Competência Flashcards

1
Q

Explique a competência absoluta.
A incompetência pode ser declarada de ofício pelo magistrado?

A

É a que tem origem em norma constitucional, apresentando como seu fundamento o interesse público.
Pode ser declarada de ofício pelo magistrado enquanto exercer jurisdição em relação à pretensão punitiva em questão.

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1
Q

Explique os efeitos coisa julgada sobre decisões com nulidade por incompetência absoluta, sendo elas absolutórias ou condenatórias.

A

Em caso de nulidade decorrente de incompetência absoluta, ela pode ser alegada a qualquer momento. Se prolatada decisão absolutória por juízo absolutamente incompetente, ela poderá transitar em julgado e produzir efeitos, pois não se admite revisão criminal pro societate. Contudo, se for uma sentença condenatória, a desconstituição da coisa julgada material depende do ajuizamento de revisão criminal ou da interposição de HC.

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2
Q

Explique a competência relativa.
A incompetência pode ser declarada de ofício pelo magistrado?

A

É a que tem origem em regras infraconstitucionais que atende ao interesse das partes. Deve ser alegada em momento oportuno (na resposta à acusação) e o prejuízo deve ser comprovado.
Pode ser declarada de ofício pelo magistrado até o início da instrução processual, devido ao princípio da identidade física do juiz.

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3
Q

Explique os efeitos coisa julgada sobre decisões com nulidade por incompetência relativa.

A

Se for proferida decisão por juízo relativamente incompetente, o trânsito em julgado não ocasiona problemas, pois, com a prorrogação da competência, não há que se falar em sentença proferida por juízo incompetente. Assim, não será cabível HC, nem revisão criminal.

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4
Q

No que consiste o Tribunal Penal Internacional?

A

Este ocupa-se dos crimes mais graves, que afetam a comunidade internacional como um todo. O Estado segue tento responsabilidade primária com relação ao julgamento de violações de direitos humanos, tendo a comunidade internacional a responsabilidade subsidiária, ficando condicionada à incapacidade ou à omissão do sistema judiciário interno.

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5
Q

O acusado com foro por prerrogativa de função tem direito ao duplo grau de jurisdição?

A

Acusado com foro por prerrogativa de função não têm direito ao duplo grau de jurisdição.

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6
Q

Explique a regra da atualidade limitada, utilizada pelo STF sobre a necessidade de o crime ter sido cometido durante o exercício do cargo e ser relacionado com a função.

A

Esta estabelece que o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionado com as funções desempenhas. Além disso, após o final da instrução processual e intimação para as alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão do agente vir a ocupar ou deixar de ocupar um cargo.

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7
Q

Tratando-se de competência por prerrogativa de função, o local do crime influencia na fixação desta competência? Explique.

A

Nesta pouco importa o local onde foi cometido o crime. A competência recai sobre o Tribunal ao qual se encontra vinculada a respectiva autoridade, independentemente do local da infração.

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8
Q

No caso de autoridade com foro por prerrogativa de função cometer um crime doloso contra a vida a competência será do Tribunal ou do Tribunal do Júri?

A

No caso de crimes dolosos contra a vida, se o foro especial estiver previsto em lei ordinária, lei de organização judiciária ou exclusivamente na Constituição Estadual, prevalecerá a competência constitucional do júri. Por outro lado, se a competência especial estiver estabelecida na Constituição Federal, ela prevalecerá sobre a competência constitucional do júri, em razão do princípio da especialidade.

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9
Q

No caso de um processo criminal com concurso de agentes na qual um deles é autoridade com foro por prerrogativa de função e outro não é, como se dará a competência? E se for um crime doloso contra a vida?

A

Segundo o STF, pode haver a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. Isso é feito de forma a propiciar a celeridade e economia processual. Contudo, nos casos em que juntar não for benéfico, pode ser feito o desmembramento.
Contudo, no caso de concurso de agentes em crime doloso contra a vida, o privilégio de foro ostentado por um dos acusados não atrai a competência do respectivo Tribunal para o julgamento do outro envolvido, que deve ser julgado pelo Tribunal do Júri.

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10
Q

Se em um processo criminal com concurso de agentes cada um deles tem foro por prerrogativa de função em um Tribunal diferente como se daria a competência?

A

No caso de haver corréus autoridades que devem ser julgados por Tribunais diferentes devido ao foro por prerrogativa de função, é necessária a separação dos processos para que cada um seja processado e julgado perante o seu juiz natural.

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11
Q

As Constituições Estaduais podem prever outros foros por prerrogativa de função a agentes não previstos na Constituição Federal? Explique.

A

Não. Existe certa limitação material ao Poder Constituinte Estadual no que tange à possibilidade de outorgar foro por prerrogativa de função a outros agentes. Por força do princípio da simetria, as hipóteses de foro diferenciado devem se ater as exaustivamente definidas na Constituição Federal.

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12
Q

Em qual foro deve tramitar a exceção da verdade no caso de a vítima da calúnia ter foro por prerrogativa de função? E se for o autor da calúnia?

A

No caso de exceção da verdade, considerando que do julgamento dela poderá resultar no conhecimento da prática de crime, seu julgamento deverá ficar a cargo do Tribunal competente de acordo com o foro por prerrogativa de função. Por outro lado, caso o suposto autor da calúnia que possua o foro, a exceção da verdade também deve tramitar perante o respectivo Tribunal.

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13
Q

O foro por prerrogativa de função influencia no foro de julgamento da exceção da verdade em todos os crimes contra a honra? Explique.

A

Não. Este entendimento se aplica apenas à exceção da verdade oposta em relação ao crime de calúnia, que tem como elementares a falsa imputação de fato definido como crime. A exceção da verdade em uma difamação não ensejaria o foro por prerrogativa de função.

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14
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga o Presidente, Vice, ministros do STF, PGR, AGU nos crimes comuns e de responsabilidade?

A

Crime comum - STF
Crime de responsabilidade - Senado Federal

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15
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga os Deputados Federais e Senadores nos crimes comuns e de responsabilidade?

A

Crime comum - STF
Crime de responsabilidade - respectiva Casa Legislativa

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16
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga os membros dos Tribunais Superiores, TCU e chefes de missões diplomáticas permanentes nos crimes comuns e de responsabilidade?

A

Comum/Responsabilidade - STF

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17
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga o Governador de Estado nos crimes comuns e de responsabilidade?

A

Crime Comum - STJ
Crime de Responsabilidade - Tribunal Especial

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18
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga os desembargadores do TJ ou Federais, membros do TRE e TRT, do TCE e membros do MPU que oficiam perante tribunais nos casos de crime comum e de responsabilidade?

A

Crime Comum/Responsabilidade - STJ

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19
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga os Deputados Estaduais nos crimes comuns, de responsabilidade, federais e eleitorais?

A

Comum - Depende da Constituição Estadual (em regra, TJ)
Responsabilidade - Assembleia Legislativa do Estado
Federal -TRF
Eleitoral - TRE

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20
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga os Juízes Federais, incluído os da Justiça Militar e do Trabalho, membros do MPU que atuam na 1ª instância, nos crimes comuns, de responsabilidade e eleitorais?

A

Comum/Responsabilidade - TRF
Eleitoral - TRE

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21
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga os Juízes Estaduais e membros do MPE nos crimes comuns, de responsabilidade e eleitorais?

A

Comum/Responsabilidade - TJ
Eleitoral - TRE

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22
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga o Procurador Geral de Justiça nos crimes comuns, de responsabilidade e eleitorais?

A

Comum - TJ
Responsabilidade - Poder Legislativo Estadual
Responsabilidade conexo com o Governador - Tribunal Especial
Eleitoral - TRE

23
Q

Em relação ao foro por prerrogativa de função:
Quem julga o Prefeito nos crimes comuns, de responsabilidade, federais e eleitorais?

A

Comum - TJ
Responsabilidade - Câmara de Vereadores
Federal - TRF
Eleitoral - TRE

24
Q

Qual a regra para a fixação da competência territorial?

A

Esta poderá ser determinada pelo local da infração (onde esta se consuma ou, no caso da tentativa, no lugar onde for praticado o último ato de execução) ou pelo domicílio do réu. O foro de domicílio do réu é usado de forma subsidiária, caso não seja possível determinar o local da infração.

25
Q

No caso dos crimes preterdolosos, qual a regra para definir a competência territorial?

A

Nos crimes preterdolosos, firma-se a competência pelo local da produção do resultado qualificador.

26
Q

Como se define a competência territorial no caso de crime permanente ou continuado?

A

No caso de crime permanente ou continuado praticado em duas ou mais comarcas, a competência será determinada pela prevenção.

27
Q

Se, no caso do crime continuado em duas ou mais comarcas, forem oferecidas diferentes peças acusatórias em cada uma das comarcas, o que deve ser feito?

A

Nesse caso deve o juízo prevento avocar os processos que corram perante outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva, hipótese em que caberá ao juízo das execuções a unificação das penas.

28
Q

Diferencie o crime plurilocal do crime à distância.

A
  • Crime plurilocal: é aquele que a ação e o resultado ocorrem em lugares distintos, porém ambos dentro do território nacional
  • Crime à distância (ou de espaço máximo): é aquele que a ação ocorre no território nacional e o resultado no estrangeiro, ou vice-versa.
29
Q

No caso de crimes plurilocais, como se determina a competência territorial? Por que é feito dessa forma?

A

Existe o entendimento jurisprudencial de que a competência deve ser determinada pelo local em que a conduta foi praticada, uma vez que otimiza a produção de provas e, também, por razões de política criminal.

30
Q

Qual o entendimento dominante quanto a fixação da competência territorial no caso de crimes de homicídio plurilocais?

A

Neste caso, entende-se que foro competente é aquele em que mais efetivamente puderem ser produzidas as provas que ajudem no acertamento do fato delituoso, pouco importando se se trata de crime doloso ou culposo.

31
Q

Em qual hipótese os crimes à distância terão aplicação da lei penal brasileira? De quem será a competência territorial?

A

Para que haja a incidência da lei penal brasileira é necessário a prática de atos executórios ou ocorrência do resultado no território nacional (apenas os atos preparatórios não são suficientes). Assim sendo, se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.

32
Q

Nos crimes cometidos no estrangeiro nos quais se aplicam as leis penais brasileiras, qual será o juízo competente?

A

Será competente o juízo da capital do estado onde houver por último residido o acusado. Se nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da capital da república.

33
Q

Como se define a competência territorial no caso de crimes cometidos a bordo de embarcações ou aeronaves (quando consideradas extensão do território nacional)?

A

Nos crimes cometidos a bordo de embarcações serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação após o crime, ou, quando se afastar do país, pela do último em que houver tocado. No caso de aeronaves, será competente a comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.

34
Q

O que será feito caso não consiga estabelecer o local com base nos critérios legais quando o crime for cometido a bordo de embarcações ou aeronaves?

A

Nesse caso, a competência será fixada com base na prevenção. Isto é, o primeiro juiz que praticar algum ato decisório acerca do fato delituoso estará prevento para o julgamento do processo.

35
Q

Como se determina a competência territorial quando o crime é cometido na divisa entre duas comarcas? E se já houver processos simultâneos em cada uma delas?

A

Caso o crime seja praticado na divisa entre duas comarcas, firma-se a competência pela prevenção. Se houver dois processos simultâneos em cada um dos locais, o juízo competente será estabelecido pela prevenção e deverá ser oposta exceção de litispendência perante o outro juízo, visando o trancamento do processo.

36
Q

Em quais tipos de ações a vítima poderá preferir o foro de domicílio do réu, ainda quando conhecido o local da infração?

A

Essa hipótese apenas é possível nos casos de ação exclusivamente privada ou personalíssima. Este dispositivo não se aplica à ação penal privada subsidiária da pública, nem à pública incondicionada ou condicionada.

37
Q

Ocorre violação ao princípio do juiz natural quando ocorre a redistribuição de feitos em virtude de mudança na organização judiciária?

A

Inexiste violação ao princípio do juiz natural, quando ocorre a redistribuição de feitos em virtude de mudança na organização judiciária.

38
Q

Como é fixada a competência do juízo da execução penal?

A

A competência do juízo da execução penal é fixada pela natureza do estabelecimento penitenciário em que se encontra o condenado: se estadual, o juízo das execuções será estadual, se federal, o juízo será federal; se militar, o juízo das execuções será militar.

39
Q

A inobservância da competência por distribuição gera nulidade absoluta ou relativa?

A

Eventual inobservância da competência por distribuição é causa de mera nulidade relativa, a qual deve ser arguida em momento oportuno, sob pena de preclusão, devendo a parte comprovar o prejuízo.

40
Q

Explique no que consiste a competência por prevenção.

A

Ocorre quando, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com competência cumulativa, prevalecerá aquele que tiver antecedido aos outros na prática de algum ato ou na determinação de alguma medida, mesmo antes de oferecida a denúncia ou queixa.

41
Q

A inobservância da competência por prevenção gera nulidade absoluta ou relativa?

A

Sua inobservância gera nulidade relativa (Súmula nº 706, STF).

42
Q

A conexão e continência alteram a competência absoluta e relativa? Explique.

A

Não. A conexão e continência não geram alteração de regras de competência absoluta.

43
Q

Havendo conexão ou continência entre infrações penais, deverá reunir também os inquéritos policiais? Explique.

A

Ainda que haja conexão e continência entre infrações penais, nada impede que inquéritos policiais instaurados por autoridades policiais distintas possam prosseguir normalmente, sem necessidade de reunião das investigações.

44
Q

Explique a conexão, como causa de modificação de competência.

A

É a dependência recíproca que dois ou mais fatos delituosos guardam entre si, recomendando a reunião de todos eles em um mesmo processo penal, perante o mesmo órgão jurisdicional, a fim de que este tenha uma perfeita visão do quadro probatório. Trata-se de um rol taxativo previsto no art. 76 do CPP.

45
Q

Explique a conexão intersubjetiva por simultaneidade.

A

Duas ou mais infrações praticadas ao mesmo tempo, por diversas pessoas ocasionalmente reunidas aproveitando-se das mesmas circunstâncias.

46
Q

Explique a conexão intersubjetiva por concurso.

A

Duas ou mais infrações cometidas por várias pessoas em concurso, ainda que em tempo e local diversos.

47
Q

Explique a conexão intersubjetiva por reciprocidade.

A

Quando duas ou mais infrações tiverem sido cometidas por diversas pessoas, umas contra as outras.

48
Q

Explique a conexão objetiva.

A

Um crime ocorre para facilitar ou ocultar outro.

49
Q

Explique a conexão instrumental, probatória ou processual.

A

Quando a prova de um crime influencia na existência do outro.

50
Q

Explique a continência, enquanto uma causa de modificação da competência.

A

É quando uma demanda, em face dos seus elementos (partes, pedido e causa de pedir), estiver contida em outra.

51
Q

Diferencie a continência por cumulação subjetiva da por cumulação objetiva.

A
  • Continência por cumulação subjetiva: Quando duas ou mais pessoas são acusadas pela mesma infração penal, há um único crime. Ocorre no concurso eventual de pessoas e no concurso necessário de pessoas
  • Continência por cumulação objetiva: Quando uma única ação praticada pelo agente, provoca a realização de dois ou mais crimes.Ocorre no concurso formal de crimes.
52
Q

Quais são os efeitos jurídicos da conexão e continência?

A

Processo e julgamento único e a força atrativa.

53
Q

O que acontece quando há conexão/continência entre crimes de ação penal pública e privada?

A

Caso haja conexão e continência entre crimes de ação penal pública e privada, estabelecer-se-á litisconsórcio ativo entre o MP e o querelante.

54
Q

O que acontece quando há conexão/continência entre processos, mas um deles já foi julgado?

A

Não haverá avocação de processos quando já estiver com sentença definitiva. Esta se dará em momento posterior para o efeito de soma ou unificação de penas, pelo juiz da execução penal.
Súmula nº 235, STJ. A conexão não determina a reunião de processos, se um deles já foi julgado.