Caso 8: Polidramnio e Oligodramnio Flashcards

(41 cards)

1
Q

funções do liq amniótico 8

A

(1) crescimento fetal; (2) desenvolvimento normal dos sistemas respiratório, gastrintestinal e musculoesquelético; (3) barreira contra infecções; (4) impedimento de aderência entre o embrião/feto e o âmnio; (5) proteção contra traumatismos sofridos pela mãe; (6) termorregulação; (7) permitir movimentação fetal; e (8) prevenção da compressão do cordão umbilical.

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2
Q

FISIOLOGIA DO LIQ AMNIOTICO

A

O líquido amniótico (LA) é um componente importante do ambiente intrauterino para adequado
desenvolvimento fetal. Sua composição muda de acordo com a idade gestacional.

O LA é, no início da
gravidez, o líquido isotônico em relação ao sangue materno e fetal e representa um transudato do
trofoblasto ou feto.

À medida que há queratinização da pele fetal, ao redor de 23 a 25 semanas de
gestação, a passagem de líquido através da pele fetal fica bastante reduzida.

Nesse período, a urina
fetal é mais hipotônica do que no início da gestação, e o LA torna-se hipotônico em relação ao sangue
fetal. Com o amadurecimento da função renal fetal, o LA torna-se progressivamente mais diluído, e a
osmolaridade diminui.

Sua quantidade varia de acordo com a idade gestacional; aumenta progressivamente de 8
semanas até cerca de 33 a 34 semanas de gestação, e, após esse período, existe um leve declínio até
o termo da gestação.

VALENTE

suas fontes de produção e os me-canismos de clearance variam com o decorrer da gestação. No início, por volta de 10 semanas, as principais fontes são a placenta, o transporte transmembrana e a secreção através da superfície corporal embrionária. Com o tempo ocorre a epitelização da superfície corporal (entre 22 e 25 semanas), e o feto começa a deglutir o LA e a produzir urina (hipotô-nica em relação ao plasma materno e fetal, mas semelhante em osmolaridade ao LA). Próximo ao termo a produção de-pende principalmente da urina fetal e dos líquidos pulmo-nares, enquanto o clearance é realizado especialmente por meio da deglutição e de mecanismos homeostáticos com a transferência de líquido para a circulação fetal, limitando o excesso de LA. Acredita-se que o volume total do LA possa circular totalmente em um intervalo de 24 horas.

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3
Q

FISIOLOGIA DO LIQ AMNIOTICO
como é o balanço da quantidade do liq
Figura 36.1 Manutenção do volume de líquido amniótico (mℓ/dia) próximo ao termo

A

A quantidade total de líquido amniótico durante a gravidez é resultado de um balanço entre sua
produção e eliminação. A manutenção de seu volume é um processo dinâmico, dependente de
diferentes fatores, em diferentes estágios da gravidez. O principal elemento a compor o líquido
amniótico é a urina fetal, cuja produção se inicia com 11 semanas de gravidez. Já a principal via de
absorção do líquido amniótico é a deglutição fetal, observada desde 15 a 16 semanas
Figura 36.1 Manutenção do volume de líquido amniótico (mℓ/dia) próximo ao termo

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4
Q

A realização de qual exame de imagem é a forma mais utilizada para estudo do LA;
quais as técnicas mais comuns para interpretação do exame 2

A

USG
o maior bolsão vertical (MBV) e o índice de líquido amniótico (ILA) são as técnicas mais comuns para interpretação do exame.

Tabela 36.1 Avaliação semiquantitativa do volume de líquido amniótico medida em centímetros.

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5
Q

como é realizado o MBV (maior bolsão vertical)
são consideradas normais quais medidas

A

O MBV é realizado ao se obter a máxima coluna vertical de LA, livre de partes fetais e de cordão

São consideradas normais as medidas de 2 a 8 cm antes de 20 semanas e de 2 a 10 cm a partir de 21 semanas.

Essa técnica tem a vantagem de ser simples e reprodutível, e provavelmente é a melhor para avaliação do LA em gestações múltiplas.

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6
Q

como é obtido o ILA??
- quais percentis indicam poli e oligo

A

O ILA é o valor obtido mediante somatório das colunas verticais máximas de LA, livre de partes
fetais e do cordão umbilical, dos quatro quadrantes do abdome materno. Em 1990, foi descrita uma
curva de normalidade, com respectivos desvios-padrão para cada idade gestacional, em que o ILA
maior que o percentil 95 indica polidrâmnio e, menor que o percentil 5, oligoidrâmnio

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7
Q

como é o método subjetivo

A

Há ainda um terceiro método, o subjetivo. Este é totalmente dependente da experiência do
ultrassonografista. É importante salientar que o valor clínico da ultrassonografia não é estimar o valor
absoluto do LA, mas identificar quais pacientes estão fora dos valores de normalidade esperados para
a idade gestacional e no seguimento dessas gestações

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8
Q

POLIDRAMNIA
definição clinicamente e por exame de imagens
é decorrente de

A

é o acentuado excesso de líquido amniótico, reconhecido ao exame físico – útero grande para a idade gestacional – e, eventualmente, confirmado por generosa aspiração de fluido à amniocentese transabdominal, ou pelo escoamento desmedido no momento do parto.

polidrâmnio é
decorrente de um desequilíbrio na produção (principal mecanismo é a produção renal fetal) e na
absorção (principal mecanismo é a deglutição fetal).

Atualmente, e com maior precisão, define-se a polidramnia quando, à ultrassonografia, há bolsão de líquido amniótico com diâmetro vertical > 8 cm.

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9
Q

POLIDRAMNIA
incidência
ver figura 26.1

A

Sua incidência é estimada em 0,2 a 2% das gestações

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10
Q

POLIDRAMNIA - etiopatogenia
é decorrente de
maioria dos casos a causa é
representam 30% das causas de polidramnia

A

é decorrente de um desequilíbrio na produção (principal mecanismo é a produção renal fetal) e na absorção (principal mecanismo é a deglutição fetal). Na maioria dos casos, cerca de 60%, as polidramnias são de natureza idiopática, e em cerca de 40% é possível identificar uma causa materna, fetal ou placentária.

Malformações congênitas e anomalias estruturais representam 30% das causas de polidramnia, especialmente as do sistema nervoso central (anencefalia, defeitos do tubo neural [DTN]) e as atresias altas do tubo digestivo (esôfago e duodeno).
Quando se associa a malformações congênitas, a polidramnia tem início precoce e evolução rápida, e as mais frequentes são obstrução alta do tubo digestivo e anomalias do sistema nervoso central.

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11
Q

POLIDRAMNIA - etiopatogenia
risco de aneuploidias depende da presença de malformações associadas. Na suspeita de
alteração do trato digestivo alto, cerca de 1/3 dos casos pode estar associado a anomalias dos

A

cromossomos 13 e 18 (suspeita de atresia esofágica) e a alterações do cromossomo 21 (suspeita de
estenose/atresia duodenal). A realização do cariótipo fetal deve ser oferecida ao casal

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12
Q

POLIDRAMNIA
como se apresenta nos fetos macrossômicos

A

Por sua vez, os fetos macrossômicos, mesmo na ausência de diabetes materna, apresentam frequentemente um ILA no limite superior da normalidade sem a identificação de malformações associadas.

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13
Q

POLIDRAMNIA
Há grande incidência de polidramnia nos casos de 5
As infecções fetais associadas à polidramnia incluem: 4

A

hidropisia fetal não imune, diabetes melito, doença hemolítica perinatal (DHPN), gemelidade (monocoriônica) e patologia placentária (corioangioma, placenta circunvalada)

parvovírus B19, citomegalovírus (CMV), toxoplasmose e sífilis.

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14
Q

POLIDRAMNIA
O Xé obrigatório em quase todos os casos de polidramnia, geralmente por meio da Y, pela idade avançada da gravidez.

A

X: estudo genético (cariótipo)
Y: cordocentese

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15
Q

POLIDRAMNIA
Tabela 26.1Condições maternas e fetais associadas à polidramnia.

A

Tabela 26.1Condições maternas e fetais associadas à polidramnia.

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16
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
classificação com frequência/prevalência

A

A polidramnia pode ser aguda (em poucos dias) ou crônica (semanas).

A forma aguda, apesar de rara (5%), ocorre com mais frequência no 2o trimestre, antes de 24 semanas de gestação, e constitui quadro grave.

A forma crônica é diagnosticada com maior frequência no 3o trimestre da gestação. A expansão do útero é gradativa, mas pode alcançar volume considerável e a evolução fetal é mais favorável.

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17
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
sintomas maternos

A

O sofrimento materno pode ser intenso devido à pressão do útero, muito desenvolvido, sobre o diafragma, com dispneia acentuada, alentecendo a circulação venosa de retorno dos membros inferiores, provocando edema, varizes e hemorroidas, e comprimindo o sistema digestório; além disso, há dores difusas, abdominais e lombares.

18
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
aumento do útero progressão
exame físico

A

O aumento do útero ocorre em ritmo variável, rápido ou lento, com surtos e períodos de estabilização ou mesmo de decréscimo; há remissões definitivas, espontâneas.

O exame revela o grande volume uterino, em desproporção com a idade gestacional; há edema nas porções baixas do ventre, como em todo o crescimento desmesurado do útero, e a pele do abdome distendida, lisa e brilhante, apresenta extensas estrias.

19
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
palpação do útero
consistência
mobilidade
apresentação

A

À palpação, nota-se a consistência cística e, muitas vezes, não se percebe o feto, nem mesmo a sensação de “rechaço”. A comprovação clínica de hipertonia se dá por palpação, mais acentuada nas polidramnias volumosas. O feto, quando reconhecido, é extremamente móvel, com apresentação indefinida.

20
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
As principais complicações associadas à polidramnia são diretamente proporcionais à magnitude do aumento:7

A

dificuldade respiratória materna, ruptura prematura de membranas ovulares, trabalho de parto prematuro, descolamento prematuro da placenta após ruptura das membranas, prolapso do cordão e hemorragias após dequitação.

21
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
o parto é rápido ou prolongado? e em consequência de que ?
como corrige a discinesia

A

O parto prolongado é frequente, consequência da hipertonia e da hipossistolia. A normalização do volume amniótico, pela aspiração transabdominal e pela amniotomia, corrige a discinesia.

22
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
Há relatos de choque, atribuídos à descompressão súbita após X ou Y Alguns casos de descolamento prematuro de placenta normalmente inserida estariam relacionados com o mesmo motivo.

A

X:amniorrexe
Y: à rápida aspiração subsecutiva à paracentese.

23
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
Com relação à atividade uterina, são distintos dois tipos de polidramnia:

A

Os de baixa contratilidade e o de alta contratilidade.

24
Q

POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico
o que espera-se na polidramnia de baixa contratilidade em relação a atividade uterina, tonus, palpação
o que pode normalizar o tônus
responde à ocitocina?

A

Na polidramnia de baixa contratilidade, espera-se a atividade uterina para a idade gestacional. A hipertonia é pequena ou não ocorre, e a palpação do abdome revela a consistência normal do útero.

A diminuição do volume amniótico por aspiração transabdominal de fluido normaliza o tônus e não aumenta a atividade. A resposta à perfusão de ocitocina é fisiológica.

25
POLIDRAMNIA- quadro clínico e diagnóstico o que espera-se na polidramnia de alta contratilidade em relação a atividade uterina, tonus, palpação o que pode normalizar o tônus responde à ocitocina?
Na polidramnia de alta contratilidade, a atividade uterina mais elevada corresponde à idade da gravidez. Há hipertonia e hipossistolia. À palpação abdominal, nota-se o útero duro e tenso. A contratilidade elevada é responsável pela antecipação do parto. A redução do volume amniótico, por amniocentese transabdominal, faz descer o tônus e eleva a intensidade das contrações, acelerando a transformação da contratilidade de tipo pré-parto em tipo parto; iniciado o trabalho, ele é acelerado. Esses casos não respondem à perfusão de ocitocina.
26
POLIDRAMNIA - CONDUTA CLÍNICA Na presença da polidramnia, sugere-se a seguinte conduta (Figura 26.2): 6
*Ultrassonografia obstétrica: anatomia detalhada para avaliação de malformações, avaliação de peso fetal estimado e seu percentil, Doppler de artéria cerebral média com avaliação de pico de velocidade sistólica (predição de anemia fetal). Medida do colo uterino em casos graves com grande distensão uterina *Ecocardiograma fetal *Investigação de diabetes gestacional com realização de teste de tolerância oral à glicose *Pesquisa de anticorpos irregulares para afastar a isoimunização *Sorologias para toxoplasmose, sífilis, rubéola, citomegalovírus (CMV) e parvovírus B19 *Pesquisa de anemias hereditárias (alfatalassemia).
27
POLIDRAMNIA - TRATAMENTO O tratamento (ver Figura 26.2) pode ser etiológico (voltado diretamente para a causa do distúrbio de LA) ou sintomático. AMNIODRENAGEM -objetivos 2 - deve ser realizada até qual semana de gestação - complicações mais comuns 3 - indicada para - na presença de atividade uterina o que deve ser utilizado previamente 2
É uma linha de tratamento sintomático com dois objetivos: diminuir a sintomatologia materna e reduzir o risco de parto prematuro. Deve ser realizada até 35 semanas de gestação . A taxa de complicação está em torno de 3,1%; são mais comuns a ruptura prematura de membranas ovulares (RPMO), o sofrimento fetal agudo e o descolamento prematuro de placenta (DPP). Está indicada, na polidramnia grave com comprimento cervical < 15 mm, pela medida ultrassonográfica transvaginal, desconforto materno importante (dispneia e contrações dolorosas). Na presença de atividade uterina, é recomendado o uso de tocólise pré-procedimento e corticoterapia. Embora a amniodrenagem seja eficaz na redução dos sintomas, a polidramnia pode refazer-se em poucos dias.
28
POLIDRAMNIA - TRATAMENTO medicamentoso - com o que é realizado - como agem - não está indicado após quantas semanas - efeitos colaterais 3 - deve-se realizar controle como e em quanto tempo
Pode ser realizado com inibidores das prostaglandinas como a indometacina, cuja passagem transplacentária para o feto é rápida. Esses inibidores diminuem a filtração glomerular fetal, com consequente redução da produção de urina fetal, e favorecem a reabsorção pulmonar e a passagem do líquido através das membranas; promovem, dessa maneira, uma diminuição na quantidade de líquido amniótico. O uso desses inibidores não está indicado após 32 semanas em razão de seus importantes efeitos colaterais fetais, como fechamento precoce do ductus arterioso, enterocolite necrosante e insuficiência renal fetal. O uso desses inibidores deve sempre ser considerado um método de segunda linha, quando, apesar das amniodrenagens, a polidramnia se mantém sintomática. Deve-se realizar controle ecocardiográfico fetal a cada 24 a 48 horas e antes de iniciar o tratamento, para detectar precocemente uma possível restrição do ductus arterioso.
29
POLIDRAMNIA - PARTO A etiologia do distúrbio do LA compõe um fator importante para definição do momento do parto - no caso de polidramnia idiopatica - como definir a melhor via de parto
No caso de polidramnia idiopática, a interrupção pode ser indicada a partir de 37 semanas em função da sintomatologia materna. A melhor via de parto seguirá as indicações obstétricas, ao se levarem em conta as condições disponíveis ao nascimento em cada serviço. A apresentação cefálica deverá ser verificada várias vezes durante o trabalho de parto, pois a alteração da apresentação pode modificar-se ao longo do processo nesses casos. A ruptura prematura de membranas pode levar a uma descompressão uterina aguda, com o risco de ocorrência de prolapso de cordão ou descolamento de placenta.
30
POLIDRAMNIA - PARTO pode ser realizado a preparação do colo com prostaglandina e indução do parto com ocitocina
Não há contraindicação formal para preparo do colo com prostaglandina e para indução de parto com ocitocina. Entretanto, esses procedimentos devem ser feitos com cautela, pois aumentam o risco de complicações como embolia amniótica e hemorragia pós-parto. Vale lembrar que a polidramnia é fator de risco para hemorragia puerperal, associada à hipotonia uterina.
31
POLIDRAMNIA- PROGNÓSTICO
O prognóstico materno é bom, apenas agravado por algumas complicações da gravidez e do parto. O mesmo não ocorre com o feto devido às malformações, à prematuridade e às lesões anóxicas e traumáticas. A incidência de resultados perinatais adversos é maior nos casos de polidramnia grave e persistente. Nas formas agudas, como o episódio é característico do segundo trimestre, é comum a perda do feto nesse período. O prognóstico tem correlação direta com a causa da polidramnia. A polidramnia idiopática parece associar-se com maior morbidade perinatal, maior incidência de parto prematuro, ruptura prematura de membranas ovulares, DPP e maior taxa de cesariana, menor Apgar nos 5 minutos e maior taxa de admissão em UTI neonatal.
32
OLIGODRAMNIA definição prevalência etiologia
Embora o diagnóstico de oligoidramnia seja suspeitado clinicamente, na maioria das vezes (útero pequeno para a idade gestacional) sua confirmação é feita à ultrassonografia, que mostra o maior bolsão de líquido amniótico < 2 cm no seu diâmetro vertical. Outros critérios são: ausência óbvia de líquido amniótico; pequena interface líquido/feto; aconchegamento exagerado das pequenas partes fetais. A oligoidramnia é responsável pela complicação de 0,5 a 5,5% de todas as gestações. Ao contrário da polidramnia, somente 5% das oligoidramnias têm etiologia idiopática. A RPMO representa 50% dos casos, seguidos por restrição de crescimento intrauterino (RCI) e malformações fetais, as quais representam 18 e 15%, respectivamente.
33
OLIGODRAMNIA qual quantidade que fica extramemente escasso e como fica o liq amniotico
Ao tornar-se extremamente escasso (300 a 400 mℓ), o líquido amniótico fica espesso, viscoso e turvo. Nos casos mais acentuados, fala-se em anidrâmnio (Figura 26.3).
34
OLIGODRAMNIA Condições fetais graves estão associadas à oligoidramnia: 4
doença renal, crescimento intrauterino restrito (CIUR), amniorrexe prematura e pós-maturidade. No 2o trimestre, 50% dos casos de oligoidramnia são por amniorrexe prematura; 15%, por malformações fetais; 5%, por anormalidades da gravidez gemelar; 7%, por descolamento prematuro da placenta; 18%, por CIUR; e 5%, de causa idiopática.
35
OLIGODRAMNIA Na Tabela 26.2 estão listadas as condições maternas e fetais associadas à oligoidramnia. Na gravidez gemelar, a oligoidramnia está associada à síndrome O X é outra condição patológica associada à oligoidramnia.
Na gravidez gemelar, a oligoidramnia está associada à síndrome de transfusão feto-fetal (STFF), na placentação monocoriônica, ou ao CIUR de um dos gêmeos, na variedade dicoriônica. âmnio nodoso
36
OLIGODRAMNIA A X é uma complicação grave dos casos de oligoidramnia grave e adramnia persistente. Quanto mais precoce a instalação do quadro, maior o risco de X
X: hipoplasia pulmonar (HP)
37
OLIGODRAMNIA - Avaliação e conduta clínica Na presença de oligoidramnia, sugere-se a seguinte conduta (Figura 26.4):6
*Descartar CIUR: ultrassonografia obstétrica com avaliação do percentil de peso fetal e realização de dopplervelocimetria *Malformação fetal: estudo detalhado da anatomia fetal (especialmente sistema urinário e tubo neural) *Infecção pelo CMV: busca de achados associados à infecção fetal por CMV como microcefalia, ventriculomegalia e focos parenquimatosos hiperecogênicos, além de realização de sorologia para CMV (imunoglobulina [Ig]G e IgM) *Amniocentese: oferecer o procedimento para realização de estudo de cariótipo fetal nos casos de restrição de crescimento não associados à insuficiência placentária ou para realização de reação em cadeia da polimerase (PCR) do LA para diagnóstico de infecção fetal por CMV *RPMO: descartar mediante exame clínico cuidadoso *Fármacos: descartar uso de medicações pela mãe que possam estar associados à oligoidramnia.
38
OLIGODRAMNIA - TRATAMENTO O tratamento (ver Figura 26.4) dependerá da causa e da idade gestacional no momento do diagnóstico.
Confirmar ou descartar RPMO e CIUR; caso confirmado, é necessário seguir o protocolo de cada condição. Em caso de associação com uso de fármacos, interromper o uso e/ou substituir. Caso seja confirmado o diagnóstico de malformações, deve-se informar o prognóstico de forma direcionada e individualizada. Nos casos idiopáticos, informar à paciente que os resultados perinatais tendem a ser favoráveis
39
OLIGODRAMNIA - TRATAMENTO O manejo anteparto inclui
O manejo anteparto inclui avaliação pela ultrassonografia obstétrica, cardiotocografia e dopplervelocimetria semanais, até 37 semanas, e a cada 72 horas após 37 semanas, além da estimativa de peso fetal a cada 2 semanas.
40
OLIGODRAMNIA - PARTO A etiologia do distúrbio do LA compõe um fator importante para definição do momento do parto (ver Figura 26.4). - caso de oligodramnia idiopatica - pode realizar prostaglandinas para indução do parto?
. No caso de oligoidramnia idiopática, pode-se considerar interrupção a partir de 37 semanas ou conduta expectante até 40 semanas (com adequado monitoramento do bem-estar fetal). Não há contraindicações para uso de prostaglandinas para indução do parto, porém deve ser realizado com monitoramento fetal contínuo.
41
OLIGODRAMNIA - PROGNOSTICO
Independentemente da causa da oligoidramnia, as possíveis complicações fetais incluem: morte do feto, hipoplasia pulmonar (HP) (antes de 24 semanas), diversas anormalidades esqueléticas e faciais (síndrome de Potter). A HP é uma complicação grave dos casos de oligoidramnia acentuada e adramnia persistente. Quanto mais precoce a instalação do quadro, maior o risco de HP.