Síndrome Álgica 1 - Dor Abdominal (Cir 4) Flashcards

1
Q

Descreva a fisiopatologia da porfiria e, em especia, da porfiria intermitente aguda:

A

A porfiria consiste em um conjunto de doenças nas quais há um defeito enzimático que impede a síntese da porfirina através da Succinil-CoA. (porfirina, na forma de protoporfirina IX junto ao ferro forma a HEME). Isto resulta no acúmulo de seus precursores;

A PORFIRIA INTERMITENTE AGUDA consiste na deficiência HMB-sintetase (ou PBG-deaminase). Neste caso há acúmulo de porfobilinogênio (PBG) e ácido aminolevulínico (ALA).

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2
Q

Como é a clínica esperada da Porfiria Intermitente Aguda? (Especificar grupo mais acometido)

A

(Adultos 20-30a, quando a atividade da HMB-sintetase cai a 50%)

CLÍNICA*:

  • DOR / DISTENSÃO ABDOMINAL
  • Hiperatividade simpática (HAS, taquicardia, tremores, sudorese)
  • Peristalse aumentada
  • Neuropatia periférica
  • Convulsões
  • Distúrbio psiquiátrico

*Clínica em SURTOS, desencadeado por precipitantes (álcool, tabagismo, drogas, estresse)

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3
Q

Como é feito o diagnóstico de Porfiria Intermitente Aguda?

A
  • Dosagem de PBG urinário*
  • Dosagem de ALA urinário
  • Dosagem de PBG deaminase eritrocitária / teste genético
  • Urina arroxeada
  • Inicial
  • Mais usado
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4
Q

Como é feito o manejo de pacientes portadores de Porfiria Intermitente Primária?

A
  • Afastar precipitantes
  • Hemantina, arginato de Heme
  • Soro glicosado hipertônico 10% (inibem ALA-sintetase e por consequência a produção de ALA e PBG)
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5
Q

Qual a fisiopatologia, fatores de risco e clínica do Saturnismo?

A
  • Intoxicação pelo chumbo
  • Fatores de risco:
    .Projétil
    .Destilado clandestino
    .Mineradora
    .Bateria
    .Indústria automobilística

CLÍNICA:

  • Dor / distensão abdominal
  • Anemia
  • Perda de libido / disfunção erétil
  • Encefalopatia / amnésia / demência
  • Distúrbio psiquiátrico
  • Linha gengival de Burton (Azulada)
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6
Q

Como é feito o diagnóstico de Saturnismo?

A

História ocupacional +

Dosagem de chumbo sérico

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7
Q

Qual a etiologia da Febre Tifoide?

A

Salmonella enterica (sorotipo Typhi)

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8
Q

Como é feita a transmissão da Febre Tifoide?

A

Fecal - oral

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9
Q

Qual a clínica característica da Febre Tifoide?

A

1ª SEMANA

  • Febre
  • Dor abdominal
  • Diarreia / constipação
  • FAGET

2ª SEMANA

  • Roséolas tíficas (rash maculopapular)
  • Torpor
3ª-4ª SEMANA
- Hepatoesplenomegalia
- Epistaxe
- Complicações (necrose tecidual):
  .Hemorragia digestiva (MAIS COMUM)
  .Perfuração ileal (mais grave)
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10
Q

Como é feito o diagnóstico de Febre Tifoide?

A

CULTURA:

  • Sangue: 50-70%
  • Fezes: 30-40%
  • Medula: > 90% (continua + mesmo com antibióticoterapia)
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11
Q

Como é feito o tratamento da Febre Tifoide?

A

AGUDA:

  • Cefalosporina de 3ª (10-14 dias)
  • Ciprofloxacino (7-10 dias)
  • Cloranfenicol (14-23 dias) MS

CRÔNICA (portador):

  • Ciprofloxacino (4 semanas)
  • Colecistectomia
  • Corticoide: Dexametasona (graves) 2-3 dias
  • Vacina para viajantes de áreas endêmicas
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12
Q

Descreva a fisiopatologia da Apendicite Aguda?

A
OBSTRUÇÃO DA LUZ (fecalito, hiperplasia linfoide)
\/
ACUMULO DE SECREÇÃO (crescimento bacteriano)
\/
DISTENSÃO
\/                      (12-24H)
ISQUEMIA
\/
NECROSE
\/
PERFURAÇÃO 
(geralmente após 48h do início do quadro, podendo levar a abscesso periapendicular ou peritonite generalizada)
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13
Q

Qual a clínica da Apendicite Aguda? Cite ao menos 6 sinais clássicos:

A
  • Dor periumbilical que migra para FID
  • Anorexia, náusea, vômitos, febre, disúria

SINAIS:

  • Dunphy: dor em FID piora com tosse
  • Lenander: T retal maior que axilar em 1°C
  • Obturador: dor devido a flexão da coxa e rotação interna do quadril (apêndice pélvico)
  • Iliopsoas: Dor à extensão e abdução da coxa direita, com paciente deitado sobre seu lado esquerdo (apêndice retrocecal)
  • Chutro: desvio da cicatriz umbilical para a direita
  • Rovsing: dor em FID após compressão em FIE
  • Percussão calcânea: percussão do calcanhar direito com palma da mão gera dor em FID
  • Markle: com o paciente na ponta dos pés, peça para ele chocar os calcanhares contra o chão, gerando dor (inespecífico)
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14
Q

Como é feito o diagnóstico de apendicite aguda?

A

ALTA PROBABILIDADE (h. clássica, homem): Clínico

MÉDIA PROBABILIDADE (criança, mulher, idoso): Imagem

COMPLICAÇÃO: (massa, > 48h): Imagem

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15
Q

Quais exames de imagem são utilizados no diagnóstico de apendicite aguda?

A
CRIANÇA / GESTANTE
- USG:
  .≥ 7mm, espessamento
  .aumento de vascularização
- RM se inconclusivo (gestante)
HOMEM / NÃO GESTANTE
- Tomografia
  .≥ 7mm, espessamento
  .borramento da gordura periapendicular
  .abscesso
  .apendiculito
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16
Q

Como deve ser o manejo de pacientes diagnosticados com apendicite aguda?

A

SIMPLES (< 48h): apendicectomia + ATB profilático

COMPLICADA ou > 48h: imagem
- Não complicada: apendicectomia + ATB profilático

  • Fleimão (< 4cm): Antibioticoterapia + colono (4-6s) +/- apendicectomia (6-8s)
  • Abscesso (> 4-6s): Antibioticoterapia + drenagem + colono (6s) +/- apendicectomia (8s)

PERITONITE DIFUSA: Cirurgia de urgência + antibioticoterapia

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17
Q

Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de Doença Diverticular dos Colons?

A
  • Aumento de pressão dos colons
  • Idosos
  • Ocidente
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18
Q

Os divertículos da doença diverticular são verdadeiros ou falsos?

A

FALSOS (contem apenas mucosa e submucosa)

19
Q

Qual o local de formação dos divertículos?

A

Locais onde as artérias retas atravessam a camada muscular

20
Q

Qual topografia do cólon é mais acometida por divertículos?

A

Sigmoide

21
Q

Quais métodos podem ser utilizados para diagnosticar a doença diverticular?

A

Colonoscopia

Clister opaco

22
Q

Quais as complicações mais comuns relacionadas a doença diverticular? Em qual porção do cólon estas são mais comuns?

A

HEMORRAGIA - Cólon direito

DIVERTICULITE - Cólon esquerdo

23
Q

Qual a clínica da diverticulite?

A
  • Dor em quadrante inferior esquerdo (irradiado para região suprapúbica)
  • Alteração em hábito intestinal
  • urgência urinária
  • Febre

“APENDICITE DO LADO ESQUERDO”

24
Q

Como é feito o diagnóstico em um paciente sob suspeita de diverticulite aguda?

A

TOMOGRAFIA

Evitar fazer colonoscopia durante a inflamação, fazer 4,6 semanas depois para afastar hipótese de CA

25
Q

Como é feita a classificação da diverticulite?

A

Classificação de HINCHEY

I- Abscesso pericólico
.Ia- fleimão
.Ib- Abscesso

II- Abscesso pélvico

III- Peritonite purulenta

IV- Peritonite fecal

26
Q

Como é feito o manejo dos pacientes com diagnóstico de diverticulite?

A

NÃO COMPLICADA*:

  • Dieta líquida + ATB VO (ambulatorial)
  • Dieta zero + ATB IV (internar) - sinais exuberantes
COMPLICADA (abscesso ≥ 4cm, peritonite, obstrução):
- Abscesso ≥ 4cm:
  .Drenar
  .ATB
  .Colono
  .Cirurgia ELETIVA
- Peritonite ou obstrução:
  .ATB
  .Cirurgia de urgência (Hartmann)

*Cirurgia se: baixa imunidade, incapaz de excluir CA, fístula (bexiga)

27
Q

Quais são as principais causas de Isquemia mesentérica aguda?

A

EMBOLIA (50%)

  • Cardiopatia embólica (FA, IAM recente)
  • Dor abdominal desproporcional ao exame

VASOCONSTRIÇÃO (20%)
- Isquemia não oclusiva (choque, vasoconstrição, cocaína)

TROMBOSE ARTERIAL (15%)
- Aterosclerose (doença vascular periférica)
TROMBOSE VENOSA (5%)
- Hipercoagulabilidade
28
Q

Qual a clínica da isquemia mesentérica aguda?

A
  • Dor abdominal, desproporcional a clínica
  • Temp. retal ≤ Temp. ax (LENANDER REVERSO)
  • Metabolismo anaeróbio:
    .Acidose metabólica
    .Taquipneia
  • Irritação peritonial (tardio)
29
Q

Como é feito o diagnóstico de isquemia mesentérica aguda?

A

LABORATÓRIO (inespecífico)

  • Leucocitose
  • Acidose
  • Elevação de lactato

RX (tardio)
- Pneumatose intestinal

ANGIOTOMOGRAFIA (mais usado)
- Falha do enchimento / contraste

ANGIOGRAFIA MESENTÉRICA (P. OURO)

30
Q

Como é feito o manejo do paciente com isquemia mesentérica aguda?

A

SUPORTE:

  • HV
  • ATB
  • Controle de DHEAB

EMBOLIA / TROMBO

  • Heparina (evita progressão)
  • Laparotomia: embolectomia/trombectomia e visualizar alça
  • Papaverina pós-op (evitar vasoespasmos)

VASOCONSTRICÇÃO
- Papaverina intra-arterial (restabelece vascularização)

31
Q

Qual a principal causa de isquemia mesentérica crônica?

A

Aterosclerose

32
Q

Qual a clínica apresentada pro um paciente com isquemia mesentérica crônica?

A
  • ANGINA MESENTÉRICA (dor anginosa após alimentação)
  • Emagrecimento
  • Doença aterosclerótica
33
Q

Como é feito o diagnóstico de isquemia mesentérica crônica?

A

ANGIOGRAFIA MESENTÉRICA

34
Q

Como é feito o tratamento da isquemia mesentérica crônica?

A

REVASCULARIZAÇÃO

  • Cirúrgica - jovens
  • Stent - Idosos ou comorbidades
35
Q

Qual a clínica da colite isquêmica?

A
  • Dor
  • Diarreia mucossanguinolenta
  • Febre
  • Distensão
36
Q

Como é feito o diagnóstico da colite isquêmica?

A
  • Clister opaco: “Impressões digitais” (Thumbprinting)

- Retossigmoidoscopia: mucosa inflamada

37
Q

Como é o tratamento da colite isquêmica?

A
  • Suporte clínico
    -Cirurgia (colectomia total/parcial):
    .Peritonite
    .Hemorragia refratária
    .Colite fulminante
    .Refratário ao tratamento
38
Q

Quais são os maiores agentes etiológicos da pancreatite aguda?

A

BILIAR (30-60%)

ALCOÓLICA (15-30%): mais comum em crônica

Outras causas: pós-CPRE, idiopática, escorpião

39
Q

Como é feito o diagnóstico de pancreatite aguda?

A

CLÍNICA

  • Dor abdominal em barra
  • Náusea
  • Vômito

LABORATÓRIO (> 3x normal)

  • Amilase (menos específico): eleva em 2-12h
  • Lipase (mais específico): permanece + por mais tempo

IMAGEM

  • TC* + USG (colelitíase)
  • Ideal após 48h

PARA DIAGNÓSTICO: 2 DOS 3

40
Q

Descreva o critério de Ranson:

A
PANCREATITE NÃO BILIAR
- Na admissão hospitalar
  .Idade > 55 anos
  .Leucocitose > 16.000
  .Glicose > 200
  .LDH > 350
  .AST > 250
- Dentro de 48h de admissão
  .Queda no hematócrito > 10
  .Aumento do BUN > 5
  .Cálcio sérico < 8
  .PaO2 < 60
  .Deficit de base > 4
  .Deficit de fluido estimado > 6L
PANCREATITE BILIAR
- Na admissão hospitalar
  .Idade > 70
  .Leucocitose > 18.000
  .Glicose > 220
  .LDH > 400
  .AST > 250
- Dentro de 48h de admissão
  .Queda no hematócrito > 10
  .Aumento do BUN > 2
  .Cálcio sérico < 8
  .Deficit de base > 5
  .Deficit de fluido estimado > 4L
  .PaO2 NÃO

RANSON ≥ 3 = Pancreatite Grave

41
Q

Cite 3 formas de se considerar uma pancreatite como grave:

A

RANSON ≥ 3

APACHE-II ≥ 8

PCR >150 (> 48h)

42
Q

Descreva os critérios de atlanta:

A

LEVE: ausência de falência orgânica ou complicações locais

MODERADA: falência orgânica transitória (< 48h de duração) ou presença de complicações locais e/ou a distância

GRAVE: falência orgânica persistente (≥ 48h de duração)

43
Q

Como é feito o manejo do paciente com pancreatite aguda?

A

LEVE (enfermaria):

  • Dieta zero
  • Analgésico (até opioide, meperidina)
  • HV
  • Correção de DHEAB

MODERADA/GRAVE (UTI):

  • HV (reanimação volêmica): manter diurese > 0,5ml/kg/h
  • Analgesia
  • Suporte nutricional (enteral x NTP)
  • CPRE: colangite (icterícia)
  • ATB NÃO! (se fazer: imipenem

COLECISTECTOMIA

  • Leve: mesma internação
  • Grave: após 6 semanas
44
Q

Quais são as principais complicações relacionadas a pancreatite aguda? Como trata-las?

A

COLEÇÃO FLUIDA AGUDA (30-50%)

  • Geralmente possui resolução espontânea
  • Se suspeita de infecção, ATB

NECROSE PANCREÁTICA

  • Estéril: espectante
  • Infectada*: Punção + necrosectomia + ATB (imipenem)

PSEUDOCISTO PANCREÁTICO (15%)

  • Presença de massa ou persistência de níveis elevados de amilase
  • 4-6 semanas após o início do quadro
  • Se infectados, são chamados de “abscessos pancreáticos”
  • Se sintoma ou complicação: EDA