Aula 4 - Contextualização do artigo científico em relação a pesquisa Flashcards

1
Q

1 O artigo científico: um produto acadêmico especial

A

Há artigos, ainda, que foram gerados por Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), que são
monografias escritas no nível de graduação; dissertações, escritas para a obtenção do grau de
mestre; e teses, escritas para obter-se o título de doutor, quando o trabalho não é publicado
em forma de livro.
Baseada em Severino (1992) e Lakatos e Marconi (1991), Reis (2015) explica que a
monografia é um trabalho de escrita acadêmica (graphein) sobre assunto e problema
únicos (mono). Ela apresenta, ainda, uma forma de abordagem específica, que “[…] consiste
numa pesquisa que examina todos os fatores de influência do tema escolhido, analisando-o
exaustivamente em todos os seus aspectos para dar real contribuição ao progresso da ciência”
(LAKATOS; MARCONI, 1991 apud REIS, 2015, p. 19).
A autora faz uma distinção entre monografias lato sensu e stricto sensu. As primeiras
são os trabalhos de conclusão de cursos de pós-graduação lato sensu, também chamados de
especialização e Master on Business Administration (MBA). As monografias stricto sensu são
as produções chamadas de dissertação de mestrado e tese de doutorado.
A monografia lato sensu tem por objetivos:
• oferecer ao aluno um primeiro contato com a atividade de iniciação à pesquisa e
de produção acadêmica de conhecimentos;
• exercitar o raciocínio lógico do aluno no processo de ensino-aprendizagem da
pesquisa;
• ensaiar construções incipientes de ciência;
• orientar a produção de conhecimentos na área de formação acadêmica e
profissional;
• estimular a prática da pesquisa bibliográfica;
• despertar no aluno interesse pela pesquisa e produção de conhecimento;
• compreender a dinâmica da pesquisa na formação acadêmica do aluno;
• entender o significado das metas intrínsecas de cada nível de pesquisa e como
tais metas podem ajudar o aluno na sua formação acadêmica. (REIS, 2015, p. 20).
Todos esses objetivos têm uma conotação de iniciação à pesquisa, ao contrário das
monografias stricto sensu, que pressupõem que o pesquisador já tenha certa experiência
com pesquisa e escrita científica.
Todo esse trabalho, também chamado de
“produção bibliográfica”, representa as credenciais do pesquisador e deve ser alimentado
em uma plataforma eletrônica, que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq) chamou de “Currículo Lattes”.
[FIGURA 2]
Os artigos científicos produzidos por um país retratam seu investimento em pesquisa e
são o termômetro para orientá-lo e distribui-lo, o que é fundamental para o seu
desenvolvimento econômico e social.

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2
Q

2 A pesquisa científica

A

Já a “pesquisa científica” é mais específica, pois tem a peculiaridade de seguir o método
científico.
há uma distinção importante entre método e
técnica: “A rigor, sirva-se a palavra método para significar o traçado das etapas fundamentais
da pesquisa, enquanto técnica significa os diversos procedimentos ou a utilização de diversos
recursos peculiares a cada objeto de pesquisa dentro das diversas etapas do método”.
Então, o método é algo mais filosófico e que determina certa abordagem, enquanto
a técnica é mais instrumental e voltada para os recursos e instrumentos utilizados para
concretizar o método. E “científico” significa relativo à ciência ou à forma de abordagem única, que segue
determinadas regras de verificabilidade, relevância e refutabilidade ou falseabilidade. Este
último conceito diz respeito à possibilidade de refutação ou negação da tese a ser verificada
e defendida. Há uma série de métodos científicos diferenciados, não apenas o empírico, de
campo, baseado na observação controlada, que talvez seja o mais popular.

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3
Q

3 Tipos iniciais de pesquisa científica

A

Os tipos de pesquisa mais importantes para se fazer uma distinção inicial são a pura e a
aplicada, que se distinguem, basicamente, pelos seus objetivos. Essa distinção é inicial, pois
diz respeito à razão de ser da pesquisa, sua filiação e natureza.
A pesquisa pura é aquela relativa à ciência pura, fundamental ou básica, que almeja
entender a explicação de algum fato, hipótese ou fenômeno, criando outras hipóteses,
teorias e modelos teóricos sobre ela. Ela não tem uma utilidade imediata que não seja o
avanço teórico da ciência. A finalidade, enfim, é o aumento do conhecimento sobre aspectos
específicos da natureza e do próprio conhecimento, a partir da argumentação e da reflexão
crítica ou até da experimentação.
Esse tipo de pesquisa gera uma grande quantidade de produtos acadêmicos,
principalmente artigos científicos e livros, e é desenvolvido por universidades, centros
universitários e institutos e centros de pesquisa. Normalmente, essas entidades contam com
financiamento do governo estadual ou federal.
Já a pesquisa aplicada é aquela que tem uma finalidade prática, como o próprio nome
diz, de ser aplicada, principalmente, à indústria, mas, também, à saúde e ao bem estar-físico,
social e psicológico do ser humano. Geralmente, ela parte de algum problema prático para o
qual se espera uma solução. O produto desse tipo de pesquisa, em geral, não é um artigo, mas
uma tecnologia nova ou o aprimoramento de uma já existente ou um artigo de mercado ou
serviço, com a finalidade de ser comercializado. Os campos do conhecimento que praticam
mais a pesquisa aplicada são as ciências sociais aplicadas, como o direito, a administração e o
serviço social, além das áreas que têm aplicação industrial, como a bioquímica, a engenharia
e todas as que lidam com tecnologias. Normalmente, essas pesquisas são contratadas por
empresas e entidades que defendem algum interesse de mercado e seus resultados são
tratados como segredos industriais, o que pode ser prejudicial para o pesquisador acadêmico
cujo desempenho é avaliado pela quantidade e qualidade de suas publicações.
a ciência pura pode ser aplicada
Porém, ambos os tipos de pesquisa são igualmente importantes para o desenvolvimento
social, tecnológico, econômico e cultural de uma nação.

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