IST - DIPA Flashcards

1
Q

Doença Inflamatória Pélvica Aguda -> Definição

A

Infecção clínica do trato genital superior e das estruturas adjacentes que ocorre de forma espontânea ou por manipulação, comprometendo endométrio, trompas, anexos uterinos e/ou estruturas contíguas
Órgãos afetados
Endométrio uterino (endometrite)
Trompas (salpingite)
Ovário (ooforite)
Peritônio (peritonite)

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2
Q

Agentes Etiológicos

A

Patógenos Primários
E. coli (contaminação vaginal)
Gardnerella → altera pH da vagina propiciando colonização
Neisseria Gonorrhoeae
Chlamydia trachomatis

Há bactérias que causam DIP crônica sem causar sintomas, no máximo uma dor pélvica leve
Clamídia trachomatis
Gonococos
Micoplasma e ureaplasma

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3
Q

Fisiopatologia da DIPA

A
  • Infecção progressiva e ascendente que acomete órgãos genitais internos, provocada por microrganismos que vêm do trato genital inferior ou da região anal
    Intimamente relacionada a procedimentos intrauterinos e relação sexual
  • Ascensão microbiana: aderidos aos espermatozoides e/ou bactérias da microbiota vaginal pelo efeito aspirativo das contrações uterinas orgásticas
    Cérvice abre e fecha a depender do momento do ciclo
    Na menstruação abre
    No período ovulatório abre para permitir passagem do espermatozoide
    Na relação sexual o útero contrai e relaxa para sugar o conteúdo vaginal - auxilia na ascensão microbiana
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4
Q

Fatores de Risco

A

Múltiplos parceiros e sexo desprotegido
IST previa
Ectopia cervical/ vaginose bacteriana/ acometimento da vagina por Gram -
Procedimentos intrauterinos
Como colocação de DIU, histeroscopia, curetagem
Tabagismo
Diminui a imunidade celular vaginal, torna o estrogênio mais fraco (desliga-se mais fácil do receptor)
DIPA prévia
DIU

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5
Q

Quadro Clínico

A
  • Dor em hipogástrio bilateral -> DB pode ser positivo ou ausente
    Presente = irritação peritoneal
  • Corrimento vaginal amarelado -. Nem sempre presente
    Tricomoníase - amarelado ou esverdeado
  • Dispareunia
  • Queda do estado geral em casos mais avançados
  • Febre causa adinamia
  • Dor em região anexial ao toque vaginal apenas nos casos moderados e graves
  • Vagina pode estar quente, mostrando que a pelve ao seu redor está inflamada
  • Dor geral ao toque indica processos sistêmico
  • Palpação dos anexos com dor em casos avançados
    Febre nos casos moderados e graves
    Febre indica que infecção está se disseminando/ tornando-se mais grave
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6
Q

Diagnóstico DIPA
- sempre fazer B-hcg
- Na suspeita fazer USG

A

1 critério elaborado OU 3 critérios maiores + 1 critério menor

*1 critério elaborado
Diagnóstico histológico de endometrite (biópsia) - mas necessita de amostragem
Imagem sugestiva de abscesso tubo ovariano ou FSP, RNM, TC, USG ou laparoscopia

*3 critérios maiores + 1 critério menor
Critérios maiores (3 dores)
Dor à mobilização do colo (pois pode haver inflamação dos paramétrios)
Dor à palpação anexial
Descompressão brusca positiva

*Critérios menores
Febre
Corrimento amarelo-esverdeado
Leucocitose
Desvio a esquerda
VHS aumentado (inespecífico)
Proteína C reativa aumentada
PCR endocervical (gonococo/ clamídia)

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7
Q

Diagnóstico Diferencial

A

Causas ginecológicas
Prenhez ectópica
Abortamento
Cisto ovariano roto
Cisto hemorrágico de corpo lúteo - dor intensa que dura até 24h
Torção anexial
Mioma degenerado

Causas não ginecológicas
Apendicite aguda -> Cuidado com cistos hemorrágicos que rompem do lado direito
Diverticulite
Litíase renal
Infecção urinária -> Dor é mais no meio da barriga
Colecistite

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8
Q

Classificação DIPA (critérios de Monif)

A

Estágio I (leve)
Salpingite aguda sem irritação peritoneal ou leve irritação peritoneal
Processo inflamatório agudo em tubas e ovários (salpingite aguda) sem irritação
peritoneal

Estágio II (moderado sem abscesso)
Salpingite com irritação peritoneal (pelviperitonite)
Discreta dor à palpação profunda

Estágio III (moderado com abscesso)
Salpingite aguda com oclusão tubária ou abscesso tubo-ovariano ou abcesso pélvico

Estágio IV (grave)
Abscesso tubo-ovariano roto ou sinais de choque séptico

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9
Q

Tratamento da DIPA

A

Estágio I -> tto pode ser realizado em casa&raquo_space; com reavaliação em 24 e 48hs&raquo_space; internar se não haver melhora em 72 hs
Repouso; abstinência sexual
Tratamento sintomático (analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios)
Antibioticoterapia Ceftriaxone 500 IM (DU) + doxiciclina 100mg 12/12hs VO 14d + metronidazol 500mg 12/12hs VO 14 dias

Estágios II-IV -> Tratamento hospitalar
Medidas gerais: Repouso, Hidratação
Tratamento sintomático (analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios)
Antibioticoterapia (tem que rever tto se não houver melhora em 48h)
*Ceftriaxone 1g IV 14 dias + Doxiciclina 100mg 12/12hs VO 14d + metronidazol 400mg 12/12hs IV 14d
*Penicilina G cristalina 4/4h associado a:
Gentamicina 2mg/kg IV (ataque) e 1,5mg/Kg de 8/8hs (manutenção) + clindamicina 900mg IV 8/8hs
Gentamicina + metronidazol
Gentamicina e tianfenicol
Fase ambulatorial (se melhora): doxiciclina 100mg via oral 12/12h por 10 dias

Tratamento cirúrgico: ATB pelo menos 2 doses
- falha de tratamento após 72h
- Massa pélvica que persiste ou aumenta apesar do tto
- abcesso em fundo de saco de Douglas
- suspeita rotura de abcesso
- hemoperitonio

Tratamento do(s) parceiro(s) sexual(ais) dos últimos 2 meses
- Azitromicina 1g VO (dose única) + Ceftrioxona 500mg IM (dose única)
- Gestante sempre internar
- Usuárias de DIU não precisam de remoção se respondem ao tto

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10
Q

Complicações e Sequelas

A

COMPLICAÇÕES PRECOCES
- Ocorrem na maioria em doenças inflamatórias pélvicas (DIP) por clamídia e micoplasma. Já começam a ocorrer em infecções oligosintomáticas
- Abscesso tubo ovariano
- Fase aguda da síndrome de Fitz Hugh Curtis

Sequelas tardias (DDIPS)
- Dispareunia
- Dor pélvica (18%) - crônica
- Infertilidade por obstrução tubária de 50% (hidrossalpinge)
- Prenhez ectópica (15%)
- Síndrome de Fitz Hugh Curtis (5%)

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11
Q

Síndrome de Fitz Hugh Curtis (5%)

A
  • Aderência hepáticas (dor à percussão do hipocôndrio direito - gonococo na cavidade abdominal; peri-hepatite gonocócica)
  • Febre, calafrios, hipertermia vaginal (processo infeccioso)
  • Abscesso tubo ovariano ou líquido livre na cavidade
  • Sinais de irritação peritoneal
  • Traves em cordas de violino - entre fígado e órgãos pélvicos → pode levar a torções e hérnias internas
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