RPMO Flashcards
Qual a definição de rotura prematura de membranas ovulares?
Amniorrexe espontânea ocorrida antes do início do trabalho de parto
Em qual período há a maior ocorrência de RPMO?
> 37 semanas (8% de incidência)
< 37 semanas corresponde a 2-4% das incidências (maioria ocorre por Gemelaridade 7-20%)
Quais são as principais causas de RPMO?
- Infecção intrauterina — corioamnionite (50% dos casos)
- Tabagismo
-Responsável por alteração do colágeno presente nas MO, enfraquecendo-as - Pressão interna
-Tais como:- Polidrâmnio (causado, por exemplo por DMG)
- Gemelaridade
- Contrações uterinas sintomáticas
- Sangramento vaginal no 2º / 3º trimestre
- Uso de drogas ilícitas
- Baixo nível socioeconômico
- Coanização ou circlagem cervical
- Colo curto (< 25 mm) no 2º trimestre
- Amniocentese — raro
- Síndrome de Ehlers-Danlos — distúrbio hereditário
-Caracterizado por vários defeitos na estrutura da síntese de colágeno
Observação:
Na maioria dos casos, não é identificado o fator etiológico
Como é realizado o diagnóstico de RPMO?
Em 90% dos casos, o diagnóstico é clínico! — em geral rotura de topografia baixa
-Realizado através de exame especular seguido de manobra de Valsava
*É visualizado saída de líquido pelo orifício do colo uterino
Em 10% dos casos, não é possível realizar do modo citado acima — em geral rotura de topografia alta
-É pedido para que a paciente deambule por alguns minutos com toalha junto à calcinha — posteriormente pesa e verifica o volume de líquido expelido
Há outras possibilidades disponíveis no mercado:
-Amnisure — exame de alto custo (pouco disponível)
* 100% de sensibilidade
* 99,8% de especificidade
Qual é o nome do marcador do PAMG-1?
Alpha1- microglobulina placentária
Em quais cenários é necessário realizar antibióticoterapia na RPMO em gestações a termo?
- Corioamnionite (terapêutico)
- Profilaxia de infecção por estreptococo*GBS +
- Resultado não disponível antes do parto
- Amniorrexe > 18h
Qual o esquema terapêutico utilizado para tratar Corioamnionite?
Ceftriaxone 2g/dia + clindamicina 600 mg 6/6h
Antibióticoterapia deve continuar até que a paciente esteja afebril e assintomática por 24-48h após o parto
Qual a conduta a ser realizada para um pré-termo em relação a antibioticoterapia?
Inicialmente deve-se realizar:
*Coletar cultura vaginorretal para GBS
- Administração de antibiótico
-Visando prolongar o período de latênciaDeve ser realizado por 7 dias, o seguinte esquema:-Azitromicina 1g VO — na admissão
-Ampicilina 2g IV 6/6h — por 48h
-Amoxicilina 875 mg VO 12/12h ou 500 mg VO 8/8h — por 5 dias(UpToDate 2024)
Posteriormente deve-se avaliar a ocorrência de trabalho de parto:
-Se estiver presente — continuar ampicilina IV até o nascimento
-Se não estiver presente — avaliar o resultado da cultura
*Positivo — profilaxia GBS ao início do parto
-Esquema:
> Penicilina G, 5 MU IV — dose de ataque Penicilina G, 2,5 - 3 MU IV 4/4h até o parto— manutenção OU > Ampicilina, 2g IV — dose de ataque Ampicilina, 1g IV 4/4h até o parto — manutenção (Esquema ACOG 2019)
*Negativo — sem profilaxia GBS ao início do parto
-Resultado é válido por 5 semanas
Observações:
-Não deve ser utilizado amoxicilina-clavulanato
-Caso no momento de início do parto não esteja disponível a cultura, deve-se realizar a profilaxia GBS
-Caso seja alérgico à penicilina, há outros esquemas pautados no risco
Em quais condições é indicado corticoidoterapia em quadros de RPMO?
- Gestações entre 24 - 34 (36 + 6/7) semanas
- Ausência de corioamnionite
Quantos ciclos podem ser aplicados de corticoide? E qual o intervalo necessário entre eles?
Pode ser aplicado até 2 ciclos com intervalo de 15 dias.
Qual a melhor conduta frente ao momento do parto em cenários de RPMO?
Acima de 37 semanas — resolução do parto
-É possível aguardar em até 24h TP espontâneo em casos de Strepto negativo
Entre 34 - 37 semanas:
Strepto positivo — indução do parto!
-Está associado a menor taxa de infecção neonatal
Strepto negativo — individualizar
Caso opte para a expectação, deve-se realizar:
- Vigilância infecciosa - Antibioticoterapia
Abaixo de 34 semanas:
- Aguardar com vigilância infecciosa (a cada 48h) + monitoramento fetal (diariamente)
- Manter paciente em repouso relativo no leito e pélvico (proibido toque vaginal)
- Resolver se apresentar sinais de corioamnionite
Em casos de <24 semanas, se houver oligoidramnia persistente, a interrupção da gravidez pode ser oferecida à paciente
O que compõe o esquema de vigilância infecciosa? Quais resultados são de alerta?
A cada 48-72h deve-se realizar:
- Hemograma
- PCR — ≥ 5 mg/L
(Procalcitonina em cenários de disponibilidade)
Diariamente:
- Temperatura — > 38ºC
- Fisiometria
- Taquicardia
Em casos de corioamnionite, qual é a via de parto adequada?
Parto vaginal salvo exceções como pélvicos
Em quais casos é indicado realizar inibição do parto?
Em nenhum caso é recomendado tocólise!
Quais são as medidas adjuvantes a serem realizadas em casos de RPMO?
- Coleta de cultura de secreção vaginal
- Pesquisa de estreptococos
Observação:
Não pode realizar amnioinfusão !