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Flashcards in Asma Brônquica Deck (84)
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1
Q

O que é a asma?

A

É uma doença INFLAMATÓRIA CRÔNICA OBSTRUTIVA e REVERSÍVEL ao fluxo EXPIRATÓRIO por hiper-responsividade das VAIs.

2
Q

Como a obstrução da asma varia?

A

Ela varia na frequência e intensidade de forma espontânea ou em resposta ao tto, justificando as manifestações clínicas da asma e o fato de o paciente poder se apresentar assintomático ou com sintomas residuais intercrise.

3
Q

Quando a inflamação está presente na asma? Apenas nas crises?

A

Ela está presente durante todos os momentos, mesmo quando o paciente está assintomático!!!

4
Q

Quais as consequências dessa inflamação crônica da asma?

A

Promove uma HIPERSSENSIBILIDADE das VAIs a diferentes estímulos, facilitando a ocorrência do BRONCOESPASMO e a grande PRODUÇÃO DE MUCO.

5
Q

Qual a evolução da inflamação crônica da asma no pcte sem tto?

A

A inflamação e seu processo regenerativo subsequente promove o REMODELAMENTO BRÔNQUICO, que são alterações estruturais irreversíveis da árvore respiratória (estreitamento por fibrose, hipertrofia/plasia da musculatura da parede e das gll submucosas), ocorrendo uma obstrução FIXA (e não mais reversível) ao fluxo aéreo (como na DPOC).

6
Q

Qual a epidemiologia da asma?

A

1-18% da pop mundial (estimase que 20 mi de brasileiros), sendo que está muito associada à ATOPIA (“asma alérgica”) e à urbanização crescente.

7
Q

Quais os principais deflagradores dos sintomas na asma?

A

Os aeroalérgenos oriundos dos ácaros (poeira domiciliar), pólens e pelos de animais de estimação. Pode haver exposição apenas no trabalho (asma ocupacional).

8
Q

Qual o pico de incidência da asma? Como evolui?

A

Apesar de poder se iniciar em qualquer idade, o pico é em torno de 3 anos de vida. É muito comum que ela desapareça na adolescência, passando anos sem incomodar, até que volta na idade adulta e permanece pelo resto da vida.

9
Q

O que são e quais são os fenótipos asmáticos? Explique.

A

São grupos de pessoas com asma e características demográficas, clínicas e patológicas peculiares. Porém, não há diferença prática nessa divisão (até o momento 2021).

1) Asma alérgica (80%): início na infância, grande relação com atopia (HF ou pessoal), inflamação eosinofílica, excelente resposta aos GC inalatórios (CI).
2) Não alérgica (intrínseca): tardia, s/ atopia, neutrofílica, CI com resposta menor.
3) Obstrução fixa: qnd houve remodelamento (overlap com DPOC).
4) Obesidade: perda ponderal melhora o quadro.

10
Q

Quais os FR para asma?

A

Atopia (p), genética, tabagismo, exposição precoce a aeroalérgenos (p de poeira de tapetes), ocupação e obesidade.

11
Q

Explique a atopia.

A

É uma sd que torna o sistema imune propenso à síntese de IgE após exposição a certos tipos de alérgenos, ocorrendo manifestações como rinite alérgica e dermatite atópica. Mais de 80% dos asmáticos são atópicos.

12
Q

O que a ocorrência da crise deve significar?

A

Um mau controle da doença, indicando a necessidade de intensificar a terapia de manutenção. Isso pois pacientes bem controlados conseguem se manter assintomático MESMO COM EXPOSIÇÃO AOS AEROALÉRGENOS.

13
Q

Quais drogas estão relacionadas com a crise de broncoespasmo nos asmáticos?

A

BB e AAS, mesmo os BB seletivos para beta1 e preparações tópicas podem causar sintomas em alguns pacientes.
*IECA não tem relação (a tosse por IECA não é mais frequente em asmáticos que na população geral).

14
Q

Os BB e AAS são CI absoluta em asmáticos?

A

NÃO!!! Cada caso deve ser avaliado individualmente. Piora dos sintomas após uso deve ser evitado, porém muitos conseguem tomar essas drogas sem problemas.

15
Q

Quais os achados patológicos da asma?

A

Inflamação crônica das VAIs (p - infiltração da mucosa por LyTh2, eosino e masto). Não há relação direta da gravidade do quadro e a intensidade da inflamação na patologia, mas ambos melhoram com o CI.

16
Q

Explique as respostas Th1 e Th2.

A

Os LyTh são os maestros da inflamação, liberando citocinas e recrutando grupos celulares de defesa. Dependendo do conjunto de citocinas secretadas, a resposta pode ser Th1 ou Th2.

1) Th1 (IL 1, 6 e TNF alfa): estimulam produção de IgM e IgG, atraem e ativam neutro e macrófagos, criando memória. São as inflamações agudas habituais.
2) Th2 (4, 5 e 13): recrutam e ativam eosino, produzem IgE, sendo as sd alérgicas. O sistema imune de crianças é predominantemente Th2, porém o amadurecimento converte para Th1.

17
Q

Qual a fisiopatologia da asma?

A

A obstrução reversível e expiratória das VAs ocorre principalmente pelo broncoespasmo (por hiperreatividade), mas também por hiperssecreção de muco e edema da mucosa.

18
Q

Como dx a asma?

A

1) IT < 0,75-0,8 em adultos e < 0,9 em crianças + prova broncodilatadora positiva (aumento do VEF1 > 200 e > 12% em adultos ou > 12% em crianças.
2) Queda do VEF1 ≥ 20% após metacolina/histamina/carbacol ou ≥ 10-15% após exercício físico.
3) Aumento do PFE ≥ 20% após broncodilatador ou variação diurna do PFE > 10% (> 13% para crianças).

19
Q

Quais os padrões de alterações espirométricas?

A

Pode ser obstrutivo (asma e DPOC) ou restritivo (pneumopatias restritivas - pulmão duro, pouco complacente).

20
Q

O que a espirometria avalia?

A

A espirometria avalia o volume de ar que sai durante uma expiração forçada após uma inspiração máxima.

21
Q

Quais as variáveis avaliadas na espirometria? Quais seus valores normais?

A

As principais variáveis são:

1) VEF 1 (volume expiratório forçado no 1° segundo). N = 4L.
2) CVF (capacidade vital forçada - volume que sai durante TODA a expiração forçada). N = 5L.
3) Índice de Tiffeneau (relação entre a VEF 1 e a CVF - IT = VEF1/CVF). N > 0,75.

22
Q

Como os padrões obstrutivos e restritivos aparecem na espirometria?

A

1) Obstrutivo: como a obstrução prejudica principalmente a EXPIRAÇÃO como um todo, tanto o VEF1 quanto o CVF serão alterados. No entanto, isso é compensado com um aumento no tempo expiratório, não alterando TANTO ASSIM o CVF. Ou seja, há queda tanto no VEF1 quanto no CVF, porém maior do VEF1, promovendo uma queda no IT (< 0,7).
2) Restritivo: ambos os componentes são alterados igualmente, produzindo um IT normal ou muito próximo disso.

23
Q

Como dx asma pela espirometria?

A

O padrão é OBSTRUTIVO e REVERSÍVEL:

1) Obstrução: IT < 0,7.
2) REVERSÍVEL: realizo uma nova espirometria após a prova dilatadora com um SABA (beta agonista de curta duração). É verificado pelo aumento da VEF1 > 12% e > 200 mL (este último não é necessário para crianças, apenas o incremento de 12%).

24
Q

Qual o problema da espirometria na asma? Como contornar isso?

A

Como a asma é uma doença que OSCILA, a espirometria pode ter sido realizada durante um dia que o paciente está com a doença “tranquila”, podendo vir um resultado normal. Caso haja alta suspeita de asma e uma espirometria normal, pode-se realizar um teste de broncoprovocação (eg, metacolina) para, então, realizar a espirometria. É dita asma quando houve uma queda > 20% no VEF1 (todo mundo vai ter essa queda, porém no asmático será maior - hiperreatividade brônquica).

25
Q

Como a PGA do paciente em crise asmática aparece?

A

Raramente ocorre insuficiência respiratória aguda, aparecendo, geralmente, apenas hipocapnia (esperado em todo paciente taquipneico). No entanto, caso a PCO2 esteja normal ou aumentada, é um sinal ominoso de que o paciente esteja entrando em fadiga respiratória, devendo ser IOT + VM. A crise muito grave provoca franca hipoxemia por distúrbio V/Q (shunt arteriovenoso pulmonar).

26
Q

Qual o QC da asma?

A

Manifestações respiratórias (dispneia, sibilos, tosse crônica que tende a ser não produtiva, desconforto torácico e rinite), sendo variáveis, intermitentes, pioram à noite e apresentam gatilhos (aeroalérgenos).

27
Q

Comente sobre o broncoespasmo desencadeado pelo exercício físico.

A

Não é asma, podendo ser evitado com o aquecimento prévio e o uso de SABA antes da realização da atividade física. É mais comum em clima frio e seco.

28
Q

Comente sobre a asma na gestação.

A

O bem estar do feto é diretamente proporcional AO CONTROLE DA ASMA DA GESTANTE, sendo que o tto não se altera. No entanto, se houver broncoespasmo durante o trabalho de parto, deve-se tomar cuidaod com SABA por poder causar hipoglicemia no RN.

29
Q

Por que ocorre o broncoespasmo no exercício físico?

A

A hiperventilação relacionada ao exercício, principalmente em clima frio e seco, desidrata a mucosa respiratória e aumenta sua osmolaridade, deixando a região hipertônica que promove degranulação de mastócitos, promovendo o broncoespasmo.

30
Q

É necessário fazer os testes para alergia para dx da asma?

A

Não necessariamente, pois os prick tests e adosagem de IgE, apesar de serem sensíveis para alergia, não são capazes de confirmar o dx de asma.

31
Q

Como aparecme os exames de imagem na asma?

A

O rx e a TC costumam ser normais, não devendo ser solicitados para dx, mas sim para suspeita de complicações (pnm, pneumotórax). No entanto, na crise asmática, pode haver hiperinsuflação (retificação das cúpulas diafragmáticas e aumento do espaço intercostal).

32
Q

Quais os ddx da asma e como diferenciar?

A

Obstrução de VA alta: estridor (som mais audível na cervical lateral, sendo mais intenso na inspiração).
Sibilos localizados: aspiração de CE ou tumor endobrônquico - dx por broncoscopia.
IVE: edema da mucosa brônquica, ocorrendo a “asma cardíaca” (sibilos difusos), porém diferenciando da asma por haver estertores crepitantes bibasais.
*Broncoespasmo (asma): sibilos difusos pelos campos pulmonares e predominantemente expiratórios, geralmente com aumento do tempo expiratório.
**Apesar disso, todos podem coexistir com a asma, devendo ser excluído através da espirometria.

33
Q

Qual a epidemiologia da asma ocupacional?

A

Relacionada ao trabalho, portanto adultos (até 20% das asmas que iniciam na vida adulta são ocupacionais).

34
Q

O que é a asma ocupacional?

A

É a asma que ocorre por uma hiperssensibilidade da VA do paciente por conta de um agente inalado durante a atividade laboral. Também é a asma exacerbada pelo trabalho.

35
Q

O que pode preceder a asma ocupacional? O que sugere a asma ocupacional?

A

Geralmente é precedida em meses por uma rinite alérgica ocupacional. A melhora dos sintomas durante férias e feriados é o dado crucial.

36
Q

Qual a conduta na asma ocupacional? Qual o px?

A

Mudança da atividade (torna o quadro totalmente reversível em 6 meses). Caso o paciente se mantenha no emprego por mais de 6 meses, ocorre remodelamento com sequelas irreversíveis.

37
Q

O que deve ser avaliado em todo paciente asmático?

A

O grau de controle dos sintomas e o risco de eventos adversos futuros (eg, remodelamento brônquico e exacerbações).

38
Q

Como avaliar o grau de controle dos sintomas da asma?

A

4 perguntas:

  • Sintomas diurnos mais de 2x por semana (1x/s para < 6a)?
  • Algum despertar noturno por conta da asma?
  • Necessidade de medicação de resgate mais de 2x (1x/s se < 6a) por semana?
  • Alguma limitação nas atividades por causa da asma?
    1) Asma controlada: nenhum “sim”.
    2) Parcialmente controlada: 1-2 “sim”.
    3) Descontrolada: 3-4 “sim”.
39
Q

Como pode ser avaliado o risco de eventos futuros adversos?

A

Através da espirometria, devendo ser feita antes do início do tto (no momento do dx) e repetir após 3-6m do início do tto, sendo repetido, no geral, a cada 1-2 anos.

40
Q

Qual o principal FR para exacervação da asma?

A

O controle da asma (asma não controlada).

41
Q

Quais os FR para desenvolver a obstrução fixa da VA?

A

Parto PT, BPN, ausência de uso do CI, exposições continuadas (tabagismo, ocupacional), eosinofilia.

42
Q

Como classificar a asma em questão de gravidade?

A

É feito de forma retrospectiva de acordo com a intensidade do tto necessário para manter a doença sob controle:

1) Leve: controlada com os passos 1-2.
2) Moderada: com o passo 3.
3) Grave: 4-5 ou sem controle apesar destes (asma refratária).

43
Q

Qual a principal causa de mau controle da asma?

A

Uso inadequado do inalador (até 90%).

44
Q

Qual o tratamento de manutenção instituído para TODOS os asmáticos?

A

Cessar tabagismo, adereência ao tto (como usar, quando usar, qual droga tem no posto), vacinações (p Influenza!!!), atividade física e reduzir umidade e mofo.

45
Q

Quais os tipos de tto farmacológico?

A

De controle (manutenção), de resgate e para asma refratária e grave.

46
Q

Explique cada tipo de terapia da asma. Qual a droga mais usada?

A

Controle: deve ser usada diariamente com o objetivo de reduzir a inflamação das VAs, diminuindo sintomas e riscos futuros. É o CI.
Resgate: deve ser usado para sintomas que “escapem” o tto de controle, sendo a base terapêutica das exacerbações. A principal droga é o SABA inalatório.
Adicional: quando refratária às doses máximas de controle, sendo feito de forma individualizada.

47
Q

É comum a ocorrência de efeitos colaterais das drogas para tratar a asma? Explique.

A

Não, pois, como a maioria é feita por via inalatória, apresentam alto índice terapêutico (grande diferença entre a dose terapêutica e a tóxica).

48
Q

Como é o tto farmacológico da asma em linhas gerais?

A

Obecede uma ESCADA terapêutica, na qual a intensidade é ajustada conforme a resposta clínica (observada após 2-3m do tto), tomando-se uma decisão de “subir” ou “descer” a escada de tratamento.

49
Q

Como escolher qual o tratamento de controle e de resgate para a asma?

A

De acordo com a idade do paciente: < 6a, 6-11 e ≥ 12.

50
Q

Qual o tto da asma para ≥ 12 anos?

A
Passo 1 e Passo 2 (ou resgate): CI dose baixa (geralmente a budesonida 200-400 mcg/dia + formoterol (LABA) conforme NECESSIDADE (SOS). SABA como resgate alternativo.
Passo 3 (posso iniciar com ele caso sitnomas quase diários ou pelo menos 1x/semana de noturnos): CI em dose baixa + LABA (bud + form) em USO REGULAR (diário) e para resgate também.
Passo 4: CI em dose média (bud 400-800 mcg/dia) + LABA em uso regular e resgate com CI dose baixa + LABA.
Passo 5: CI dose alta (bud > 800 mcg/dia) + LABA uso regular e resgate com CI dose baixa e LABA. Posso acrescentar um LAMA e DEVO ENCAMINHAR PARA ESPECIALISTA para terapias adicionais (anti-IgE, IL-5, IL-4, etc).
*Resgate com bud-form: caso use bud-form como manutenção ou caso não use manutenção. Caso use outro LABA que não o formoterol como manutenção, usar um SABA como resgate.
51
Q

Qual o tto da asma para 6-11 anos?

A

Passo 1: CI baixa de manutenção ou apenas quando necessário resgate com SABA.
Passo 2: CI dose baixa (100-200) e SABA + CI baixa para resgate.
Passo 3: CI média OU CI baixa + LABA.
Passo 4: CI média + LABA + ESPECIALISTA.
Passo 5: CI alta + LABA +/- anti-IgE, GC oral, etc.
*Alívio para todos: SABA!

52
Q

Qual o tto da asma para < 6a?

A

Alívio (sempre): SABA (SOS).
Passo 2: CI baixa (bud NBZ 500) UR.
Passo 3: CI baixa dobrado (bud NBZ 1000) + especialista.
Passo 4: etapa 3 + aumentar dose ou frequência do CI ou adicionar CI intermitente, LABA ou antileucotrieno.

53
Q

O que eu devo fazer antes de subir um passo quando a asma não estiver controlada?

A

Devo avaliar a adesão e se o tratamento está sendo feito de forma adequada.

54
Q

Por qual passo começar o tto da asma?

A

Sintomas muito ocasionais e de pouca importância clínica, passo 1. Sintomas muito importantes ou relato de crises graves, passo 3. O resto, passo 2.

55
Q

Como acompanhar o tto da asma?

A

Uma vez iniciado, devo reavaliá-lo após 2-3 meses (ou antes caso haja urgência clínica), devendo ser ajustado conforme resposta clínica. Se não foi controlado (considerando uso correto), subir um passo (step up). Se controlado, manter e observar por pelo menos 3 meses. Se continuar controlada, step down (alcançar a menor dose efetiva).

56
Q

Quais vacinas estão indicadas nos asmáticos?

A

Influenza (p) e anti-pneumocócica.

57
Q

Qual a relação da asma com o peroperatório?

A

A controlada não aumenta o risco (exceto se remodelamento brônquico), porém a descontrolada aumenta o risco de broncoespasmo e complicações pulmonares no pós-op.

58
Q

Comente sobre a doença respiratória exacerbada por AAS.

A

São crises de broncoespasmo após ingestão de AAS/AINEs, sendo acompanhadas de rinite e conjuntivite, podendo ter rash. A gravidade aumenta de forma progressiva após episódios repetidos e pode culminar na crise asmática fatal. Ocorre em 7% dos asmáticos gerais e eles se beneficiam da terapia de dessensibilização.

59
Q

O que são as exacerbações da asma?

A

São episódios de piora progressiva do sintomas e da função pulmonar em relação ao estado prévio que justifiquem uma mudança imediata na terapia.

60
Q

Quais os FR da asma fatal?

A

Hx de crise com necessidade de IOT + VM, hx alergia alimentar com anafilaxia, não uso de CI, uso excessivo de SABA (> 1 frasco/mês), uso atual ou recente de GC sistêmico, má adesão e internação por asma no último ano.

61
Q

Onde pode ser tratado a exacerbação da asma?

A

Pacientes/Cuidadores muito bem informados (diário de sintomas, gráficos com o valor do PFE), ambulatorialmente ou na emergência.

62
Q

Como o paciente/cuidador pode tratar a exacerbação?

A

Terapia de resgate conforme demanda. Se muitas doses necessárias por 1-2 dias, pode aumentar por conta própria o tto de controle (dobrando ou quadruplicando o CI por 7-14d, objetivando uma dose alta de CI). Se PFE < 60% do basal ou s/ resposta após 48h do aumento, associar GC VO.
Procurar imediatamente o hospital se: deterioração progressiva apesar das medidas e desconforto respiratório súbito e intenso.
*Dose máxima diária do formoterol: 72 mcg/dia.

63
Q

Qual a classificação da exacerbação da asma?

A

Leve a moderada: fala frases completas, sem uso da musculatura acessória, PFE > 50% do basal, FR ≤ 30, FC ≤ 120 e SpO2 ≥ 90%.
Grave: fala palavras isoladas, agitação, PFE < 50% do basal, FR ≥ 30, FC ≥ 120, SpO2 ≤ 90% ou leve que não melhorou em 1h.
Muito grave: PFE ≤ 30% do basal, sonolento, confuso, acidose (geralmente ocorre alcalose pela taquipneia, porém se há acidose, quer dizer que está em fadiga respiratória ou tão sonolento que reduziu o drive respiratório), tórax silencioso (s/ MV e s/ RA).

64
Q

Quais os critérios de gravidade para mandar o paciente com exacerbação no ambulatório para o hospital?

A

Alteração do sensório, tórax silencioso (ausência de MV ou ausência de sibilos), palavras isoladas, musculatura acessória, FR > 30, FC > 120, SpO2 < 90% (AA) e PFE ≤ 50% do basal.

65
Q

Qual o tto para cada grau de exacerbação da asma?

A

Leve-moderada: SABA (jato > NBZ; salbutamol, fenoterol) a cada 20 minutos por 1h + prednisolona VO 1 mg/kg para adulto e 1-2 mg/kg para > 5a +/- O2 (alvo 93-95% ou 94-98% para crianças).
Grave: ipratrópio (SAMA - atrovent) + anteriores +/- trocar GC para EV. Considerar MgSO4 EV e/ou CI em dose alta.
Muito grave: anteriores + preparar IOT e indicar CTI.

66
Q

Qual exame é sempre fundamental antes de iniciar o tto da exacerbação?

A

O PFE com fluxômetro portátil (avaliação da função ventilatória).

67
Q

Quando coletar PGA na exacerbação da asma? Qual a importância desse exame?

A

Se PFE < 50%, sem resposta ao tto inicial ou piora progressiva. Uma PaO2 < 60 mmHg e/ou PCO2 normal/aumentada indicam insuficiêncai respiratória aguda e deve indicar IOT.

68
Q

Quando fazer rx tórax na exacerbação?

A

Quando suspeitarmos de complicações do broncoespasmo, como pneumotórax, ou suspeita de outros ddx (ICC, aspiração CE, pnm).
*Pctes que não respondem ao tto podem ter desenvolvido pneumotórax = RX.

69
Q

O que deve ser feito ao dar alta para o paciente que apresentou exacerbação?

A

Aumentar o passo ou iniciar o tto (após identificar que o tto está sendo feito de forma adequada), verificar aderência, GC VO 5-7 dias para o adulto (3-5 dias para a criança) e nova consulta em 2-7 dias.

70
Q

Qual o problema do dx da asma em < 6 anos?

A

Não possuem maturidade para realização confiável da espirometria, sendo que o dx depende muito mais das informações clínicas

71
Q

Como escolher o dispositivo inalador em < 6 anos?

A

NBZ ou espaçador (pref - aerocâmara), sendo que 0-3 anos deve ser por máscara facial e 4-5 anos com espaçador (peça bucal).
*Problema da máscara facial: rash do CI, por maior contato do CI com a face, sendo necessária a lavagem do rosto da criança após seu uso.

72
Q

Qual o uso dos broncodilatadores na asma?

A

Revertem o broncoespasmo, porém não interferem na inflamação crônica, não evitando o remodelamento brônquico.

73
Q

Quais os broncodilatadores? Qual o de escolha para asma?

A

Agonistas beta 2 (escolha), antagonistas muscarínicos (anticolinérgicos) e teofilina.

74
Q

Quais os SABAs e LABAs?

A

SABA: salbutamol (aerolin), terbutalina (adrenyl) e fenoterol (berotec, bromifen). MV 3-6h.
LABA: salmeterol e formoterol. MV 12h.

75
Q

Quais os principais efeitos colaterais dos beta2 agonistas? Em qual população é mais comum?

A

Tremores e palpitações, sendo mais comum em IDOSOS.

76
Q

Qual o MA dos antagonistas muscarínicos?

A

Bloqueiam receptores muscarínicos de Ach, inibindo apenas o componente neurogênico do broncoespasmo (e não o muscular - os beta 2 agonistas inibem todos os componentes do broncoespasmo) e reduzem secreção de muco nas VAs.

77
Q

Quais os SAMAs e LAMAs?

A

SAMA: ipratrópio (atrovent).
LAMA: tiotrópio (spiriva).

78
Q

Quais os paraefeitos dos antagonistas muscarínicos? Em qual população são mais comuns?

A

Xerostomia. Raramente: retenção urinária e glaucoma. São mais comuns em idosos.

79
Q

Qual o MA da teofilina? Qual o problema dela?

A

É uma droga de uso oral que causa broncodilatação por inibir uma fosfodiesterase, aumentando os níveis de AMPc intracelular, produzindo relaxamento do m. liso brônquico. Seu problema é que a dose para produzir broncodilatação é tão alta que quase sempre promove paraefeitos. Além disso, é muito inferior ao SABA como broncodilatador.

80
Q

Comente sobre a aminofilina.

A

É uma teofilina para uso EV, sendo usada antigamente para resgate em exacerbação grave. No entanto, hoje se prefere o uso do MgSO4.

81
Q

Qual o uso ideal do CI e por quê?

A

Com um espaçador, pois retém partículas de maior peso que se depositariam na mucosa orofaríngea e causariam rouquidão (miopatia das cordas vocais). Além disso, deve-se enxaquar a boca com água e cuspir logo em seguida, diminuíndo o risco de candidíase oral.

82
Q

Quais os CI disponíveis e suas doses?

A

Budesonida: baixa (200-400), média (400-800) e alta (> 800).
Fluticasona: baixa (100-250), média (250-500) e alta (> 500).
Mometasona: 110-220, 220-440, > 440.
*< 6a: bud NBZ 500 (baixa).
*6-11a: bud 100-200, 200-400, > 400.

83
Q

Cite as combinações CI + LABA.

A

Bud + form = alenia, symbicort e foraseq.

Fluticasona + form = lugano, flutiform.

84
Q

Quais são alterações sugestivas de asma no exame do escarro?

A

Cristais de Charchot-Leiden, espirais de Curshmann e corpúsculos de Creola.