Apneia Obstrutiva Do Sono Flashcards

(95 cards)

1
Q

Quais são os distúrbios respiratórios obstrutivos do sono (DROS)?

A

ronco primário, a apneia obstrutiva do sono (AOS) e a síndrome da resistência das vias aéreas superiores (SRVAS)

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2
Q

O que é ronco primário?

A

O ronco primário é definido como o ruído emitido durante o sono pelo turbilhonamento do ar como consequência da vibração dos tecidos moles faríngeos sem prejuízo na saturação da oxi-hemoglobina ou na arquitetura do sono.

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3
Q

O que é apneia obstrutiva do sono?

A

Aos é definida por episódios recorrentes de obstrução parcial ou total da via aérea superior (VAS) durante o sono, que ocasionam dessaturação da oxi-hemoglobina e fragmentação do sono

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4
Q

O que é síndrome da resistência das vias aéreas superiores

A

Por fim, a SRVAS é caracterizada pela presença de múltiplos episódios de despertares decorrentes do aumento do esforço respiratório durante o sono, sem a presença de apneia, hipopneia ou dessaturação da oxi-hemoglobina.

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5
Q

Como o envelhecimento contribui para a AOS?

A

Reduz o tônus do arcabouço faríngeo, tornando a faringe mais colapsável.

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6
Q

Qual o formato da faringe em pacientes com AOS e por que isso importa?

A

Elíptico, diferente do circular em controles. Esse formato facilita o colapso faríngeo.

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7
Q

O que pode aumentar a PE e contribuir para o colapso faríngeo?

A

Deposição de gordura parafaríngea, alterações craniofaciais e aumento dos tecidos moles.

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8
Q

O que causa apneias e hipopneias na AOS?

A

Um desbalanço entre PE e PI, favorecido pela hipotonia muscular durante o sono, que leva ao colapso faríngeo.

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9
Q

O que mantém a faringe pérvia durante a respiração normal?

A

O equilíbrio entre a pressão extraluminal (PE) exercida pelos músculos dilatadores da faringe e a pressão intraluminal (PI) negativa do lúmen faríngeo, gerando a pressão transmural (PT).

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10
Q

Quais são os sintomas mais comuns da AOS?

A

Ronco, pausas respiratórias testemunhadas, sonolência diurna excessiva (SDE), alterações cognitivas e de humor.

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11
Q

O que significa SDE e qual sua importância na AOS?

A

Sonolência Diurna Excessiva; é um dos principais sintomas e pode impactar atividades diárias e segurança (ex: direção de veículos).

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12
Q

Qual exame é o padrão-ouro para diagnóstico dos distúrbios respiratórios do sono?

A

Polissonografia (PSG) noturna completa.

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13
Q

Quais parâmetros são avaliados na polissonografia?

A

EEG, EOG, EMG do mento e membros, fluxo aéreo, movimento toracoabdominal, ECG, oximetria, posição corporal e intensidade do ronco.

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14
Q

Quais critérios clínicos compõem o item A do diagnóstico da AOS segundo a ICDS-3?

A

Sono não reparador, SDE, fadiga ou insônia

Despertares com engasgos ou asfixia

Relato de ronco alto ou pausas respiratórias durante o sono

Presença de comorbidades como HAS, depressão, déficit cognitivo, DAC, AVC, ICC, FA ou DM2

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15
Q

Qual o critério B da ICDS-3 para diagnóstico de AOS?

A

PSG ou estudo portátil mostrando ≥ 5 eventos respiratórios obstrutivos/hora de sono, associados aos sintomas do item A.

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16
Q

Qual o critério C da ICDS-3 para diagnóstico de AOS?

A

PSG ou estudo portátil mostrando ≥ 15 eventos respiratórios obstrutivos/hora de sono, mesmo sem sintomas clínicos.

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17
Q

Como é classificada a gravidade da AOS?

A

Em leve, moderada ou grave, com base no IAH ( índice de apneia e hipopneia), na SDE (sonolência noturna excessiva )e na repercussão na vida social/profissional.

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18
Q

Qual o IAH na AOS leve?

A

Entre 5 e 15 eventos/hora.

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19
Q

Qual o IAH na AOS moderada?

A

Entre 15 e 30 eventos/hora.

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20
Q

Qual o IAH na AOS grave?

A

Acima de 30 eventos/hora.

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21
Q

Como se caracteriza a SDE na AOS leve?

A

Sonolência durante atividades com pouca atenção, como ver TV ou ser passageiro.

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22
Q

Como se caracteriza a SDE na AOS moderada?

A

Sonolência em atividades que exigem atenção moderada, como reuniões.

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23
Q

Como se caracteriza a SDE na AOS grave?

A

Sonolência durante atividades que exigem atenção elevada, como dirigir ou conversar.

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24
Q

Quais os principais fatores de risco para AOS?

A

Idade avançada, sexo masculino, IMC e circunferência cervical aumentados, alterações de VAS e craniofaciais.

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25
Quais os valores de CC considerados de risco para AOS?
>38 cm em mulheres e >43 cm em homens.
26
Quais são as principais alterações anatômicas da orofaringe na AOS?
Palato mole espesso ou posteriorizado, pilares tonsilares medianizados, úvula longa/espessa, língua volumosa e hipertrofia tonsilar.
27
Quais classes de Mallampatti são mais frequentes na AOS?
Classes III e IV, indicando má relação entre língua e orofaringe
28
Quais outras causas de DROS?
Além disso, doenças hormonais como hipotireoidismo e acromegalia, consumo de bebidas alcoólicas e uso de medicamentos sedativos e relaxantes musculares podem precipitar ou agravar os DROS.
29
Quais são os quatro fenótipos fisiopatológicos da AOS?
Colapsabilidade da VAS, baixo limiar do despertar, fator muscular e high loop gain.
30
O que é colapsabilidade da via aérea superior na AOS?
É o desbalanço entre as pressões extrínseca e intrínseca da faringe, associado à pressão crítica de fechamento (Pcrit).
31
O que é o fator muscular na AOS?
Relaciona-se à resposta da musculatura dilatadora da faringe frente à pressão negativa ou alterações gasosas (hipoxemia/hipercapnia).
32
O que é o baixo limiar do despertar na AOS?
Tendência a despertar com pequenas reduções da pressão intrafaríngea, antes que a musculatura consiga reabrir a via aérea.
33
O que é o high loop gain na AOS?
É a hipersensibilidade do sistema de controle da respiração, gerando ciclos de hiperventilação e hipoventilação/apneia
34
O high loop gain está mais relacionado com que tipo de evento respiratório?
Com hiperventilação e, em alguns casos, apneia central.
35
Qual é o principal fator de risco para a AOS?
Obesidade, especialmente com aumento do IMC e da circunferência cervical.
36
Como a obesidade tipo maçã (androide) contribui para a AOS?
Reduz a expansão pulmonar e impede a tração caudal da traqueia, favorecendo o colapso da faringe.
37
Como a gordura cervical influencia na AOS?
Aumenta a pressão tissular ao redor da faringe, facilitando seu colapso.
38
Quais desproporções esqueléticas estão relacionadas à AOS?
Hioide rebaixado, retrognatia, palato duro atrésico e padrão facial dolicocefálico (face longa).
39
O que é a birretrusão e como ela contribui para a AOS?
É o recuo da maxila e da mandíbula, comum em asiáticos, que estreita a via aérea superior (VAS).
40
Quais alterações do palato e amígdalas favorecem a AOS?
Hipertrofia de amígdalas, palato mole posteriorizado, medianizado ou em web.
41
O que é a pressão crítica de fechamento (Pcrit)?
É a pressão intraluminal da faringe na qual a área interna da via aérea se reduz a zero, resultando em colapso.
42
Como a Pcrit pode ser inferida na prática clínica?
Pela pressão mínima de CPAP necessária para manter a via aérea aberta (ex: <6 cmH₂O → Pcrit ≥ –2 cmH₂O).
43
O que é a escala PALM e o que ela avalia?
Avalia os fenótipos fisiopatológicos da AOS: Pcrit (P), limiar de despertar (A), loop gain (L) e função muscular (M).
44
Como se classifica o PALM 1?
Pcrit > +2 cmH₂O, indica alto comprometimento anatômico; bom respondedor ao CPAP ou cirurgia.
45
Como se classifica o PALM 3?
Pcrit < –2 cmH₂O, indica baixo comprometimento anatômico; melhor resposta com aparelho intraoral ou fonoterapia.
46
O que é o baixo limiar do despertar?
É o despertar precoce durante eventos respiratórios, antes da contração muscular efetiva da faringe.
47
Qual a pressão limite para classificar o baixo limiar do despertar?
Quando o despertar ocorre em pressões superiores a –15 cmH₂O
48
Por que o baixo limiar do despertar pode ser problemático?
Pode impedir que os músculos dilatadores da faringe atuem, ativando o sistema nervoso simpático.
49
principal contribuinte na patogênese da AOS nos indivíduos não obesos
O baixo limiar do despertar.
50
Qual limiar do despertar está associado à alta probabilidade de acordar?
Baixo limiar do despertar.
51
Qual limiar do despertar está associado à baixa probabilidade de acordar
Alto limiar do despertar.
52
Qual limiar está mais relacionado à AOS leve/moderada?
Baixo limiar do despertar.
53
Qual limiar está frequentemente associado à AOS grave?
Alto limiar do despertar.
54
Medicamentos hipnóticos podem ser úteis em qual tipo de limiar?
Baixo limiar do despertar.
55
Medicamentos hipnóticos podem piorar os eventos obstrutivos em qual tipo de limiar?
Alto limiar do despertar.
56
Qual limiar se associa com menos hipoxemia por causa dos eventos respiratórios mais curtos?
Baixo limiar do despertar.
57
Qual limiar se associa com mais hipoxemia por causa das apneias mais prolongadas?
Alto limiar do despertar.
58
Qual é o mecanismo de ação da trazodona?
Inibição seletiva da recaptação de serotonina com efeito sedativo em doses de 50–100 mg.
59
Qual é o mecanismo de ação da eszopiclona?
Atua nos receptores GABA, promovendo efeito hipnótico.
60
Quais são os dois principais músculos dilatadores da VAS estudados na AOS?
Músculo genioglosso e músculo tensor do véu palatino.
61
Qual músculo mantém atividade constante na respiração tranquila, mesmo durante o sono?
Tensor do véu palatino.
62
O que ocorre com a atividade muscular dos dilatadores da faringe no início do sono?
Há queda brusca da atividade.
63
Como varia a atividade do genioglosso durante os estágios do sono?
Aumenta no sono NREM, mas diminui progressivamente nos estágios N3, N2 e REM com uso de CPAP.
64
O que caracteriza a baixa resposta muscular na AOS?
Aumento < 0,1% da ativação do genioglosso por cmH2O de pressão negativa antes do despertar.
65
Quais causas estão associadas à baixa resposta muscular?
Dano neural nos mecanorreceptores faríngeos e/ou falha no controle motor.
66
O que é efetividade muscular?
É a capacidade de transformar o drive neural em aumento real do fluxo aéreo e luz faríngea.
67
É possível ter boa resposta muscular com baixa efetividade?
Sim, quando há contração sem aumento real do fluxo aéreo.
68
Quais possíveis causas para baixa efetividade muscular?
Falta de coordenação neural, fadiga muscular, excesso de tecido adiposo ou alteração no tipo de fibra muscular
69
Qual combinação medicamentosa mostrou melhora na ativação do genioglosso e redução do IAH em estudos?
Atomoxetina + oxibutinina.
70
Qual tratamento cirúrgico envolve a estimulação direta do músculo genioglosso?
Implante de eletrodo no nervo hipoglosso com gerador torácico.
71
que é "loop gain" no contexto da apneia do sono?
É uma medida da instabilidade do controle ventilatório, expressa como a razão entre a resposta ventilatória e o distúrbio respiratório.
72
Qual fórmula pode ser usada para calcular o loop gain?
Loop gain = resposta ventilatória (L/min) / distúrbio ventilatório (L/min).
73
Qual valor de loop gain sugere maior risco de insucesso em cirurgia faríngea para AOS?
Loop gain > 0,5.
74
Qual valor de loop gain está associado a IAH mais alto no pós-operatório?
Loop gain > 0,6.
75
Quais parâmetros polissonográficos sugerem high loop gain?
Respiração de Cheyne-Stokes, muitos eventos centrais, diferença >25 ev/h entre NREM e REM, hiperventilação pós-evento <12s e pausas <30s entre eventos.
76
Por que o sono NREM está mais associado ao high loop gain do que o REM?
Porque o controle ventilatório no NREM é mais sensível às flutuações de CO₂.
77
Quais drogas mostraram maior eficácia na redução do loop gain e IAH?
Acetazolamida e oxigênio.
78
Qual o mecanismo de ação da acetazolamida na AOS?
Inibe a anidrase carbônica, reduzindo o loop gain ao promover retenção de CO₂.
79
Como é definida a apneia REM predominante?
Quando o IAH no sono REM é ≥ 2x maior que no NREM.
80
O que caracteriza a apneia REM isolada?
IAH REM ≥ 2x IAH NREM e IAH NREM < 5.
81
Quais são as características típicas do paciente com apneia REM-dependente?
Mulher, mais idade, IMC elevado.
82
Por que a apneia tende a ser pior no sono REM?
Devido à atonia muscular, com redução dos estímulos para os neurônios motores faríngeos, facilitando o colapso da VAS.
83
Que sistema autônomo tem maior contribuição no sono REM e influencia a AOS?
Sistema nervoso simpático.
84
Qual complicação clínica importante está associada à apneia REM-dependente?
Maior risco de hipertensão arterial sistêmica.
85
Qual o tratamento indicado para pacientes com apneia REM-dependente?
CPAP deve ser considerado.
86
Como é definida a apneia supino-predominante?
IAH em decúbito supino ≥ 2x IAH em outras posições.
87
O que caracteriza a apneia supino-isolada?
IAH supino ≥ 2x IAH não supino e IAH não supino < 5.
88
Qual o perfil típico do paciente com apneia supino-dependente?
Homem, mais jovem, com IMC mais baixo.
89
Qual é a fisiopatologia da apneia supino-dependente?
Envolve fatores anatômicos, redução do volume pulmonar e ineficiência dos músculos dilatadores da faringe em posição supina.
90
Qual tratamento não invasivo clássico é indicado para apneia supino-dependente?
Terapia posicional (ex: tennis ball technique).
91
Qual outro tratamento pode ser eficaz em apneia supino-dependente, além da terapia posicional?
Aparelho intraoral.
92
O que é a classificação PALM na AOS?
Uma forma de descrever os diferentes fenótipos fisiopatológicos: P: Pcrit elevada (colapsabilidade aumentada) A: Atividade muscular insuficiente L: Limiar de despertar baixo M: Instabilidade do controle ventilatório ("loop gain" alto)
93
Como o tratamento da AOS é escolhido?
Depende do fenótipo dominante; pode incluir CPAP (pressão positiva contínua), aparelhos intraorais, perda de peso, cirurgia ou medicamentos.
94
O que é o CPAP?
Um aparelho que fornece pressão positiva contínua para manter a via aérea aberta durante o sono.
95
O que é a Pcrit (pressão crítica de fechamento)?
É a pressão na via aérea superior abaixo da qual ela colapsa. Quanto maior a Pcrit, mais colapsável é a via aérea.