Asma Flashcards

(30 cards)

1
Q

Defina Asma.

A

Doença crônica caracterizada por inflamação e consequente obstrução reversível das vias aéreas inferiores.

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Q

Qual o local da vias aéreas acometidos pela asma?

A

Na parede de toda árvore brônquica, predominando nos brônquios de médio e pequeno calibre (poupa os alvéolos).

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3
Q

Qual a fisiopatogenia e evolução natural da asma?

A

Interação entre fatores genéticos e ambientais -> amadurecimento do sistema imune não acontece de forma plena -> sistema imune não perde a “tendência” natural à resposta Th2 presente na infância -> Hipersensibilidade a diferentes estímulos: contato com aeroalérgenos -> estímulo para reposta Th2 (marcada por infiltração mucosa principalmente por linfócitos TH2, eosinofilos, mastócitos e basófilos) -> broncoespasmo, broncoprodução de muco e espessamento/inflamação da parede dessas vias … Como doença de carácter inflamatório, todo esse processo é variável: após exposições mais ou menos específicas, o paciente pode apresentar piora de sintomas, caracterizando as exacerbações / crises de asma + paciente mantém um estado basal, que também é flutuante em intensidade de sintomas e de comprometimento obstrutivo de via aérea -> … -> Na ausência de tratamento adequado, a persistência desse processo inflamatório crônico e da resposta regenerativa que o acompanha, leva ao fenômeno de remodelamento brônquico levando a alterações estruturais (estreitamento luminal por fibrose, hipertrofia/hiperplasia da camada muscular e das glândulas submucosas, que passam a hipersecretor muco) que geram perda irreversível da função pulmonar.

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4
Q

Quais os principais principais alérgenos deflagradores de sintomas na asma?

A

Aeroalérgenos oriundos de ácaros encontrados na poeira domiciliar, pólen de plantas e pelos de animais.

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5
Q

Relembrando Imunologia…
Resuma como ocorre a resposta imune Th1 x Th2 e quando cada uma predomina.

A
  • Os linfócitos TCD4 (T helper ou Th) são os “maestros” da imunidade, coordenando a resposta imune adaptativa contra qualquer elemento estranho que invada o organismo (“antígeno”). Isso é feito através de secreção de citocinas, que atraem e estimulam outras células de defesa, como macrofogos, granulócitos, linfócitos B, etc. Dependendo do conjunto de citocinas secretadas, definem-se fenótipos diferentes de linfócitos Th.
  • Os linfócitos Th1 são aqueles que secretam IL-1, IL-6 e TNF-alfa, estimulando a produção de IgM e IgG, além de atraírem e ativarem neutrófilos e macrófagos visando a eliminação completa do antígeno e a criação de uma memória imune protetora. A resposta Th1 se traduz clinicamente nas reações inflamatórias agudas habituais.
  • Já os linfócitos Th2, secretam IL-4, IL-5 e IL-13, sendo que a IL-5 recruta a atividade de eosinófilos, enquanto a IL-4 e a IL-13 estimulam a produção de IgE pelos linfócitos B (que após secretadas se ligam à superfície de mastócitos e basófilos, tornando essas células hipersensíveis ao antígeno em questão). A resposta Th2 se traduz clinicamente nas síndromes alérgicas, e sua persistência resulta em doenças crônicas caracterizadas por reações de hipersensibilidade, como a asma.
  • O sistema imune “Virgem”, como o das crianças pequenas, possui uma tendência natural à resposta Th2, no entanto, seu amadurecimento desfaz esse “viés” fazendo predominar a resposta Th1. Nas doenças alérgicas, todavia, devido a interação entre fatores genéticos e ambientais, esse amadurecimento não acontece de forma plena.
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6
Q

Asma
Epidemiologia

A

A asma é uma das doenças alérgicas mais comuns, afetando 1-18% da população em diferentes países. Apesar de poder se iniciar em qualquer idade (incluindo os idosos), o pico de incidência se dá aos 3 anos de vida. Na infância, a asma é mais frequente em meninos, porém, em adultos, a prevalência se iguala entre os sexos. É muito comum que a doença desapareça espontaneamente na adolescência, para depois retornar na idade adulta, quando, em geral, persiste até o fim da vida.

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7
Q

O que são fenótipo de asma, o que eles indicam e qual sua utilidade?

A

As evidências indicam que diferentes mecanismos etiopatogênicos podem ser operantes, ou seja, trata-se de uma condição heterogênea. Isso faz com que sejam descritos grupos de pacientes com características demográficas, clínicas e patológicas peculiares, os chamados “fenótipos asmáticos”, todavia, até o momento não há muita utilidade prática em se enquadrar o paciente em uma dessas categorias (a não ser saber que o não alérgica e o de início tardio respondem mal ao corticoide).

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8
Q

Cite os 5 fenótipos de asma existentes.

A
  1. Alérgica (80%);
  2. Não alérgica (responde mal ao corticoide);
  3. Início tardio (responde mal ao corticoide);
  4. Obstrução persistente;
  5. Obesidade.
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9
Q

Cite 7 comobirdades associados à Asma.

A
  1. RGE
  2. Rinite
  3. Atopia
  4. Dermatite atópica
  5. Tabagismo
  6. Obesidade
  7. SAHOS
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10
Q

Descreva a relação causal entre Asma e RGE.

A

Asma e RGE: o paciente com refluxo, a noite, quando deitado, faz uma esofagite (devido ao retorno do líquido), que aumenta a tosse e consequentemente o refluxo, causando uma laringite posterior que agrava um quadro de rinite e causa sinusiopatia de repetição, sofrendo broncoaspiração e agravando a inflamação, provocando a asma. A própria asma, também, causa hiperinsuflação pulmonar, o que aumenta e alarga o hiato, aumentando a probabilidade de refluxo (o qual também é agravado pela tosse).

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11
Q

Cite os principais sintomas da Asma.

A

A sintomatologia é variável, intermitente, piora a noite e início da manhã (influencia dos baixos níveis de cortisol) e tem gatilhos, sendo marcada por:

  1. Dispneia (pela via aérea estar fechando)
  2. Sibilância (pelo broncoespasmo)
  3. Tosse crônica e pigarro (pelo aumento de muco, mas tende a não ser produtiva)
  4. Desconforto torácico (pode aparecer só).
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12
Q

Cite os principais sinais da Asma.

A

O exame físico pode passar de um exame normal até um paciente com insuficiência respiratória sendo os possíveis achados:
1. Inspeção - taquipnéia, expiração prolongada, por vezes, com tiragem intercostal;
2. Palpação: diminuição da expansibilidade, FTV diminuído;
3. Percussão - hiperressonância ocasional;
4. Ausculta - MV diminuído, prolongamento da expiração, roncos e sibilos.

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13
Q

Cite 11 casos de Asma de difícil diagnóstico.

A
  1. Asma no paciente idoso (tratada como insuficiência cardíaca ou outras doenças pulmonares);
  2. Asma em fumantes (em geral, tratados apenas como pacientes DPOC - síndrome de interposição);
  3. DRGE (DRGE pode acompanhar asma - muito frequente);
  4. Aspergilose broncopulmonar alérgica - doença fúngica que tem como apresentação asma de difícil controle;
  5. Fatores psicossociais.
  6. Tosse persistente > 3 semanas (algoritmo de investigação de tosse persistente pode chegar ao diagnóstico - saber se tem quadro infeccioso, se teve contato com pessoas com tuberculose);
  7. Infecção respiratória aguda de repetição (principalmente em crianças);
  8. Asma sazonal (fator confundidor, apenas em climas temperados)
  9. Asma ocupacional - relação estrita da asma com o trabalho do indivíduo;
  10. Asma desencadeada por exercício / alergia alimentar;
  11. Uso de drogas (ex: betabloqueadores podem desencadear quadros de asma).
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14
Q

Cite quais exames podem ser solicitados em caso de suspeita de Asma.

A
  1. Espirometria: confirmar diagnóstico, documentar a gravidade do broncoespasmo e monitorar o curso da doença.
  2. Medida seriada do peak flow: ajuda a estabelecer o diagnóstico, auxilia na identificação de fatores desencadeantes, ajuste de medicação / análise eficácia de broncodilatadores.
  3. Radiografia de tórax se: (1) diagnóstico diferencial; (2) asma persistente; (3) início recente; (4) primeiro episódio; (5) descompensações de asma.
  4. EDA
  5. TC de seios da face
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15
Q

Como é feito o diagnóstico de Asma?

A

Clínica + Espirometria inicial com VEF1/CVF < 0,7 = obstrução + espirometria pós broncodilatador com aumento > 12% do índice de tifenot + aumento > 200 mL da VEF1 = reversão OU espirometria pós teste provocativo com queda de 20% no VEF1.

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16
Q

Como deve ser realizado a espirometria?

A

Para sua realização, o paciente tem que ter parado o uso de qualquer droga broncodilatadora nas últimas 24 a 48 hrs, e deve executar uma inspiração máxima seguida de uma expiração forçada máxima para que seja avaliado o quanto de ar saiu ao longo do tempo.

17
Q

Espirometria
O que é avaliado?

A

O volume de ar que sai ao longo do tempo, sendo quantificado alguns parâmetros, sendo eles: VEF1, CVF e Índice de Tifenot.

18
Q

Espirometria:
Em que consiste e qual valor normal de CVF?

A

VEF1: volume expiratório forçado de primeiro segundo, ou seja, volume de ar que sai ao longo do primeiro segundo. Em situações normais, é = 4L.

19
Q

Espirometria:
Em que consiste e qual valor normal do Índice de Tifenot?

A

Razão entre VEF1 e CVF. Em situações normais é > 0,75 em adultos e em crianças > 0,8 / 0,95, dependendo da faixa etária.

20
Q

Como avaliar os resultados da Espirometria?

A
  • Se VEF1 e CVF reduzidos igualmente -> Índice de Tifenot “normal” = padrão restritivo.
  • Se ambos reduzidos mas VEF1 mais reduzido que CVF (prolongamento da expiração para compensar diminuição da saída de ar no primeiro min) -> Índice de Tifenot < 0,7 = padrão obstrutivo -> se reversível indica asma, se irreversível, DPOC, sendo que na Asma a espirometria inicial pode ser normal se o paciente estiver em um momento de menor inflamação, podendo ser procurado hiperreatividade para descartar.
21
Q

Como procurar hiperreatividade no diagnóstico de Asma?

A

Realizar teste provocativo: são usados irritantes da vida aérea para induzir broncoespasmo. Classicamente se usa a metacolina, mas também pode ser usado histamina, cabacol, solução hipertônica, manitol, etc. Após o teste, todos os pacientes apresentarão algum grau de obstrução, mas, no asmático, essa obstrução é muito exacerbada = queda de 20% no VEF1.

22
Q

Quando realizar espirometria na Asma?

A

Quando suspeita diagnóstica para confirmação e avaliação funcional deve ser feita a cada 3 - 6 meses para estimar o risco futuro de exacerbações e perda acelerada da função pulmonar.

23
Q

Como e quando realizar e como interpretar o resultado da medida seriada do peak flow (pico de fluxo expiratório)?

A
  • Quando se sopra, a seta irá determinar um volume X, traduzido em mL.
  • Diagnóstico de Asma se Espirometria indisponível, auxilia na identificação de fatores desencadeantes, ajuste de medicação / análise eficácia de broncodilatadores
  • Se variação PFE > 13% sendo realizado no mínimo por 2 semanada = Asma.
24
Q

Qual a conduta diante de diagnóstico de asma?

A
  1. Classificar o paciente para guiar o tratamento farmacológico
  2. Treinamento do uso de dispositivo inalatório
  3. Tratamento não farmacológico: orientar sobre medida ambientais, + vacinação para influenza + exercício físico
  4. Tratar comorbidades
  5. Conscientizar o paciente de que se trata de uma doença crônica que se não tratada pode evoluir com repercussões graves sendo muito importante manter o tratamento conforme orientado e o acompanhamento regular mesmo na ausência de sintomas.
    *A classifciação da Asma, a adesão ao tratamento e a técnica do uso do dispositivo inalatório devem ser revistos a todos consulta.
25
Como o paciente com Asma pode ser classificado?
De acordo com a classificação do controle da Asma e da gravidade da Asma.
26
Classificação do controle da Asma: o que indica, como varia como e quando deve ser avaliado e como interpretar o resultado?
- Expressa a intensidade com que as manifestações de asma são suprimidas pelo tratamento. - Apresenta variações em dias ou semanas. - Pode ser avaliado pelo por questionários de controle de dispneia, como o ACQ-7 ou ACT ou GINA, sendo esse último o instrumento mais utilizado é sendo realizado da seguinte forma: (1) Atividades limitadas?; (2) Broncodilatador de alívio > 2x* / semana?; (3) Sintomas noturnos?; (4) Sintomas diurnos > 2x*/semana ?. A asma será classificada como controlada, se nenhum "sim"; parcialmente controlada se até 2 "sim" e descontrolada se 3-4 "sim". *1x. - Deve ser reavaliado a toda consulta, assim como adesão e técnica. - Se o paciente tiver asma controlada por 3 meses voltar um passo e se descontrolada, antes de aumentar um passo verificar ambiente, aderência e técnica do tratamento.
27
Classificação da gravidade da Asma: o que indica, como varia e como deve ser avaliado?
- Refere-se a quantidade de medicamentos necessária para atingir o controle da asma. - Reflete uma característica intrínseca da doença e que pode ser alterada lentamente com o tempo. - A asma é considerada leve, se controle com passo 1/2; moderada se controle cm passo 3 e grave se controle com passo 4/5.
28
Quais os 2 principais objetivos do tratamento da Asma?
1. Redução de riscos futuros: exacerbações, perda acelerada de função pulmonar, efeitos adversos do tratamento. 2. Controle das limitações clínicas atuais: sintomas mínimos durante o dia, ausência de sintomas à noite, necessidade reduzida de medicação de alívio, ausência de limitação das atividades físicas.
29
Em que consiste o tratamento não farmacológico da Asma?
- Fatores ambientais: cessar tabagismo, diminuir umidade e mofo. - Imunização para influenza - Exercício físico: com cuidado com broncoespasmo induzido por exercício principalmente em local frio e seco. Se presente, aquecer antes e se não for suficiente, beta 2 de curta.
30
Como é categorizado o tratamento farmacológico da Asma?
É divido em passos (cada um com um estratégia terapêutica) de acordo com determinadas características da apresentação sintomática, sendo que eles variam de acordo com a idade.