Doenca Inflamatoria Pelvica Flashcards

1
Q

Qual o conceito de Doença Inflamatória Pélvica?

A

Infecção aguda das estruturas do trato genital superior das mulheres devido à disseminação de micro-organismos provenientes da vagina ou da endocervice

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2
Q

Quando a DIP deve ser suspeitada?

A

Em toda mulher jovem ou sexualmente ativa que chegue com queixa de desconforto e/ou dor pélvica

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3
Q

Qual a epidemiologia da DIP?

A

Mulheres jovens
Atividade Sexual desprotegida
Entre 15-25 anos
70% dos pacientes com DIP tem menos de 25 anos

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4
Q

Por que a DIP é uma doença de elevada morbidade?

A
  • Infertilidade por fator tubário em 12,5-50%
  • Chance de 12 a 15% de ter gravidez Ectopica no futuro
  • Dispareunia e dor pélvica crônica em 18%
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5
Q

Quais são os fatores de Risco para de adquirir DIP?

A
DST RUIM
Diu nos primeiros 3 meses + ACO (risco relativo)
Sexo desprotegido
Tabagismo e outras drogas 
Relato de DIP e IST previa 
Uretrite no parceiro 
Início precoce da vida sexual 
Múltiplos parceiros
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6
Q

Qual a porcentagem e de onde são os micro-organismos que geram a DIP?

A

15% entéricos ou respiratórios

85% são sexualmente transmissiveis ou associados à vaginose bacteriana

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7
Q

Quais são os micro-organismos mais importantes?

A

Os sexualmente transmissiveis:
Clamídia Tracomatis
Neisseria Gonorrhoeae

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8
Q

Que tipos de agente são o Gonococo e a Clamídia e como eles agem no hospedeiro?

A

São agentes primários

Chegam no canal endocervical e provoca alterações químicas e anatômicas
Canal endocervical perde função de barreira
Agentes secundários (da flora vaginal) ascendem para a cavidade uterina

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9
Q

Que tipo de infecção é a DIP?

A

Polimicrobiana

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10
Q

Qual a primeira alteração que a DIP causa quando atinge a cavidade uterina?

A

Endometrite - inflamação do endométrio (responsável pela dor pélvica)

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11
Q

Quais são os espectros de alterações clínicas da DIP?

A

Subclinica: sem muita sintomatologia
Crônica: mulher leva até o final da vida
Sintomatologia Aguda

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12
Q

Qual a ORIGEM da DIP?

A

Gradual
Localizada na região infraumbilical
Bilateralmente

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13
Q

Qual a PALIAÇÃO da DIP?

A

SEM PALIAÇÃO

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14
Q

O que piora a DIP?

A

Piora durante o coito e movimentos estridentes

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15
Q

Qual a QUALIDADE da dor na DIP?

A

Constante

Intensidade Variável (pode ser sútil)

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16
Q

Qual a irradiação da DIP?

A

SEM IRRADIAÇÃO

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17
Q

Quais os sintomas associados à dor na DIP?

A

Mais comuns:
Corrimento Vaginal alterado
Dor à mobilização do colo uterino

Em quadros mais graves:
Febre
Sangramento Uterino Anormal

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18
Q

Qual o TEMPO da dor na DIP?

A

Aguda (durando até 2 semanas) - tempo que demora para procurar o atendimento

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19
Q

Qual o primeiro sintoma da DIP?

A

Dor pélvica

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20
Q

Os patógenos podem sair do endométrio e ir para onde?

A

Podem causar lesão ciliar nas tubas
Provoca reação inflamatória
Responsável pela sintomatologia de dor à palpação dos anexos

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21
Q

O que o Gonococo e a Clamidia podem causar na superfície tubária?

A

Podem causar a formação de aderências que causam dor pélvica crônica (18%) e oclusão tubária —— causa infertilidade por fator tubário (50%)

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22
Q

O que acontece se a oclusão tubária chegar nas fímbrias?

A

Ocorre aglutinação das fímbrias

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23
Q

O que acontece caso a aglutinação das fímbrias chegue no ovário?

A

Pode causar abscesso tubovariano

24
Q

O que é a Síndrome de Fitz-Hugh Curtis (=Perihepatite)

A

Quando o Gonococo e a Clamídia chegam ao fígado, causam inflamação da cápsula hepática e de superfícies peritoneais do QSD do abdome

25
Q

Qual a sintomatologia, epidemiologia e achados da Síndrome de Fitz-Hugh Curtis (=Perihepatite)?

A

Acontece em 10% das mulheres com DIP
Dor em QSD e Pleuritica
Pode formar aderência em corda de violino (do fígado com a parede abdominal)

26
Q

Como deve ser o diagnóstico da DIP?

A

Unir história clínica + achados do exame físico = diagnóstico

27
Q

Devemos esperar os resultados dos exames laboratoriais que são pedidos para todas a pacientes com suspeita DIP?

A

NAO - o diagnóstico clínico já permite iniciar a antibioticoterapia

28
Q

Quais são os passos para colher a história clínica?

A

1- Observar fatores de risco (múltiplos parceiros, mulher sexualmente ativa, sexo desprotegido, início precoce da vida sexual)

2- Avaliar OPQRST da dor e ver se é condizente com DIP

3- Fazer anamnese completa para que a gnt possa excluir outros diagnósticos

29
Q

Qual a característica definidora da DIP sintomática aguda?

A

Mais importante: dor à palpação dos anexos (sensibilidade do movimento cervical, do movimento uterino ou do movimento anexial durante o toque bimanual)

30
Q

Já podemos dar o diagnóstico clínico?

A

SIM

Começar o tratamento e depois ter certeza com exames

31
Q

Qual é o outro exame físico que pode ser utilizado? Quando ele é utilizado e o que podemos achar?

A

O exame especular
Indicado para casos em que haja secreção mucopurulenta cervical
Podemos achar corrimento vaginal anormal

32
Q

Quais exames laboratoriais podem ser pedidos? 5

A

1- Beta HCG (excluir gravidez pois o quadro por estar sendo causado por gravidez Ectopica ou complicada)

2- Pedir Teste do Ácido Nucleico para Gonococo e Clamídia

3-VHS e PCR (marcadores inflamatórios - aumentados na DIP)

4-Hemograma Completo (para avaliar leucócitos. Na DIP tem desvio para a esquerda)

5- Testes de Sorologia para Sífilis (VDRL), Hepatites B e C e HIV + Imunodeficiência indireta para Clamídia - doenças sexualmente transmissiveis que compartilham os mesmos fatores de risco da DIP

33
Q

É comum pedir exame de imagem para DIP? Quando pedir?

A

Não é comum

Mais pedidos para avaliar outras causas de dor pélvica (dúvida no diagnóstico) OU complicação na DIP

34
Q

Quais exames de imagem podem ser pedidos?

A
USG pélvica 
Tomografia 
RM 
Videolaparoscopia 
Biópsia Endometrial
35
Q

O que pode ser achado na USG pélvica na DIP?

A

Fina camada de líquido nas tubas uterinas (pode haver ou não líquido solto na pele)

36
Q

Para que serve a Tomografia e na RM pélvica na DIP?

A

Mais para diagnóstico alternativo

37
Q

Quais são as características da Videolaparoscopia em casos de DIP?

A

Exame mais invasivo
Permite diagnóstico acurado da salpingite
Diagnóstico bacteriano mais completo

38
Q

Qual é o benéfico da Biópsia Endometrial em casos de DIP?

A

Mostra a endometrite (causa primária de dor pélvica)

39
Q

Qual deve ser a primeira coisa a se ter na mente em casos do tratamento de DIP?

A

Deve ser antibioticoterapia que cubra o Gonococo e a Clamídia

(MESMO QUE OS TESTES DIGAM QUE NÃO HÁ INFECÇÃO POR ELES) - não pode descartar totalmente uma infecção do trato genital superior

40
Q

Qual deve ser a segunda coisa a se ter na mente em casos do tratamento de DIP?

A

Ver qual tipo de tratamento vai servir para o paciente:

  • Ambulatorial (trata em casa, e vai nos médicos para checar)
  • Hospitalar (internação)
  • Cirúrgico
41
Q

Quais são as indicações para o tratamento ambulatorial?

A

90%

  • Quadro leve da doença
  • Que podem ingerir medicamento VO
  • Que não esteja incluída nos critérios de tratamento hospitalar
  • Que não tem sinais abdominais e ginecológicos de pelve peritonite
42
Q

Quais as indicações para o tratamento hospitalar?

A
  • Suspeita de Abscessos tubo ovariano
  • Gestantes
  • Imunossuprimidos
  • Intolerância ou baixa adesão ao tratamento ambulatorial
  • sem melhora adequada ao tratamento ambulatorial em 72h
  • Quando emergências cirurgicas não podem ser excluídas
43
Q

Quais as indicações para o tratamento cirúrgico?

A
Quando há falha no tratamento clínico 
Presença de massa pélvica que persiste ou aumenta 
Suspeita de Rotura de abscesso ovariano 
Hemoperitonio 
Abscesso de fundo de saco de Douglas
44
Q

Qual é a primeira opção para o tratamento ambulatorial?

A

COISA DO MAL

Ceftriaxona (500mg, IM, dose única)
Doxiciclina (100, 1 comprimido VO 2x/dia por 14 dias)
Metronidazol (250, 2 comprimidos VO, 2x/dia por 14 dias)

45
Q

O que é a Ceftriaxona?

A

Cefalosporina de 3ª geração que cobre o Gonococo (bactéria gram -)

46
Q

O que é a Doxiciclina?

A

Tetraciclina que cobre a Clamídia

47
Q

O que é a Metronidazol?

A

Faz a cobertura de patógenos anaeróbicos (responsáveis por causar a vaginose bacteriana)

Em alguns lugares do mundo preconiza-se que não seja indicado para pacientes com DIP (apenas em casos de suspeita de vaginose bacteriana como agente principal)

48
Q

Qual é a segunda opção para o tratamento ambulatorial?

A

Substituir a Ceftriaxona pela Cefotaxina (500mg IM, dose única)

Cefalosporina se segunda geração e a eficácia é a mesma

49
Q

O que deve ser feito após começar o tratamento?

A

Reavaliar em 72h
Se melhorar: prosseguir
Se piorar: tratamento hospitalar

50
Q

Qual é a primeira opção (mais usada e mais segura) para o tratamento hospitalar?

A

Cefoxitina 2g IV 4x/dia por 14 dias +

Doxiciclina 100mg, 1 comprimido VO 2x/dia por 14 dias

51
Q

Qual é a segunda opção para o tratamento Hospitalar?

A

Clindamicina (900mg, IV, 3x / dia por 14 dias) + Gentamicina (IV ou IM, dose de ataque 2mg/kg; dose de manutenção: 3-5 mg/kg/dia, por 14 dias)

52
Q

Qual é a Terceira opção (alternativo) para o tratamento Hospitalar?

A

Não é indicado quanto os 2 primeiros
Indicação: indisponibilidade ou alergia aos 2 primeiros

Ampicilina/Sulbactam (3g IV, 4x/dia por 14 dias) + Doxiciclina 100 mg, 1 comprimido VO, 2x/dia por 14 dias

53
Q

Quais medicamentos são oferecidos pelo SUS?

A

Metronidazol e Doxiciclina

54
Q

De quanto em quanto tempo deve ser feita a avaliação hospitalar?

A

Em 24 a 48h

55
Q

O que fazer caso melhora no tratamento hospitalar? E em caso de piora?

A

Melhora: pode mudar para medicação VO (ambulatorial)
Piora: manter o tratamento hospitalar e pensar em mudar para o cirúrgico

56
Q

A intervenção cirúrgica é muito utilizada? Quais são os tipos?

A

Não é muito usada

Videolaparoscopia e Laparotomia

57
Q

Qual é o fluxograma para a DIP?

A

Paciente feminina, jovem, sexualmente ativa, com queixa de dor pélvica infraumbilical

Ela tem sensibilidade ao toque bimanual (não confirma o diagnóstico de DIP mas indica muito)?

Se não tiver: investigar outras causas

Se tiver: Iniciar tratamento ambulatorial (coisa do mal) + Fazer reavaliação em 72h (a não ser que ela tenha indicação para tratamento hospital)

Sem melhora: Tratamento Hospital - reavaliar em 24 ou 48h - SEM MELHORA: contonua hospitalar e pensa no cirúrgico

Caso após fazer a reavaliação em 72h:
Melhora:
-Orientar adesão ao tratamento até o final
-Aconselhar a não ter atividade Sexual até o fim do tratamento e certeza da cura
-Sorologia para Sífilis, Hepatite B, C e HIV (já pediu e pede novamente)
-Reavaliar em 3 meses no 1° ano
-Tratar o parceiro com quem esteve nos últimos (2 meses antes) da descoberta da doença