Doença Ocular Tireoidiana Flashcards

1
Q

Qual a incidência de doença ocular tireoidiana nos pacientes com Doença de Graves?

A

Em torno de 50% dos pacientes apresentam o acometimento ocular

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2
Q

Qual a fisiopatologia da neuropatia óptica na Doença Ocular Tireoidiana?

A

Compressão do nervo óptico pelos músculos extraoculares alargados ao nível do ápice orbitário.

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3
Q

Qual a causa mais comum de retração palpebral unilateral ou bilateral (simétrica ou assimétrica) e proptose ocular unilateral ou bilateral (simétrica ou assimétrica)?

A

Doença Ocular Tireoidiana

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4
Q

A doença ocular tireoidiana é mais e comum e mais leve em…

A

Mulheres jovens!

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5
Q

A doença ocular tireoidiana é menos comum e mais grave em…

A

Homem velho!

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6
Q

Qual o grande fator de risco para desenvolver e/ou piorar a doença ocular tireoidiana?

A

Tabagismo! (Aumenta o risco em ate7 vezes)

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7
Q

Que tipo de tratamento da Doença de Graves pode agravar a doença ocular tireoidiana

A

Tratamento com iodo radioativo

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8
Q

Qual a relação existente entre o quadro clínico/laboratorial sistêmico e a doença ocular tireoidiana?

A

Não tem!

  • Podemos ter hipertireoidismo associado à doença ocular tireoidiana! (mais comum)
  • Podemos ter um paciente eutireoideo com doença ocular tireoidiana!
  • Podemos ter um paciente com hipotireoidismo (inclusive doença de Hashimoto) com doença ocular tireoidiana! (menos comum)
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9
Q

Qual a fisiopatologia da doença ocular tireoidiana

A

Autoanticorpos específicos da doença contra antígenos comuns a órbita e a tireoide!

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10
Q

Qual a célula alvo na doença ocular tireoidiana?

A

O fibroblasto!

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11
Q

Caracterize a histopatologia da doença ocular tireoidiana

A
  • Infiltrado inflamatório linfocitário
  • Ativação dos fibroblastos
  • Acúmulo de Glicosaminoglicanos
  • Edema (acúmulo de água)
  • IL-6 e Fator de crescimento relacionado à insulina

(Alvos de tratamento de novas medicações)

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12
Q

Caracterize os subtipos da doença ocular tireoidiana?

A

1) (2/3) Subtipo 1: Predomina a NEOADIPOGÊNESE

Mais comum na mulher jovem, melhor prognóstico.

2) (1/3) Subtipo 2: Predomina o acometimento MUSCULAR

Mais comum no homem velho, pior prognóstico.

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13
Q

No exame de imagem, qual a diferença do acometimento muscular na doença ocular tireoidiana em relação ao acometimento no pseudotumor orbitário?

A

O Acometimento do tendão do músculo!

Acometido no Pseudotumor Orbitário

Poupado na Doença Ocular tireoidiana

*Imagem da referência AAO 2019 evidenciando esse aspecto clássico

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14
Q

Qual a característica do acometimento muscular da doença ocular tireoidiana?

A
  • Alargamento múscular
  • Tendão poupado
  • Ordem de acometimento: RI > RM > RS > RL
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15
Q

Qual a “Tétrade” que caracteriza a clínica do paciente com doença ocular tireoidiana?

A

Em ordem de frequência:

  1. Retração palpebral (90%)
  2. Exoftalmia (60%)
  3. Restrição Muscular (50%)
  4. Neuropatia óptica compressiva (5%)

*Números aproximados

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16
Q

Qual a relação da ceratoconjuntivite limbar superior com a doença ocular tireoidiana (DOT)?

A
  • 3% dos pacientes com DOT desenvolvem essa ceratopatia
  • 50% das ceratoconjuntivites limbares superiores cursam com quadros de alteração nos hormônios tireoidianos
  • A população acometida mais comumente é a mesma (mulheres adultas)
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17
Q

Caracterize clinicamente a ceratoconjuntivite limbar superior em pacientes com Doença Ocular Tireoidiana (DOT).

A
  • Ceratoconjuntivite na região do limbo superior que cora bem com rosa bengala ou lisamina verde
  • Conjuntivocálase (excesso de conjuntiva)
  • Reação papilar na conjuntiva tarsal superior
  • Ceratite filamentar (incomum na doença causada por lentes de contato)

*Imagens retiradas da referência Kanski, 9ed

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18
Q

Além da doença ocular tireoidiana, qual outra situação pode ocasionar a ceratoconjuntivite limbar superior?

A

Uso de Lentes de Contato!

Obs: nesses casos a ceratite filamentar associada é incomum…

19
Q

O que é fundamental avaliar em um paciente com ceratoconjuntivite limbar superior?

A

Função Tireoidiana!

(50% dos casos tem alguma alteração tireoidiana)

20
Q

Qual é o sinal mais comum da Doença Ocular Tireoidiana?

A

Retração Palpebral (90%)

21
Q

Qual a fisiopatologia da retração palpebral na Doença Ocular Tireoidiana?

A

Hiperfunção do músculo de müller

O excesso de hormônios tireoidianos causa hiperestimulação do sistema nervoso simpático. O M. de Müller tem a função de elevar a pálpebra superior em 1-2mm e é inervado pelo simpático, logo, teremos uma hiperfunção dele

22
Q

Cite 3 sinais estáticos e 1 sinal dinâmico observados em pacientes com retração palpebral.

A

ESTÁTICO

  1. ​Sinal de Dalrymple - Retração Palpebral
  2. Sinal de Kocher - Olhar assustado
  3. Scleral Show - Esclera da região limbar superior visível

DINÂMICO

  1. Sinal de Von-Graefe - na infraversão, observamos a esclera superior em decorrência de um atraso no movimento da pálpebra superior em acompanhar o globo ocular.
23
Q

Qual a incidência da Exoftalmia na Doença Ocular Tireoidiana?

A

Acomete cerca de 60% dos pacientes. É a principal causa de proptose ocular uni/bilateral simétrica ou assimétrica

24
Q

Segundo o CBO, quais valores na exoftalmometria me fazem pensar em proptose ocular?

A

Acima de 23 mm ou uma assimetria de 2 mm ou mais entre os olhos

25
Q

Quais as características do exoftalmômetro de Hertel e Naugle

A

Ambos oferecem qualidade na medida das proptoses oculares, medidas confiáveis e reprodutíveis. São aparelhos mais caros e difíceis de se usar em crianças.

Hertel apoia na borda lateral da órbita

Naugle apoia no frontal e no maxilar

26
Q

Quais as características do exoftalmômetro de Luedde?

A

Aparelho mais simples, barato e que fornece medidas menos reprodutíveis. Permite examinar mais facilmente as crianças.

27
Q

Caracterize a miopatia restritiva na Doença Ocular Tireoidiana

A

Cerca de 50% dos pacientes

Ordem de acometimento: RI > RM > RS > RL

A inflamação recorrente causa fibrose e restrição!

Observe na imagem que o olho esquerdo não consegue elevar em virtude do acometimento do músculo reto inferior esquerdo

28
Q

Qual o músculo mais acometido e o menos acometido na Doença Ocular Tireoidiana?

A

O mais acometido: Músculo Reto Inferior

O menos acometido: Músculo Reto Lateral

Olhou um caso com somente o reto lateral acometido? Muito cuidado! Dificilmente é Doença Ocular Tireoidiana!

29
Q

O que é o sinal de Braley?

A

Elevação da pressão intraocular (PIO) em 6 ou mais mmhg quando o olho se move na direção da limitação do movimento em relação a PIO na posição primária do olhar.

30
Q

Quais os critérios diagnósticos para Doença Ocular Tireoidiana?

A

Preencher pelo menos 2 dos 3 a seguir

  1. Clínica - retração palpebral e/ou exoftalmia e/ou miopatia restritiva e/ou neuropatia óptica compressiva
  2. Laboratório - Trab, Anti-TPO, Anti-TBG, alterações hormonais na tireóide
  3. Imagem - evidenciar acometimento muscular e/ou neoadipogênese em exames de imagem (USG, TC ou RNM)
31
Q

Quais são os sinais de atividade da Doença Ocular Tireoidiana?

A

Pense em inflamação (Dor, Hiperemia e Edema)!

  1. Dor ocular à movimentação ou espontânea
  2. Hiperemia da conjuntiva ou das pálpebras
  3. Edema da conjuntiva ou das pálpebras
  4. Atenção para o achado de inflamação da carúncula
  5. Piora na exoftalmometria (2mm ou mais)
  6. Piora da miopatia restritiva (8° ou mais na excursão)
  7. Piora da visão (1 linha ou mais no snellen)
32
Q

A Doença Ocular Tireoidiana possui duas fases, quais são elas e qual a implicação no tratamento?

A

1. Fase de Atividade

Ocorre geralmente nos primeiros 2 anos de doença. Caracterizada pelos achados inflamatórios. Quanto mais cedo o médico tratar o paciente, menores serão as sequelas da doença para o paciente.

2. Fase Sequelar

Nesta fase predominam as sequelas. São elas a retração palpebral, exoftalmia e estrabismo restritivo. A correção das sequelas se faz por meios cirúrgicos.

Estude o gráfico a seguir:

33
Q

Cite algumas condutas gerais para os pacientes com Doença Ocular Tireoidiana

A
  1. PARAR O TABAGISMO!
  2. Reduzir o consumo de sal na dieta (melhora o edema periorbitário).
  3. Dieta rica em selênio (controverso… alguns estudos mostraram benefícios nos pacientes com dieta pobre nesse nutriente).
  4. Elevar a cabeceira da cama (reduz o edema periorbitário matinal).
  5. Controlar a doença sistêmica.
  6. Se for usar iodo radioativo, CUIDADO! Controle a inflamação antes, a tendência é que haja uma piora da DOT.
34
Q

Quais medidas não medicamentosas podem reduzir o edema orbitário dos pacientes com Doença Ocular Tireoidiana?

A
  1. Elevar a cabeceira da cama
  2. Reduzir a ingesta de sal
35
Q

Quais medidas terapêuticas podemos lançar mao na fase ativa da Doença Ocular Tireoidiana?

A

1. CORTICOTERAPIA SISTÊMICA (PRINCIPAL)

Dose imunossupressora por via oral ou em casos de maior urgência (neuropatia óptica compressiva) pode-se lançar mão da Pulsoterapia com metilprednisolona EV.

2. RADIOTERAPIA

Efeitos do tratamento são mais tardios (6 semanas) e até 40% dos pacientes não respondem bem. Fora isso, temos as complicações relacionadas a radiação dos tecidos.

3. TOCILIZUMAB

Inibidor da IL-6. Tem mostrado benefícios nos pacientes com DOT

4. TEPROTUMUMAB

Inibidor do receptor do fator de crescimento relacionado a insulina (IGRF-1). Tem se mostrado uma medicação muito promissora!

5. DESCOMPRESSÃO ORBITÁRIA

Na fase ativa, reservamos a descompressão para situações de urgência que não estão respondendo às medicações. Por exemplo: neuropatia compressiva que continua a piorar apesar das medidas terapêuticas ou exposição corneana grave pela exoftalmia levando a ulcerações na córnea.

36
Q

Qual o mecanismo de ação do Tocilizumab utilizado no tratamento da fase ativa da Doença Ocular Tireoidiana?

A

Inibidor da Interleucina-6

37
Q

Qual o mecanismo de ação do Teprotumumab? (medicação que tem despontado como uma das grandes descobertas no tratamento da Doença Ocular Tireoidiana)

A

Inibidor do receptor para o fator de crescimento relacionado a insulina (IGF1R)

38
Q

Quando se indica a Descompressão Orbitária na fase ativa da doença ocular tireoidiana?

A
  1. Neuropatia óptica compressiva que não responde ao tratamento clínico
  2. Exoftalmia grave com exposição corneana e suas complicações (úlcera de córnea de difícil tratamento, como na figura)
39
Q

Como tratar a exoftalmia da fase sequelar da Doença Ocular Tireoidiana?

A
  • Descompressão Orbitária

Componente muscular importante? Descompressão óssea

Componente de neoadipogênese importante? Remoção de gordura orbitária

Na figura observa-se uma descompressão óssea da parede lateral da órbita

40
Q

Quais paredes podem ser descomprimidas na cirurgia de descompressão orbitária? Qual parede deve-se evitar descomprimir?

A
  • Pode-se atuar com tranquilidade na parede lateral, parede medial e assoalho.
  • Deve-se ter muito cuidado com o teto, pois a penetração acidental irá de encontro ao lobo frontal do cérebro que repousa na fossa anterior do crânio.
41
Q

Qual a ordem de tratamento das sequelas da Doença Ocular Tireoidiana?

A
  1. Tratar a Exoftalmia
  2. Tratar o estrabismo restritivo
  3. Tratar a retração palpebral

Essa é a ordem do tratamento

42
Q

Qual a forma de tratamento da retração palpebral da fase sequelar da Doença Ocular Tireoidiana?

A

De maneira bem simples, estamos diante de uma hiperatividade dos “retratores das pálpebras”.

Podemos fazer a Müllerectomia ou Desinserção do MEPS ou Botox

43
Q

No tratamento do estrabismo restritivo da Doença Ocular Tireoidiana que tipo de técnica não deve ser utilizada?

A

Como estamos diante de uma situação em que temos de enfraquecer o músculo restrito, não podemos lançar mão de ressecções musculares (cirurgia que fortalece o músculo)!