETRA E INCORRETA
A macroglobulinemia de Walderstrom (também conhecido como linfoma linfoplasmocítico) é uma doença linfoproliferativa caracterizada por um componente plasmocitário monoclonal que se manifesta através de produção exacerbada de IgM.
Para o diagnóstico é necessário observar infiltração de linfócitos patológicos > 10%, geralmente com diferenciação linfoplasmocítica, CD5-, CD10-, CD23-, CD19+, CD20+, CD138+

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16
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(AC 2023) Assinale a alternativa que apresenta uma situação em que há a indicação de uso de concentrado de hemácias lavadas:

(A) Pacientes em QT
(B) Pacientes em programação de TMO ou em pós-TMO
(C) Prevenção de aloimunização
(D) Receptor que seja parente em primeiro grau
(E) Deficiência de IgA

A

(E) Deficiência de IgA

Apesar de ser a única resposta possível eu não concordo com esse gabarito.

A transfusão com componentes lavados tem o objetivo a redução de conteúdo plasmático, principalmente com o objetivo de prevenir reações alérgicas graves (anafilaxia) através da diminuição da carga proteica (que geralmente são os antígenos que desencadeiam a reação de hipersensibilidade tipoI).
No entanto, a principal indicação é de transfundir componentes lavados para prevenção de eventos em pacientes que já tiveram reações mais graves. Alguns autores orientam lavar os concentrados em pacientes que já apresentaram duas ou mais vezes eventos alérgicos, mesmo que mais brandos. Devemos indicar corretamente esses componentes pois demandam manipulação do produto, com possível perda de componente eritrocitário e plaquetário.

Em pacientes que já apresentaram uma reação alérgica grave, está indicada a pesquisa de deficiencia de IgA no paciente. Pacientes que são pobres em IgA quando recebem sangue com níveis mais altos dessas imunoglobulina acabam se sensibilizando e podendo este ser o antígeno causador da reação. Nesses casos, indica-se transfusão de produtos de doadores também pobres em IgA.

No entanto, a deficiencia de IgA a imunodeficiencia mais comum, e nem sempre os pacientes com deficiencia vão apresentar repercussão transfusional. Dessa forma, não existe indicação de lavar os produtos de todos os pacientes com deficiencia de IgA, mas apenas nos que já apresentaram reações alérgicas

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17
Q

(AC 2023) Na infecção por SARS-CoV-2, a elevação de dímero D está associada a:

(A) Pior evolução do quadro infeccioso em associação a outros fatores, como linfopenia.
(B) Maior risco trombótico para pacientes internados e indica introdução de anticoagulação em dose plena.
(C) Maior risco trombótico para pacientes, mesmo para pacientes ambulatoriais, e indica introdução de anticoagulação em dose profilática.
(D) Maior risco trombótico no período pós-alta quando está 2 vezes acima do valor superior de normalidade.

A

(A) Pior evolução do quadro infeccioso em associação a outros fatores, como linfopenia.

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18
Q

(AC 2023) Em um paciente de 68 anos, em investigação de anemia microcítica e de plaquetose, relevou-se a presença de 45% de sideroblastos em anel.
Nesse caso, é esperado encontrar a mutação:

(A) JAK 2 V617F.
(B) RUNX1.
(C) SF3B1.
(D) IDH 1⁄2.
(E) TET2.

A

(C) SF3B1

A SMD é um tipo de neoplasia clonal que surge de mutações em células progenitoras. Isso resulta em crescimento e diferenciação anormal de células imaturas em SP e MO, e consequentemente prejuízo em hematopoiese normal. As mutações são detectadas em mais de 90% dos casos, conferindo vantagem adaptativa ao clone. Dessas mutações, algumas alterações citogenéticas e moleculares são associados a eventos clinicos e morfológicos distintos.

A mutação SF3B1 está presente em 1/3 dos casos, associados a > 5% de sideroblastos em anel

O JAK V617F está relacionado a outras neoplasias mieloproliferativas, notadamente PV, TE ou MPF (LETRA A INCORRETA)

O RUNX1 ocorre em 7-15% dos pacientes com SMD e é mais comum em SMD relacionada a terapia e semelhante a LMA com mutação RUNX1, tem pior prognóstico (LETRA B INCORRETA)

TET 2 pode ocorrer em SMD, tendo um prognóstico mais favorável, mas sem relação com sideroblastos em anel (LETRA E INCORRETA)

IDH1/2 podem ocorrer em SMD, não estando relacionado a achados clinicos e morfologicos típicos. A particularidade é que são mutações que podem ser tratadas com terapia alvo (IDH1: Ivosidenib / IDH2: Enasidenib). Essas drogas podem ser usadas off label nos pacientes com SMD, pois os estudos que liberaram são para pacientes com LMA (LETRA D INCORRETA)

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19
Q

(AC 2023) Um paciente de 72 anos tem indicação de anticoagulação profilática por FA. Como antecedente, apresenta DM2 há 30 anos e ClCr calculado em 33 mL/min. O paciente não gostaria de usar antagonista de vitamina K por não lhe ser cômodo. Nesse caso, para a substituição dessa substância, a alternativa mais apropriada é utilizar:

(A) Dabigatrana
(B) Apixabana
(C) Rivaroxabana
(D) Edoxaban
(E) HNF

A

(B) Apixabana

Os DOACs vem sendo cada vez mais utilizados na prática clínica, substituindo o uso de outros anticoagulantes como o marevan. Essas drogas são amplamente utilizadas no contexto de AF e profilaxia de eventos trombóticos, com estudos demonstrando profilaxia semelhante de eventos embólicos e tambem segurança em relação a taxa de sangramentos. No entanto, tendo em vista que pacientes com disfunção renal mais avançada foram pouco representados nos trials de DOACs, os dados em relação a sua eficácia e segurança nessa população são escassos.

De acordo com os guidelines, ClCr < 30ml/min deve sugerir a suspensão de Dabigatrana, Rivaroxabana e Edoxabana e ClCr < 25 ou Cr > 2,5 deve sugerir a suspensão de Apixabana.

Tipo de metabolização:
- Rivaroxaban: 2/3 da droga são metabolizadas no fígado pelo CYP450 e o 1/3 restante não é metabolizado e é eliminado diretamente pelos rins
- Apixaban: Apixabana é o DOAC com menor excreção renal (cerca de 25%).
- Edoxaban: 50% de excreção renal
- Dabigatran: O que mais tem excreção renal (80%)

A) CLCR ENTRE 30-50

  • RIVAROXABANA
    No estudo ROCKET-AF, cerca de 20% dos pacientes com FA tinham DRC com ClCr entre 30-50ml/min e eram elegíveis a randomização para Rivaroxaban 15mg/dia, um regime de dose reduzida que foi selecionado através de estudos farmacodinâmicos e farmacocinéticos. O estudo mostrou que os pacientes apresentaram maior tava de eventos embólicos do que os pacientes com ClCr > 50, mas na analise de intention-to-treat o risco de evento embólico foi menor com rivaroxaban 15mg do que marevan, com risco de sangramento relevante semelhante entre os dois grupos.
  • APIXABANA
    Em pacientes em uso de apixabana, a elegibilidade para redução de dose nos pacientes com ClCr entre 30-50 depende do preenchimento de 2/3 critérios: Idade > 80, peso < 60, Cr > 1,5.
    No estudo ARISTOTLE pacientes que tinham dois desses 3 critérios receberam apixaban 2,5mg 2x ao dia. Os pacientes com Cr > 2,5 ou ClCr < 25 foram excluidos do estudo. Os pacientes com ClCr 30-50 tiveram taxa maior de sangramento do que os pacientes sem disfunção renal, mas mesmo assim, apresentaram menos sangramento do que os pacientes com marevan.
  • EDOXABANA
    Um estudo subsequente do ENGAGE-AF-TIMI 48 revelou que aproximadamente 20% dos pacientes que receberam edoxabana ou marevan tinham um ClCr entre 30-50. Esses pacientes que receberam edoxabana tiveram sua dose diária reduzida para 30mg, com benefício de eventos trombóticos e segurança em relação ao marevan.
  • DABIGATRANA
    No estudo RE-LY a eficácia e segurança de dois regimes de dose de dabigatrana (150mg ou 110mg 2x ao dia) foram comparados com marevan em relação a segurança e prevenção de eventos tromboembólicos. O risco de sangramento relevante foi semelhante entre 110mg, 150mg e marevam. O estudo sugere que os pacientes com ClCr entre 30-50 devem recebem a dose de 150mg 2x ao dia, exceto os pacientes com alto risco de sangramento, que devem receber a dose de 110mg 2x ao dia.

CLCR ENTRE 15-30

  • RIVAROXABAN
    As concentrações plasmáticas da droga se tornam mais elevadas em pacientes com disfunção renal mais importante, com maiores efeitos farmacodinâmicos, maior inibição do fator Xa e alteração de coagulograma mais evidente. Dessa forma, deve-se evitar xarelto nesse contexto.
  • APIXABAN
    O ESTUDO ARISTOTLE mostrou que pacientes que pacientes com ClCr entre 25-30 o risco de sangramento relevante foi menor que o marevan. O estudo no entanto, excluiu pacientes com Cr > 2,5 e ClCr < 25ml/min. Existe um estudo publicado que foi uma análise retrospectiva de 340 pacientes com FA não valvar que receberal apixaban 5 ou 2,5mg e eram categorizados de acordo com a função renal (ClCr < 25 vs ClCr > 25). A análise demonstrou que não houve diferença significativa em sangramentos relevantes nos dois grupos. Isso mostra que existem dados de pouca relevância (EVIDENCIA INSUFICIENTE) mas que demonstram possível segurança do uso em pacientes com ClCr < 25.
  • EDOXABAN
    Existem dois estudos pequenos nessa população de pacientes com ClCr entre 15-30. Um estudo italiano retrospectivo com 46 pacientes que tinham ClCr entre 15-30 receberam edoxaban 30mg com acompanhamento de 9 meses. Não houve evidencia de AVC ou sangramento relevante. Outro estudo pequeno, japones, com pacientes com FA e ClC entre 15-30 que foram tratados com edoxaban 15mg 1x ao dia demonstrou eficácia e segurança semelhantes além de níveis plasmáticos comparáveis com os pacientes com ClCr > 50 que recebiam edoxaban 30-60mg 1x ao dia. Da mesma forma que a apixabana, são dados promissores mas INSUFICIENTES para indicação da droga nessa população.
  • DABIGATRANA
    Dabigatrana 150mg é CONTRAINDICADA em pacientes com FA e ClCr < 30ml/min, tendo em vista que nesses pacientes a exposição a droga é 6x maior. Estudos adicionais levaram a aprovação do FDA de dabigatrana 75mg 2x ao dia em pacientes com ClCr entre 15-30 nos EUA.
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20
Q

(AC 2023) Um paciente de 38 anos, sem comorbidades, está em uso de rivaroxabana por TVP proximal há 2 meses. Ele possui indicação de extração dentária por infecção local.
Nesse caso, com relação à anticoagulação, assinale a alternativa correta:

(A) Recomenda-se não usar por 48-72h antes do procedimento
(B) Recomenda-se não usar por 24-48h antes do procedimento
(C) Recomenda-se não usar por 12-24h antes do procedimento
(D) Recomenda-se não usar por 6-12h antes do procedimento
(E) Recomenda-se manter o uso e usar anti-fibrinolíticos no pós operatório

A

(C) Recomenda-se não usar por 12-24h antes do procedimento

De acordo com o guideline canadense de abordagem pré-operatória de pacientes com DOAC o tempo de suspensão antes do procedimento depende do DOAC usado e do risco de sangramento inerente ao procedimento.

RIVAROXABAN

A) RISCO MÍNIMO
- Procedimento dentário simples
- Catarata
- Procedimento cutâneo simples
- É seguro não interromper a anticoagulação mas são poucos os dados que corroboram essa afirmação. Uma alternativa seria suspender a dose no dia do procedimento ou atrasar a dose para 4-6 horas após o procedimento

B) BAIXO/MODERADO RISCO
- Fazer ultima dose de xarelto 2 dias antes de cirurgia ou procedimento (pular uma dose) que corresponde a aproximadamente 2-3 meias vidas entre parar o xarelto e a cirurgia

C) ALTO RISCO
- Cirurgia SNC e neuroeixo ou com anestesia epidural
- Ultima dose de xarelto 3 dias antes da cirurgia (pular duas doses) que corresponde a 4-5 meias viadas entre parar o xarelto e s cirurgia.

A tabela de risco dos procedimentos coloca como maioria dos procedimentos dentários como de risco mínimo para sangramento (extração dentária 1-2 dentes, procedimentos endodonticos como canal ou limpeza subgengival. O mesmo considera como risco baixo a moderado os procedimentos complexos como multiplas extrações dentárias. Pelo protocolo, seria considerado procedimento de risco mínimo e, portanto, tanto a letra C como D estariam corretas.

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21
Q

(AC 2023) Um homem de 22 anos é recentemente diagnosticado com cLH em biópsia linfonodal. Ele nega outras patologias. A realização do PET demonstra cadeia mediastinal e supraclavicular esquerda acometidas, sem massa volumosa. O paciente nega emagrecimento, febre ou sudorese noturna. Seus exames laboratoriais mostram Hb: 13,5; Leuco: 9.800 (2.100 linfócitos); Plaq: 190.000; VHS 45; Albumina: 3,5.
Nessa situação, a partir desses dados e da classificação prognóstica do paciente, assinale a alternativa que representa o melhor planejamento terapêutico.

(A) RT localizada e controle com PET 3 meses após seu término.
(B) 4x de QT e controle com PET 3 meses após seu término.
(C) 2x de QT seguidos por RT e por controle com PET 3 meses após seu término.
(D) 3x de QT, avaliação interina com PET. Se Deauville > 4, deve-se prosseguir com 3 ciclos.
(E) 2x de QT, avaliação interina com PET. Se Deauville > 4, deve-se prosseguir com a quimioterapia e discutir inclusão de radioterapia.

A

(E) 2x de QT, avaliação interina com PET. Se Deauville > 4, deve-se prosseguir com a quimioterapia e discutir inclusão de radioterapia

Trata-se de um paciente com diagnóstico recente de linfoma de Hodgkin com programação de início de tratamento. O tratamento desses pacientes depende do estadiamento estabelecido. O paciente em questão apresenta acometimento de duas cadeias do mesmo lado do diafragma, sem sintomas B e sem massa Bulky (Ann Arbor IIA). Pelos critérios de Lugano seria classificado como Early Stage e sabemos que esses pacientes devem ser subclassificados como Favorável ou Desfavorável. Para essa diferenciação existem dois scores mais utilizados: O do grupo alemão (GHSH) e EORTC.
O critério do GHSH envolve:
- Massa mediastinal > 1/3 do diametro intratorácico
- VHS > 30 com sintomas B e > 50 sem sintomas B
- Acometimento extranodal
- > 2 grupos linfonodais

O paciente em questão não possui NENHUM desses parâmetros, sendo portanto classificado como EARLY STAGE FAVORABLE

O tratamento de pacientes Early Stage geralmente evolve estratégia COMBINADA com QT+RT. Ao contrário de pacientes com Advanced Stage, que o tratamento de primeira linha não inclui radioterapia.

O tratamento de EARLY STAGE FAVORABLE foi estabelecido como 2xABVD + RT20Gy pelo estudo GHSH HD10. O estudo comparou 4 grupos:
- 4x ABVD + 30Gy
- 4x ABVD + 20Gy
- 2x ABVD + 30Gy
- 2x ABVD + 20Gy
Não houve diferença de DFS e OS entre os grupos, de forma que a melhor estratégia seria 2xABVD + 20Gy por limitar toxicidade (LETRA C CORRETA)

Uma outra estratégia proposta pelos guidelines do ESMO seria a realização de 2xABVD com PET interim. Se PET positivo, estaria indicado escalonamento para 2xescBEACOPP e posterior RT (e não seguir com a QT inicial) - **LETRA D e E INCORRETAS.

22
Q

(AC 2023) A eosinofilia pode estar relacionada a diversas situações reacionais e a doenças hematológicas agudas ou crônicas, tornando sua investigação bastante laboriosa quando não imediatamente relacionada à verminose ou a quadro alérgico. Com o maior acesso às pesquisas mutacionais fica mais comum a determinação de algum diagnóstico clonal, tornando cada vez mais raro o achado de síndrome hipereosinofílica. A partir dessas informações, assinale a alternativa que indica alteração importante na sequência diagnóstica das patologias clonais eosinofílicas:

(A) SOX-11
(B) EBV
(C) PDGFRα
(D) t(8:21)
(E) SF3B1

A

(C) PDGFRα

Eosinofilia leve é definida como contagem absoluta de eosinófilos entre 500-1000 e é comum ocorrendo em até 10% da população. Causas frequentes incluem atopia, asma e infecção helmintica.

Ao contrário hipereosinofilia é definida como contagem absoluta de > 1.500 e é relativamente raro, sendo necessária investigação da sua causa e pesquisa de manifestações de órgão alvo. O acometimento tecidual é o definidor de SÍNDROMES HIPEREOSINOFÍLICAS e esse acometimento é definido como:
- > 20% de eosinófilos em relação a outras células nucleadas na MO
- Infiltração de outros tecidos na biópsia que na opinião do patologista encontra marcadamente aumentado
- Deposição extracelular importante de proteínas derivadas de eosinófilos pela IHQ

Síndromes hiperosinofílicas, de qualquer causa, são potencialmente ameaçadoras a vida, com complicações como envolvimento cardíaco, TEV e manifestações neurológicas. Sinais clínicos e laboratoriais associados a pior desfecho incluem:
- Leuco > 100.000
- Sinais de IX
- Outros achados sugestivos de DMPC (esplenomegalia, desvio a E no SP, B12 elevada)
- Resistencia a corticoterapia

Em 2005 um consenso para tratamento de HES propos um esquema de classificação que subdividia esses pacientes de acordo com caracteristicas clínicas. Essa classificação foi refinada em 2010 e divide os pacientes em 6 variantes clínicas
- HES mieloproliferativa
- HES variante linfocítica
- HES overlap
- HES associada
- HES familair
- HES idiopática

Dentre esses pacientes, destacam-se o do grupo de doença mieloproliferativa. Principalmente porque nesses pacientes o uso de ITK pode ser uma opção no tratamento. A maioria dos pacientes respondedores a Imatinib possuem uma alteração do cromossomo 4, causando uma tirosina quinase constitutivamente ativa FIP1L1-PDGRFA que pode ser detectada por FISH em SP ou MO - LETRA C CORRETA.
Outras fusões menos comuns são:
- KIF5B-PDGFRA
- ETV6-PDGFRB

Esses pacientes com documentação de mutações devem ser tratados com Imatinib 100-400mg/dia. Corticoides devems er administrados durante os primeiros duas de imatinib nos pacientes com história de envovimento cardíaco ou troponina elevada para prevenir necrose miocárdica (uma complicação rara do uso de imatinib em pacientes com eosinofilia. A resposta a imatinib geralmente vem em dias a semanas e quase todos os pacientes apresentam resposta hematológica e molecular. Tento em vista que a presença da mutação FIP1L1-PDGRFA acontece antes do retorno da eosinofilia e dos sintomas, os pacientes devem ser vigiados a cada 3-6 meses durante Imatinib e após a descontinuação.

23
Q

(AC 2023) Mulher de 29 anos procura atendimento médico por quadro de fraqueza de instalação recente, epistaxe e equimoses espontâneas e por dor abdominal intermitente. Os achados laboratoriais incluem:
- Hb: 6,4g/dL; Leuco: 11.200; Plaq: 26.000; DHL: 798 (VN = 135 a 225); BI 2,1; TP e TTPA normais; TAD negativo.

Durante o período de observação, a paciente apresenta confusão mental.
Acerca desse caso, considerando o diagnóstico mais provável, o exame recomendado para confirmação desse diagnóstico é:

(A) MAIPA.
(B) Dosagem do fator de von Willebrand.
(C) Dosagem de fibrinogênio de dímero D.
(D) Dosagem de ADAMTS- 13.
(E) Aspirado de medula óssea.

A

(D) Dosagem de ADAMTS- 13

24
Q

(AC 2023) Paciente de 56 anos, portador de cirrose hepática alcoólica. Vem para consulta visando ao preparo hemostático para colecistectomia por VLP. Apresenta sinais ultrassonográficos compatíveis com hipertensão portal e varizes de esôfago de médio calibre. Não apresenta outras patologias. Seus exames laboratoriais são os seguintes:
- Hb: 11,7; Leuco: 3.400; Plaq: 105.000; TP 15” RNI 1,4 (VN até 1,2); TTPA 41” rt: 1,36 (VN até 1,2).

Diante desse caso, a conduta assertiva é:
(A) Transfundir PFC 2U imediatamente antes da cirurgia.
(B) Transfundir PFC apenas se houver sangramento.
(C) Infundir concentrado de complexo protrombínico não ativado no pré-operatório imediato.
(D) Usar fator VII ativado em caso de sangramento ativo.
(E) Transfundir crioprecipitado para evitar sobrecarga de
volume.

A

(B) Transfundir PFC apenas se houver sangramento

Cirrose causa alteração em processos protrombóticos e anticoagulantes, mesmo em pequenos procedientos.
Pacientes cirróticos possuem maiores taxas de hemorragia e hematomas em procedimentos minimamente invasivos. Testes laboratoriais tradicionais são difíceis de interpretar no contexto de pacientes com disfunção hepática, de modo que taxas de INR e plaquetas podem não se correlacionar com risco de sangramento pós procedimento.
O papel de vitaminaK, PFC, fator VIIa e crioprecipitado para tratar coagulopatia cirrótica no pre-op é incerto.
Vitamina K 10mg por dia por 3 dias antes do procedimento é recomendada as vezes, apesar de que o uso de vitamina K em pacientes cirróticos não tem muita evidência e estudos retrospectivos sugerem que não reduz sangramento (faz sentido, levando em consideração que apesar da vitamina o fígado ainda seria incapaz de produzir os fatores).
PFC pode normalizar transitoriamente alterações laboratoriais, mas pode não ser benéfico nesses pacientes pelo excesso de volume, podendo aumentar a pressão venosa em um paciente que provavelmente já possui uma hipertensão portal.
Existem poucos dados da eficácia de crioprecipitado e fator VII em pacientes cirróticos.

Tendo em vista que existe pouca evidencia para correção pré-cirurgica de pacientes com coagulopatia por cirtose com hemocomponentes, as recomendações são do seu uso apenas como ESTRATÉGIA DE RESGATE.

Especialistas podem recomendar o uso de crioprecipitado para pacientes com fibrinogenio < 100.

25
Q

(AC 2023) A eficácia da transfusão plaquetária pode ser afetada por diversos mecanismos que interfiram no incremento plaquetário. Acerca desse assunto, considerando o uso de plaquetas isotípicas para o sistema ABO e com estocagem ≤ 72 horas, assinale a alternativa correta:

(A) 80% das causas de incremento inadequado são decorrentes de mecanismos imunológicos.
(B) Entre as causas imunes, a incompatibilidade por antígenos do sistema HPA é a que mais se encontra.
(C) É necessária contagem plaquetária com intervalo pré e pós de 1 a 24horas
(D) Esplenomegalia é um importante fator não imunológico
(E) Só pode ser considerada falha após 4 transfusões com incremento inadequado

A

(D) Esplenomegalia é um importante fator não imunológico

26
Q

(AC 2023) Paciente em acompanhamento por MM lambda, ISS-1, e doença óssea no início alcançou VGPR após TMO autólogo. No quarto mês de uso de lenalidomida como terapia de manutenção, passou a queixar-se de desconforto geral mal definido, ganho de peso e sonolência. Também se observou queda da taxa de hemoglobina de 1 g/dL. Não houve alteração do componente monoclonal nesse período
Nesse caso, deve-se investigar:

(A) Hipomagnesemia.
(B) Neuropatia periférica.
(C) Insuficiência renal.
(D) Insuficiência hepática.
(E) Hipotireoidismo.

A

(E) Hipotireoidismo

Hipotireoidismo já foi relatado como efeito colateral possível de talidomida ou lenalidomida. O mecanismo preciso não é conhecido, mas são propostos:
- Dano direto celular
- Início de resposta imune direcionada contra a tireoide
- Menor absorção de iodo
- Menor capacidade secretória da glândula.

Hipotireoidismo não detectado pode levar a sintomas como fadiga, constipação, derrame pericárdico e bradicardia. Muitos desses sintomas são inespecíficos e podem ser atribuidos a doença de base ou outras entidades.

Por causa dos potenciais efeitos da lenalidomida na função da tireoide, alguns investigadores recomendam vigilancia com função tireoidiana realizada antes e durante o tratamentom, pelo menos a cada 2 meses

27
Q

(AC 2023) Homem de 72 anos está em acompanhamento por LMC, em fase crônica, há 7 meses. É ex-tabagista e apresenta como antecedentes patológicos DM, IAM e doença arterial periférica. Na terceira semana após a introdução de imatinibe 400 mg ao dia, apresentou rash cutâneo grau 2. Na ocasião, a conduta adotada foi a suspensão da medicação com reintrodução na dose de 300 mg ao dia, após resolução dos sintomas. O controle de transcritos de BCR-ABL no sexto mês de terapia mostrou 23%.
Considerando esse caso clínico e o perfil de eventos adversos de cada droga, assinale a alternativa que apresenta a opção terapêutica que deve ser evitada para esse paciente:

(A) Dasatinibe
(B) Nilotinibe
(C) Ponatinibe
(D) Interferon peguilhado
(E) Hidroxiureia

A

(B) Nilotinibe

Trata-se de um paciente com LMC e início recente de tratamento com ITK de primeira geração. No entanto, apresenta efeito colateral que atrapalha o curso do tratamento e apresenta monitorização com falha de resposta molecular com 6m. Pelos milestones utilizados na monitorização desses pacientes, a primeira decisão de troca de medicação deve ocorrer aos 6 mese, sendo obrigatório atingir BCR-ABL no mínimo < 10%. O paciente tinha 23% com 6 meses, sendo indicada a troca da medicação para os medicamentos de segunda geração. Dentre eles, destacam-se Nilotinib e Dasatinib.

A eficácia e segurança de ambos é semelhante, devendo a escolha ser feita através de características individuais do paciente e do perfil de efeitos colaterais.

Por se tratar de um paciente de 72 anos, com antecedente de DM e doença coronaria e arterial periférica, o NILOTINIB DEVE SER EVITADO, uma vez que os efeitos colaterais dessa medicação tem como principal marcador a piora de parâmetros metabólicos e cardiovasculares.

28
Q

(AC 2023) As infecções crônicas por alguns agentes infecciosos estão relacionadas à gênese de determinadas doenças linfoproliferativas. Em relação a esse assunto, assinale a alternativa em que todos os agentes apresentados podem estar vinculados a esse mecanismo:

(A) HIV; HCV; estafilococos
(B) EBV; Cândida albicans; Chlamydia trachomatis
(C) Candida albicans; Herpes vírus 2; Treponema pallidum
(D) EBV; H. pylori; HTLV
(E) H. pylori; Toxoplasma gondii; Pneumocystis
jirovecii

A

(D) EBV; H. pylori; HTLV

29
Q

(AC 2023) A HIT é uma situação rara, porém grave e potencialmente fatal. Está associada à queda de contagem plaquetária em 50% da inicial, em geral de 5 a 10 dias após a introdução do anticoagulante. Seu reconhecimento é chave para instituição de medidas terapêuticas. Sua patofisiologia está relacionada à ligação da heparina a:

(A) P-selectina
(B) Fator plaquetário 4
(C) Microparticulas plaquetárias
(D) Tromboxano A2
(E) NETs

A

(B) Fator plaquetário 4

A HIT é a complicação não hemorrágica mais relevante do uso de heparina. É uma complicação imune causada por anticorpos direcionados ao imunocomplexo formado pela heparina e o fator plaquetário 4 (PF4).

Uma vez formados esses anticorspos, um subgrupo de pacientes irá desenvolver um estado de hipercoagulabilidade causado por por anticorpos ativadores que promovem a geração de trombina.

O PF4 é uma proteína plaquetária carregada positivamente armazenda em granulos a plaquetários e liberada em altas quantidades no momento de ativação plaquetária. Essas proteínas quando liberadas se ligam ao glicosaminoglicanos nas células endoteliais próximas (que são carregados de cargas negativas) e estimulam um microambiente pró-trombótico.

30
Q

(AC 2023) Para pacientes em idade fértil com previsão de transfusão regular e pesquisa de anticorpo antieritrocitário negativo, é recomendado fazer uso de concentrado de hemácias fenotipadas. Com relação a esse assunto, assinale alternativa que apresenta os sistemas mais imunogênicos:

(A) Rh e Kell
(B) Duffy e Kid
(C) MNS e Rh
(D) Kell e Kid
(E) Rh e Duffy

A

(A) Rh e Kell

31
Q

(AC 2023) Paciente masculino está em tratamento por PTI crônica. Mostra-se dependente de doses acima de 20 mg/dia de prednisona para manutenção de contagem plaquetária acima de 20.000 e foi refratário ao uso de azatioprina. Há 30 dias, iniciou uso de dapsona conforme orientação de seu hematologista. Procura atendimento por cansaço, taquicardia e dispneia. Ao exame, mostra-se descorado e subictérico.
Nesse caso, a principal hipótese é anemia hemolítica provocada por:

(A) Deficiência de G6PD.
(B) Deficiência de piruvato quinase
(C) Deficiência de β-espectrina.
(D) Ovalocitose.
(E) Mecanismo autoimune.

A

(A) Deficiência de G6PD

32
Q

(AC 2023) Mulher de 32 anos procurou atendimento por quadro de astenia de instalação recente, dispneia e múltiplas petéquias e equimoses que surgiram nos últimos 3 dias. O hemograma revela:
- Hb: 6,2; Leuco: 5.400; Plaq: 30.000.
- IFP: CD117+, CD 13+, CD 33+ e HLADR -.

Nesse caso hipotético, o achado de t(15:17) (q22:q2) indica o diagnóstico de:

(A) LMA minimamente diferenciada.
(B) LMA promielocítica.
(C) LLA Prolinfocítica
(D) LMA mielomonocítica
(E) LMA pós SMD

A

(B) LMA promielocítica

33
Q

(AC 2023) Homem de 69 anos, diagnosticado há 2 anos com LLC, Binet A/RAI, comparece a consulta. Vem mantendo neste período o hemograma estável, atualmente com Hb: 13 e 32.000 linfócitos. Evoluiu com PTI de difícil controle por dependência de dose elevada de corticoide.
Assinale a alternativa que indica a melhor conduta terapêutica nesse caso clínico:

(A) Manter corticoide
(B) Substituir por agonista do receptor de trombopoietina
(C) Realizar esplenectomia
(D) Iniciar tratamento específico para LLC
(E) Iniciar tratamento para LLC, se IGHV não mutado ou del(17p) presente

A

(D) Iniciar tratamento específico para LLC

34
Q

(AC 2023) A estratificação de risco em MM, conforme o escore ISS, considera os critérios β2 microglobulina a albumina. A revisão desse escore inclui a presença de alterações citogenéticas de alto risco. A respeito desse tema, assinale a alternativa que apresenta uma dessas mutações:

(A) t(9:22)
(B) Del(5q)
(C) Del(17p)
(D) t(8:21)
(E) t(15:17)

A

(C) Del(17p)

35
Q

(AC 2023) Paciente sem antecedentes patológicos procura atendimento médico por astenia progressiva e palidez cutaneomucosa. Como antecedente, relata vitiligo. Ao exame clínico, apresenta-se subictérica e com língua despapilada. Os resultados laboratoriais mostram:
- Hb: 8,4, VCM: 118, Leuco: 37.000 (com presença de neutrófilos hipersegmentados), Plaquetas: 120.000 e DHL: 837. Considerando esse caso clínico e o diagnóstico mais provável, assinale a alternativa correta:

(A) Realização de EDA e(ou) pesquisa de anticorpo anticélula parietal e avaliação da função tireoidiana devem fazer parte da investigação
(B) A reposição deve ser feita preferencialmente com ácido folínico
(C) É necessária a realização de TAD antes de iniciar a terapia.
(D) Deve-se dosar ADAMST-13 e bilirrubinas totais e frações antes de iniciar a terapia
(E) É imprescindível a realização de aspirado de medula óssea.

A

(A) Realização de EDA e(ou) pesquisa de anticorpo anticélula parietal e avaliação da função tireoidiana devem fazer parte da investigação

36
Q

(AC 2023) Paciente secundigesta, com 30 semanas, apresenta plaquetopenia igual a 30.000 e PA igual a 140 x 90 mmHg, sem outra alteração clínica ou laboratorial. Com base nesse caso clínico, considerando os principais diagnósticos relacionados à gestação, assinale a alternativa que apresenta a combinação mais adequada de exames:

(A) Hemograma, TP, TTPA, DHL, transaminases e bilirrubinas, creatinina
(B) Hemograma, anticoagulante lúpico, proteínas totais e frações
(C) Hemograma, TP, transaminases, creatinina e FAN
(D) Hemograma, haptoglobina, DHL, creatinina
(E) Hemograma, TP, TTPA, creatinina, gama GT e DHL

A

(A) Hemograma, TP, TTPA, DHL, transaminases e bilirrubinas, creatinina

37
Q

(AC 2023) Um homem deu entrada no PS com quadro de distensão abdominal e melena. Exame físico sem alterações significativas, exceto por mucosas descoradas. Não foi identificado linfonodo ou visceromegalia. A EDA mostrou tumores polipoides de 5 a 20 mm distribuídos por toda a extensão do cólon e lesões submucosas em estômago e duodeno. O estudo imunoistoquímico mostrou comprometimento linfomatoso com CD5+, CD10-, CD20+, CD23-, BCL2+ e ciclina D1+.
Assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico que pode ser firmado nesse caso clínico:

(A) Linfoma linfocítico
(B) Linfoma de grandes células B
(C) Linfoma MALT
(D) Linfoma MALT
(E) Linfoma do manto

A

(E) Linfoma do manto

38
Q

(AC 2023) Uma das mais graves complicações do TMO alogênico é o GVHD. Assinale a alternativa que descreve um dos processos básicos necessários ao desenvolvimento de GVHD:

(A) Ativação do linfócito B do receptor mediada por antígenos do doador
(B) Ativação do sistema complemento do doador pela ADAMST13 do receptor
(C) Ativação do BCL6 do receptor
(D) Ativação do linfócito T do doador mediada por antígenos HLA do receptor
(E) Supressão do linfócito B do receptor pelo linfócito T do doador.

A

(D) Ativação do linfócito T do doador mediada por antígenos HLA do receptor

39
Q

(AC 2023) Paciente de 42 anos é portador de TE, com presença da mutação do gene da calreticulina (CALR), sem fator de risco cardiovascular, antecedente de evento trombótico ou histórico de tabagismo. Seu hemograma atual mostra Hb: 14,5; Leuco: 8.900; Plaq: 673.000.
Acerca desse caso, assinale a alternativa que apresenta o tratamento adequado.

(A) Hidroxiureia e antiagregação
(B) Observação
(C) Interferon
(D) Anagrelide
(E) Hidroxiureia

A

(B) Observação

40
Q

(AC 2023) A sobrevida global da LPA foi incrementada com a adição do ATRA. Mas um de seus mais temidos efeitos é a síndrome da diferenciação (SD). Assinale a alternativa que apresenta fator de risco de SD:

(A) Leucócitos > 10.000/mm3
(B) Leucócitos > 5.000/mm3
(C) Ganho de peso acima de 5 Kg
(D) Hipotensão arterial
(E) Infiltrado pulmonar

A

(A) Leucócitos > 10.000/mm3

41
Q

(AC 2023) A β-talassemia permanece como uma patologia crônica com muitos eventos adversos diretos e também causados pelas terapias atualmente disponíveis, especialmente nas formas com dependência transfusional. A terapia transfusional pode ser instituída nos casos em que se pretende corrigir a anemia, suprimir a eritropoiese e inibir a absorção de ferro gastrointestinal. A partir dessas informações, assinale a alternativa que indica um dos critérios corretos para início da reposição de concentrado de hemácias em crianças com talassemia major:

(A) Se Hb pré-transfusional < 9,5 a 10,0 g/dL.

(B) Se Hb pré-transfusional < 10,0 a 11,5 g/dL.

(C) Se Hb > 7,0 g/dL, com o paciente apresentando mudanças faciais, crescimento comprometido, fraturas ou hematopoese extramedular.

(D) Comprometimento do crescimento, qualquer que seja
o nível de Hb.

(E) Se houver limitação para atividade física.

A

(D) Comprometimento do crescimento, qualquer que seja o nível de Hb.

(C) Se Hb > 7,0 g/dL, com o paciente apresentando
mudanças faciais, crescimento comprometido, fraturas ou hematopoese extramedular.

42
Q

(AC 2023) Assinale a alternativa que apresenta o elemento deficiente em pacientes anêmicos com coiloníquia, com cabelos quebradiços, com queilite angular, com perversão do paladar e com síndrome das pernas inquietas:

(A) Fe
(B) Níquel
(C) Cromo
(D) Cálcio
(E) Magnésio

A

(A) Fe

43
Q

(AC 2023) No caso da doença de Castleman unicêntrica HIV negativo, o tratamento de escolha é

(A) Observação.
(B) Rituximabe.
(C) Ciclofosfasmida.
(D) Ressecção cirúrgica.
(E) Radioterapia.

A

(E) Radioterapia.

(D) Ressecção cirúrgica

44
Q

(AC 2023) Uma criança está sob investigação por trombocitopenia e possui antecedente de outros familiares acometidos. Uma análise do esfregaço de sangue periférico apresenta plaquetas grandes e inclusões em neutrófilos.
Nesse caso, o diagnóstico mais provável é:

(A) Anomalia do GATA-1.
(B) Anomalia do gene MYH9.
(C) Síndrome das plaquetas cinzentas
(D) Síndrome de Bernard-Soulier.
(E) Doença de Von Willebrand.

A

(B) Anomalia do gene MYH9.

45
Q

(Ac 2023) Um paciente se encontra em atendimento de urgência por sangramento volumoso após cirurgia de implante dentário. Nega antecedente hemorrágico prévio, mesmo em situação de cirurgia. O hemograma mostra Hb: 13,7; Leuco: 10.400 com neutrofilia; Plaq: 1.350.000
Nessa situação, a partir do diagnóstico mais provável, assinale a resposta que indica o exame mais adequado para esse caso:

(A) Tempo de trombina
(B) Fibrinogênio
(C) Dosagem de fator VIII
(D) Dosagem de fator de Von Willebrand
(E) Dosagem do cofator de ristocetina

A

(D) Dosagem de fator de Von Willebrand

(E) Dosagem do cofator de ristocetina

46
Q

(AC 2023) O diagnóstico das neoplasias linfoporliferativas pode ser desafiador. Além da apresentação clínica, imunofenotipagem e avaliação imunoistoquímica, outros exames podem ser necessários. Nesse sentido, o achado da mutação do MYD88 é especialmente importante para o diagnóstico de determinada patologia. Assinale a alternativa que apresenta essa patologia:

(A) Linfoma de zona marginal esplênico
(B) Linfoma do manto
(C) Linfoma linfoplasmacítico
(D) Mieloma múltiplo
(E) Waldenstrom

A

(E) Waldenstrom

(C) Linfoma linfoplasmacítico

47
Q

(AC 2023) Menina de 14 anos é avaliada por quadro de anemia ferropriva persistente. Relata já ter sido tratada em 3 ocasiões, sempre com recidiva da anemia microcítica. Possui alimentação adequada e variada, contendo carne. Teve a menarca aos 11 anos com fluxo menstrual regular e sem descrição de sangramento uterino anormal. Já foi investigada e tratada empiricamente para verminoses. Relata diagnóstico de DM há 3 meses e eventos esporádicos de diarreia.
Com base nesse caso, assinale a alternativa que indica a provável patologia de base para a anemia:

(A) Gastrite atrófica
(B) Hipertireoidismo autoimune
(C) Hiperparatireoidismo
(D) Síndrome de Imerslund-Grasbek
(E) Doença celíaca

A

(E) Doença celíaca

48
Q

(AC 2023) Na avaliação de AHAI, o TAD é um recurso esperado. Em associação à técnica do eluato, auxilia a determinar o tipo de anticorpo provocador. Na AHAI, por anticorpo a quente, é esperado encontrar:

(A) TAD negativo e eluato negativo.
(B) TAD positivo C3 e eluato negativo.
(C) TAD positivo IgG+C3 e eluato positivo IgG.
(D) TAD positivo IgG; C3; C3d e eluato negativo.
(E) TAD positivo IgG ou IgG+C3 e eluato positivo IgG.

A

(E) TAD positivo IgG ou IgG+C3 e eluato positivo IgG.

49
Q

(AC 2023) Paciente de 56 anos está iniciando tratamento por artrite reumatoide e foi encontrada anemia em sua avaliação. Não há outro antecedente patológico nem relato de uso regular de medicamentos. Nos achados laboratoriais foi verificado Hb:11,5 g/dL (VN = 13,3 a 16,5); VCM: 77; Leuco: 5.700 com diferencial normal; Plaq: 420.000; VHS: 92; Fe: 51 (VN = 65 a 175); ISAT: 45% (VN = 20 a 50%); Ferritina: 410 (VN = 16 a 300).
Nesse caso, considerando proteínas séricas e função renal normal, a anemia se deve a:

(A) Ferropenia.
(B) Deficiência de ácido fólico.
(C) Deficiência de vitamina B12.
(D) Hipertireoidismo.
(E) Anemia da inflamação.

A

(E) Anemia da inflamação.

50
Q

(AC 2023) O tratamento da LLA inclui uma série de agentes quimioterápicos. Os protocolos podem variar um pouco para crianças e adultos, mas alguns medicamentos são usados em ambas as faixas etárias. A partir dessas informações, assinale a alternativa que corresponde aos eventos adversos possíveis da asparaginase:

(A) Insuficiência renal e hipomagnesemia
(B) Arritmia cardíaca e neuropatia periférica
(C) Pancreatite, hipofibrinogenemia e reação de
hipersensibilidade (alérgica)
(D) Hepatite, hiperfibrinognemia e reação de hipersensibilidade (alérgica)
(E) Hipertrigliceridemia e hipomagnesemia

A

(C) Pancreatite, hipofibrinogenemia e reação de
hipersensibilidade (alérgica)