Aula 3- Isquémia crónica dos membros inferiores Flashcards

(36 cards)

1
Q

Aterosclerose

A

mecanismo patológico de caráter metabólico no qual vamos ter um espessamento assimétrico da túnica íntima e média dos vasos de grande e médio calibre pela formação de uma placa de ateroma que vai obstruir o lúmen do vaso

placa pode sofrer ulceração e rotura
fatores de risco: HTA, dislipidémia e tabaco

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2
Q

Arteriolosclerose

A

mecanismo natural de envelhecimento dos vasos, onde vamos ter um espessamento da parede e diminuição da elasticidade dos vasos de pequeno calibre

pode estar acelerado em algumas doenças como DM

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3
Q

Fatores de risco para aterosclerose

A
Dislipidémia
HTA
Diabetes
Tabaco 
Sedentarismo
Personalidade tipo A
Hipófise
Tiroíde
Supra-renal
Pâncreas
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4
Q

Principal fator de risco para isquémia dos membros inferiores

A

Tabaco

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5
Q

Principal fator de agravamento da aterosclerose nos membros inferiores

A

DM
- polineuropatia motora e sensitiva e a diminuição da eficácia do sistema imunitário podem levar à formação de lesões tróficas no membros

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6
Q

Etiopatogénese da placa de aterosclerose

A

Lesão endotelial crónica, com vasodilatação e aumento da permeabilidade
Passagem de lípidos do lúmen para o espaço subendotelial
Lípidos expostos a ERO´s, que são oxidados
LDL oxidados são fagocitados por macrófagos, originando células espumosas
Migração de células musculares lisas da camada média para o espaço subendotelial, com alteração fenotípica para células secretoras
Secreção de MEC em redor das células espumosas
Formação de uma placa com núcleo lipídico e capa fibrosa em redor
Protusão no lúmen
Pode adquirir neovascularização

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7
Q

Evolução de uma placa aterosclerótica

A

Calcificação da placa
Rotura da placa com formação de trombo e obstrução parcial do vaso
Hemorragia intra-placa e aumento de tamanho da mesma
Dilatação aneurismática por enfraquecimento da túnica média
Rotura focal ou perfuração que liberta pequenos êmbolos para a corrente sanguínea

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8
Q

Manifestações de aterosclerose

A

AVCs
Angina de peito, EAM, ICC
Enfarte mesentérico com isquémia e dor abdominal
Nefropatia isquémica com hipertensão renovascular
Isquémia crónica dos membros com Síndrome de Leriche

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9
Q

Isquémia crónica dos membros inferiores- mecanismo compensatórios

A

Desenvolvimento de circulação colateral

Dilatação da microcirculação distal à estenose/obstrução

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10
Q

Isquémia crónica dos membros inferiores- territórios afetados

A

Femoral (50%)
Aorto-ilíaco ( 24%)
Tibio-peroneal ( 17%)

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11
Q

Tromboangeíte obliterante ou Doença de Bueguer

A

em pessoas mais novas (30-40 anos) com elevada carga tabágica
+ no sexo masculino
afeta as artérias de médio e pequeno calibre ( tibio-peroneal e radial)

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12
Q

Causas de isquémia crónica dos MI

A
Aterosclerose ( mais frequente)
Tromboangeíte obliterante
Inserção anómala dos gémeos (compressão extrínseca da artéria popliteia)
Quisto da adventícia ( + nos jovens)
Ateroembolismo
Vasculite dos grandes vasos ( raro, mais nos troncos supra-aórticos e MS)
Iatrogenia
Traumatismo prévio
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13
Q

Classificação de Leriche- Fontaine

A
Estadio I - Assintomático
Estadio II- Claudicação Intermitente
       IIa- não incapacitante
       IIb- incapacitante
Estadio III- Dor em repouso
Estadio IV- Lesões tróficas
        IVa- Ulceração
        IVb- Gangrena
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14
Q

Claudicação Intermitente

A

Maior necessidade de O2 durante o esforço
Switch metabólico com produção de ácido lático
Estimulação das fibras nociceptivas do MI
Dor

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15
Q

Claudicação Intermitente- perimetro de marcha

A

Distância para a qual o doente inicia as queixas da marcha
Pode ser subvalorizado em algumas condições:
- temperatura fria
- terreno inclinado
- decurso da digestão

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16
Q

Claudicação Intermitente- território afetado

A

Dor gemelar- afeção do segmento femoro-popliteu
Dor plantar- afeção do segmento tibio-peroneal
Dor na coxa e glúteos- afeção do segmento aorto-ilíaco

Se houver disfunção sexual e dificuldade em manter uma ereção é indicativo de afeção do segmento aorto- ilíaco

17
Q

Síndrome de Leriche

A

Disfunção sexual
Claudicação Intermitente bilateral
Ausência de pulsos femorais

Sugere trombose aórtica infra-renal

18
Q

Menos claudicação intermitente nos MS

A

Maior desenvolvimento da circulação colateral
Menor massa muscular
Menos aterosclerose nos membros superiores

19
Q

Dor em repouso

A

Sinal de obstrução marcada
Dor constante e mais distal
Pode estar associada a alodinia distal ( apresenta dor perante estímulos não dolorosos)
Agrava com o decúbito dorsal

Manter a perna baix agrava o edema distal e compromete a circulação distal

20
Q

Lesões tróficas

A

Por hipóxia prolongada

21
Q

Blue Toe Syndrome

A

Aparecimento de lesões tróficas sem claudicação prévia

Suspeita de ulceração de uma placa proximal com ateroembolismo para a circulação distal

22
Q

Isquémia crítica

A

Presença de dor em repouso intensa com necessidade de analgesia superior a 2 semanas
Lesões tróficas nos dedos ou pés
Pressão sistólica no tornozelo < 50 mmHg
Pressão sistólica digital < 30 mmHg nos diabéticos

23
Q

Exame objetivo- Inspeção

A

Palidez
Cianose
Rubor/eritrose ( vasodilatação distal compensatória)
Eritrocianose- Teste de Buerguer
Alterações de pele
- pele fina e sem elasticidade, com rarefação pilosa, hiperpigmentação, unhas espessas e quebradiças, úlceras e gangrena

24
Q

Locais mais frequentes para úlceras

A

Bordo externo do pé

Maléolos

25
Caraterísticas das úlceras isquémicas
``` Muito dolorosas Bordos tróficos Não hemorrágicas Alterações isquémicas Edema postural ```
26
Exame objetivo- palpação
Temperatura da pele (diminuída) Pulsos ( normal, diminuído ou com frémito- estenose arterial proximal) Tempo de preenchimento capilar
27
Exame objetivo- auscultação
Pode haver presença de sopros vasculares | Indicativo de estenose a montante
28
Métodos de diagnóstico- não invasivos
Ecodoppler - diminuição do fluxo- onda monofásica - avaliar índice artéria tibial posterior/ artéria umeral
29
índice artéria tibial posterior/ artéria umeral
Comparar a pressão arterial > 80%- assintomático 80-40%- claudicação intermitente < 40%- dor em repouso
30
Métodos de diagnóstico- invasivos
Arteriografia | - injeção de contraste dentro da artéria
31
Arteriografia- complicações
Locais: - trombose aguda - fístula arterio-venosa - disseção arterial - falso aneurisma - hematoma Sistémicos: - relacionada com a utilização de contraste - reações nafiláticas - IR aguda
32
Tratamento da Isquémia crónica- determinantes
grau de isquémia local de isquémia estado geral do doente
33
Tratamento da Isquémia crónica
Controlo dos fatores de risco Vasodilatação Agentes hemorreológicos Cirurgia Rescontrutiva Simpatectomia Lombar Amputação Angioplastia Stents
34
Tratamento da Isquémia crónica- conservador
Doentes em estadio I ou IIa Coadjuvante em todos os doentes submetidos a cirurgia - controlo dos fatores de risco: prática de exercício físico regular e cessação tabágica - vasodilatadores: podem provocar fenómeno de roubo de sangue para outros locais e agravar a isquémia - agentes hemorreológicos - estatinas - anti-agregantes
35
Tratamento da Isquémia crónica- cirúrgico
Doentes em estadio IIB, III ou IV Fenómenos atero-embólicos - Endarterectomia - Bypass ( se for autólogo utilizam- se as veias safenas)- úteis para as artérias de grande calibre - podem provocar falsos aneurismas anastomóticos, risco de infeção ou oclusão do enxerto - Simpatectomia lombar: permite a vasodilatação e aumento da circulação colateral ( não aumenta o o fluxo nas artérias musculares por isso não está indicada na claudicação) - Amputação
36
Tratamento da Isquémia crónica- tratamento endoluminal
Angioplastia ou stent Obstruções segmentares ( A. femoral profunda) - complicações: trombose, disseção da artéria e embolização distal - não deve ser realizada se existirem discrasias sanguíneas