Cap II - História, Origens e Princípios Básicos Flashcards
(30 cards)
CSP segundo Barbara Starfield englobam 4 elementos. Quais são?
- Cuidados de 1o Contacto
- Cuidados Longitudinais (ao longo da vida)
- Cuidados Compreensivos (globais e holísticos)
- Coordenação e Integração com os restantes cuidados
Cuidados de Saúde Secundários.
Intervenções visando o diagnóstico ou tratamento através de recursos mais diferenciados e habitualmente em meio hospitalar. Maior especialização ou mesmo sub-especialização com maior componente tecnológico e virado para intervenções pontuais.
Cuidados de Saúde Terciários.
Atividades médicas e médico-sociais com o objetivo de limitar as sequelas e promover a reabilitação física, psíquica e social.
Unidade de Saúde Familiar (USF)
Estrutura organizada com o objetivo de prestar cuidados de forma personalizada, com boa acessibilidade, continuidade e globalidade. Baseando-se numa Equipa de Profissionais Multidisciplinares na Área Médica e Enfermagem, com o apoio de Assistentes Técnicos, com destaque para a Área Administrativa.
Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP)
Estrutura idêntica à USF, mas sem alguns conceitos como o das Equipas Médico-Enfermeiro, e a não existência de contratualização associada a incentivos.
Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC)
Com o objetivo de prestar cuidados de saúde e apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário, a grupos com maior dependência física e funcional. Assenta em redes de apoio à família e em unidades móveis, garantindo a continuidade e qualidade dos cuidados prestados.
Unidade de Saúde Pública (USP).
Pretende desenvolver atividades de planeamento, promoção e proteção da saúde, quer seja na avaliação, prevenção, vigilância epidemiológica, investigação ou gestão da saúde.
Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados (URAP).
Consiste em prestar cuidados de consultadoria e assistenciais às unidades funcionais já referidas, e organiza ligações funcionais com os Serviços Hospitalares.
Diferença entre Médico Hospitalar, Médico de MGF e Médico de Saúde Pública.
Médico Hospitalar - Grupo etário, conjunto de doenças, determinados órgãos, técnicas especiais, limitado temporalmente, focalizado na doença, contacto episódico, ênfase curativo, trabalho independente
MGF - Trata pessoas, grupo familiar, comunidade, técnicas básicas, contínuo, focaliza o contexto, contacto regular, ênfase preventiva, coordena recursos.
Médico de SP - Grupos populacionais, fenómenos de doença, comunidade, estatística, descontínua, focalizado na doença, contacto episódico, ênfase preventiva, trabalho de equipa
Indicadores de Desempenho de uma USF
- Informação Demográfica
- Disponibilidade
- Acessibilidade
- Produtividade
- Qualidade Técnico-Científica
- Efetividade
- Eficiência (efetividade ao mais baixo custo)
Conceito de Clínico Geral
O Clínico Geral apareceu na América no século XVIII, nas colónicas
Termo primeiro usado na revista Lancet no século XIX - “Era dos Clínicos Gerais”
Médicos dos Cuidados Primários começaram a decrescer regularmente a partir da década de 30.
1966 - ano chave!
The Graduate Education of Physicians- Mills, 1966
Meeting the Challenge of Family Practice - Willard, 1966
Diferenciação dos Clínicos Gerais
Medicina Geral ——-> Medicina Familiar
O termo “Medicina Geral” tinha uma má conotação associada, para além de que os médicos tinham pouca diferenciação.
Relatório das Carreiras Médicas
1961 - surge pela primeira vez o conceito de SNS. Importância das carreiras médicas e de organizar a formação após a licenciatura.
Primeiros Centros de Saúde
Década de 70. Vacinar, vigiar grávidas e crianças. Saúde Escolar e Ambiental. Prevaleciam os Serviços Médico-Sociais das Caixas de Previdência, com elevado número de consultas, visitas domiciliárias e cuidados de enfermagem
1979
Criação do SNS. Distinção de CSP e Cuidados Diferenciados (Hospitalares)
Década de 80 fundamental
1981 - Internato de Generalista
1982 - Decreto das Carreiras Médicas. Define a Clínica Geral como uma Especialidade e explicita o perfil profissional do Médico de Família.
1983 - criados os centros de saúde de 2a Geração. Fusão dos primeiros com os serviços médico-sociais. Nasce a Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral.
1988 - Primeira caderneta de estágio, duração de 3 anos.
Década de 90.
1992 - Decreto de Lei dos Internatos (necessidade de Orientador de Formação).
1995 - Regulamento dos Internatos Médicos
1996 - Reformulação da caderneta de estágio
1999 - Direções de Internato de âmbito Sub-Regional, publicada legislação sobre centros de saúde de 3a Geração
Século XXI
2004 - Perfil de competências do Orientador
2005 - Reforma dos CSP
2009 - Programa de Formação passa a prever 4 anos
4 competências específicas de um Médico de Família
Solução de problemas não diferenciados, no contexto de uma relação continuada com indivíduos e famílias
Competências preventivas, com a identificação de riscos e primeiros desvios da normalidade, em doenças que o médico conhece
Competências terapêuticas, com a utilização da relação médico-doente para potenciar o efeito de qualquer tipo de terapêutica
Competências de gestão de recursos, com a utilização de recursos comunitários e do sistema de cuidados de saúde para benefício dos doentes. Isto inclui as capacidades de cuidar dos doentes, de supervisionar as consultas e de enviar os doentes para outros profissionais
Características da Medicina Familiar
Continuidade dos cuidados Globalidade dos cuidados Cuidados familiares Ligação entre o médico e a família Acumulação de conhecimento sobre os doentes (relacionada com cuidados polivalentes e continuados) Papel de generalista
Definição Europeia de Medicina Familiar
A MGF tornou-se popular entre os políticos pela EFICIÊNCIA dos custos que lhe é inerente.
Onze características fundamentais, das quais foram extraídas 6 competências nucleares, que conduziram à definição de 25 objetivos educacionais de 1o nível e 80 objetivos de 2o nível.
11 características fundamentais
- Normalmente, é o 1o ponto de contacto médico dentro do sistema de saúde
- Utiliza de forma eficiente os recursos de saúde através da coordenação de cuidados (assegurar que pacientes recorram ao profissional de saúde mais apropriado ao seu problema específico)
6 competências nucleares
ATITUDE, CIÊNCIA, CONTEXTO
(Árvore da WONCA)
- Gestão em Cuidados Primários (Coordenação de cuidados e “advocacia”, Primeiro Contacto, Acesso Aberto, Todos os Problemas de Saúde)
- Cuidados Centrados na Pessoa (promover a autonomia do doente e atuar em parceria, continuidade longitudinal)
- Aptidão para a Resolução de Problemas Específicos (instrumento tempo como modo de diminuir a incerteza)
- Abordagem Abrangente (gerir múltiplas queixas e patologias)
- Orientação Comunitária (saber conciliar as necessidades de cada indivíduo e as da comunidade)
- Abordagem Holística (Modelo Biopsicossocial, tendo em conta as dimensões cultural e existencial)
Papel de Doente
O indivíduo é escusado das suas obrigações normais e não é responsabilizado pela sua incapacidade. No entanto, espera-se que procure ajuda profissional e que faça todos os esforços para recuperar a sua saúde. A decisão de um indivíduo desempenhar o Papel de Doente está dependente de muitos fatores individuais e de grupo que são independentes da gravidade da doença.