ABDOMEM AGUDO Flashcards

P2 (24 cards)

1
Q

O que é abdome agudo?

A

Resposta: Dor abdominal aguda, não traumática, que pode ou não ter indicação cirúrgica.

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2
Q

Quais são os tipos de dor no abdome agudo?

A

Resposta:

Dor visceral: Mal localizada, vaga, associada à resposta vagal.
Dor parietal: Bem localizada, aguda, percebida no local do estímulo.
Dor referida: Percebida longe do estímulo original.

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3
Q

Quais são as principais causas cirúrgicas de abdome agudo?

A

Resposta:

Hemorrágico (ex.: gravidez ectópica rota).
Inflamatório (ex.: apendicite, colecistite).
Perfurativo (ex.: úlcera perfurada).
Isquêmico (ex.: trombose mesentérica).
Obstrutivo (ex.: bridas, volvo).

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4
Q

Quais informações são essenciais na anamnese do abdome agudo?

A

Resposta:

Localização e início da dor.
Fatores de melhora/piora (ex.: alimentação, movimentação).
Sintomas associados (febre, náuseas, vômitos, alterações urinárias/ginecológicas).
Histórico de cirurgias e comorbidades.

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5
Q

Quais sinais semiológicos são importantes no exame físico do abdome?

A

Resposta:

Blumberg: Dor à descompressão brusca.
Rovsing: Dor na FID ao comprimir a FIE.
Murphy: Interrupção da inspiração profunda ao palpar o ponto cístico.
Cullen: Equimose periumbilical.
Gray Turner: Equimose em flancos.

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6
Q

Quais exames laboratoriais são úteis no abdome agudo?

A

Resposta:

Hemograma, PCR, ureia, creatinina, eletrólitos.
Amilase e lipase (pancreatite).
Bilirrubinas, GGT, TGO/TGP.
Beta-HCG (gravidez ectópica).
Lactato (isquemia mesentérica).

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7
Q

Quais exames de imagem são indicados?

A

Resposta:

RX: Obstrução, perfuração, corpo estranho.
USG: Colecistite, gestantes, crianças.
TC com contraste: Apendicite, isquemia, inflamações.
AngioTC: Isquemia mesentérica.
Ressonância: Gestantes, pâncreas e vias biliares

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8
Q

Quais são as medidas iniciais no manejo do abdome agudo?

A

Resposta:

Avaliação primária (ABCDE).
Estabilização hemodinâmica.
Dieta zero, hidratação vigorosa.
Analgesia e antieméticos.
Antibioticoterapia (gram-negativos e anaeróbios).
Correção de distúrbios hidroeletrolíticos.

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9
Q

Quando operar um paciente com abdome agudo?

A

Resposta:

Abdome agudo inflamatório (ex.: apendicite, colecistite).
Abdome agudo perfurativo (ex.: pneumoperitônio).
Abdome agudo obstrutivo refratário.
Abdome agudo hemorrágico com instabilidade hemodinâmica.
Peritonite franca.

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10
Q

Qual a principal causa de abdome agudo em gestantes?

A

Apendicite.

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11
Q

Por que o diagnóstico é mais difícil em idosos?

A

Resposta: Apresentações atípicas, alterações laboratoriais inespecíficas e presença de comorbidades.

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12
Q

Quais os principais achados laboratoriais na pancreatite aguda?

A

Resposta: Amilase e lipase elevadas, aumento de GGT, FAL e bilirrubinas.

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13
Q

Qual a conduta inicial na pancreatite aguda?

A

Resposta:

Dieta zero.
Hidratação vigorosa.
Analgesia.
Correção hidroeletrolítica.
Programar colecistectomia na mesma internação.

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14
Q

Explique a diferença na condução nervosa entre dor visceral e parietal e

A

Resposta: A dor visceral é conduzida por fibras não mielinizadas (tipo C), resultando em dor insidiosa, vaga e mal localizada, acompanhada de resposta vagal. Já a dor parietal é conduzida por fibras mielinizadas, que transmitem informação mais precisa, resultando em dor aguda e bem localizada. Esta diferença explica por que processos inflamatórios iniciais (viscerais) são difíceis de localizar, enquanto a progressão para irritação peritoneal (parietal) permite melhor localização da dor.

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15
Q

Descreva a correlação entre a localização da dor visceral e a embriolog

A

Resposta: A dor visceral é percebida na região correspondente à raiz nervosa do plexo que inerva o órgão:

Intestino anterior (estômago, duodeno): plexo celíaco → dor epigástrica
Intestino médio (delgado, apêndice, metade do cólon transverso): plexo mesentérico superior → dor mesogástrica/periumbilical
Intestino posterior (até reto proximal): plexo mesentérico inferior → dor hipogástrica

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16
Q

Em um paciente com dor em hipocôndrio direito, febre e icterícia, quais diagnósticos diferenciais devem ser considerados e como diferenciá-los?

A

Resposta: Diagnósticos: colangite, colecistite aguda, hepatite, abscesso hepático.

Colangite: Tríade de Charcot (dor, febre, icterícia), leucocitose, elevação importante de bilirrubinas e enzimas canaliculares, dilatação de vias biliares na USG/TC.
Colecistite: Murphy positivo, USG mostra espessamento da parede vesicular, leucocitose moderada, elevação discreta de bilirrubinas.
Hepatite: Transaminases muito elevadas (>1000), icterícia progressiva, USG normal.
Abscesso hepático: Febre alta, leucocitose importante, lesão hipodensa na TC/USG.

17
Q

Quais achados no RX de abdome agudo sugerem perfuração de víscera oca e qual a sensibilidade deste exame?

A

Resposta: Achados sugestivos: pneumoperitônio (ar livre sob diafragma), sinal do ligamento falciforme, sinal do triângulo (ar entre alças), sinal do diafragma contínuo. A sensibilidade do RX para detecção de pneumoperitônio é de aproximadamente 60-70%, sendo necessário pelo menos 1-2 mL de ar livre para ser visualizado. TC é mais sensível, detectando volumes menores de ar livre.

18
Q

Quais são os critérios de Ranson para avaliação de gravidade na pancreatite aguda e como influenciam o manejo?

A

Resposta: Critérios de Ranson:

Na admissão: idade >55 anos, leucócitos >16.000/mm³, glicemia >200 mg/dL, LDH >350 UI/L, AST >250 UI/L.
Após 48h: queda de Ht >10%, elevação de ureia >5 mg/dL, cálcio <8 mg/dL, PaO2 <60 mmHg, déficit de base >4 mEq/L, sequestro de fluidos >6L.
≥3 critérios indicam pancreatite grave com maior risco de complicações (necrose, pseudocisto, falência orgânica), necessitando monitorização em UTI, hidratação mais agressiva e avaliação para possível intervenção endoscópica ou cirúrgica.

19
Q

Diferencie isquemia mesentérica arterial de venosa quanto à apresentação clínica, achados laboratoriais e conduta.

A

Isquemia Mesentérica
Pergunta: Diferencie isquemia mesentérica arterial de venosa quanto à apresentação clínica, achados laboratoriais e conduta.

Resposta:

Isquemia arterial:

Apresentação: Dor súbita e intensa, desproporcional ao exame físico
Laboratório: Acidose metabólica precoce, hiperlactatemia importante
Imagem: Pneumatose intestinal, ausência de fluxo arterial na angioTC
Conduta: Laparotomia de emergência, embolectomia, ressecção intestinal se necrose
Isquemia venosa:

Apresentação: Dor mais gradual, evolução mais branda
Laboratório: Acidose menos pronunciada, D-dímero elevado
Imagem: Espessamento de parede intestinal, trombose venosa na angioTC
Conduta: Anticoagulação, monitorização clínica, cirurgia apenas se evolução para necrose/perfuração

20
Q

Quais patógenos atípicos devem ser considerados em pacientes com imunossupressão grave (CD4 <200) que apresentam abdome agudo e quais exames específicos solicitar?

A

Resposta: Patógenos atípicos:

Citomegalovírus (colite, enterite, pancreatite)
Micobactérias atípicas (MAC)
Fungos (Candida, Cryptococcus)
Parasitas (Cryptosporidium, Microsporidium)
Exames específicos:

PCR para CMV no sangue e tecidos
Cultura para micobactérias
Colorações especiais em biópsias (Ziehl-Neelsen, PAS, Grocott)
Coproparasitológico específico para Cryptosporidium
Colonoscopia com biópsia para diagnóstico de colite por CMV
TC de alta resolução para detectar microabscessos

21
Q

Quais são os sinais de sofrimento intestinal na obstrução que indicam ne

A

Resposta: Sinais de sofrimento intestinal:

Dor contínua (não mais em cólica)
Febre
Taquicardia desproporcional
Acidose metabólica e hiperlactatemia
Leucocitose com desvio à esquerda
Sinais de irritação peritoneal
Na TC: pneumatose intestinal, gás em sistema porta, ausência de realce parietal, líquido livre
Diâmetro cecal >12cm (risco de perfuração)
Obstrução em alça fechada (volvo, hérnia)
Sinais de estrangulamento na TC (espessamento de parede, edema mesentérico)

22
Q

Quais fatores de risco estão associados à colecistite alitiásica em pacientes críticos e qual é o manejo recomendado?

A

Resposta: Fatores de risco:

Jejum prolongado
Ventilação mecânica
Uso de vasopressores (especialmente noradrenalina)
Nutrição parenteral total
Sepse
Politransfusão
Trauma grave
Queimaduras extensas
Manejo:

Antibioticoterapia de amplo espectro (cobertura para gram-negativos e anaeróbios)
Colecistostomia percutânea como procedimento de escolha (menor morbimortalidade)
Colecistectomia apenas em casos selecionados após estabilização
Suspensão de nutrição parenteral se possível
Monitorização rigorosa para detecção de complicações (gangrena, perfuração)

23
Q

Diferencie aneurisma de aorta abdominal roto de dissecção aórtica quanto aos achados clínicos, fatores de risco e exames de imagem.

A

Resposta:

Aneurisma roto:

Clínica: Dor súbita em região lombar/abdominal, hipotensão, massa pulsátil
Fatores de risco: HAS, tabagismo, idade avançada, DPOC, história familiar
Imagem: TC com contraste mostra extravasamento de contraste, hematoma retroperitoneal
Dissecção aórtica:

Clínica: Dor torácica “rasgante” que migra para abdome, assimetria de pulsos, déficit neurológico
Fatores de risco: HAS, doenças do tecido conjuntivo (Marfan, Ehlers-Danlos), gravidez
Imagem: TC com contraste mostra flap intimal, falsa luz, comprometimento de ramos viscerais

24
Q

Quais os critérios diagnósticos para síndrome compartimental abdominal, como monitorizar a pressão intra-abdominal e qual a conduta?

A

Resposta: Critérios diagnósticos:

Pressão intra-abdominal >20 mmHg associada a disfunção orgânica:
Oligúria/anúria
Hipoxemia
Hipercapnia
Diminuição do débito cardíaco
Hipotensão
Monitorização:

Medição da pressão intravesical (padrão-ouro):
Instilação de 25mL de SF na bexiga via sonda vesical
Medição da pressão com transdutor na sínfise púbica
Valores normais <12 mmHg
Conduta:

Descompressão cirúrgica (laparotomia descompressiva)
Peritoneostomia temporária (Bolsa de Bogotá ou sistema a vácuo)
Fechamento abdominal tardio
Suporte intensivo para disfunções orgânicas