Diabetes Flashcards

1
Q

Definição

A

Distúrbio metabólico multifatorial caracterizado por hiperglicemia persistente decorrente de deficiência na produção e/ou ação da insulina

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Fisiopatologia básica do DM1

A
  • Doença autoimune decorrente da destruição das células beta - deficiência completa de insulina.
  • Por algum estímulo (ainda n especificado - pode ser infecção ou outros), pct passa a produzir anticorpos contra insulina e cels beta (anti-ilhota/ICA, anti-insulina/IAA, anti-GAD65 - fica mais tempo, IA-2, IA-2B, anti-Znt8) - alta associação com HLA
  • Depois de algum tempo, anticorpos passam a atacar as cels beta, gerando déficit de produção de insulina - pct entra em CAD mts vezes, mas se recupera e consegue manter insulina basal por alguns meses (fase de lua-de-mel), mas dps perde função de vez.
  • DM1 A: confirmação laboratorial de autoanticorpos (ICA, IAA, Anti-GAD65, IA-2, IA-2B, Znt8);
    DM1 B: idiopática (sem anticorpos) (+ comum em negros e asiáticos)
  • Apesar de autoimune, componente genético é mais importante no tipo 2.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Fisiopatologia básica do DM2

A
  • Alterações neuroendocrinas fazem pct consumir mt carboidratos e gorduras, além de ação prejudicada do GLP1 e GIP, levando a estimulação continuada do glucagon, mantendo gliconeogenese hepática elevada.
  • Resistência insulínica: insulina geralmente se liga ao recep na membrana celular e fosforila tirosina, que estimula migração de GLUT p membrana; em pcts predispostos, insulina passa a fosforilar serina, que tem ação muito menor sobre o GLUT, dificultando a entrada de glicose na célula; isso gera aumento de insulina (tentando compensar a resistência) e de glicose (pois n entra) - principalmente adipócitos e músculo esquelético.
  • Reabsorção renal de glicose aumenta em pcts predispostos, diminuindo eliminação renal quando glicose alta no sangue e elevando níveis sanguíneos.
  • Glicotoxicidade devido aos níveis altos de glicose sanguínea, levando a destruição de cels beta.
  • Genética extremamente poligênica.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Octeto fisiopatológico do DM2

A
  • ⬇️ captação muscular de glicose;
  • ⬆️ gliconeogenese hepática;
  • ⬆️ secreção de glucagon;
  • ⬇️ secreção de insulina;
  • ⬇️ efeito das incretinas;
  • ⬆️ lipólise;
  • ⬆️ reabsorção renal de glicose;
  • Disfunção de neurotransmissores.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Qual anticorpo mais provável de ser encontrado em pcts com DM1?

A

Anti-GAD

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Rastreamento do DM em assintomáticos

A

> 45 anos;
OU
< 45 anos: se sobrepeso/obeso + fator de risco (sedentarismo, DCV, HAS, DMG, parente 1° grau DM2, resistencia insulinica, DLP)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Sintomas clássicos de hiperglicemia

A

Poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento

Mais característicos do DM1

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Critérios laboratoriais diagnósticos p DM

A

Glicemia jejum:

  • Normal: até 99
  • Pré: 100 - 125
  • DM: >= 126

HbA1c: (válido somente em adultos - pode estar falsamente elevado em anemia carencial, esplenectomia, etc e baixo e perdas sanguíneas)

  • Normal: até 5,6
  • Pré: 5,7 - 6,4
  • DM: >= 6,5

TOTG 2h:

  • Normal: até 139
  • Pré: 140 - 199
  • DM: >= 200
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Quais os tipos de diabetes de acordo com a OMS? (4)

A
  • Autoimune: DM1 e LADA (diabetes latente autoimune do adulto)
  • DM2
  • Diabetes gestacional (DMG)
  • Outros: MODY (maturity-onset diabetes of the young - diabetes de início precoce), insuf pancreática, hemocromatose
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Principais diferenças entre DM1 e LADA

A
  • Fase de “lua-de-mel” é mais longa no LADA; DM1 costuma durar <6m; (P)
  • LADA costuma ocorrer em pcts > 35a (mas DM1 pode ocorrer em qualquer idade tb);
  • Anti-GAD65 está quase sempre positivo no LADA (se anti-gad neg, mt difícil ser LADA); tb tem mt associação com outros anticorpos.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Diferença do peptídeo C no DM1 e 2

A

Alto no DM2 (produção elevada de insulina, principalmente na fase de resistência) e baixo ou indetectável no DM1 (baixa produção ou nula de insulina)

Obs: peptídeo formado a partir da clivagem da pró-insulina em insulina e C - continua alto no sangue, pois não é captado pelas cels

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Quais síndromes autoimunes deve-se rastrear em pcts com DM1? Com que frequência? (2)

A
  • Doença celíaca: ao diag de DM1, após 2a e 5a (teste do Cl no suor)
  • Hashimoto: ao diag de DM1 e cada 1-2a (anti-TPO e TSH)

Por ser autoimune, DM1 tem alta associação com outras síndromes

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

V ou F

Cetoacidose diabética é exclusiva de DM1

A

F

É mais freq no DM1, mas pode ocorrer no 2 (casos de alto estresse - glicemia mt alta, pct internado, etc)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Dentre os outros tipos de diabetes, quais relacionados à resistência insulínica? (4)

A
  • DM pós-infecções crônicas (hep C, HIV): inflamam fígado, aumentando produção de glicose
  • DM por Cirrose
  • DM por medicações (corticoide e imunossupressores): diminuem produção de insulina pelas cels beta
  • DM por endocrinopatias: acromegalia (GH aumenta resistência), Cushing (aumenta resistência e diminui secreção), hipertireoidismo e hiperaldesteronismo.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Dentre os outros tipos de diabetes, quais relacionados a um defeito na secreção de insulina? (4)

A
  • Diabetes monogênico - MODY e neonatal
  • Pancreatectomia total
  • Pancreatite crônica: sempre há defeito anterior na secreção exócrina pancreática (investigar)
  • Hemocromatose: depósito de ferro no pâncreas (diminui secreção) ou no fígado (gera resistência). Tríade clássica: hepatomegalia + diabetes + hiperpigmentação cutânea. QC sugestivo: impotência + transaminases aumentadas + ferritina mt elevada.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Características do MODY / diabetes neonatal

A

MODY:

  • Herança autossômica dominante monogênica: geralmente acomete já 3 ou mais gerações da família;
  • Início precoce, antes do 25a;
  • Defeito de função da cel beta na secreção de insulina: pode ser na fosforilação da glicose (apos entrar via GLUT2), canal da sulfonilureia, canal de Ca ou liberação de insulina;
  • Defeito geralmente leve, com hiperglicemia n mt importante;
  • Tto depende do nível do comprometimento e de onde é o defeito (pode ser apenas c um secretagogo);
  • Os subtipos apresentam variação no comprometimento e idade de manifestação (+ comuns: GCK Mody 2 2 HNF1A Mody 3).

Diabetes neonatal:

  • Herança autossômica dominante monogênica;
  • Início antes de 1a (às vezes antes dos 6m);
  • Defeito completo na fosforilação de glicose pela cel beta;
  • Gera hiperglicemia importante, pois não há secreção de insulina;
  • Lembrar como DD ao DM1, pois o tto é completamente diferente: uma sulfonilureia resolve (“pula” a etapa da fosforilação).
17
Q

Diagnóstico de DM

A

• Sintomas de hiperglicemia (polifagia, polidipsia, poliúria ou perda ponderal) + glicose aleatória >= 200

OU

• DM positivo em lab (GJ, HbA1c ou TOTG) e confirmado após 2° coleta de exame (preferência p mesmo exame)

18
Q

Meta de controle glicêmico para pacientes em tratamento para DM

A

HbA1c:
< 6,5 ou 7% em adultos (maioria dos casos)

Obs: avaliar diversos fatores p definir meta de glicada

  • Risco de hipoglicemia: se uso de mts medicações (já de insulina), idoso = meta mais frouxa: 7,5 ou +
  • Tempo de DM: qtn menor o tempo, mais rígida a meta, p prevenir eventos microvasculares: ~6,5
  • AVC, IAM, etc: meta mais frouxa devido ao risco de hipoglicemia agudizar esses quadros do pct
  • Se acompanhamento esporádico do pct, meta mais frouxa devido ao risco de hipoglicemia
  • Metas n rígidas, apenas exemplos acima

Glicemia capilar:

  • Pré-prandial: <100 (SBD); 80-130 (ADA);
  • Pós-prandial: <160 (SBD); <180 (ADA).

DM1:

  • Pré-predial: 70-130
  • Pós-prandial: <180
19
Q

Classes de antihiperglicemiantes orais

A
  • Biguanidas: metformina. Sensibilizador da ação da insulina; age através de ativação do AMPc, estimulando cap de glicose pelo musc, redução lipólise/genese, glicose hepática (P) e insulina. Diminuição de evento CV. Contra: TFG<30, retirar pré-op, hepatopatia e DVC graves, UTI - devido bloqueio oxidação glicose intestinal (aumenta lactato). Efeitos: intolerância GI (iniciar dose baixa e aumentar gradualmente até máxima), def B12 e perda de peso.
  • Glitazonas (tiazolidinedionas): pioglitazona.
    Sensibilizador de insulina via PPAR gama, aumenta utilização glicose periférica (músculo, adipócitos e hepatocitos). Bom p esteatose hep (diminui gordura fígado, mas aumenta subcutâneo - engorda). Contra: IC (aumenta reab de Na e água - retenção hídrica). Efeitos: ganho ponderal, osteoporose, retenção hídrica.
  • Sulfonilureias: glibenclamida, gliclazida, glimepirida (menor glicemia c menor dose). Secretagogos (basal), ligam-se ao canal de sulfonilureias e estimulam secreção de insulina independente de glicose. Meia-vida longa, quase 24h. Efeitos: ganho ponderal (insulina anabólica) e risco de hipoglicemia.
  • Glinidas: repaglinida, nateglinida. Secretagogos não sulfo (menor meia vida). Usado antes das refeições (controle pós-prandial).
  • Análogos GLP1: liraglutida, exenatida, semaglutida e dulaglutida (semanais). Têm ação de GLP1 (incretina), aumentando insulina, diminuindo glucagon e efeito no hipotálamo (saciedade - só liraglutida, pois atravessa BHE). Promovem perda de peso importante e redução de mortalidade. Ótimo controle glicêmico. Injetáveis SC. Efeitos: intolerância GI (iniciar dose baixa e ir aumentando) e pancreatite (raro).
  • Inibidores DPP-4 (gliptina): linagliptina (pode em DRC), sitagliptina. Inibem enzima que degrada incretinas, aumentando sua ação. N promove perda de peso nem controle glicêmico como os GLP1. Contra: IC.
  • Inibidores da SGLT2: empaglifozina, dapaglifozina e canaglifozina. Bloqueia cotransportador SGLT2 no TCP do néfron, diminuindo reabsorção de glicose e Na (promove glicosúria). Redução da PA (perda de Na) e perda ponderal (calorias da glicose). Redução de mortalidade e de DRC (empa). Contra: DM1 (cetoacidose euglicêmica). Efeitos: aumento de ITU (glicosúria), cetoacidose euglicêmica (se ausência de insulina p inibir cetoácidos), aumento risco de amputação em pé-diabético (canaglifozina). Não usar em TFG < 45.
  • Inibidores da alfa-glicosidase: acarbose. Inibem enzima que quebra polissacarídeos em glicose (p assim ser absorvida), diminuindo absorção. Reduz glicemia pós-prandial e discreta perda ponderal. Efeitos: gases (proliferação de bactérias pelo excesso de carb), por isso, pouco tolerado pelos pcts (n mt usado na prática).
20
Q

Racional do tto no DM (quando indicar insulina, iniciar metformina, etc)

A

Pct com sinais de hipercatabolismo (perda de peso), 4P’s ou HbA1c > 10% / GJ > 300: MEVs + iniciar com insulina, associado (ex: bedtime) ou n a oral (sinais claros de ausência de insulina, oral n vai resolver);

Pct não possui sinais acima, nem DRC e diag recente: MEVs + metformina (inicia com dose baixa e vai aumentando); dosar B12 e testar tolerância do pct aos efeitos;

Pct já faz uso de metformina, mas mantém HbA1c 1,5% acima da meta ou GJ 200-300: adc segunda medicação de acordo com perfil

  • Se baixas condições: sulfonilureias (SUS) (atentar risco de hipoglicemia);
  • Mt longe do alvo (11, 12, etc): insulina (SUS) ou GLP1
  • Perda de peso ou DRC > 30: GLP1 ou SGLT2;
  • IC: SGLT2;
  • Esteatose hepática: glitazonas ou GLP1
21
Q

Posologia antidiabéticos orais

A

Metformina (ou XR): 500-2550mg/dia 1-3x
- Iniciar dose baixa (500mg 1x) e aumentar a cada 1-2s até dose máxima ou oq o pct tolerar. Até 850mg por tomada.

Pioglitazona: 15-45mg 1x/dia (pref à noite).

Gliclazida: 30-120mg 1x/d pela manhã (antes do café).

Glibenclamida: 5-10mg 1-2x/d (pref manhã).

Liraglutida: 0,6-1,8mg SC 1x/d. Iniciar 0,6mg e ir aumentando semanalmente até dose máx ou tolerância.

Linagliptina: 5mg 1x/dia.

Empaglifozina: 10-25mg 1x/dia.

Dapaglifozina: 10mg 1x/dia.

Acarbose: 50-100mg 1-3x/dia (logo antes das principais refeições).
- Iniciar dose 25mg devido efeitos.

22
Q

Quais são as incretinas e para que servem? O que é o DPPIV?

A

GLP1 e GIP

Hormônios produzidos pelas cels K e L do estômago quando há alimento no mesmo, estimulando pâncreas endócrino a liberar insulina, reduzir glucagon e agindo no hipotálamo para promover saciedade.

DPPIV (dipepdil peptidase IV): enzima produzida pelo rim que promove degradação das incretinas, diminuindo poder de ação.