Anti-inflamatórios Flashcards

(47 cards)

1
Q

Quais enzimas os AINEs inibem e qual a consequência dessa inibição?

A

Inibem COX-1 e/ou COX-2, levando à redução da produção de prostaglandinas inflamatórias.

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2
Q

Em que situações o uso de glicocorticoides é indicado como anti-inflamatório?

A

Em doenças autoimunes, alergias graves, inflamações sistêmicas e prevenção de rejeição em transplantes.

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3
Q

Cite três efeitos colaterais dos glicocorticoides em uso prolongado.

A

Hiperglicemia, osteoporose e supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.

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4
Q

Quais exames laboratoriais devem ser monitorados em pacientes em uso prolongado de glicocorticoides?

A

Glicemia, função renal, densitometria óssea, pressão arterial e sinais de infecção.

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5
Q

O que diferencia o tempo de ação entre os glicocorticoides?

A

Varia conforme a meia-vida e potência: hidrocortisona (curta), prednisona (intermediária), dexametasona (longa).

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6
Q

Qual é o principal mecanismo de ação dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)?

A

Inibição das enzimas ciclooxigenases (COX-1 e COX-2), responsáveis pela síntese de prostaglandinas.

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7
Q

Qual a diferença entre COX-1 e COX-2?

A

COX-1 é constitutiva e está envolvida em funções fisiológicas, como proteção gástrica e função renal; COX-2 é induzida durante processos inflamatórios.

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8
Q

Por que o uso prolongado de AINEs pode causar toxicidade renal?

A

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem causar toxicidade renal principalmente porque interferem na regulação fisiológica do fluxo sanguíneo renal. O mecanismo envolve a inibição das prostaglandinas, que desempenham papel essencial na vasodilatação das arteríolas renais, especialmente em situações de estresse renal (como hipovolemia ou insuficiência cardíaca).

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9
Q

Como os glicocorticoides atuam como anti-inflamatórios?

A

Os glicocorticoides atuam como anti-inflamatórios ao inibir a expressão de mediadores inflamatórios e impedir o recrutamento e ativação de células imunes, por meio da modulação gênica. Eles bloqueiam enzimas-chave da inflamação (como COX-2 e fosfolipase A2) e citocinas pró-inflamatórias (como TNF-α e IL-1).

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10
Q

Quais são os principais efeitos adversos do uso prolongado de corticoides?

A

Supressão do eixo HPA, osteoporose, hiperglicemia, hipertensão, aumento do risco de infecções e síndrome de Cushing.

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11
Q

Qual é a molécula precursora dos glicocorticoides?

A

O colesterol

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12
Q

O que caracteriza a doença de Addison?

A

Ausência de produção de cortisol pela glândula adrenal.

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13
Q

O que caracteriza a síndrome de Cushing?

A

A síndrome de Cushing é o quadro clínico resultante da exposição crônica a níveis elevados de glicocorticoides, principalmente cortisol. Pode ocorrer por produção endógena aumentada geralmente causada por adenomas ou carcinomas adrenais
ou por uso prolongado de glicocorticoides exógenos (forma mais comum).

• Síndrome de Cushing: termo geral para qualquer condição com excesso crônico de glicocorticoides (endógeno ou exógeno).
• Doença de Cushing: forma mais comum da síndrome de Cushing endógena, causada por adenoma hipofisário secretor de ACTH.

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14
Q

Como os glicocorticoides afetam o crescimento em crianças?

A

Inibem a liberação de GH, prejudicando o crescimento.

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15
Q

Quais são os principais tipos de corticosteroides produzidos pela adrenal?

A

Mineralocorticoides, glicocorticoides e androgênios.

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16
Q

Qual é a via de sinalização para a liberação de cortisol?

A

Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal: CRH → ACTH → Cortisol.

CRH: hormônio liberador de corticotropina
ACTH: corticotropina

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17
Q

Qual é o mecanismo de feedback negativo genômico do cortisol?

A

Inibição da expressão gênica de CRH, receptor de CRH, POMC e ACTH.

Mecanismo de feedback genômico do cortisol (ação celular):
1. O cortisol (lipofílico) atravessa a membrana das células do hipotálamo e da hipófise.
2. Liga-se ao receptor de glicocorticoide citoplasmático (GR).
3. O complexo cortisol–GR transloca-se ao núcleo da célula.
4. No núcleo, ele se liga a elementos responsivos ao glicocorticoide (GREs) no DNA.
5. Isso leva à:
• Repressão transcricional dos genes do CRH e do POMC (precursor do ACTH)

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18
Q

O que caracteriza o feedback não genômico do cortisol?

A

Ação sobre endocanabinóides e GABA para inibir o núcleo paraventricular.

Resumo do mecanismo (passo a passo):
1. Cortisol liga-se a GR ou MR extra-nucleares
2. Ativa vias intracelulares rápidas (como PKC, MAPK, PI3K)
3. Modula liberação de CRH e ACTH
4. Reduz rapidamente a atividade do eixo HHA
5. Não envolve transcrição gênica ou ação em DNA

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19
Q

Por que os glicocorticoides são administrados pela manhã?

A

Para imitar o perfil fisiológico de liberação do cortisol.

20
Q

O que faz a proteína HSP90?

A

Mantém o receptor de glicocorticoide inativo no citosol.

21
Q

O que é a Anexina A1 e qual sua função?

A

Inibição da fosfolipase A₂
• Essa é a função mais importante no contexto da inflamação.
• A anexina A1 inibe a fosfolipase A₂, enzima que catalisa a liberação de ácido araquidônico a partir de fosfolipídios de membrana.
• Isso bloqueia a formação de eicosanoides pró-inflamatórios como:
• Prostaglandinas
• Leucotrienos
• Tromboxanos
Essa ação explica parte do efeito anti-inflamatório dos glicocorticoides, que induzem a expressão de anexina A1.

22
Q

Quais moléculas têm sua expressão reduzida pelos glicocorticoides?

A

Moléculas com expressão reduzida por glicocorticoides

  1. Citocinas pró-inflamatórias
    • IL-1β,IL-2, IL-6, TNF-α, IFN-γ
    Glicocorticoides inibem a transcrição desses genes, reduzindo a ativação de linfócitos, macrófagos e outras células do sistema imune.
  2. Fatores de transcrição inflamatórios
    • NF-κB (via inibição da translocação nuclear)
    • AP-1 (via interação com o GR)
    Isso inibe indiretamente a expressão de diversas outras proteínas inflamatórias.
  3. Moléculas de adesão celular
    • ICAM-1, VCAM-1, E-selectina
    Reduzem a migração de leucócitos para os tecidos inflamados.
  4. Enzimas envolvidas na inflamação
    • COX-2 (ciclooxigenase-2) – ↓ produção de prostaglandinas
    • iNOS (óxido nítrico sintase induzível) – ↓ NO inflamatório
    • Fosfolipase A2 (inibida indiretamente via anexina A1)
  5. Quimiocinas
    • IL-8 (CXCL8)
    • CCL2 (MCP-1)
    Diminuem o recrutamento de neutrófilos e monócitos.
23
Q

O que é a pulsoterapia com glicocorticoides?

A

A Pulsoterapia com glicocorticoide é uma estratégia terapêutica que utiliza altas doses de corticosteroides por curto período de tempo, geralmente por via intravenosa, para alcançar uma ação anti-inflamatória e imunossupressora rápida e intensa. É empregada em doenças autoimunes, graves, rejeição aguda de transplantes, crises de lúpus, vasculites sistêmicas e esclerose múltipla.

24
Q

Como é a farmacocinética dos glicocorticoides?

A

Absorção rápida oral e parenteral; metabolizados no fígado e excretados na urina.

25
Qual proteína transporta a maior parte dos glicocorticoides no sangue?
CBG - Globulina ligadora de corticoesteroides
26
Por que pacientes com hipoproteinemia têm mais efeitos adversos aos glicocorticoides?
Menor ligação à CBG, resultando em mais fármaco livre e ativo.
27
Quais são as indicações clínicas principais dos glicocorticoides?
Doença de Addison, hiperplasia suprarrenal congênita, síndrome de Cushing (pós-cirurgia), asma, doenças autoimunes.
28
Relação entre o cortisol e a insulina
Em níveis farmacológicos, o cortisol impede ainda mais a ação da insulina, fazendo com que os músculos sejam fonte majoritária de aminoácidos para geração de energia, reduzindo a força muscular e, consequentemente, causando dor e fadiga. Efeitos do cortisol que antagonizam a insulina: 1. Estimula a gliconeogênese hepática (formação de glicose a partir de aminoácidos e glicerol) 2. Inibe a captação de glicose pelos tecidos periféricos (como músculo e tecido adiposo) 3. Estimula a lipólise e o catabolismo proteico → fornece substratos para gliconeogênese 4. Diminui a sensibilidade dos tecidos à insulina Implicações clínicas: • O excesso de cortisol (como na síndrome de Cushing ou uso prolongado de glicocorticoides) pode levar a: • Hiperglicemia • Resistência à insulina • Desenvolvimento de diabetes mellitus secundário
29
Como os glicocorticoides conseguem suprimir o sistema imune?
Eles atuam principalmente modulando a expressão gênica de citocinas, receptores e outras proteínas envolvidas na resposta imune e inflamatória. 1. Supressão da produção de citocinas pró-inflamatórias (efeito genômico) • ↓ IL-1, IL-2, IL-6, TNF-α, IFN-γ • Isso inibe a ativação, proliferação e recrutamento de linfócitos e macrófagos. 2. Inibição da ativação de linfócitos T • ↓ expressão de IL-2 e do seu receptor (CD25) • Resultado: menor proliferação de células T helper e citotóxicas → queda da resposta imune adaptativa. 3. Indução de apoptose de células T e eosinófilos • Glicocorticoides promovem a morte programada de algumas células imunes, especialmente: • Linfócitos T • Eosinófilos 4. Inibição de células apresentadoras de antígenos (APCs) • Inibe a maturação e função de células dendríticas e macrófagos • Resultado: ↓ apresentação de antígenos aos linfócitos T e ↓ resposta imune adaptativa 5. Inibição da fosfolipase A2 (via anexina A1) • ↓ produção de ácido araquidônico → ↓ prostaglandinas e leucotrienos → ↓ inflamação 6. Redução da migração de leucócitos • ↓ expressão de moléculas de adesão (ICAM-1, VCAM-1, E-selectina) no endotélio • ↓ quimiocinas como IL-8 e MCP-1 • Resultado: menos neutrófilos e monócitos chegam ao local da inflamação 7. Inibição da expressão de COX-2 e iNOS • ↓ prostaglandinas (inflamatórias) • ↓ óxido nítrico (vasodilatador e pro-inflamatório)
30
De que maneira os glicocorticoides podem auxiliar o tecido cicatricial.
Eles geram uma redução da função dos fibroblastos e, portanto, menor produção de colágeno e de glicosaminoglicanos. Por alterarem essa síntese, podem ser aplicados diretamente no tecido da cicatriz com o objetivo de diminuir a inflamação local e deixando a lesão mais homogênea.
31
Quais são os glicocorticoides mais potentes disponíveis?
Betametasona e Dexametazona - ação prolongada Fludrocortisona - é menos potente que os citados acima, tem ação intermediaria mas possui um alta potência de retenção de sódio.
32
Diferenças entre os AINES (anti-inflamatórios não esteroidais) e os glicocorticoides
1. Local de ação na cascata inflamatória: • AINEs inibem diretamente as enzimas ciclooxigenases (COX-1 e COX-2), bloqueando a conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas. Ou seja, eles atuam após a liberação do ácido araquidônico. • Glicocorticoides, por outro lado, inibem a enzima fosfolipase A2 (por meio da indução da Nexinam/anexina A1), o que impede a liberação do ácido araquidônico desde o início da cascata. Ou seja, eles agem mais acima na via inflamatória. 2. Alcance do efeito: • AINEs reduzem apenas os mediadores derivados das prostaglandinas e tromboxanos, atuando mais especificamente. • Glicocorticoides suprimem uma gama mais ampla de mediadores inflamatórios, inclusive citocinas, quimiocinas, prostaglandinas, leucotrienos e radicais livres, além de afetar diretamente células do sistema imune (como linfócitos e macrófagos). 3. Intensidade e efeitos imunossupressores: • Glicocorticoides têm uma ação muito mais potente e ampla, com efeito anti-inflamatório e imunossupressor. • AINEs são apenas anti-inflamatórios e analgésicos, sem causar imunossupressão significativa.
33
Mecanismo de ação genômico dos glicocorticoides
No mecanismo genômico, eles são transportados no sangue pela CBG (globulina ligadora de corticosteroides), que os ajuda a atravessar a membrana celular. Após entrar na célula, o glicocorticoide se desprende da CBG e se liga ao seu receptor intracelular, o GR (receptor de glicocorticoide). Esse complexo receptor-ligante é estabilizado pelas proteínas de choque térmico HSP90 e HSP70, além da imunofilina, que o conduzem até a membrana do núcleo celular. Lá, dois complexos glicocorticoide-receptor se dimerizam (formam um dímero) e se ligam ao DNA em regiões chamadas elementos de resposta a glicocorticoides (GREs), regulando a transcrição de genes envolvidos na resposta inflamatória, imune e metabólica.
34
Mecanismo de ação não genômico dos glicocorticoides
No mecanismo não genômico, os glicocorticoides se ligam a receptores na membrana celular, desencadeando respostas rápidas que não envolvem modificação direta da expressão gênica. Essa ação é chamada de permissiva, pois aumenta a sensibilidade de outros receptores celulares a seus ligantes, potencializando respostas fisiológicas imediatas.
35
Relação “diabetes das mulheres barbadas” e os glicocorticoides.
Cushing observou foi um quadro clínico caracterizado por hiperprodução de ACTH devido a adenomas hipofisários, o que levava a uma estimulação excessiva da glândula adrenal. Isso resultava em aumento da produção de cortisol, causando resistência à insulina (RI) e hiperglicemia, manifestações típicas do diabetes mellitus (DM). Além disso, o ACTH em excesso também estimula outras vias esteroidogênicas no córtex adrenal, como a via da pregnenolona, que pode ser desviada para a produção de andrógenos, incluindo a testosterona. Esse aumento nos andrógenos leva a características masculinizantes em mulheres, como o hirsutismo (crescimento excessivo de pelos em áreas típicas masculinas), o que deu origem ao termo “diabetes das mulheres barbadas”, usado por Cushing para descrever essa condição clínica.
36
Fraturas ósseas e o uso crônico de glicocorticoides.
O uso prolongado desses fármacos leva à apoptose de osteoblastos (células responsáveis pela formação óssea) e à redução da sua atividade funcional, comprometendo a síntese de matriz óssea. Ao mesmo tempo, os glicocorticoides aumentam a atividade dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea, intensificando a perda de tecido ósseo. Além disso, os glicocorticoides estimulam a secreção do paratormônio (PTH), que promove a mobilização de cálcio do osso para a corrente sanguínea, exacerbando ainda mais a reabsorção óssea. Esses fármacos também interferem negativamente na produção de hormônio do crescimento (GH) e de andrógenos, ambos importantes para a manutenção da densidade óssea. Dessa forma, o uso contínuo de glicocorticoides leva a um quadro de perda de massa óssea, ou osteoporose induzida por glicocorticoides, aumentando significativamente o risco de fraturas
37
Associe o uso de glicocorticoides (GR) ao aumento de pressão considerando a interferência da histamina e a atividade mineralocorticoide.
Interferência na histamina: Os glicocorticoides inibem a liberação e os efeitos da histamina, um mediador que normalmente promove a vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular. Ao reduzirem os efeitos vasodilatadores da histamina, os glicocorticoides favorecem a vasoconstrição, o que aumenta a resistência vascular periférica e contribui para a elevação da pressão Atividade mineralocorticoide: Embora o cortisol tenha como principal ação o efeito glicocorticoide, ele também pode exercer efeitos mineralocorticoides, especialmente quando administrado em doses elevadas ou por longos períodos. O cortisol pode se ligar aos receptores de aldosterona nos túbulos renais, promovendo a retenção de sódio e água e a excreção de potássio. Esse aumento no volume intravascular leva ao aumento do débito cardíaco e da pressão arterial. Em situações normais, a enzima 11β-HSD2 inativa o cortisol nos rins, mas em altas concentrações essa barreira pode ser superada..
38
Efeito agonista nos receptores CRH-R1 e consequências.
Espera-se que essa substância imite a ação do hormônio liberador de corticotropina (CRH), levando a ativação do eixo HHA. Os efeitos esperados são: aumento da liberação de ACTH (adenocorticotropina), aumento da secreção de cortisol (ACTH ->cortex adrenal) e supressão da retroalimentação negativa (inibir a liberação de CRH e ACTH por feedback negativo). Pode resultar em manifestações compatíveis com hipercortisolismo, semelhante a doença de Cushing funcional induzida farmacologicamente.
39
Uso de glicocorticoides nos horários de maior sensibilidade dos receptores, a cronofarmacologia.
Quando os glicocorticoides são administrados nos períodos de maior sensibilidade dos receptores — como à tarde e à noite —, há um aumento do risco de efeitos adversos, como hiperglicemia, hipertensão e supressão do eixo HHA. Isso ocorre porque, nesses horários, os receptores de glicocorticoides (GR) estão mais ativos e responsivos, devido a menores níveis de acetilação. A acetilação dos receptores GR regula sua sensibilidade: quanto mais acetilado, menos sensível ao cortisol, e quanto menos acetilado, mais sensível. Assim, o uso fora do ritmo circadiano adequado pode amplificar os efeitos farmacológicos indesejados.
40
Descreva os receptores de glicocorticoides, sua localização celular, e seu mecanismo de indicação de resposta frente à interação com os glicocorticoides.
Os GRs são receptores citoplasmáticos que, ao se ligarem aos glicocorticoides (que atravessaram a membrana plasmática), translocam-se para o núcleo, onde há formação de um dímero glicocorticoide-receptor que pode se ligar a GREs (resposta positiva), ativando genes anti-inflamatórios, ou a nGREs, reprimindo genes pró-inflamatórios. Os glicocorticoides também atuam por mecanismos não genômicos, contribuindo para seus múltiplos efeitos clínicos.
41
Associação de glicocorticoides com beta2 adrenérgicos na asma.
Os glicocorticoides aumentam a expressão de receptores β2-adrenérgicos nas células do músculo liso brônquico, potencializando a ação broncodilatadora dos β2-agonistas. Isso melhora o controle da asma ao combinar efeito anti-inflamatório com broncodilatação eficaz.
42
Por que o bloqueio de NF-KB é considerado um dos efeitos importantes dos glicocorticoides?
O fator de transcrição NF-κB regula genes inflamatórios como IL-6, IL-8, COX-2 e iNOS. Os glicocorticoides inibem a ativação do NF-κB, suprimindo essas vias inflamatórias e contribuindo significativamente para seu efeito anti-inflamatório.
43
Relação glicocorticoide, anexina-1 e efeito anti-inflamatório.
Os glicocorticoides induzem a produção de anexina A1, que inibe a fosfolipase A2, impedindo a liberação de ácido araquidônico e, portanto, a formação de prostaglandinas e leucotrienos. Isso reduz a inflamação, além de diminuir a migração e ativação de neutrófilos, contribuindo para o controle de processos inflamatórios
44
Relação entre o risco de aterosclerose e o uso de glicocorticoides.
O uso crônico ou em altas doses de glicocorticoides promove dislipidemia por meio da estimulação da lipólise no tecido adiposo, o que aumenta os níveis circulantes de ácidos graxos livres e LDL. Além disso, esses fármacos induzem hiperglicemia, devido à gliconeogênese hepática e à redução da sensibilidade à insulina. Nos vasos, glicocorticoides causam disfunção endotelial ao aumentar o estresse oxidativo e reduzir a produção de óxido nítrico (NO), levando à vasoconstrição. A combinação desses fatores — acúmulo de lipídios nas artérias, disfunção endotelial e vasoconstrição persistente — contribui significativamente para o risco de desenvolvimento de aterosclerose.
45
Por que prednisolona e não prednisona em pediatria?
A prednisona é uma pró-fármaco, que precisa ser convertida em prednisolona no fígado para se tornar ativa. Em crianças, especialmente com imaturidade hepática ou hepatopatias, essa conversão pode ser ineficiente. Prednisolona já está na forma ativa, garantindo maior eficácia e segurança em populações pediátricas.
46
Efeito adverso “face em lua cheia” dos glicocorticoides.
É o aumento do volume e arredondamento do rosto, especialmente na região malar e submandibular, conferindo uma aparência redonda, cheia e edemaciada. Muitas vezes é acompanhada por eritema facial. Os glicocorticoides promovem lipólise periférica (membros) e lipogênese central (tronco, face e região cervicodorsal). O resultado é o acúmulo de gordura na face, região supraclavicular, dorso (“giba de búfalo”) e tronco.Isso explica por que a face fica cheia e arredondada.
47
Sarcopenia e o uso de glicocorticoides
Sarcopenia é a perda progressiva de massa, força e função muscular. No contexto do uso de glicocorticoides, ela se manifesta como: fraqueza muscular (principalmente em membros proximais), atrofia muscular visível, e prejuízo funcional. Catabolismo proteico direto: Glicocorticoides aumentam a degradação de proteínas musculares. Ativam vias como: Ubiquitina-proteassoma e autofagia lisossomal. Isso leva à proteólise acelerada no músculo esquelético. Inibição da síntese de proteínas: glicocorticoides reduzem a captação de aminoácidos e a síntese de novas proteínas musculares. Resistência à insulina: glicocorticoides induzem resistência periférica à insulina. A insulina normalmente tem efeito anabólico no músculo; a resistência reduz esse efeito → favorece catabolismo.