GINECOLOGIA 1 - Ciclo Menstrual, Anticoncepção, Amenorreia e Síndrome dos Ovários Policísticos Flashcards

1
Q

Ciclo menstrual.

A
  • Ciclo ovariano = fase folicular e fase lútea;
  • Ciclo endometrial/uterina = fase proliferativa e fase secretora.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Eixo reprodutivo feminino.
(H-H-O)

A

Estímulos externos → hipotálamo → GnRH → hipófise → gonadotrofinas (FSH + LH) → ovários → estrogênio e progesterona.

  • FSH = pulsos hipofisários de baixa frequência;
  • LH = pulsos hipofisários de alta frequência.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Ciclo ovariano.
(Ciclo menstrual)

A

Fase folicular:

  1. Estrogênio e progesterona baixos no começo do ciclo;
  2. FSH↑ + desenvolvimento folicular;
  3. Estrogênio↑ + inibina B↑
  4. Folículo dominante + LH↑
  5. Ovulação 36h após o pico de LH.

Fase lútea (14 dias):

  1. Folículo dominante que liberou óvulo forma o corpo lúteo;
  2. Estrogênio↑ + progesterona↑ + inibina A↑ pelo corpo lúteo;
  3. Se óocito não fecundado → LH↓ + estrogênio↓ + progesterona↓ + inibina↓
  4. Colapso do corpo lúteo;
  5. Estímulo para FSH↑ e reinício do ciclo.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Ciclo endometrial.
(Ciclo menstrual)

A

Fase proliferativa:

  • Aumento de estradiol durante a fase folicular;
  • Proliferação do endométrio (aspecto trilaminar no USG) com mais glândulas e espessamento.

Fase secretora:

  • Desenvolvimento vascular;
  • Maior secreção glandular e espessamento;
  • Se oócito não fecundado → isquemia e descamação da camada funcional do endométrio (menstruação).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Esteroidogênese ovariana.

A

Produção dos hormônios ovarianos nos folículos.

  • Células da teca ovarianas = estímulo de LH + colesterol → produz androgênios;
  • Células da granulosa ovarianas = estímulo de FSH + aromatase → aromatização de androgênios em estrogênios.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Amenorreia.
(Definição e classificação)

A

Ausência de menstruação de forma temporária ou definitiva durante o período reprodutivo.

  • Primária = ausência de menarca até os 13 anos sem caracteres sexuais (ou até os 15 anos com caracteres sexuais);
  • Secundária = ausência de menstruação por 3 meses ou quando ocorrem menos de 9 menstruações em 1 ano.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Amenorreia.
(Etiologias e seus compartimentos)

A

Causas patológicas por compartimento:

  • Uterino/canalicular = Rokitansky Kuster Hauser, Morris ou hímen imperfurado;
  • Ovariano (afetando a esteroidogênese, logo hipogonadismo hipergonadotrófico com alto FSH/LH e com baixo estrogênio) = Turner, disgenesia pura ou Kalmann;
  • Hipofisário (afetando FSH/LH, logo hipogonadismo hipogonadotrófico com estrogênio baixo em função de baixo FSH/LH);
  • Hipotalâmico (afetando GnRH).

Causas fisiológicas:

  • Gestação;
  • Amamentação;
  • Menopausa.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Síndrome de Rokitansky Kuster Hauser.
(Causa de amenorreia primária)

A
  • Causa de amenorreia primária em compartimento uterino/canalicular;
  • 46XX;
  • Agenesia dos ductos de Muller → ausência de útero e vagina em fundo cego;
  • Ovários normais e funcionantes + caracteres secundários normais;
  • Associação com disfunções renais e esqueléticas;
  • Tratamento = neovagina.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Síndrome de Morris.
(Causa de amenorreia primária)

A
  • Causa de amenorreia primária em compartimento uterino/canalicular;
  • 46XY;
  • Gônadas são testículos, mas genitália externa feminina;
  • Produção de hormônio antimulleriano e testosterona, mas sem ação por defeito em receptores de androgênios;
  • Diagnóstico com exame físico + USG;
  • Tratamento = terapia hormonal + neovagina + gonadectomia.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Hímen imperfurado.
(Causa de amenorreia primária)

A
  • Causa de amenorreia primária em compartimento uterino/canalicular;
  • 46XX;
  • Ovários normais e funcionantes com caracteres sexuais secundários femininos;
  • Acúmulo de sangue menstrual obstruído (em USG) + dor pélvica clínica;
  • Tratamento cirúrgico.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Síndrome de Turner.
(Causa de amenorreia primária)

A
  • Causa de AP em compartimento ovariano;
  • 45XO;
  • Disgenesia gonadal mais comum com genitália externa e interna feminina (pré-pubere);
  • Associação com disfunções cardíacas, renais e autoimunes;
  • Diagnóstico com cariótipo;
  • Tratamento = terapia hormonal (GH exógeno até puberdade).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Disgenesia gonadal pura.
(Causa de amenorreia primária)

A
  • Causa de amenorreia primária em compartimento ovariano;
  • 46XX;
  • Amenorreia sem caracteres sexuais;
  • Genitália interna e externa feminina pré-pubere;
  • Se 46XY, então é Síndrome de Swyer.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Deficiência isolada de GnRH.
(Causa de amenorreia primária)

A
  • Causa de amenorreia primária em compartimento hipotalâmico;
  • Defeito na produção/secreção de GnRH ou resistência em receptor hipofisário;
  • RM de hipotálamo normal;
  • Associada com Síndrome de Kalmman = falha na migração de células neuronais olfatórias e produtoras de GnRH;
  • Hipogonadismo hipogonadotrófico com infantilismo sexual;
  • Tratamento = administração pulsátil de GnRH exógeno.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Atraso Constitucional da Puberdade.

A
  • Causa de puberdade tardia (amenorreia primária com atraso no desenvolvimento de caracteres sexuais secundários);
  • Diagnóstico de exclusão;
  • Maturação sexual acompanha maturação óssea, mas não acompanha idade cronológica.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Roteiro diagnóstico de amenorreia primária.

A

Caracteres sexuais secundários ausentes → FSH e LH aumentado → hipogonadismo hipergonadotrófico → análise de cariótipo → Swyer (46XY) ou disgenesia pura (46XX) ou Turner (45XO).

Caracteres sexuais secundários ausentes → FSH e LH diminuídos → hipogonadismo hipogonadotrófico → RNM de crânio → Tumor ou Síndrome de Kalmman.

Caracteres sexuais secundários presentes → USG de pelve → útero presente → Obstrução de fluxo menstrual.

Caracteres sexuais secundários presentes → USG de pelve → útero ausente → análise de cariótipo → Rokitansky (46XX) ou Morris (46XY).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Síndrome de Asherman.
(Causa de amenorreia secundária)

A
  • Causa de amenorreia secundária de compartimento uterino/canalicular;
  • Sinéquias intrauterinas (resultado de muitos procedimentos ginecológicos);
  • Clínica de repetição com dor pélvica, disfunção menstrual, infertilidade, abortos de repetição;
  • Tratamento com lise das aderências via histeroscopia.
17
Q

Síndrome dos Ovários Policísticos.
(Causa de amenorreia secundária)

A
  • Causa endócrina de amenorreia secundária de compartimento ovariano;
  • Alteração endócrina de LH com anovulação, hiperandrogenismo e hiperinsulinemia (associado à síndrome metabólica, junto com dislipidemia, HAS e obesidade);
  • Hiperandrogenismo = alteração na pulsatilidade de GnRH com elevação de LH e, consequentemente, de androgênios pelas células da teca → avaliado clinicamente por hirsutismo, acne, alopécia androgênica e virilização;
  • Há alteração do perfil lipídico resultando em hiperinsulinemia, sendo que insulina tem ação sinérgica ao LH;
  • Tratamento = mudança do estilo de vida, metformina/liraglutida, cirurgia bariátrica, proteção endometrial (progestagênio).

Diagnóstico com 2 dos 3 critérios de Rotterdam:

  • Anovulação avaliada por oligorreia (ciclos com mais de 35 dias) ou amenorreia;
  • Hiperandrogenismo clínico ou laboratorial;
  • Morfologia policística em USG com 20 ou mais folículos entre 2-9mm.
18
Q

Insuficiência Ovariana Prematura.
(Causa de amenorreia secundária)

A
  • Causa de amenorreia secundária em compartimento ovariano;
  • Amenorreia antes dos 40 anos;
  • Clínica com distúrbio menstrual, sintomas vasomotores e atrofia urogenital;
  • Diagnóstico com 2 dosagens de FSH acima de 25mUI/ml + investigação de cariótipo e anticorpos para exclusão;
  • Tratamento com terapia hormonal.
19
Q

Síndrome de Savage.
(Causa de amenorreia secundária)

A
  • Compartimento ovariano;
  • Síndrome de resistência ovariana;
  • 46XX com alteração de receptor para gonadotrofinas → não há esteroidogênese;
  • Tratamento com terapia hormonal (é uma proteção óssea e cardíaca).
20
Q

Hiperprolactinemia.
(Causa de amenorreia secundária)

A
  • Causa de amenorreia secundária em compartimento hipofisário;
  • Níveis elevados de prolactina resultando em elevação de dopamina;
  • Etiologia: medicamentosa (antagonista dopaminérgicos), tumores, hipotireoidismo ou IR;
  • Clínica com oligomenorreia ou amenorreia;
  • Tratamento com agonistas dopaminérgicos.
21
Q

Síndrome de Sheehan.
(Causa de amenorreia secundária)

A
  • Compartimento hipofisário;
  • Pan-hipopituitarismo por necrose hipofisária após hemorragia pós-parto;
  • Clínica com amenorreia, agalactia, sinais de hipotireoidismo, etc.
22
Q

Síndrome de Sela Túrcica Vazia.
(Causa de amenorreia secundária)

A
  • Compartimento hipofisário;
  • Herniação de aracnoide para dentro da sela túrcica.
23
Q

Amenorreia funcional.

A
  • Compartimento hipotalâmico;
  • Estresse importante, transtornos alimentares, esforço físico extenuante;
  • Supressão pulsátil de GnRH.
24
Q

Roteiro diagnóstico de Amenorreia Secundária.

A

1) Afastar gravidez.

2) Anamnese + exame físico + Dosagem FSH + PRL + TSH.

  • TSH alterado → tireoidopatia;
  • PRL alta → Hiperprolactinemia;
  • PRL norma e FSH baixo → disfunção hipotalâmica ou hipofisária → neuroimagem + teste GnRH → causa hipotalâmica (positiva se menstruar, logo amenorreia funcional) ou hipofisária (negativo se não menstruar, logo Sheehan ou Sela Vazia);
  • PRL normal e FSH alto → Insuficiência Ovariana.

3) Se PRL normal e FSH normal → Teste de progesterona.

  • teste de progesterona positivo (paciente menstruou) → anovulação;
  • teste de progesterona negativo (paciente não menstruou) → teste do estrogênio;
  • teste do estrogênio positivo → causa ovariana (Savage ou SOP);
  • teste do estrogênio negativo → causa uterovaginal (Asherman).
25
Q

Anticoncepção.
(Métodos)

A
  • Métodos comportamentais;
  • Métodos de barreira (mecânica ou química);
  • Dispositivos intrauterinos (DIU);
  • Métodos hormonais (progestágeno ou combinado);
  • Métodos cirúrgicos (laqueadura tubária ou vasectomia).
26
Q

Anticoncepção.
(Eficácia)

A
  • Índice de Pearl = índice de falha do método contraceptivo, logo eficácia do mesmo em proteger contra gravidez indesejada;
  • IP = ( número de gestações x 12 meses x 100 mulheres ) / número total de meses de exposição;
  • Métodos muito efetivos = implante, métodos cirúrgicos, DIU de Cobre;
  • Métodos efetivos = pílulas combinadas (em uso ideal), injetáveis;
  • Métodos pouco efetivos = comportamentais, preservativos, diafragma.
27
Q

Como escolher um método de anticoncepção?

A
  • O que paciente quer usar;
  • O que ela pode usar (critérios de elegibilidade);
  • O que está disponível para ela de acordo com os serviços.

Critérios de elegibilidade:

  • Categoria 1 = não há riscos → uso liberado;
  • Categoria 2 = benefícios superam os riscos → uso liberado;
  • Categoria 3 = riscos podem superar os benefícios → individualizar a decisão;
  • Categoria 4 = contraindicação absoluta para aquela paciente → exemplo de paciente com enxaqueca com aurea utilizar métodos combinados.
28
Q

Long-Action Reversible Contraception (LARC).

A
  • Métodos contraceptivos reversíveis de longa duração;
  • DIU-Cu, DIU-LNG e implante com Etonorgestrel.
29
Q

DIU de Cobre (DIU-Cu).

A
  • Ação espermatotóxica (reduzindo motilidade) e causa inflamação endometrial (dificultando nidação);
  • Efeitos colaterais = alteração no padrão de sangramento;
  • Duração de 10 anos;
  • Contraindicações = motivos estruturais (mioma submucoso), doença de Wilson, após aborto séptico, infecções ativas (doença inflamatória pélvica), neoplasia presente de corpo ou colo uterino.
30
Q

DIU hormonal de Levonogestrel (DIU-LNG).

A
  • Ação = espessamento do muco cervical + atrofia endometrial + bloqueio da ovulação;
  • Efeitos colaterais = sangramento irregular e acne;
  • Duração de 5 anos;
  • Contraindicações = câncer de mama, alterações estruturais (malformações mullerianas, pólipos e miomas submucosos), infecções ativas (infecção cervical).
31
Q

Implante com Etonorgestrel.

A
  • Ação = bloqueio de ovulação (por aumento do pico de LH) + espessamento do muco cervical + modificação endometrial;
  • Efeitos colaterais = padrão de sangramento desfavorável (frequente e prolongado);
  • Duração de 3 anos;
  • Contraindicações = câncer de mama.
32
Q

Métodos combinados.

A
  • Combinação de estrogênio (estabiliza o endométrio e garante padrão mais cíclico de sangramento) e progestagênio (promove elevação do pico de LH, impedindo a ovulação);
  • Vias de administração = oral, injetável mensalmente, adesivo transdérmico ou anel vaginal;
  • Regime = contínuo, cíclico ou estendido (uso máximo, por exemplo na pílula, de 84 dias seguido de pausa de 7 dias);
  • Mecanismo de ação = bloqueio da ovulação + reduzir atividade do FSH + atrofia endometrial + espessamento muco cervical + alteração da motilidade tubária;
  • Controle com exame de pressão arterial;
  • Contraindicações (relacionadas ao estrogênio) = TVP atual ou prévia, colelitíase ou colecistite, HAS descompensada, câncer de mama, LES com SAAF, diabetes com lesão de órgão-alvo, insuficiência hepática, enxaqueca com aura.
33
Q

Métodos de barreira.

A
  • Preservativo externo;
  • Preservativo interno;
  • Diafragma + espermicida → não protege contra ISTs;
  • Alta taxa de falhas, mas uso incentivado por proteção contra ISTs.
34
Q

Métodos cirúrgicos.

A
  • Lei 14443/2 = pacientes com capacidade civil plena e maiores de 21 anos de idade, paciente com 2 filhos vivos, risco à vida ou saúde da mulher (testemunhado escrito e assinado por 2 médicos), etc
  • Intervalo de 60 dias entre manifestar a vontade e procedimento cirúrgico.
35
Q

Anticoncepção de emergência.

A
  • Benefício em até 120h após relação sexual desprotegida (sendo recomendado até 72h);
  • Levonorgestrel (1ª escolha) ou método de Yupze (2ª escolha, sendo combinado etinilestradiol com levonorgestrel).