As Disponibilidades Hídricas- águas superficiais Flashcards
(33 cards)
Como são constituídos os recursos hídricos disponíveis
Os recursos hídricos disponíveis são constituídos por águas superficiais (rios águas, lagos e albufeiras) e por águas subterrâneas (que resultam da infiltração e se encontram até 800 metros de profundidade).
Como se avalia os recursos hídricos de uma determinada região para a sua correta gestão
Para avaliar os recursos hídricos disponíveis numa dada região e que para a sua correta gestão recorre-se ao balanço hídrico, que compreende:
- A precipitação, que vai alimentar a infiltração e o escoamento superficial;
- E a evapotranspiração ( a água perdida para a atmosfera através da evaporação da água dos rios, lagos e solos, bem como da transpiração das plantas);
Significado de Balanço hídrico
operação que pretende relacionar a realimentação de uma bacia com as perdas que essa mesma região sofreu durante determinado período de tempo, o que permite avaliar a variação do volume de água armazenada nos aquíferos
Significado de Escoamentos
parte da precipitação que escoa à superfície (escoamento superficial) e no subsolo (escoamento subterrâneo). Corresponde à diferença entre a precipitação e a evapotranspiração.
Como funciona o balanço hídrico e quando é que este é positivo e negativo
O balanço hídrico resulta da diferença entre a precipitação (entradas) e a evapotranspiração (saídas), deste modo:
Quando o balanço é positivo (precipitação > evapotranspiração) existe um aumento do escoamento superficial e uma recarga das reservas hídricas subterrâneas;
Quando o balanço é negativo (precipitação < evapotranspiração) existe uma diminuição do escoamento superficial e uma diminuição das reservas hídricas subterrâneas;
Diferenças regionais do balanço hídrico (continente e arquipélagos)
O balanço hídrico verificado em algumas das principais bacias hidrográficas de Portugal Continental permite estabelecer significativas diferenças regionais e nacionais. Entre o norte e o sul existem contrastes significativos ao nível das disponibilidades hídricas, com o Norte a apresentar valores positivos e o Sul valores negativos que evidenciam défice de água. No arquipélago dos Açores, a precipitação total anual é muito elevada, a evapotranspiração é pouco expressiva, mas o escoamento é, também, pouco importante, dado que cerca de 33% da água da precipitação se infiltra. Já no arquipélago da Madeira, as temperaturas médias anuais mais elevadas justificam que cerca de 42% da água se perca por evapotranspiração
Fatores que justificam a variação do balanço hídrico de forma espacial
Os contrastes observados entre o norte e o Sul justificam-se, particularmente, pelas características climáticas das duas regiões, especialmente no que se refere à precipitação, quer em termos totais registados, quer na sua distribuição ao longo do ano. Dessa forma, as dificuldades associadas à disponibilidade de água em Portugal continental, aumentam de norte para sul e com a chegada do verão.
As águas superficiais- significado dar rede hidrográfica
Os rios organizam-se em redes hidrográficas constituindo, no seu todo, uma importante fonte de água disponível. A rede hidrográfica é o conjunto por um rio e os seus afluentes.
Distribuição das redes hidrográficas
A rede hidrográfica em Portugal continental apresenta grandes contrastes, principalmente entre o norte e o sul. No norte apresenta-se mais densa, devido ao relevo mais acidentado, sendo frequentes os vales fundos, encaixados e com declive acentuado, onde correm rios mais caudalosos e turbulentos. Já no sul, as características mais aplanadas do relevo dão origem a vales mais largos e com fraco declive, onde correm rios menos caudalosos e menos agitados.
Rios internacionais portugueses
Os maiores rios que correm em Portugal continental são internacionais. Como é o caso dos rios Tejo, Douro, Guadiana, Minho e Lima, que nascem em território espanhol e desaguam no litoral português.
Rios exclusivamente portugueses
Exclusivamente portugueses, com nascente e foz portuguesa, são de referir, entre outros, os rios Cávado, Mondego, Vouga e sado.
Orientação geral dos rios
Os rios que integram a rede hidrográfica portuguesa apresentam uma orientação dominante no sentido este-oeste ou nordeste-sudoeste, acompanhando a inclinação geral do relevo, e desaguam no litoral ocidental.
Orientação das duas exceções de rios
Os rios Guadiana e Sado são, contudo, duas exceções, o Guadiana com uma orientação norte-sul nalgumas secções e a desaguar no litoral meridional. Por outro lado, o Sado com uma orientação sul-norte, a desaguar no litoral ocidental.
Significado de bacia hidrográfica
Bacia hidrográfica é a área drenada por um rio principal e seus afluentes.
fatores que influenciam o escoamento
O escoamento, numa bacia hidrográfica, é condicionado por vários fatores, entre os quais se referem a precipitação, a superfície drenada e as características do relevo e do solo.
As bacias hidrográficas internacionais, que ocupam cerca de 64% do território de Portugal continental, exigem uma gestão integrada da água, o que, por vezes, constitui um grande desafio. De que depende o escoamento dos rios internacionais e qual o fator que influencia este facto?
O escoamento total dos rios internacionais depende fortemente dos escoamentos provenientes de Espanha, embora o escoamento médio produzido nesse país seja inferior ao produzido em Portugal.
Esta situação tem a ver com o facto de a precipitação total registada no nosso país ser superior à registada em Espanha, como resultado da forte influência atlântica que condiciona o clima no nosso território.
Qual o escoamento médio de Portugal
O escoamento anual médio, em Portugal continental, é de 385 mm, corresponde a cerca de um terço da precipitação. No entanto, verifica-se uma forte irregularidade nos valores registados, quer ao longo do ano, quer no espaço, de acordo com o que acontece com a distribuição da precipitação.
Relaciona o escoamento com as bacias hidrográficas
Comparando, ainda, o escoamento anual nas várias bacias hidrográficas analisadas com maior área das mesmas, pode concluir-se que, em geral, quanto maior for a área, maior será a quantidade de água drenada. Contudo, há exceções, que se explicam com base nas características climáticas da região, em particular a intensidade da precipitação.
De que forma o caudal dos rios é afetado
O caudal dos rios é particularmente afetado pelas características climáticas da região que atravessam, quer pela variação anual da temperatura, quer pela variação anual da precipitação. Os rios portugueses apresentam caudais muito irregulares ao longo do ano.
Pode dizer-se que o regime hidrográfico dos rios portugueses é irregular, marcado por duas estações muito contrastadas
- De outubro a abril ocorre uma estação com caudais elevados, que reflete a abundância de precipitação;
- De maio a setembro ocorre uma estação com caudais reduzidos, justificados pela escassez de precipitação;
Significado de caudal
Volume de água que atravessa uma dada secção de um curso de água por unidade de tempo. Normalmente, exprime-se em m3/s.
Significado de regime hidrográfico
Variação do caudal de um rio ao longo do ano
Significado de leito
Terreno que pode ser coberto pelas águas de um curso de água. Distinguem-se três tipos: normal, de cheia e de estiagem.
Indica de que forma e os fatores do caudal de um rio ao longo do ano
A escassez de precipitação nos meses mais secos, associada a elevadas temperaturas que aumentam a evaporação, provoca redução significativa do caudal, podendo o leito normal de alguns rios reduzir-se a um leito de estiagem. Em casos de estiagem severa, pode traduzir-se na ausência completa de escoamento superficial. Esta situação é muito frequente no sul do país, durante o verão. Contudo, no inverno, a abundância de precipitação, aliada a baixas temperaturas, traduz-se no aumento do caudal dos rios, podendo as águas ultrapassar as margens do leito normal, provocando cheias. Nesse caso, diz-se que o rio corre em leito de cheia.