Sangramentos da 1 metade Flashcards
Quais as possíveis causas de sangramento da primeira metade da gestação?
Abortamento, gravidez ectopica, doença trofoblástica gestacional (mola hidatiforme), doença hemolítica perinatal
Qual a definição de abortamento?
Interrupção da gestação com feto pesando menos de 500g ou com IG inferior a 20 semanas.
Quais as formas de abortamento existentes?
Subclinico: ocorre antes da próxima falha menstrual
Clínico: ocorre após gravidez confirmada pelo beta-hCG ou USG.
Quais as causas mais comuns de abortamento?
Anormalidades cromossômicas (aneuploidias - trissomias e monossomias). Em seguida aparecem as desordens anatômicas (incompetência istmocervical, miomas, malformações uterinas, sinequias uterinas, distopias uterinas), doenças endócrinas (insuficiencia lutea, doenças da tireoide, diabetes, SOP), distúrbios imunológicos (síndrome do anticorpo antifosfolipidio - SAF) e, menos comumente, infecções (rubéola, CMV, hep B, HIV…)
Cite fatores de risco para abortamento
Idade materna avançada, uso de álcool, uso de cocaína, tabagismo materno e paterno, abortamento espontâneo prévio, múltiplos abortamentos provocados prévios, …
Como é feita a classificação do abortamento quanto a IG?
Abortamento precoce: interrupção da gestação até a 12 semana.
Abortamento tardio: interrupção da gestação após a 12 semana.
Abortamento habitual: ocorrência de 3 ou mais episódios de abortamento.
Quais as formas clinicas do abortamento?
Ameaça de abortamento, abortamento inevitável, abortamento completo, abortamento incompleto, abortamento infectado e abortamento retido.
Quais os sinais clínicos da ameaça de abortamento?
Pouco sangramento, pouca ou nenhuma dor, sem febre, colo fechado, utero compatível com IG, beta-hCG positivo, usg com saco gestacional íntegro e BCF presentes (se já for possível visualizar o embrião).
*DIAGNOSTICO DIFERENCIAL COM GRAVIDEZ ECTOPICA! —> se não for vista uma gestação intrauterina na usg, deve-se realizar o beta-hCG e USG seriadas.
Quais os sinais clínicos e conduta para um abortamento inevitável?
O abortamento é certo, mas ainda não foi expelido nenhum material pelo colo. Sangramento presente que pode ser intenso, dor em cólica, colo aberto, volume uterino pode ser incompatível com a IG, beta-hCG diminuído e decrescente. Sinais de descolamento decidual na usg, com presença ou não de BCF.
*Internar a paciente e realizar hidratação venosa. O quadro deve se resolver espontaneamente em até 72h e, caso isso não aconteça, deve-se fazer o esvaziamento uterino. Se o aborto foi provocado, fazer antibioticoterapia profilática.
Quais os sinais clínicos de um abortamento completo?
O feto e os anexos já foram expulsos. Parada ou redução súbita do sangramento e da dor, utero contraído e pequeno para IG ao toque, colo fechado na maioria das vezes. A paciente pode referir eliminação de material amorfo pela vagina. Podem ser vistos coágulos na usg.
- DIAGNOSTICO DIFERENCIAL COM GRAVIDEZ ECTOPICA!
- Administrar imuniglobulina anti-Rh nas gestantes Rh negativo.
Quais os sinais clínicos de um abortamento incompleto? Qual a conduta para o quadro?
O abortamento incompleto pode ser com o colo aberto (a paciente está eliminando o material naquele momento) ou com o colo fechado (parece um abortamento completo mas na usg ainda se encontra restos ovulares).
Nos dois casos o útero é pequeno para a IG e a conduta é o esvaziamento uterino. A dosagem do beta-hCG é normalmente negativa.
Quais os sinais clínicos de um abortamento infectado e qual a conduta adequada?
É uma complicação do abortamento incompleto. Inicia-se pela endometrite e pode progredir para peritonite, choque séptico l, IRA, coagulopatia, síndrome da angústia respiratória e morte materna.
A gravidade pode ser constatada de acordo com o estado da paciente (febre, estado geral). Na usg podemos ver restos ovulares e coleções purulentas no fundo de saco de Douglas.
Conduta: internação hospitalar e monitoração dos sinais vitais, correção da volemia e avaliação do estado hemodinâmico e da extensão da infecção. Realizar profilaxia antitetânica, perfusão de ocitocina e antibioticoterapia. Realizar cultura e hemocultura. Depois do atb, realizar o esvaziamento uterino e lembrar da inuniglobulina anti-Rh.
Qual o esquema de antibioticoterapia do MS para o abortamento infectado?
Gentamicina + clindamicina por 7 a 10 dias.
Se falha: associar ampicilina ou penicilina cristalina.
Quando deve ser indicada a histerectomia nos casos de abortamento infectado?
Em casos graves com peritonite e sepse, sem melhora após 48h com atb.
Quando desconfiar de tromboflebite pélvica séptica?
Febre persistente após esvaziamento uterino e inicio de atb, com ausência de abscesso ou peritonite. Melhora do quadro após uso de heparina confirma o diagnostico, que é de exclusão.