Capítulo 21- Considerações anatomoclinicas sobre medula e tronco Flashcards
(38 cards)
Sintomatologia lesões do sistema nervoso segmentar
As manifestam-se principalmente por alterações da
motricidade e da sensibilidade.
Qual a nomenclatura:
diminuição da força muscular
ausência total de força impossibilitando o movimento
quando sintomas atingem todo um lado do corpo,
Podem ser da motricidade voluntária, do tônus ou dos reflexos. A diminuição da força muscular denomina-se paresia; a ausência total de força impossibilitando o movimento, paralisia (ou plegia). Quando estes sintomas atingem todo um lado do corpo, temos hemiparesia e hemiplegia.
Conceitue tônus
quais as possíveis alterações.
Por tônus entende-se o estado de relativa
tensão em que se encontra permanentemente
um músculo normal em repouso. As alterações
do tônus podem ser de aumento (hipertonia),
diminuição (hipotonia) ou ausência completa
(atonia).
Quais as classificações de alterações decorrentes de lesões do SN?
quais os possíveis reflexos patológicos?
Nas alterações da motricidade decorrentes de
lesões do sistema nervoso pode haver ausência
(arreflexia), diminuição (hiporreflexia) ou aumento (hiper-reflexia) dos reflexos músculo tendinosos, como, por exemplo, o reflexo patelar.
Pode ainda haver o aparecimento de reflexos patológicos. Assim, quando se estimula a pele da região plantar, a resposta reflexa normal consiste na flexão plantar do hálux. Contudo, em casos de lesão dos tractos córtico-espinhais, ocorre a flexão dorsal do hálux (sinal de Babinski).
Paralisias com hiporreflexia e hipotonia são denominadas paralisias flácidas. Caracterizam a chamada síndrome do neurônio motor inferior ou periférico, que resulta de lesão dos neurônios
motores da coluna anterior da medula (ou dos
núcleos motores dos nervos cranianos).
Nestes casos, ocorre também em pouco tempo atrofia
da musculatura inervada por perda da ação trófica dos nervos sobre os músculos. Paralisias com hiper-reflexia e hipertonia são denominadas paralisias espásticas. Ocorrem na síndrome do neurônio motor superior ou central, onde a lesão localiza-se nas áreas motoras do córtex cerebral ou nas vias motoras descendentes, em especial no tracto córtico-espinhal. Neste caso. a atrofia muscular é muito discreta, pois os
músculos continuam inervados pelos neurônios
motores inferiores e o sinal de Babinski é positivo
Qual a síndrome do neurônio motor inferior ?
Paralisias com hiporreflexia e hipotonia são denominadas paralisias flácidas. Caracterizam a chamada síndrome do neurônio motor inferior ou periférico, que resulta de lesão dos neurônios
motores da coluna anterior da medula (ou dos
núcleos motores dos nervos cranianos).
Qual a síndrome do neurônio motor superior ou central ?
Nestes casos, ocorre também em pouco tempo atrofia
da musculatura inervada por perda da ação trófica dos nervos sobre os músculos. Paralisias com hiper-reflexia e hipertonia são denominadas paralisias espásticas. Ocorrem na síndrome do neurônio motor superior ou central, onde a lesão localiza-se nas áreas motoras do córtex cerebral ou nas vias motoras descendentes, em especial no tracto córtico-espinhal. Neste caso. a atrofia muscular é muito discreta, pois os
músculos continuam inervados pelos neurônios
motores inferiores e o sinal de Babinski é positivo
Quais as principais alterações da sensibilidade?
As principais alterações da sensibilidade são:
a) anestesia — desaparecimento total de
uma ou mais modalidades de sensibilidade após estimulação adequada. O termo emprega-se mais freqüentemente para a perda da sensibilidade tátil, reservando-se o termo analgesia para a perda da
seasibilidade dolorosa:
b) hipoestesia — diminuição da sensibilidade;
c) hiperestesia — aumento da sensibilidade;
d) parestesias — aparecimento, sem estimulação, de seasações espontâneas e mal
definidas como, por exemplo, o “formigamento”;
e) algias — dores, em geral
Quais as principais lesões da medula?
olhar tudo e listar aq
q
Qual a lesão da coluna anterior?
Qual o risco e qual a frequência?
LESÃO DA COLUN A ANTERIOR
Ocorre mais freqüentemente na poliomielite
(paralisia infantil), cujo vírus destrói especificamente os neurônios motores da coluna anterior. Neste caso aparece uma síndrome do
neurônio motor inferior no território muscular
correspondente à área da medula que foi lesada.
Podem ocorrer enormes deformidades por ação
de grupos musculares cujos antagonistas foram
paralisados. Quando a destruição se dá nos neurônios responsáveis pelos movimentos respiratórios, pode haver morte por insuficiência respiratória.
O que é tabes dorsalis?
quais as implicações clínicas?
quais as consequências?
Na tabes dorsalis, consequência da neurossífilis, ocorre lesão das raízes dorsais, especialmente da divisão mediai destas raízes.
Como esta divisão contém as fibras que formam os fascículos grácil e cuneiforme, estes
são também destruídos. Como consequência,
temos:
a) perda da propriocepção consciente —
na prática isto se manifesta por uma perda
do sentido de posição e de movimento,
ou seja, quando de olhos fechados, o
doente é incapaz de saber em que posição
está um braço ou uma perna, ou que tipo
de movimento foi realizado quando deslocamos uma parte de um de seus membros; assim, será incapaz de dizer se o
neurologista fletiu ou estendeu o seu hálux;
b) perda do tato epicrítico — em virtude da
qual o indivíduo perde a discriminação
tátil. Assim, ele é incapaz de saber as
características táteis de um objeto que
toca, ou seja, se é duro, mole, liso, rugoso
etc. Além disto, o doente é incapaz de
distinguir dois estímulos táteis aplicados
simultaneamente na área lesada com as
duas pontas de um compasso (discriminação de dois pontos);
c) perda da sensibilidade vibratória e da
estereognosia (capítulo 15, item 4.3.2.1).
Com o progredir das lesões, pode haver
destruições maiores das raízes dorsais
com comprometimento de outras formas
de sensibilidade e perda de alguns reflexos cujas fibras aferentes foram destruídas.
tabes dorsalis
Descreva a perda da propriocepção consciente
a) perda da propriocepção consciente —
na prática isto se manifesta por uma perda
do sentido de posição e de movimento,
ou seja, quando de olhos fechados, o
doente é incapaz de saber em que posição
está um braço ou uma perna, ou que tipo
de movimento foi realizado quando deslocamos uma parte de um de seus membros; assim, será incapaz de dizer se o
neurologista fletiu ou estendeu o seu hálux;
Tabes dorsalis
Descreva a perda do tato epicrítico
b) perda do tato epicrítico — em virtude da
qual o indivíduo perde a discriminação
tátil. Assim, ele é incapaz de saber as
características táteis de um objeto que
toca, ou seja, se é duro, mole, liso, rugoso
etc. Além disto, o doente é incapaz de
distinguir dois estímulos táteis aplicados
simultaneamente na área lesada com as
duas pontas de um compasso (discriminação de dois pontos);
Tabes dorsalis
Descreva a perda da sensibilidade vibratória e da
estereognosia
c) perda da sensibilidade vibratória e da
estereognosia (capítulo 15, item 4.3.2.1).
Com o progredir das lesões, pode haver
destruições maiores das raízes dorsais
com comprometimento de outras formas
de sensibilidade e perda de alguns reflexos cujas fibras aferentes foram destruídas.
O que a hemissecção da medula gera?
Quais os sintomas mais característicos e do que eles resultam?
A hemisseeção da medula produz no homem
um conjunto de sintomas conhecido como síndrome de Brown-Séquard. Os sintomas mais
característicos resultam da interrupção dos
principais tractos, que percorrem uma metade
da medula. Os sintomas resultantes da secção
dos tractos que não se cruzam na medula aparecem do mesmo lado da lesão. Já os sintomas
resultantes da lesão de tractos que se cruzam na
medula manifestam-se no lado oposto ao lesado. Todos os sintomas aparecem somente abaixo do nível da lesão. Assim temos:
Sintomas que se Manifestam do
Mesmo Lado da Lesão (Tractos
não Cruzados na Medula)
Sintomas que se Manifestam do
Lado Oposto ao Lesado (Tractos
Cruzados)
Quais os sintomas que se Manifestam do Mesmo Lado da Lesão (Tractos não Cruzados na Medula)?
a) paralisia espástica com aparecimento do
sinal de Babinski, em virtude da interrupção das fibras do tracto córtico-espinhal lateral;
b) perda da propriocepção consciente e do
tato epicrítico em virtude da interrupção
das fibras dos fascículos grácil e cuneiforme (Fig. 21.1a).
Quais os sintomas que se Manifestam do Lado Oposto ao Lesado (Tractos Cruzados)?
a) perda da sensibilidade térmica e dolorosa
a partir de um ou dois dermátomos abaixo
do nível da lesão, em conseqüência da
interrupção das fibras do tracto espinotalâmico lateral (Fig. 21.1b);
b) ligeira diminuição do tato protopático e
da pressão por comprometimento do tracto espino-talâmico anterior. Este comprometimento, em geral, é pequeno porque
as fibras da raiz dorsal que levam esta
modalidade de sensibilidade dão ramos
ascendentes muito grandes, que emitem
colaterais em várias alturas antes de fazei
sinapse na coluna posterior e cruzar para
0 lado oposto
O que é a siringomegalia?
Quais as implicações neuroanatomo-clínicas?
Por que os sintomas persistem a longo prazo?
Qual as regiões mais acometidas?
Trata-se de uma doença na qual há formação
de uma cavidade no canal central da medula,
levando a uma destruição da substância cinzenta intermédia central e da comissura branca.
Esta destruição interrompe as fibras que formam os dois tractos espino-talâmicos laterais, quando eles cruzam ventralmente ao canal central (Fig. 15.6).
Ocorre, assim, uma perda da sensibilidade térmica e dolorosa de ambos os lados, em uma área que corresponde aos dermátomos relacionados com as fibras lesadas. Contudo, nestas áreas não há qualquer perturbação da propriocepção, sendo mínima a deficiência tátil.
A persistência da propriocepção explica-se
pelo lato de a lesão não atingir as fibras do
funículo posterior (fascículos grácil e cuneiforme). A persistência de uma sensibilidade tátil quase normal se deve ao fato de que os impulsos táteis seguem, cm grande parte, pelos fascículos grácil e cuneiforme (tato epicrítico). que não são comprometidos. Mesmo as fibras que seguem pelos tractos espino-talâmicos anteriores são, em parte, poupadas pelas razões
vistas no item anterior.
A perda da sensibilidade térmica e dolorosa com persistência da sensibilidade tátil e proprioceptive é denominada dissociação sensitiva.
A siringomielia acomete com mais freqüência a intumescência cervical, resultando no aparecimento dos sintomas na extremidade superior dos dois lados. Neste caso, a extremidade inferior permanece com a sensibilidade normal, pois não há comprometimento das fibras dos tractos espino-talâmicos laterais que trazem a sensibilidade desta área.
Por que os sintomas da siringomielia persistem a longo prazo?
A persistência da propriocepção explica-se
pelo lato de a lesão não atingir as fibras do
funículo posterior (fascículos grácil e cuneiforme). A persistência de uma sensibilidade tátil quase normal se deve ao fato de que os impulsos táteis seguem, cm grande parte, pelos fascículos grácil e cuneiforme (tato epicrítico). que não são comprometidos. Mesmo as fibras que seguem pelos tractos espino-talâmicos anteriores são, em parte, poupadas pelas razões
vistas no item anterior.
A perda da sensibilidade térmica e dolorosa com persistência da sensibilidade tátil e proprioceptive é denominada dissociação sensitiva.
Qual as regiões mais acometidas na siringomielia?
A siringomielia acomete com mais freqüência a intumescência cervical, resultando no aparecimento dos sintomas na extremidade superior dos dois lados. Neste caso, a extremidade inferior permanece com a sensibilidade normal, pois não há comprometimento das fibras dos tractos espino-talâmicos laterais que trazem a sensibilidade desta área.
TRANSECÇÃO DA MEDULA Por que ocorre? O que gera? Qual a sintomatologia? O que é o sinal de Babinski?
Imediatamente após um traumatismo que resulte na secção completa da medula, o paciente entra em estado de choque espinhal. Esta condição, que nada tem a ver com o choque por perda de sangue ou de líquido, caracteriza-se pela absoluta perda da sensibilidade, dos movimentos e do tônus nos músculos inervados pelos segmentos medulares situados abaixo da lesão. Há ainda retenção de urina e de fezes.
Contudo, após um período variável, reaparecem os movimentos reflexos, que se tornam
exagerados, e aparece o sinal de Babinski (síndrome do neurônio motor superior). Nos casos
de secção completa (e não simples esmagamento), não há recuperação da motricidade voluntária ou da sensibilidade. Pode haver, entretanto, uma certa recuperação reflexa do mecanismo de esvaziamento vesical.
COMPRESSÃO DA MEDULA POR TUMOR
Quais as possíveis consequências?
O que é a preservação sacral? Por que ela ocorre?
Um tumor que se desenvolve no canal vertebral pode, pouco a pouco, comprimir a medula de fora para dentro, resultando uma sintomatologia variável conforme a posição do tumor.
Inicialmente podem aparecer dores em determinados dermátomos que correspondem às raízes
dorsais comprometidas. Com o progredir da
doença, aparecem sintomas de comprometimento de tractos medulares.
Um tumor que se desenvolve dentro da
medula comprime-a de dentro para fora.
causando perturbações motoras por lesão do
tracto córtico-espinhal lateral. Há também
perda da sensibilidade térmica e dolorosa por
compressão do tracto espino-talâmico lateral.
Interessante que este sintoma aparece, inicialmente, nos dermátomos mais próximos ao nível da lesão, progredindo para dermátomos cada vez mais baixos, usualmente poupando os dermátomos sacrais. É o que os neurologistas conhecem como preservação sacral. Isto se deve ao fato de que as fibras originadas nos
segmentos sacrais da medula se dispõem lateralmente no tracto espino-talâmico lateral, enquanto as originadas em segmentos progressivamente mais altos ocupam posição cada vez mais mediai neste tracto. Entende-se, pois. que, quando um tumor comprime a medula de fora para dentro, as fibras originadas
nos segmentos sacrais são lesadas em primeiro lugar. Quando o tumor comprime de dentro para fora, estas libras são lesadas por último ou são preservadas.
SECÇÃO CIRÚRGICA DOS TRACTOS ESPINO-TALÂMICOS LATERAIS (CORDOTOMIAS)
Quando é indicado?
Qual o procedimento?
Em casos de dor resistente aos medicamentos, resultante principalmente de tumores malignos, pode-se recorrer à cordotomia. O processo consiste na secção cirúrgica do tracto espino-talâmico lateral, acima e do lado oposto ao processo doloroso (Fig. 21.1b). Neste caso haverá perda de dor e de temperatura do lado oposto, a partir de um dermátomo abaixo do nível da secção. Em caso de tratamento de dores viscerais, é imprescindível a cirurgia bilateral, em vista do grande número de fibras não cruzadas, relacionadas com a transmissão deste tipo de dor.
Quais as lesões do bulbo?
LESÕES DA BASE DO BULBO (HEMIPLEGIA CRUZADA COM LESÃO DO HIPOGLOSSO)
SÍNDROME DA ARTÉRIA
CEREBELAR INFERIOR
POSTERIOR (SÍNDROME DE
WALLEMBERG)
LESÕES DA BASE DO BULBO (HEMIPLEGIA CRUZADA COM LESÃO DO HIPOGLOSSO)
Quais as regiões comprometidas?
Qual a sintomatologia e a implicação neuroanatomo-clínica?
Estas lesões, em geral, comprometem a pirâmide e o nervo hipoglosso (Fig. 21.2). Lesão da pirâmide compromete o tracto córtico-espinhal e como este se cruza abaixo do nível da lesão, causa hemiparesia do lado oposto ao lesado.
Quando a lesão se estende dorsalmente, atingindo os demais tractos motores descendentes, o
quadro é de hemiplegia. A lesão do hipoglosso
causa paralisia dos músculos da metade da língua situada do lado lesado, com sinais de síndrome de neurônio motor interior, que no caso
se manifesta principalmente por hipotrolia destes músculos. Como a musculatura de uma das
metades da língua está paralisada, quando o
doente faz a protrusão da língua, a musculatura
do lado normal desvia a língua para o lado
lesado.