Síndrome Ictérica Flashcards

1
Q

O que é Icterícia?

A

É a coloração amarelada de pele e mucosas

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2
Q

Qual a principal fonte de bilirrubina no corpo?

A

85% têm origem na degradação de hemácias senis

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3
Q

Além da hemoglobina, quais outras fontes de bilirrubina?

A

Citocromo P450 e mioglobina

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4
Q

Qual a sequência de degradação da hemácia até a bilirrubina?

A

Hemácia > hemoglobina > globina + heme > heme = ferro + protoporfirina > biliverdina > bilirrubina

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5
Q

A bilirrubina indireta é ligada a quem?

A

Albumina

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6
Q

Quais são as características da bilirrubina indireta?

A

Insolúvel e não conjugada

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7
Q

Quais são os processos de transformação de BI para BD realizados pelos hepatócitos?

A

Captação, conjugação e excreção

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8
Q

O que acontece com a bilirrubina após ser excretada na bile?

A

Uma parte é metabolizada por bactérias no íleo terminal com formação de urobilinogênio

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9
Q

O que acontece com o urobilinogênio no íleo terminal?

A

Uma parte é absorvido, entra na circulação e é excretado na urina sob a forma de urobilina

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10
Q

O que acontece com a bile que não é metabolizada por bactérias?

A

Sai nas fezes, sendo chamada de estercobilina e responsável pela coloração fecal

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11
Q

Quais são as principais etiologias do aumento de BI?

A

Superprodução de BI (hemólise), Diminuição da captação (medicamentos, jejum prolongado, infecções) e Diminuição na conjugação (síndromes genéticas e imaturidade do sistema de conjugação em RN)

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12
Q

O que devo pensar em adulto com aumento de BI?

A

Hemólise ou Síndrome genética

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13
Q

Quais são as principais síndromes genéticas que cursam com elevação de BI?

A

Sd de Gilbert e Sd de Crigler-Najjar

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14
Q

O que causa aumento de BD?

A

Lesão de hepatócito ou impossibilidade de excreção da bilirrubina do hepatócito para os canalículos biliares ou obstrução ao fluxo da bile para o intestino

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15
Q

Quais as principais etiologias sindrômicas para aumento de BD?

A

Síndrome Hepatocelular e Síndrome Colestática

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16
Q

Qual a etapa limitante e mais sensível do metabolismo da bilirrubina? Por quê?

A

A excreção, pois depende de ATP

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17
Q

Quais as principais causas de “aumento de BD e mais nada”?

A

Síndrome de Dubin-Johnson e Síndrome de Rotor

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18
Q

Quais as principais causas de icterícia por padrão hepatocelular?

A

Vírus (A, B, C, D, E, EBV, CMV, herpes-simplex), Álcool, Drogas, Autoimune

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19
Q

Quais as principais causas de icterícia por padrão colestático intra-hepático?

A

Vírus (A), Álcool, Drogas, Cirrose Biliar Primária, Leptospirose

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20
Q

Quais as principais causas de icterícia por padrão colestático extra-hepático?

A

Coledocolitíase, Síndrome de Mirizzi, Colangite Esclerosante Primária, Pancreatite Crônica, Parasitas e malignidades

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21
Q

Quais as principais malignidades que causam icterícia por padrão colestático?

A

Colangiocarcinoma, câncer de cabeça de pâncreas, câncer de vesícula biliar, câncer periampular

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22
Q

A partir de qual valor de bilirrubina há impregnação de esclera? E da pele?

A

2,5 - 3mg/dL; > 5mg/dL

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23
Q

Quais as características clínicas do paciente portador de Síndrome Hepatocelular ou Colestática? Qual o sinal mais útil na diferenciação entre elas?

A

Icterícia, colúria, acolia fecal, fadiga, anorexia, náuseas, vômitos, dor no hipocôndrio direito. Prurido.

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24
Q

O que é Colelitíase?

A

Presença de cálculo na Vesícula Biliar

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25
Q

Quais as principais complicações da Colelitíase?

A

Colecistite, Coledocolitíase, Colangite, Pancreatite Biliar e Íleo Biliar

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26
Q

O que causa a Colecistite Aguda?

A

Inflamação causada por um cálculo impactado no Ducto Cístico

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27
Q

Qual o mecanismo de inflamação da Colecistite Aguda?

A

Químico - pelo aumento da tensão luminal com conversão da lecitina em lisolecitina a qual provoca irritação química da parede da Vesícula
Bacteriano - após 2 a 3 dias com proliferação bacteriana

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28
Q

Qual o quadro clínico da Colecistite Aguda?

A

Febre + Quadro abdominal inflamatório QSD + Sinal de Murphy

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29
Q

O que é o Sinal de Murphy?

A

Parada súbita da inspiração profunda por dor durante a palpação do ponto cístico

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30
Q

Dor da colecistite aguda irradiada para o Ombro por irritação diafragmática

A

Sinal de Kehr

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31
Q

Dor referida para a ponta da Escápula direita em quadro de Colecistite Aguda

A

Sinal de Boas

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32
Q

Laboratório da Colecistite Aguda

A

Leucocitose + Bilirrubinas normais + aumento discreto de transaminases e amilase

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33
Q

Qual o rincipal exame complementar da Colecistite Aguda?

A

USG Abdominal

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34
Q

Qual o exame mais sensível da Colecistite Aguda?

A

Cintilografia com 99m-Tc-HIDA

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35
Q

Quais são as principais bactérias da Colecistite Aguda?

A

Gram-negativos entéricos (E. coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp.) e Enterococcus sp.

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36
Q

Qual o tratamento inicial da Colecistite Aguda?

A

Antibioticoterapia Venosa + Hidratação Venosa + Analgesia

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37
Q

Qual o tratamento definitido da Colecistite Aguda?

A

Colecistectomia (VL) nas primeiras 72h

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38
Q

Quais as possíveis complicações da Colecistite Aguda?

A

Empiema de Vesícula + Sepse biliar, Gangrena + perfuração, Colecistite Enfisematosa

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39
Q

Quais as evoluções da Gangrena + Perfuração da Colecistite Aguda?

A

Abscesso perivesical se a perfuração for bloqueada, peritonite séptica generalizada se a perfuração for livre e fístula colecistoentérica que pode gerar Íleo Biliar

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40
Q

Qual o principal microorganismo envolvido na Colecistite Enfisematosa?

A

Clostridium perfringes

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41
Q

Qual o principal grupo de risco da Colecistite Enfisematosa?

A

Diabéticos

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42
Q

Qual a explicação da Icterícia em uma Colecistite Aguda?

A

Não há icterícia. Pode haver na Síndrome de Mirizzi

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43
Q

Quais os sinais e sintomas clássicos da Colecistite Aguda?

A

Dor biliar prolongada (> 6h), Anorexia, Náuseas e Vômitos, Febre (baixa - moderada), Irritação Peritoneal em QSD, Massa dolorosa palpável em QSD e Sinal de Murphy

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44
Q

Quais as principais diferenças entre Colecistite Aguda e Pancreatite Aguda?

A

Vômitos mais proeminentes e Amilase muito mais elevada em Pancreatite

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45
Q

Quais os sinais de Inflamação da Vesícula visualizados na USG Abdominal?

A

Espessamento da Parede da Vesícula (> 4mm), Coleção Pericolecística, Distensão da Vesícula, Cálculo impactado e Sinal de Murphy ultrassonográfico

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46
Q

Tratamento ATB da Colecistite Aguda?

A

Ceftriaxona + Metronidazol

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47
Q

Tratamento da Colecistite Aguda em pacientes que não toleram cirurgia?

A

Drenagem Biliar

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48
Q

Quais as indicações de cirurgia de urgência na Colecistite Aguda?

A

Empiema, Gangrena com Perfuração e Fístula Colecistoentérica. São as complicações

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49
Q

Quantos % dos pacientes com Colecistite Aguda complicam?

A

10 - 20%

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50
Q

O que classifica a Colecistite Aguda como Tokyo I?

A

Colecistite Aguda Leve - sem critérios de gravidade

Colecistite em um paciente saudável, sem comorbidades, sem disfunção orgânica e com alterações inflamatórias leves

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51
Q

O que classifica a Colecistite Aguda como Tokyo II?

A

Colecistite Aguda Moderada - Leucocitose > 18.000, Plastrão/Massa palpávem em HCD, Sintomas > 72h e Complicações

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52
Q

O que classifica a Colecistite Aguda como Tokyo III?

A

Colecistite Aguda Grave - Disfunção Orgânica - Hipotensão + DVA, RNC, PaO2/FiO2 < 300, Oligúria ou Cr > 2, INR > 1,5, Plqt < 100.000

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53
Q

Para quem é indicado tratamento cirúrgico na Colecistite Aguda?

A

Tokyo I e II

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54
Q

Para quem é indicada drenagem de urgência na Colecistite Aguda?

A

Tokyo III

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55
Q

O que é a Síndrome de Mirizzi?

A

Obstrução extrínseca do Ducto Hepático Comum por cálculo impactado no Ducto Cístico (efeito mecânico ou edema inflamatório)

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56
Q

Qual a principal importância da Síndrome de Mirizzi durante a cirurgia?

A

Aumenta o risco de lesão iatrogênica da via biliar durante a colecistectomia VL

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57
Q

O que caracteriza a Síndrome de Mirizzi tipo I?

A

Ausência de fístula

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58
Q

O que caracteriza a Síndrome de Mirizzi tipo II?

A

Presença de fístula que envolve até 1/3 do ducto hepático comum

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59
Q

O que caracteriza a Síndrome de Mirizzi tipo III?

A

Presença de fístula que envolve até 2/3 do ducto hepático comum

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60
Q

O que caracteriza a Síndrome de Mirizzi tipo IV?

A

Presença de fístula que envolve todo o diâmetro do ducto hepático comum

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61
Q

Qual a apresentação clínica da Síndrome de Mirizzi?

A

Síndrome Colestática progressiva (icterícia + colúria + acolia fecal + prurido), complicando com episódio de Colangite Recorrente (Icterícia + Dor biliar + Febre)

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62
Q

Quais os exames complementares da Síndrome de Mirizzi

A

Confirmado por CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica) ou CTP (Colangiografia Trans-hepática Percutânea). USG é apenas sugestivo

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63
Q

Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi?

A

Sempre cirúrgico + colecistectomia

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64
Q

Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi tipo I?

A

Coledocotomia com exploração da via biliar + Dreno de Kehr

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65
Q

Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi tipo II?

A

Sutura da fístula ou coledocoplastia

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66
Q

Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi tipo III?

A

Coledocoplastia

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67
Q

Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi tipo IV?

A

Colecistectomia + Derivação Biliodigestiva

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68
Q

O que é Coledocolitíase?

A

É a presença de cálculos em colédoco promovendo obstrução (colestase)

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69
Q

Qual a origem do cálculo da Coledocolitíase?

A

10% primários, 90% secundários da Vesícula

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70
Q

Quais as características dos cálculos primários da Coledocolitíase?

A

Pigmentados castanhos associados a estase (estenose cicatricial, estenose de papila, neoplasia, cisto biliar) e infecção (colangite bacteriana crônica)

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71
Q

Quais as classificações dos cálculos da Coledocolitíase?

A

Residuais (identificados nos 2 primeiros anos da colecistectomia) e Recorrentes (após 2 anos)

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72
Q

Qual a apresentação clínica da Coledocolitíase?

A

Icterícia Flutuante

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73
Q

Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico de Coledocolitíase?

A

CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica)

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74
Q

Qual o tratamento da Coledocolitíase?

A

Depende do risco cirúrgico do paciente

75
Q

Qual a indicação da Papilotomia Endoscópica na Coledocolitíase?

A

Terapia de escolha na descoberta antes da colecistectomia ou após a colecistectomia

76
Q

Qual a indicação da Exploração Laparoscópica do Colédoco?

A

Terapia de escolha para a descoberta de coledocolitíase durante a colecistectomia

77
Q

Quais as indicações da Derivação Biliodigestiva na Coledocolitíase?

A

Colédoco muito dilatado (> 2 cm), Múltiplos cálculos (> 6), Cálculos intra-hepáticos residuais e Coledocolitíase Primária

78
Q

Quais são os preditores Muito Fortes de Coledocolitíase da ASGE?

A

Presença de cálculo no colédoco na USG, clínica de colangite e BT > 4

79
Q

Quais são os preditores Fortes de Coledocolitíase da ASGE?

A

Colédoco dilatado na USG (> 6mm) e BT 1,8 - 4

80
Q

Quais são os preditores Moderados de Coledocolitíase da ASGE?

A

Transaminases alteradas, Idade > 55 anos e clínica de Pancreatite biliar

81
Q

Qual a conduta no Risco Alto de Coledocolitíase da ASGE?

A

CPRE (1 preditor muito forte ou 2 forte)

82
Q

Qual a conduta no Risco Intermediário de Coledocolitíase da ASGE?

A

1 preditor forte ou moderado = Se cirurgia > colecistectomia laparoscópica + colangiografia ou USG intraoperatório; Se não vai operar > ColangioRM ou USG endoscópicos. Se cálculos = CPRE

83
Q

Qual a conduta no Risco Baixo de Coledocolitíase da ASGE?

A

Colecistectomia laparoscópica apenas

84
Q

No que consiste a Síndrome do Ralo (Sump Syndrome)?

A

Entupimento da anastomose biliodigestiva por refluxo de resíduos alimentares, que pode ocasionar novos episódios de icterícia flutuante, infecções da via biliar e colangiocarcinoma

85
Q

Quais são as causas de icterícia após uma colecistectomia?

A

Coledocolitíase residual e estenose cicatricial

86
Q

Quais os fatores de risco para Estenose Cicatricial após Colecistectomia?

A

Vesícula inflamada e aderente (colecistite), sangramento cirúrgico, obesidade e variações anatômicas

87
Q

Qual o tratamento da estenose cicatricial após a colecistectomia?

A

Reparo primário, endopróteses (stent) ou derivação biliodigestiva

88
Q

Após quantos dias da coledocotomia laparotômica o Dreno de Kehr deve ser removido?

A

14 a 21 dias

89
Q

O que é a Colangite Bacteriana Aguda?

A

Infecção das vias biliares por bactérias piogênicas após obstrução ao fluxo de bile

90
Q

Quais os microorganismos envolvidos na Colangite Bacteriana Aguda?

A

Os mesmos da Colecistite Aguda, i. e., E. coli, Klebsiella sp. e Enterobacter

91
Q

Quais as causas de Colangite Bacteriana Aguda?

A

Qualquer causa que promova estase de bile, por exemplo coledocolitíase, estenose cicatricial, colangite esclerosante, cisto biliar e tumores obstrutivos

92
Q

Qual a apresentação clínica da Colangite Bacteriana Aguda?

A

Síndrome Ictérica + Síndrome Inflamatória Abdominal (Colecistite + Coledocolitíase) = Tríade de Charcot / Pêntade de Reynolds

93
Q

No que consiste a Tríade de Charcot?

A

Febre (alta com calafrios) + Ictéricia + Dor Biliar (Sinal de Murphy)

94
Q

No que consiste a Pêntade de Reynolds?

A

Tríade de Charcot + SEPSE

Febre (alta com calafrios) + Ictéricia + Dor Biliar (Sinal de Murphy) + Hipotensão + Estado confusional

95
Q

Qual o laboratório da Colangite Aguda?

A

Leucocitose neutrofílica (> 15.000) + Hiperbilirrubinemia direta + aumento de transaminases e FA

96
Q

Como é realizado o diagnóstico da Colangite Aguda?

A

É clínico

97
Q

Qual o primeiro exame complementar da Colangite Aguda?

A

USG Abdominal = visualizar dilatação de vias bilares e coledocolitíase

98
Q

Qual o papel da CPRE na Colangite Aguda?

A

Confirmar o diagnóstico e tratar

99
Q

Qual o tratamento da Colangite Aguda Não Supurativa?

A

ATB venoso + descompressão eletiva (CPRE ou colecistectomia + colangiografia intraoperatória)

100
Q

Qual o tratamento da Colangite Aguda Supurativa?

A

ATB venoso + descompressão de urgência (papilotomia endoscópica para cálculos e endopróteses para tumores, caso não resolva = cirurgia)

101
Q

Quais os esquemas ATB para Colangite Aguda?

A

Ceftriaxona + Metronidazol ou Ampicilna + Gentamicina + Metronidazol

102
Q

Quais os critérios para indicar drenagem de urgência na Colangite Aguda?

A

Dor abdominal persistente, hipotensão refratária a volume, confusão mental, febre > 39ºC (sepse)

103
Q

Qual o principal tumor da via biliar?

A

O tumor de vesícula biliar

104
Q

Qual o principal tumor que obstrui a via biliar?

A

O tumor de cabeça de pâncreas

105
Q

Quais são os tipos de pólipos de vesícular biliar?

A

Pólipos hiperplásicos (benignos) e neoplásicos

106
Q

Quais são os tipos de pólipos hiperplásicos da vesícula biliar?

A

Pólipos de colesterol (<1 cm, pedunculados, múltiplos, vesícula em morango) e pólipos adenomiomatosos (grande, único, séssil, umbiculado)

107
Q

Quais são os tipos de pólipos neoplásicos da vesícula biliar?

A

Pólipo adenomatoso (não faz invasão transmural) e pólipo carcinomatoso (é o próprio carcinoma de vesícula)

108
Q

Quais as indicações de colecistectomia na presença de pólipo em vesícula?

A

Pólipos sintomaticos (dor biliar típica) ou assintomáticos com: colelitíase (risco de malignizar), idade > 60 anos, diâmetro > 1 cm e crescimento documentado em USG seriada

109
Q

Qual o principal tipo histológico do Carcinoma de Vesícula Biliar?

A

Adenocarcinoma (90%)

110
Q

Quais os fatores de risco para o desenvolvimento de Carcinoma de Vesícula Biliar?

A

Fatores que promovem Inflamação Crônica. Colelitíase, Vesícula em porcelana, anomalia da junção pancreatobiliar, cisto de colédoco, pólipo adenomatoso, colangite esclerosante primária, obesidade, infecção por Salmonella typhi

111
Q

Qual a apresentação clínica do Carcinoma de Vesícula Biliar?

A

Normalmente assintomático até estágio avançado (tumor se origina no fundo ou corpo da vesícula). O sintoma mais comum é a dor biliar episódica. Obstrução biliar em 30% dos sintomáticos = icterícia progressiva, prurido e emagrecimento. Outra manifestação: colecistite aguda + anorexia + emagrecimento - icterícia

112
Q

Qual o principal tipo histológico do Colangiocarcinoma?

A

Adenocarcinoma (90%)

113
Q

Qual o tipo do Colangiocarcinoma mais comum?

A

Tumor de Klatskin (75%) localizado na confluência dos ductos hepáticos

114
Q

O que é o Tumor de Klatskin Tipo I da Classificação de Bismuth-Corlette?

A

Quando acomete só hepático comum

115
Q

O que é o Tumor de Klatskin Tipo II da Classificação de Bismuth-Corlette?

A

Quando acomete o hepático comum e a bifurcação dos hepáticos

116
Q

O que é o Tumor de Klatskin Tipo III da Classificação de Bismuth-Corlette?

A

Quando acomete o hepático comum, a bifurcação e só o hepático direito (IIIa) ou só o esquerdo (IIIb)

117
Q

O que é o Tumor de Klatskin Tipo IV da Classificação de Bismuth-Corlette?

A

Quando acomete o hepático comum, a bifurcação e tanto o hepático direito quanto o esquerdo

118
Q

Quais os fatores de risco para Colangiocarcinoma?

A

Idade avançada (50 - 70 anos), Colangite Esclerosante Primária, Cistos Biliares Congênitos, Hepatolitíase, Derivação Biliodigestiva, Hepatites B e C, doenças genéticas, papilotomia transduodenal, parasitas hepáticos, sexo masculino

119
Q

Qual a apresentação clínica do Colangiocarcinoma?

A

Síndrome Colestática Clássica evoluindo com icterícia progressiva indolor (90%), além de colúria, hipocolia fecal, prurido, anorexia e emagrecimento

120
Q

Como é a Vesícula do Colangiocarcinoma?

A

Escleroatrófica

121
Q

Como é o laboratório do Colangiocarcinoma?

A

Típico de colestase: FA muito elevada + BT > 10 - 15 (que indica drenagem por CPRE ou CTP.

122
Q

Qual o tratamento cirúrgico do Colangiocarcinoma Intra-hepático?

A

Hepatectomia parcial

123
Q

Qual o tratamento cirúrgico do Colangiocarcinoma Extra-hepático?

A

Cirurgia de Whipple (Gastroduodenopancreatectomia)

124
Q

Qual o tratamento cirúrgico do Tumor de Klatskin Bismuth-Corlette tipos I e II?

A

Ressecção em bloco dos ductos biliares extra-hepáticos + colecistectomia + linfadenectomia regional + hepaticojejunostomia em Y de Roux. Tipo II pode necessitar de lobectomia hepática

125
Q

Qual o tratamento cirúrgico do Tumor de Klatskin Bismuth-Corlette tipos III e IV?

A

Ressecção em bloco dos ductos biliares extra-hepáticos + colecistectomia + linfadenectomia regional + hepaticojejunostomia em Y de Roux + lobectomia hepática com ressecção e reconstrução de veia porta e/ou artéria hepática

126
Q

Qual o principal tumor periampolar?

A

Carcinoma de cabeça de pâncreas (85%)

127
Q

Quais são os tumores periampolares?

A

Carcinoma de cabeça de pâncreas, Carcinoma da Ampola de Vater, Colangiocarcinoma distal (colédoco) e Tumor de duodeno próximo à Ampola de Vater

128
Q

Quais as características comuns aos tumores periampolares?

A

Proximidade com a papila de Vater, icterícia progressiva e vesícula de Courvoisier-Terrier

129
Q

Qual o tipo histológico do adenocarcinoma de cabeça de pâncreas?

A

Adenocarcinoma ductal (80 - 90%)

130
Q

Quais os fatores de risco para carcinoma de cabeça de pâncreas?

A

Idade avançada, sexo masculino, raça negra, tabagismo, história familiar positiva, diabetes e obesidade, síndromes genéticas (PAF, Peutz-Jeghers), pancreatite crônica ou hereditária e exposição ocupacional a carcinôgenos

131
Q

Qual a apresentação clínica do carcinoma de cabeça de pâncreas?

A

Icterícia, dor abdominal epigástrica e emagrecimento. A icterícia é progressiva e contínua, associada a colúria, hipocolia fecal e prurido intenso. A dor é constante e pode ter irradiação em barra.

132
Q

Qual Síndrome Paraneoplásica está associada ao Carcinoma de Cabeça de Pâncreas?

A

Síndrome de Trousseau

133
Q

No que consiste a Síndrome de Trousseau?

A

Síndrome Paraneoplásica caracterizada por tromboflebite migratória.

134
Q

Qual o marcador tumoral do carcinoma de cabeça de pâncreas?

A

CA-19-9

135
Q

Quais exames auxiliam no diagnóstico e estadiamento do carcinoma de cabeça de pâncreas?

A

USG endoscópico, TC helicoidal trifásica e PET

136
Q

Quais são os carcinomas de cabeça de pâncreas ressecáveis?

A

Tis (carcinoma in situ), Estágios I (T1 ou T2 confinado ao pâncreas) e II (T3 ou N1)

137
Q

Quais são os carcinomas de cabeça de pâncreas irressecáveis?

A

Estágio III e IV (metástase à distância)

138
Q

Qual o tratamento dos carcinomas de cabeça de pâncreas ressecáveis?

A

Cirurgia de Whipple (gastroduodenopancreatectomia) + linfadenectomia regional + Tratamento adjuvante (QTx + - RTx)

139
Q

Qual o tratamento dos carcinomas de cabeça de pâncreas irressecáveis?

A

Tratamento paliativo através da endoprótese via CPRE para desobstruir a icterícia, analgesia, bloqueio de plexo celíaco + QTx +- RTx paliativa

140
Q

De onde é derivado o adenocarcinoma ductal pancreático geralmente?

A

Do epitélio distal do ducto de Wirsung

141
Q

Como é a macroscopia do adenocarcinoma ductal pancreático?

A

Lesão dura, irregular, pouco delimitada, acintenzada e resistente

142
Q

Quais são as lesões pancreáticas com maior potencial de malignização?

A

Neoplasia Cística Mucinosa (MCN) e Neoplasia Mucinosa Papilar Intraductal (IPMN). São as lesões pré-malignas

143
Q

Quais as mutações associadas ao adenocarcinoma pancreático?

A

K-ras, HER2/neu, BRCA2, DPC4 e p53

144
Q

Quais as manifestações clínicas do carcinoma pancreático?

A

Emagrecimento (92%), Icterícia (82%), dor (72%), prurido (24%), fraqueza (35%), náuseas e vômitos (37%)

145
Q

Quais os fatores sugestivos de carcinoma pancreático irressecável?

A

Emagrecimento e massa abdominal palpável

146
Q

Quais as principais metástases do carcinoma pancreático?

A

Fígado, Pulmão e Peritôneo

147
Q

Quais as manifestações do carcinoma pancreático são semelhantes ao câncer gástrico?

A

Metástase umbilical (Nódulo da irmã Maria José), pélvica (Prateleira de Blumer) e linfonodo supraclavicular esquerdo (nódulo de Virchow)

148
Q

Quais os marcadores associados ao carcinoma pancreático?

A

CA-19-9, CEA e Alfafetoproteína

149
Q

Qual a principal utilização do marcador CA-19-9 no carcinoma pancreático?

A

Avaliação pré e pós-tratamento. Quanto maior o valor, pior o prognóstico

150
Q

O que pode aumentar o marcador CA-19-9?

A

Colangiocarcinoma, cânceres de vesícula biliar, mama, cólon, estômago e ovário, colangite aguda, colelitíase e pancreatites aguda e crônica

151
Q

Qual o melhor exame para diagnóstico e estadiamento do câncer de pâncreas?

A

TC helicoidal trifásica (sem contraste - fase pancreática - fase portal)

152
Q

Qual exame pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre câncer pancreático e pancreatite crônica?

A

PET

153
Q

Quando utilizar a laparoscopia para estadiamento no câncer pancreático?

A

Avaliar ressecabilidade de lesão em doente com alto risco para irressecabilidade: tumores grandes (> 4 cm), CA-19-9 muito elevado (> 1.000), achados incertos na TC ou tumores de corpo e cauda

154
Q

Qual a conduta cirúrgica no câncer pancreático irressecável?

A

Biópsia da lesão para confirmar diagnóstico e definir QTx paliativa

155
Q

Quais os exames básicos do estadiamento de câncer pancreático?

A

TC trifásica de abdome e pelve e Rx de tórax

156
Q

Qual o tratamento cirúrgico do câncer pancreático ressecável?

A

Cirurgia de Whipple (Gastroduodenopancreatectomia)

157
Q

Quais as principais complicações da cirurgia de Whipple?

A

Esvaziamento gástrico lentificado, fístula pancreática, infecção de ferida operatória e abscesso intra-abdominal

158
Q

Qual a única possibilidade de cura para o câncer pancreático?

A

Ressecção cirúrgica com margens livres e linfadenectomia

159
Q

Qual o câncer periampolar de melhor prognóstico?

A

Carcinoma da Ampola de Vater

160
Q

Qual o tipo histológico mais comum do Carcinoma de Ampola de Vater?

A

Adenocarcinoma proveniente do epitélio da papila ou Ampola de Vater

161
Q

Quais as manifestações clínicas do Carcinoma de Ampola de Vater?

A

Síndrome colestática clássica, podendo apresentar icterícia flutuante, melena e anemia ferropriva

162
Q

Como se justifica a Icterícia Flutuante do Carcinoma de Ampola de Vater

A

O tumor cresce e obstrui o fluxo de bile causando icterícia. Em seguida, sofre necrose hemorrágica, sangrando através do duodeno, o que libera o fluxo e interrompe a icterícia até ele voltar a crescer

163
Q

Qual o principal sinal semiológico do carcinoma de Ampola de Vater?

A

Vesícula de Courvoisier-Terrier

164
Q

Quais exames são realizados para diagnóstico e tratamento do carcinoma de Ampola de Vater?

A

CPRE, TC e USG endoscópica

165
Q

Qual o tratamento do carcinoma de Ampola de Vater?

A

Cirurgia de Whipple

166
Q

O que é a colecistite aguda alitiásica?

A

Inflamação aguda da vesícula na ausência de cálculos

167
Q

Quais os principais fatores de risco para colecistite aguda alitiásica?

A

Idosos e pacientes de UTI, NPT, politrauma, grande queimado, instabilidade hemodinâmica prolongada, ventilação mecânica, diabetes, AIDS, doença coronariana, neoplasias, uso de opiáceos, múltiplas transfusões sanguíneas

168
Q

Quando suspeitar de colecistite aguda alitiásica em paciente de UTI?

A

Todo paciente que evolui com febre e leucocitose inexplicada

169
Q

Quais as manifestações clínicas da colecistite aguda alitíasica?

A

As mesmas da colelitíase calculosa

170
Q

Qual o principal exame complementar para diagnóstico da Colecistite Aguda Alitiásica?

A

USG Abdominal

171
Q

Qual o tratamento da colecistite aguda alitiásica?

A

Colecistectomia aberta com drenagem de possíveis abscessos. Se paciente muito grave = drenagem percutânea

172
Q

Qual a etiologia da Colangite Esclerosante Primária?

A

Autoimune idiopática

173
Q

O que a Colangite Esclerosante Primária ataca?

A

Os ductos biliares intra e extra-hepáticos, sobretudo a bifurcação do hepático comum

174
Q

Qual o resultado final da Colangite Esclerosante Primária?

A

Cirrose Biliar Secundária

175
Q

Qual doença está associada à Colangite Esclerosante Primária?

A

Retocolite Ulcerativa (RCU) em 70% dos casos. Geralmente a RCU precede a CEP.

176
Q

Qual o principal grupo acometido pela Colangite Esclerosante Primária?

A

Homens (3:1) entre 35-50 anos

177
Q

Quais as manifestações clínicas da Colangite Esclerosante Primária?

A

Prurido e fadiga, episódios de icterícia obstrutiva, além de dor biliar e febre baixa por episódios recorrentes e autolimitados de colangite bacteriana (surto e remissão)

178
Q

Qual a principal forma de diagnóstico da Colangite Esclerosante Primária?

A

Alteração de FA em pacientes que fazem acompanhamento por RCU

179
Q

Qual o marcador sorológico da Colangite Esclerosante Primária?

A

p-ANCA (30 - 80%)

180
Q

Qual o principal exame para diagnóstico da Colangite Esclerosante Primária?

A

CPRE

181
Q

Qual o padrão típico visualizado pela CPRE da Colangite Esclerosante Primária?

A

Contas em Rosário

182
Q

Qual o tratamento definitivo da Colangite Esclerosante Primária?

A

Transplante ortotópico de fígado

183
Q

Quais as principais complicações da Colangite Esclerosante Primária?

A

Cirrose biliar secundária, colangiocarcinoma, síndrome disabsortiva pela colestase, colelitíase e episódios repetidos de colangite, estenose de grandes ductos biliares, pancreatite, câncer de cólon e vesícula biliar, além de hepatocarcinoma