LEPTOSPIROSE Flashcards

1
Q
  1. Quais as características do agente etiológico da Leptospirose?
A

O agente é a leptospira interrogans, uma bactéria de formato helicoidal, aeróbia obrigatória, móvel e flexível, que pode permanecer viável no solo úmido ou na água por semanas ou meses, mas que precisam de um hospedeiro animal para dar continuidade ao seu ciclo. Além da Leptospira interrogans, há uma outra de maior patogenicidade para o ser humano, a Leptospira icterohaemorrhagiae.

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2
Q
  1. Qual o modo de transmissão da doença?
A

A bactéria tem no rato seu hospedeiro mais comum, no entanto anfíbios, répteis, e outros mamíferos podem ser acidentalmente contaminados. Os ratos mais acometidos são: Rattus norvegicus (Rato de esgoto) e, Rattus rattus (rato de telhado) e Mus musculus (camundongo ou catita), estes não desenvolvem a doença, albergam o verme em seus rins e os eliminam vivos contaminando água, solo úmido e alimentação. O ser humano é acidentalmente infectado quando essa urina do rato entra em contato com sua mucosa conjuntival, farí ngea, oral, pele contendo abrasões, ou pela aspiração de gotículas, o risco de tais infecções aumentam nos períodos de enchentes.

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3
Q
  1. Quais as atividades e profissões de risco para tais infecções?
A

Em períodos de chuvas e enchentes qualquer um está sujeito a infecção, já que as chuvas favorecem o contato com água contaminada e aumentam a concentração de roedores peridomiciliares. Condutas de risco são: nadar em represas contaminadas, pescaria, animais domésticos contaminados. As profissões de risco são: limpadores de fossas, esgoto e lixeiro, criadores de animais e veterinários, trabalhadores em abatedouros de gado, lavradores, pescadores, colhedor de arroz, escavador de túnel e minerador e operários de construção civil.

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4
Q
  1. Qual a patogênese da Leptospirose em suas duas fases?
A

A leptospira depois de penetrar a pele ou mucosa atinge a corrente sanguínea, e se dissemina por vários órgãos e sistemas, é a fase da leptospiremia. A bactéria elimina hialuronidase o que lhe permite adentrar ao tecido conjuntivo e invadir vários compartimentos corporais, inclusive líquor e humor aquoso. Ela também causa dano ao endotélio vascular levando a capilarite e também se adere a membrana das células causando uma disfunção celular ás vezes com pouca ou nenhuma inflamação. A liberação de citocinas induz à síndrome febril, o dano endotelial causa extravasamento de líquido para o terceiro espaço e fenômenos hemorrágicos. A segunda fase da doença e a fase imuneonde são produzidos anticorpos capazes de opsonisar e eliminar quase todas as leptospiras, exceto aquelas nas meninges, conjuntiva e rins (túbulo proximal). Essa resposta imune pode levar a fenômenos de hipersensibilidade com uveíte recorrente, meningite asséptica e febre.

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5
Q
  1. Qual as manifestações clínicas da doença?
A

A doença tem em média 7-14 dias de incubação e se manifesta geralmente em duas formas: -Forma anictérica: síndrome febril semelhante à dengue ou influenza, acaba passando despercebida, sem diagnóstico. ****Fase da Leptospiremia (3-7 dias) -Febre alta 38-40º remitente, sem atingir a normalidade, calafrios -Mialgia de panturrilha, dorso e abdome a palpação; -Náuseas, vômito, -Cefaleia frontal e retro-orbitária com eritema do globo ocular; -Diarréia, Tosse seca, erupção cutânea, especialmente pré tibial; -Numa minoria linfadenopatia cervical, hepato e esplenomegalia; ****Fase da defervescência (1-2 dias) -Diminuição da febre; -É quando complicações imunes podem ocorrer como: -Uveíte anterior: autolimitada uni ou bilateral -Meningite asséptica: -Cefaléia intensa, vômito, estado confusional -Irritação meníngea ao exame físico; -Pleocitse (aumento de leuco no líquor) linfocítica mononuclear onde -Células <500/mm3, -Proteínas se elevam 50-100mg/ml; -Glicose normal; Laboratório: -Leucocitose com desvio a esquerda; -Plaquetopenia por consumo 50.000-100.000 -Elevação (por concentração) ou leve diminuição do hematócrito; -VHS e CPK elevados; -Fase grave: Sintomas semelhantes aos da fase aguda, com forma fulminante, tem maior implicação do Letptospira ictero hemorrhagiae. -Icterícia alaranjada chamada de Icterícia rubínica; -Disfunção renal; -Diátese hemorrágica; -Hepato e esplenomegalia; -A IRA pode ser oligúrica, oligoanúrica ou poliúrica,com nefrite intersticial, edema e necrose tubular multifocal, o que causa o problema renal é a isquemia, agravada pela hipovolemia. -Como há excreção considerável de Na e K, o paciente pode ser normo ou hipotenso; -Fenômenos hemorrágicos: petéquia, equimose, hemorragia gastrintestinal ou pulmonar, apesar de ser uma septicemia bacteriana, não ocorre CIVD, o fenômeno hemorrágico é causado pelo distúrbio vascular no endotélio da pele e mucosas, e agravado pela plaquetopenia. A hemorragia pulmonar é a forma mais preocupante, onde o paciente evolui com tosse, dispneia e hemoptise, uma capilarite hemorrágica grave, no Raio X vê-se infiltrado nodular ou focal heterogêneo, o quadro pulmonar é a causa mais frequente de morte na leptospirose. Pode ocorrer miocardite com arritmias como fibrilação atrial e extrassístoles. Laboratório -Leuco ainda mais elevada -VHS pode atingir 90mm/h (R=9mm/h) -Hiperbilirrubinemia direta, por colestase intra-hepática podendo atingir 60-80mg/dl (R= até 0,2) -Transaminases quase normais já que não há extenso dano citohepático; -A IRA evolui com aumento da excreção de uréia, creatinina, sódio e potássio. Forma icterohemorrágica: Síndrome de Weil, com icterícia, insuficiência renal aguda e hemorragia.

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6
Q

Como pode ser feito o diagnóstico da doença?

A

Na fase de Leptospiremia 3-7 dias do inicio dos sintomas: exame direto, cultura (diagn. Retrospectivo apenas), inoculação em animais, detecção do DNA viral por PCR. Fase tardia depois dos 7 dias: ELISA IgM, Microaglutinação (padrão ouro) imuno-histoquimica, tecnicas baseadas em PCR e tipagem de isolados clínicos, além disso as leptospiras podem ser encontradas na urina, cultivas ou inoculadas, mas nessa fase o diagnóstico é mais facilmente obtido pela sorologia.

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7
Q
  1. Quais os achados laboratoriais da forma grave?
A

Na fase tardia os exames laboratoriais podem ser inespecíficos ou demonstrarem: • Elevação das bilirrubinas totais com predomínio da fração direta, podendo atingir níveis elevados; • Plaquetopenia; • Leucocitose, neutrofilia e desvio à esquerda; • Gasometria arterial, mostrando acidose metabólica e hipoxemia; • Aumento de ureia e creatinina; • Potássio sérico normal ou diminuído, mesmo na vigência de insuficiência renal aguda (potássio elevado pode ser visto ocasionalmente e, nesse caso, indica pior prognostico); • CPK elevada; .Aminotransferases normais ou com aumento de 3 a 5 vezes o valor da referência; • Anemia normocrômica – a observação de queda nos níveis de Hb e Ht durante exames Seriados sem exteriorizacao de sangramentos pode ser indicio precoce de sangramento Pulmonar; • Atividade de protrombina (AP) diminuída ou tempo de protrombina (TP) aumentado ou normal; • Baixa densidade urinária, proteinúria, hematúria microscópica e leucocitúria são Frequentes no exame sumario de urina; • Líquor com pleocitose linfomonocitária ou neutrofílica moderada (abaixo de 1.000 Celulas/mm3, comum na segunda semana da doença, mesmo na ausência clinica da evidencia de envolvimento meníngeo); pode haver predomínio de neutrófilos, Gerando confusão com meningite bacteriana inespecífica; • radiografia de tórax – infiltrado alveolar ou lobar, bilateral ou unilateral, congestão e SARA; e • ECG – fibrilação atrial, bloqueio atrioventricular e alteração da repolarização ventricular.

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8
Q
  1. O que a infecção pode causar aos órgãos acometidos e quais os mais comumente afetados?
A

Os mais afetados são: fígado, rins, pulmão, coração e musculo esquelético. Fígado: sinais de colestase e hiperplasia das células de Kupffer, com aumento da bilirrubina e leve aumento das aminotransferases. Rins: nefrite intersticial, necrose tubular, hipovolemia causada pelo extravasamento líquido para o terceiro espaço, edema e aumento do órgão, hemorragias petequiais em sua superfície, lesão acentuada do túbulo proximal, com grande eliminação de sódio e potássio o que explica uma insuficiência renal não oligúrica, sem sinais de hipercalemia e hipernatremia. Pulmão: capilarite difusa que leva ao extravasamento de liquido e sangue para os alvéolos levando a hemoptises e insuficiência respiratória. Coração: miocardite mononuclear, semelhante aos achados da febre reumática, e pode evoluir com IC. Músculos: necrose hialina focal, mesmo na forma anictérica e infiltrado mononuclear.

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9
Q
  1. Qual a antibioticoterapia recomendada na suspeita de Leptospirose?
A
  • Adulto
  • Criança

Fase Precoce

Doxiciclina 100 mg VO, 12/12h por 07 dias

Amoxicilina 500mg VO, 8/8h por 07 dias.

Fase Tardia

Penicilina G cristalina, 1.500.00 UI, IV 6/6h por 07 dias

Penicilina cristalina 75 mil UI kg/dia, intravenosa, em 6 doses

  • Ceftriaxona

1,5g intravenosa, de 24 em 24 horas

100 mg/kg/dia, intravenosa, em uma ou 2 doses

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10
Q
  1. Qual o manejo no primeiro atendimento ao paciente com síndrome febril suspeita de Leptospirose?
A

Hospitalização imediata dos casos graves, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. Nos casos leves, o atendimento é ambulatorial

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11
Q
  1. Como realizar tratamento de suporte para pacientes com manifestações graves?
A
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