3ºSim_grac Flashcards
Acerca do conceito, dos modelos e das técnicas de orçamento público, julgue os próximos itens.
- No Brasil, considera-se que o orçamento público é, atualmente, um instrumento de planejamento, materializado por meio de Lei de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo.
Certo.
A questão é relativa ao conceito de orçamento público.
De fato, o orçamento público atualmente é um instrumento de planejamento, tendo em vista o atual modelo orçamentário utilizado no Brasil, o orçamento-programa.
Quanto à sua materialização, é mesmo por meio de Lei de iniciativa exclusiva pelo Chefe do Poder Executivo, nos termos do art. 165, I, II e III c/c art. 84, XXIII da Constituição.
Outros instrumentos de planejamento previstos na Constituição são o plano plurianual (PPA) e a lei de diretrizes orçamentárias (LDO).
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
- O orçamento-programa, considerado como um modelo orçamentário moderno, propicia um melhor planejamento de trabalho, com ênfase nas realizações por meio das diversas ações, além de propiciar uma melhor determinação das responsabilidades.
Certo.
A questão é relativa às técnicas de orçamento público.
A assertiva define corretamente o orçamento programa. É um modelo orçamentário moderno; propicia melhor planejamento (vide seu aspecto de integração do orçamento ao planejamento); possui ênfase nas realizações por meio das diversas ações (atividades, projetos e operações especiais); e propicia uma melhor determinação das responsabilidades.
Segundo o Manual Técnico do Orçamento de 2022 (p. 14), os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas, a fim de conferir racio- nalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução e controle do orçamento público e são válidos para todos os Poderes e para todos os entes federativos.
Acerca dos princípios orçamentários, julgue o item subsequente.
73. Incluem-se, entre os princípios orçamentários modernos, os princípios da transparência, da simplificação e da descentralização.
Errado.
A questão é relativa aos princípios orçamentários.
Os princípios orçamentários modernos considerados pela doutrina são o da simplificação, o da descentralização e o da responsabilização.
Vejamos suas definições:
•Princípio da simplificação: o planejamento e o orçamento devem basear-se a partir de elementos de fácil compreensão. Atualmente, essa simplificação está bem refletida na adoção do problema como origem para criação de programas e ações.
•Princípio da descentralização: é preferível que a execução das ações ocorra no nível mais próximo de seus beneficiários. Entende-se que é favorecida a cobrança por resultados, dada a proximidade entre o beneficiário e a unidade orçamentária executora das ações.
•Princípio da responsabilização: os gerentes/ administradores públicos devem assumir de forma personalizada a responsabilidade pelo desenvolvimento de uma determinada ação de governo, buscando a solução ou o encaminhamento de um problema.
Portanto, questão incorreta
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
Considerando-se as estruturas linguísticas do texto e os sentidos construídos ao longo dele, julgue os itens subsequentes.
- Infere-se do texto que, caso Simón Bolívar fosse bem-sucedido em seu projeto político para a América Latina, é mais provável que hoje houvesse um grande país latino-americano de matriz cultural espanhola que vários países hispano- -americanos, como é atualmente.
Certo.
Essa ideia é baseada em “Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinha- ria política e da prevalência de interesses pes- soais dos líderes caudilhos regionais…”. Se Bo- lívar tinha um projeto de unificação dos vários países que estavam sob o domínio espanhol e se esse projeto lograsse êxito, o cenário geopo- lítico atual mais provável é o de um gigantesco país de língua espanhola.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Segundo o texto, entre as razões de a América Latina não ter alcançado o grau de desenvolvimento dos Estados Unidos, encontram-se as diferenças culturais entre este e aquela.
Errado.
Segundo o texto, a explicação para o não desenvolvimento da América Latina, quando comparada aos Estados Unidos, é de natureza política, com governantes com práticas governamentais errôneas.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- O texto pertence ao gênero editorial, em razão de ser publicado em um veículo jornalístico.
Errado.
O texto, de fato, é do gênero textual editorial, porém o que o caracteriza como um editorial é o fato de ser um texto de tipologia argumentativa e expressar a visão de um veículo midiático acerca de determinado tema. Assim, o texto não possui autoria individual, mas coletiva. Isoladamente, o fato de o texto ser publicado em uma mídia jornalística não implica que seu gênero seja editorial.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- O vocábulo “sobretudo” (l. 3) equivale a “excepcionalmente”.
Errado.
O vocábulo “sobretudo” equivale a “principalmente”.
•Sobretudo sinônimos:
principalmente, especialmente, acima de tudo, em cima de tudo, essencialmente, mormente, maiormente, em especial, particularmente, de preferência, nomeadamente, basicamente, precipuamente, máxime, singularmente.
•Excepcionalmente sinônimos:
diferentemente, incomumente, inusitadamente, raramente.
De modo excessivo: 2 abundantemente, exageradamente, excessivamente, imensamente, imoderadamente, muito.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
5. Os vocábulos “países” (l. 3) e “domínio” (l. 6) seguem a mesma regra de acentuação gráfica.
Errado.
O vocábulo “países” é acentuado em razão de apresentar hiato com a vogal “i” tônica isolada em uma sílaba. Já “domínio” é paroxítona termi- nada em ditongo oral crescente.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Em “mal sucedidas” (l. 86), a expressão foi grafada em desacordo com as normas ortográficas atualmente vigentes.
Certo.
O vocábulo “mal” se une a outros vocábulos por meio de hífen apenas quando começam em vogal ou h; caso contrário, une-se ao vocábulo seguinte: malsucedidas.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- O emprego de sinal indicativo de crase em “chega à atual década” (l. 78-79) e “similar à de países pobres” (l. 79-80) implica que os vocábulos “década” e “países” foram empregados em sentido determinado.
Errado.
Na primeira expressão, o sinal indicativo de crase marca a fusão da preposição “a”, regida por “chega”, e o artigo “a”, determinante de “década”, vocábulo que, então, é empregado em sentido determinado, definido. Porém, em “similar à de países pobres”, não é o vocábulo “países” que foi empregado em sentido determinado, mas sim o vocábulo “condição”, que está subentendido. O sinal indicativo de crase marca, então, a fusão da preposição “a”, regida por “similar”, ao artigo “a”, determinante de “condição”.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- O vocábulo “que” possui idêntica clas- sificação morfológica nas duas ocorrên- cias às linhas 36 e 38.
Errado.
Na primeira ocorrência, o vocábulo “que” é pronome relativo. Em “de forma que”, o vocá- bulo “que” é parte da locução conjuntiva “de forma que”.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Na expressão “continua sendo adotado” (l. 71), ocorrem simultaneamente as ideias de permanência de um processo e de seu desenvolvimento.
Certo.
A ideia de permanência de um processo é indi- cada por “continua”; a ideia de seu desenvolvi- mento é indicada por “sendo”
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Às linha 13 e 37, a partícula “se” possui valor semântico de reflexividade.
Errado.
Na linha 13, “se” é pronome apassivador. Na linha 37, é objeto direto reflexivo. Assim, apenas na segunda ocorrência é que ocorre valor semântico reflexivo.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Predomina no texto a função referencial da linguagem.
Certo.
A função referencial da linguagem é caracteriza- da pela ênfase na exposição de informações ou pensamentos, ligados à estrutura da realidade.
RESUMO:
FUNÇÃO REFERENCIAL ou DENOTATIVA:
- informa;
- caráter impessoal (terceira pessoa);
- jornais / textos científicos.
FUNÇÃO EMOTIVA ou EXPRESSIVA:
- caráter pessoal (primeira pessoa);
- transmite emoções;
- carta / diário.
FUNÇÃO POÉTICA:
- característica de obras literárias.
FUNÇÃO FÁTICA:
- relação entre emissor e receptor da mensagem;
- estabelecer comunicação ou interromper;
- expressões de cumprimento ou saudação;
- ex: entrou no elevador e cumprimentou as pessoas que já estavam lá. “oi boa tarde!”oi bom dia!”
FUNÇÃO CONATIVA ou APELATIVA:
- linguagem persuasiva;
- Procura convencer o leitor;
- anúncios publicitários / discursos políticos.
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA:
- linguagem referenciando ela mesma;
- ex.: documento cinematográfico que fala sobre cinema. ; explicação de um termo linguístico.
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Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- A expressão “as mesmas coisas” (l. 94) remete a “combate à pobreza e desigualdade” (l. 88-89).
Certo.
De fato, ao trazer que os candidatos no Brasil tentam se eleger propondo “as mesmas coisas”, o texto indica que esses candidatos prometem o “combate à pobreza e desigualdade”.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- O trecho “Os países que compõem a América Latina não se desenvolveram em ritmo e intensidade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento econômico e desenvolvimento social.” (l. 36-40) preserva seu sentido original caso seja re- escrito da seguinte forma: Os países que compõem a América Latina não se desenvolveram em ritmo e intensidade iguais, de tal modo que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento econômico e desenvolvimento social.
Certo.
As expressões “de forma que” e “de tal modo que” são equivalentes semanticamente.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- A oração “nascido em Caracas (atual Venezuela)” (l. 1-2) possui a mesma função sintática que a oração “que durou até 1824” (l. 6).
Certo.
A oração “nascido em Caracas (atual Venezuela)” é subordinada adjetiva reduzida de particípio, equivalendo a “que nasceu em Caracas (atual Venezuela)”. Possui função sintática de adjunto adnominal. O mesmo ocorre com a oração “que durou até 1824”: é subordinada adjetiva explicativa e possui função sintática de adjunto adnominal.
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1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- A oração “sem que suas lideranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber” (l. 72-74) possui valor adverbial de modo.
Certo.
Trata-se de uma oração subordinada adverbial modal.
BIZU:
Não sendo “mente” e nem “demente”. Tudo que for com final “mente” será advérbio. Assim, muitas das vezes terminou em “mente” pode ser advérbio de modo.
fonte:qc
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1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Preserva-se a correção gramatical do trecho “Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura estatal, os modelos de governo, a organização político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recur- sos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e elevado grau de pobreza e atraso de praticamente todos os países latino-americanos.” (l. 17-25) caso seja reescrito da seguinte maneira: Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, está na base do baixo desempenho econômico e elevado grau de pobreza e atraso de praticamente todos os países latino-americanos a estrutura estatal, os modelos de governo, a organização político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes.
Certo.
Quando o sujeito composto está posposto ao verbo, este poderá ser flexionado no plural ou concordar com o núcleo mais próximo (“estrutura”).
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Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- A substituição da expressão “em que” (l. 3) por “onde” provoca incorreção gramatical ao texto.
Errado.
O vocábulo “onde”, na função de pronome relativo, pode retomar expressões que designam lugares, a exemplo de “países”. Assim, gramaticalmente é correta a substituição de “em que” por “onde”.
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1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- No texto, os vocábulos “incapacidade” (l. 35) e “cardápio” (l. 82) regem a preposição “de”.
Errado.
O vocábulo “incapacidade” rege a preposição “de”, a qual encabeça o complemento nominal “de gestão econômica eficiente”. Porém “cardápio” não rege a preposição “de”, a qual encabeça o adjunto adnominal “dos vícios”.
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1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Seguindo-se os preceitos gramaticais, os pronomes oblíquos em “não se desenvolveram” (l. 37) e “tenha se igualado” (l. 42-43) não podem ser deslocados para imediatamente após os verbos a que se ligam.
- Seguindo-se os preceitos gramaticais, os pronomes oblíquos em “não se desenvolveram” (l. 37) e “tenha se igualado” (l. 42-43) não podem ser deslocados para imediatamente após os verbos a que se ligam.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Caso a vírgula imediatamente após “desabafou” (l. 11) fosse suprimida, haveria alteração do sentido original do texto.
Errado.
O vocábulo “amargurado” é predicativo do su- jeito, o qual, nessa situação, pode ser antecedi- do ou não por vírgula, cuja supressão inaltera o sentido original do texto.
Exemplos que o Brasil não deve seguir
Gazeta do Povo 03/04/2022
1 Simón Bolívar (1783-1830), nascido em Caracas (atual Venezuela), é considerado – sobretudo nos países em que ele ocupou cargos – o principal personagem na luta pela
5 libertação do continente latino-americano con- tra o domínio espanhol, que durou até 1824. Nos últimos anos de sua vida, desolado com o fracasso do projeto unificador dos países em razão da mesquinharia política e da pre-
10 valência de interesses pessoais dos líderes caudilhos regionais, Simón Bolívar desabafou, amargurado: “A América Latina é ingoverná- vel. A única coisa que se pode fazer na Amé- rica é emigrar”, e o grande líder viu o declínio 15 de seu poder e viveu seus últimos tempos em solidão, sem povo e sem aliados. Em linhas gerais e sem descartar outras causas também importantes, a estrutura es- tatal, os modelos de governo, a organização
20 político-partidária, o populismo político e a apropriação dos recursos públicos por grupos de interesse, corporações e classes estão na base do baixo desempenho econômico e ele- vado grau de pobreza e atraso de praticamen-
25 te todos os países latino-americanos. Quando Simón Bolívar identificou o poder avassalador da estrutura política, seus caudilhos e suas oligarquias sobre a impossibilidade de pro- gresso material, moral e intelectual dos países
30 da região, ele deu a primeira pista para o que viria a ocorrer na sequência: dois séculos de atraso econômico, subdesenvolvimento edu- cacional, pobreza social, inclinação para dita- duras, instabilidade política, maus governos e
35 incapacidade de gestão econômica eficiente. Os países que compõem a América Lati- na não se desenvolveram em ritmo e intensi- dade iguais, de forma que há alguns poucos que conseguiram bom grau de crescimento 40 econômico e desenvolvimento social. Porém, apesar das diferenças, praticamente não há nenhum dos países dessa região que tenha se igualado ao padrão de renda por habitante dos países desenvolvidos. Vale citar um caso 45 bastante peculiar de equívoco, que é a Argen- tina. Dotada de grande extensão territorial, ter- ras férteis, população com cultura superior em comparação com a média da região, primeiro país a eliminar o analfabetismo, a Argentina
50 chegou a ser rica no padrão dos melhores do mundo (nos anos 1950, o país tinha renda por habitante no nível dos Estados Unidos e do Canadá) e apresentava as condições para equivaler-se ao padrão de Dinamarca, Suécia,
55 Inglaterra ou outro país similar. A derrocada e a descida consistente rumo à baixa renda por habitante, crises, atraso e pobreza fazem da Argentina um caso ímpar de país que enrique- ceu, criou as condições para seguir rico, mas
60 trilhou o caminho oposto até o ponto extremo de atingir, em 2021, taxa de pobreza de 46% de sua população. Esse porcentual de pobres é padrão de países quase miseráveis e sem perspectivas. Como tal trajetória perversa
65 aconteceu com a rica Argentina, que houvera conseguido construir uma nação desenvolvi- da na América do Sul antes dos anos 1950, é evento estranho e propício para observação e estudo. 70 Com algumas variações, o figurino argen- tino foi e continua sendo adotado por outros países latino-americanos, sem que suas lide- ranças políticas, empresariais e intelectuais consigam perceber que suas práticas políticas 75 e econômicas nunca enriqueceram qualquer país. Embora com um povo culto e bom nível educacional, a Argentina não resistiu, entrou em processo de empobrecimento e chega à atual década em condição similar à de países
80 pobres, sem perspectiva de reversão e melho- rias em curto prazo. Essa lista é como uma espécie de cardápio dos vícios que um país deve evitar pelo provado enorme poder des- trutivo sobre seu futuro e sua população. Na
85 América Latina, essas políticas equivocadas e mal sucedidas foram praticadas por políticos, burocratas e governantes populistas sempre em nome do combate à pobreza e desigualda- de, mas o resultado foi o aumento da pobreza
90 e da desigualdade. São lições e exemplos do que o Brasil não deve fazer, apesar de ainda hoje haver muitos candidatos a cargos legisla- tivos e executivos tentando se eleger propon- do as mesmas coisas.
Fonte: . Texto adaptado. Acesso em 3 de abril de 2021.
- Os travessões que isolam o segmento “sobretudo nos países em que ele ocupou cargos” (l. 3-4) poderiam ser substituídos por parênteses, sem causar incorreção gramatical.
Certo.
Os parênteses, assim como os travessões, podem ser empregados para isolar expressões de natureza explicativa ou expressões intercaladas no período.