Diarreia crônica Flashcards

(103 cards)

1
Q

O que são as parasitoses?

A

Processos infecciosos estabelecidos no tubo gastrointestinal resultantes de um parasitismo

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2
Q

Quem é afetado pelas parasitoses?

A

1/4 da população mundial, principalmente em países subdesenvolvidos

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3
Q

Quais são as parasitoses responsáveis pela diarreia crônica e quais seus agentes etiológicos?

A

Ascaridíase - Ascaris lumbricoides
Estrongiloidíase - Strongyloides stercoralis
Ancilostomíase - Ancylostoma duodenale e Necator americanus

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4
Q

Quais são os métodos de transmissão das parasitoses? E quais parasitoses ocorrem por esses métodos?

A

Via oral: ascaridíase

Via cutânea: ancilostomíase e estrongiloidíase

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5
Q

Como ocorre a transmissão dos parasitas pela via oral?

A

Ingestão de ovos - eclosão da larva no estômago pelo pH ácido - invasão da mucosa intestinal - entram na corrente sanguínea através dos vasos sanguíneos ou do sistema linfático

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6
Q

Como ocorre a transmissão dos parasitas pela via cutânea?

A

Penetração da larva na pele - atinge vênulas ou vasos linfáticos na derme - entra na corrente sanguínea

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7
Q

Sobre o estágio larval dos vermes: explique o ciclo pulmonar de Loss

A

Quando entram na corrente sanguínea, as larvas percorrem os capilares sistêmicos até chegam nos pulmonares e, pelo tropismo por oxigênio que apresentam, elas saem dos capilares alveolares e adentram os alvéolos. Em seguida, ascendem na árvore brônquica em sentido ao trato respiratório superior e são deglutidas pela glote, seguindo para o TGI.

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8
Q

O que é a síndrome de Loeffler? Quais são os seus achados principais e nos exames complementares?

A

Pneumonia eosinofílica resultante do ciclo pulmonar dos helmintos.
Achados principais: tosse seca, broncoespasmos, dispneia leve, febra baixa (38) e hemoptise
Hemograma: eosinofilia importante oscilante e transitória
Radiografia de tórax: focos de infiltrados intersticiais múltiplos e migratórios

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9
Q

Quais são os vermes que causam a síndrome de Loeffler?

A
Strongyloides stercoralis 
Ancylostoma duodenale 
Necator americanus
Toxocara canis 
Ascaris lumbricoides
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10
Q

No estágio adulto dos vermes, as larvas podem obter nutrientes de duas formas. Quais são elas, como ocorrem e qual é utilizada por cada agente?

A

Competição por nutrientes (AS e E) - literalmente uma briga pelos nutrientes, um tenta absorvê-los antes do outro
Espoliação por nutrientes (AN) - espera hospedeiro absorver nutrientes e se alimenta através do sangue dele, pois tem presas que lesam a mucosa intestinal e causam pequenas hemorragias. Pode resultar em anemia ferropriva e hipoalbuminemia.

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11
Q

O que é importante sabermos sobre a multiplicação dos helmintos?

A

Eles não se multiplicam no organismo, logo, o número de vermes é igual ao número de ovos/larvas durante a infecção.

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12
Q

Qual é a exceção na multiplicação dos helmintos?

A

A estrongiloidíase, pois ela pode causar uma autoinfecção. O embrião presente no ovo tem uma maturação muito rápida, então ele nasce e se torna uma larva no próprio intestino. Essa larva pode ser eliminada pelas fezes ou reinfectar um hospedeiro de forma interna (atravessa as camadas do intestino e cai na corrente sanguínea) ou externa (sai pelo ânus, porém penetra região adjacente.

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13
Q

Sobre a abordagem ao paciente com suspeita de parasitose: o que devemos atentar na identificação?

A

Idade - crianças
Naturalidade - interior ou bairro popular
Escolaridade - incompleta
Profissão - trabalhador rural

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14
Q

Sobre o quadro clínico das parasitoses: os pacientes sempre apresentam sintomas? Para o que devemos atentar?

A

Não, na maioria das vezes são assintomáticos
Atentar para o grau de infecção, pois maior o nº de vermes, maior a repercussão
Atentar para a frequência da infecção, pois quanto mais frequente, menor será a repercussão (o corpo se adapta)

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15
Q

Caracterize a diarreia séc. a parasitoses e cite quais são os outros sintomas que podem ser causados por ela (5).

A

Diarreia de origem súbita ou insidiosa, alta, pode ter esteatorreia e contínua.
Anorexia, náuseas e vômitos, flatulência, dor abdominal (epigastralgia) e constipação (obstrução intestinal por bolo de áscaris).

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16
Q

Quais são os sintomas extra-gastrointestinais consequentes das parasitoses?

A

Síndrome de Loeffler - tosse seca, broncoespasmos, dispneia leve, febre baixa e hemoptise
Astenia e fadiga (características da AN - séc. a anemia ferropriva)
Erupções eritematosas e prurido (características da AN + E)

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17
Q

Sobre a abordagem ao paciente com suspeita de parasitose: o que devemos atentar nos antecedentes pessoais e familiares?

A

AP - infecções prévias, uso de corticoide e doenças imunossupressoras
AF - HF de infecção recente por helmintos

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18
Q

Porque devemos nos atentar para uso de corticoide e doenças imunossupressoras no AP de pacientes com suspeita de parasitoses?

A

Pelo risco de adquirir uma estrongiloidíase disseminada (hiperinfecção) séc. a imunossupressão.

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19
Q

Sobre a abordagem ao paciente com suspeita de parasitose: o que devemos atentar nos hábitos de vida?

A

Viagens para locais rurais
Falta de saneamento básico
Andar sem calçados

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20
Q

Sobre a abordagem ao paciente com suspeita de parasitose: o que devemos avaliar no exame físico geral?

A

Perda de peso, mucosas hipocrômicas (AN), edema generalizado (AN) e retardo no desenvolvimento

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21
Q

Sobre a abordagem ao paciente com suspeita de parasitose: o que devemos avaliar no exame físico da pele?

A

Erupções maculopapulares eritematosas, geralmente nos pés ou pernas - larva migrans
Lesões urticantes ou maculopapulares em aspecto linear ou serpentiforme, geralmente nas nádegas, períneo, virilha, coxas e tronco

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22
Q

Sobre a abordagem ao paciente com suspeita de parasitose: o que devemos avaliar no exame físico do abdome e do AP respiratório?

A

Se há distensão abdominal (ocorre pela obstrução intestinal causada pela AS)
Sibilos e/ou estertores crepitantes difusos (síndrome de Loeffler)

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23
Q

Quais são os métodos do parasitológico de fezes utilizados para procura de ovos? Especificar o agente etiológico e como é feito.

A

Método de Lutz/Hoffmann (AS e AN) - sedimentação de ovos inférteis
Método de Faust (AS e AN) - suspensão e centrifugação de ovos férteis de densidade moderada ou alta
Método de Willis (AN) - flutuação de ovos de densidade moderada ou leves
Método de Kato-Katz (AS e AN) - método qualitativo e quantitativo

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24
Q

Quais são os métodos do parasitológico de fezes utilizados para procura de larvas? Especificar o agente etiológico.

A

Método de Baermann-Moraes (E)

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25
Como é feito o controle de cura das parasitoses após o tratamento?
Parasitológico de fezes com amostras colhidas no 7º, 14º e 21º dia após o tratamento
26
Quando devemos solicitar os testes sorológicos para parasitoses? E quais são os métodos?
Solicitar quando o método Baermann-Moraes der negativo e a suspeita de estrongiloidíase permaneça ou quando for necessário continuar um tratamento crônico com corticoides no paciente ELISA, hemoglutinação indireta e imunofluorescência indireta
27
Quais são as etapas da conduta terapêutica para as parasitoses?
Etapa 1: visa resolver a infecção por helmintos através do uso de anti-helmínticos Etapa 2: visa prevenir possível infecção através de medidas profiláticas, como medidas de educação sanitária, hábitos de higiene pessoal, saneamento básico, tratamento dos doentes, usar calçados e lavar bem os alimentos.
28
Quais são os anti-helmínticos utilizados para ascaridíase?
Albendazol (1ª escolha) - 400mg, dose única Mebendazol (100mg, 2x/dia por 3 dias) Ivermectina (150-200mcg/kg, dose única) Levamizol (100 mg, dose única) Pamoato de pirantel (11mg/kg, dose máxima de 1g, dose única)
29
Qual é o anti-helmíntico utilizado para ascaridíase complicada?
Citrato de piperazina (50-100mg/kg/dia, dose máxima de 3,5g, durante 2 dias)
30
Quais são os anti-helmínticos utilizados para ancilostomíase?
Mebendazol (1ª escolha)- 100mg, 2x/dia durante 3 dias Albendazol (2ª escolha) - 400mg, dose única Pamoato de pirantel (3ª escolha) - 11mg/kg, dose máxima de 1g, dose única
31
Quais são os anti-helmínticos utilizados para estrongiloidíase?
Ivermectina (1ª escolha) - 200mcg/kg, dose única, pode repetir após 1 semana Albendazol - 400mg/dia, durante 3 dias Cambendazol - 5mg/kg, dose única Tiabendazol (25-50mg/kg/dia, máximo de 3g/dia, em 3 tomadas, durante 3-7 dias ou 50mg/kg, dose única a noite)
32
Qual antiparasitário podemos utilizar para as parasitoses? Qual sua principal característica?
Nitazoxanida na dose de 500mg, 2x/dia por 3 dias consecutivos Antiparasitário de amplo espectro
33
Quais drogas para parasitoses estão disponíveis no SUS?
Albendazol, mebendazol, ivermectina e nitazoxanida
34
Qual droga devemos utilizar em gestantes com parasitoses? E quais são contraindicadas (4)?
Pamoato de pirantel | Albendazol, mebendazol, ivermectina e tiabendazol
35
O que é a doença celíaca?
É uma enteropatia inflamatória imunomediada induzida pelo consumo de glúten em indivíduos geneticamente susceptíveis.
36
Quais são os principais mecanismos que aumentam a absorção dos nutrientes no intestino delgado?
Vilosidades intestinais Células com borda em escova Criptas de Lieberkuhn
37
O que é o glúten e a prolamina?
Um reservatório de prolamina, sendo essa uma proteína que está presente nos cereais e que recebe um nome específico a depender do cereal em que está presente
38
Quais são os nomes para prolamina que está presente no trigo, cevada e centeio?
Trigo - gliadina Cevada - hordeína Centeio - secalina
39
Explique a fisiopatologia da reação imune que ocorre na doença celíaca
A união dos fatores ambientais (consumo de glúten) e genéticos levam a reação imune - os linfócitos TCD4 reconhecem os antígenos da prolamina e desencadeiam uma reação inflamatória (responsável pela atrofia vilositária e hiperplasia de criptas). Além disso, os linfócitos TCD4 ativam os linfócitos B, que produzem imunoglobulinas, levando a um aumento da reação inflamatória
40
Qual a principal imunoglobulina produzida pelos linfócitos B na doença celíaca?
Antiglutaminase tecidual
41
Qual o padrão de acometimento da doença celíaca?
Atinge o intestino delgado de forma descendente - inicia no duodeno, passa para o jejuno e para o íleo depois
42
Porque há um grande espectro clínico nos pacientes com doença celíaca?
Porque o corpo tenta se adaptar a reação autoimune, ou seja, se o duodeno está lesado, o jejuno e o íleo trabalham mais para compensar.
43
Sobre a abordagem ao paciente com doença celíaca: o que devemos nos atentar na identificação?
Idade: início dos sintomas no 2º semestre de vida caso paciente apresente a forma típica da doença Sexo: feminino Etnia: caucasianos (não se sabe mais)
44
Quais são os tipos de doença celíaca e quais são os tipos que causam diarreia?
Típica e oligossintomática - causam diarreia | Atípica e latente ou potencial
45
Sobre a abordagem ao paciente com doença celíaca: o que devemos nos atentar na HMA?
Características de diarreia alta - grande volume, baixa frequência, sem tenesmo e restos alimentares como achados Origem: insidiosa; Paliação: melhora com o jejum; Qualidade: alta, apresenta esteatorreia (bem clara na forma típica) Sintomas associados: distensão abdominal, vômitos, anorexia e flatulência excessiva. Tempo: contínua e crônica
46
Sobre a abordagem ao paciente com doença celíaca: o que devemos nos atentar no interrogatório sistemático? (6)
Geral - perda ponderal, adinamia (pode ser séc. a anemia) Peles e fâneros - unhas quebradiças, alopecia e dermatite herpetiforme (lesão papulovesicular pruriginosa) Gastrointestinal - dispepsia Endócrino - amenorreia, atraso na puberdade e infertilidade Neurológico - atraso no desenvolvimento (falta de vit. B12) Osteomuscular - fragilidade óssea (falta de vit. D e ferro)
47
Sobre a abordagem ao paciente com doença celíaca: o que devemos nos atentar nos antecedentes pessoais?
Doenças autoimunes - DM tipo 1 e tireoidopatias autoimunes | Síndromes genéticas - Down e Turner
48
Sobre a abordagem ao paciente com doença celíaca: o que devemos nos atentar nos antecedentes familiares?
Doenças autoimunes | HF de doença celíaca em parentes de 1º ou 2º grau
49
Sobre a abordagem ao paciente com doença celíaca: o que devemos nos atentar nos hábitos de vida e na HPS?
HV - consumo de glúten pelo paciente | HPS - impacto na vida do paciente, depressão
50
Sobre a abordagem ao paciente com doença celíaca: o que devemos avaliar no exame físico?
Normalmente está normal Geral - pode ter desnutrição, mucosas hipocrômicas e estatura inadequada Abdominal - RHA aumentados, hipertimpanismo e dor abdominal a palpação Pele - dermatite herpetiforme
51
O paciente chegou com queixa de diarreia crônica sem febre e queremos descobrir se ele apresenta esteatorreia. Como prosseguir?
Pacientes típicos - relatam características evidentes de esteatorreia, não precisa de teste de gordura fecal pra confirmar Pacientes oligossintomáticos - realizar teste de gordura fecal
52
Caso o teste qualitativo de gordura fecal confirme ou não a presença de gordura nas fezes, como devemos prosseguir?
Confirmou - realizar teste quantitativo de gordura fecal | Não confirmou - buscar outros mecanismos.
53
Após confirmação de esteatorreia, quais testes diagnósticos devemos realizar para doença celíaca?
IgA anti-TTG (positivo - biópsia, negativo - IgA total) | IgG anti-DGP caso haja deficiência de IgA total (positivo - biópsia)
54
Porque é importante que o paciente esteja comendo glúten quando for realizar a biópsia duodeno-jejunal?
Pelo risco de falso-negativo, já que as alterações na mucosa pela doença celíaca são reversíveis
55
Como fechar o diagnóstico de doença celíaca?
O paciente tem que parar de comer glúten e, se houver melhora nos sintomas, podemos fechar o diagnóstico.
56
Quais outros exames, além dos testes diagnósticos para doença celíaca, devemos realizar?
Hemograma - investigar anemia Bioquímica sérica - perfil bioquímico do ferro, vitaminas (K, E, D, A e B12), função renal (ureia e creatinina) eletrólitos (Na, K, Ca), folato sérico e albumina sérica
57
Como é feito o tratamento para doença celíaca?
Cortar toda e qualquer forma de glúten da dieta Nos primeiros 15-30 dias, cortar laticínios (intolerância transitória a lactose) Tratar condições associadas - repor água, vitaminas, cálcio, bifosfonados, ácido fólico e ferro
58
Porque não utilizamos imunossupressores nos pacientes com doença celíaca?
Porque eles possuem vários efeitos adversos, sendo que o paciente pode reverter o quadro apenas com a retirada do glúten da dieta. Logo, utilizamos imunossupressor apenas em pacientes refratários
59
Quais são os tipos de DII?
Retocolite ulcerativa Doença de Crohn Colite indeterminada (15% dos casos)
60
Explique a fisiopatologia da DII
A etiologia não é bem definida; ocorre em indivíduos com predisposição genética que sofrem um ataque crônico ao TGI por fatores ambientais ou genéticos - o corpo gera uma resposta imune desregulada - inflamação crônica
61
Quais são as principais características da fisiopatologia da DII?
É uma doença sistêmica e idiopática.
62
O intestino é subdividido em 4 camadas histológicas, quais são elas?
Mucosa Submucosa Muscular Adventícia
63
Quais são as principais características da RCU? (6)
Atinge apenas o intestino grosso Contínua e ascendente Demarcação entre a mucosa inflamada e normal Restrita a mucosa Achados: mucosa eritematosa, ulcerada e com aspecto hemorrágico Formação de pseudopólipos nos períodos de remissão pela regeneração teciduaL
64
Quais são as principais características da DC? (5)
Pode acometer qualquer porção do TGI Saltatória Mucosa inflamada e normal estão misturadas, formando as pedras de calçamento Transmural Achados: úlceras aftoides e granulomas não caseosos
65
Quais são as características da extensão da RCU?
50% - acomete reto e sigmoide 30% - acomete até flexura esquerda 20% - pancolite (pode ser grave e causar uma ileíte de refluxo) Acomete o reto, mas preserva o canal anal
66
Quais são as características da extensão da DC?
``` 30% - acomete apenas delgado 40% - acomete delgado e grosso 25% - acomete apenas grosso 5% - acomete outras regiões do TGI Preserva o reto, mas acomete o canal anal ```
67
Sobre a abordagem da DII: o que devemos atentar na identificação?
Idade: apresentam 2 picos de incidência - 20 aos 29 anos (principal) e 60 aos 80 anos Sexo: não tem diferença
68
Sobre a abordagem da DII: o que devemos atentar na HMA?
Origem - insidiosa Paliação - não cessa com jejum, paciente pode apresentar diarreia noturna Qualidade - pode ser alta ou baixa Sintomas associados - dor abdominal tipo cólica (QID em casos de ileocolite ou no abdome inferior), febre, náuseas e vômitos. Tempo - intermitente (períodos de remissão e exacerbação).
69
Quais são as características do quadro clínico da RCU e da DC?
RCU - disenteria, tenesmo, sangramento intestinal, urgência e incontinência fecal, síndrome disabsortiva em casos de ileíte de refluxo DC - esteatorreia se for alta, ileocolite, 1/3 dos casos apresenta doença perianal
70
Sobre a abordagem da DII: o que devemos atentar no interrogatório sistemático geral?
Perda de peso, anorexia e fadiga - mais característicos de DC, mas podem se apresentar na RCU em casos de ileíte de refluxo
71
Sobre a abordagem da DII: o que devemos atentar no interrogatório sistemático dos olhos?
Uveíte (RCU e DC) - paciente apresenta dor ocular, fotofobia e visão turva Epiesclerite (DC) - queimação ocular
72
Sobre a abordagem da DII: o que devemos atentar no interrogatório sistemático da pele?
``` Eritema nodoso (DC) - nódulos vermelhos, quentes e dolorosos, costumam se localizar na face anterior da pele Pioderma gangrenoso (RCU) - lesão ulcerada com centro necrótico ```
73
Sobre a abordagem da DII: o que devemos atentar no interrogatório sistemático osteoarticular?
``` Artrite periférica (DC) - artralgia de grandes articulações dos MMSS e MMII, assimétrica, poliarticular e migratória Espondilite anquilosante (DC) - rigidez matinal, lombalgia, dor em nádegas, postura curvada ```
74
Sobre a abordagem da DII: o que devemos atentar no interrogatório sistemático hepatobiliar e genitourinário?
``` Hepatobiliar: Colangite esclerosante primária (RCU) - fator de mal prognóstico, paciente apresenta icterícia, fadiga e dor em QSD Litíase biliar (DC) Genitourinário: Nefrolitíase (DC) ```
75
Quais são as manifestações extra-intestinais da DII que dependem ou independem da manifestação inflamatória da doença?
Dependem - artrite periférica, eritema nodoso e epiesclerite Independem - espondilite anquilosante, pioderma gangrenoso e uveíte
76
Sobre a abordagem da DII: o que devemos atentar nos antecedentes pessoais e familiares? E nos hábitos de vida?
AP - Questionar se paciente já teve um evento tromboembólico (TEP ou TVP), porque as DII levam a um estado de hipercoagulabilidade AF - histórico familiar de DII em parente de primeiro grau (principal fator de risco) HV - tabagismo está relacionado com DC
77
Sobre a abordagem da DII: o que devemos avaliar no exame físico?
Geral: perda de peso e sinais de desnutrição (DC), febre (RCU e DC) Boca: úlceras aftoides (DC) Pele: eritema nodoso (DC) e pioderma gangrenoso (RCU) Abdome: dor à palpação abdominal (DC e RCU), massa palpável (DC, ocorre por espessamento de alça ou abscesso) Retal: sangue em dedo de luva (RCU), doença perianal (DC)
78
Quais são as principais complicações da DC?
Fístulas, estenose de alça, abscessos e doença perianal
79
Quais são as características das fístulas séc. a DC?
Ocorrem pela inflamação transmural Acometem 20-40% dos pacientes Mais comuns: perianais, enteroentéricas e enterocutâneas
80
Quais são as características da estenose de alça séc. a DC?
O corpo tenta regenerar o tecido após a inflamação transmural, gerando fibrose da parede intestinal 40% dos pacientes tem obstrução intestinal Quadro clínico: cólicas, distensão abdominal pós-prandial, constipação e massa palpável dolorosa
81
Quais são as características dos abscessos séc. a DC?
Ocorrem quando o conteúdo intestinal vaza pela parede e fica contido em uma estrutura Mais comum no íleo terminal Quadro clínico: cólicas, febre, leucocitose Diagnóstico pode TC
82
Quais são as características da doença perianal séc. a DC?
Acomete 1/3 dos pacientes com DC Pode levar a destruição do esfíncter fecal - incontinência fecal Pode se manifestar de diversas formas - fístulas, úlceras no canal anal, abscessos, hemorroidas e estenoses
83
Quais são as principais complicações da RCU? Caracterize-as
Megacólon tóxico - ocorre em casos de RCU grave: Inflamação até a camada muscular por contiguidade, levando a uma perda do tônus muscular e dilatação do cólon transverso ou direito > ou = 6cm Quadro clínico: febre, taquicardia, distensão e dor Diagnóstico: radiografia de abdome CA colorretal - associada a ambas DII, mas principalmente a RCU Fatores de risco: tempo de doença > 8 anos, extensão grande de acometimento, CEP associada 8-10 anos de DII - realizar rastreio anual através de ileocolonoscopia com biópsia
84
Quais são os exames gerais utilizados no diagnóstico das DII?
Hemograma, função renal (ureia e creatinina), eletrólitos, perfil do ferro, vitamina B12, albumina sérica, folato sérico, transaminases, fosfatase alcalina e VHS e PCR
85
O que devemos buscar no hemograma de um paciente com suspeita de DII?
Hemoglobina - buscar por anemia Leucócitos - buscar por leucocitose Plaquetas - buscar por trombocitose - indica quadro de hipercoagulabilidade
86
Quais são os exames específicos utilizados no diagnóstico das DII? Caracterize-os
Biomarcadores fecais - calprotectina e lactoferrina: indicam presença de inflamação intestinal, mas não são específicos para DII nem necessários para o diagnóstico, sendo utilizados para afastar o diagnóstico diferencial de síndrome do intestino irritável Autoanticorpos: P-ANCA (positivo na RCU) ASCA (positivo na DC) Exames endoscópicos: DC - ileocolonoscopia + biópsia, cápsula endoscópica quando acomete o delgado e EDA quando acomete o TGI alto RCU - retossigmoidoscopia + biópsia
87
Sobre a gravidade da RCU: caracterize a doença leve.
``` Evacuações por dia: até 4; Pulso: <60bpm; Temperatura: < 37°C HB: > 11,5 g/dl VHS ou PCR: normal ```
88
Sobre a gravidade da RCU: caracterize a doença moderada.
Evacuações por dia: > 4 Pulso: < ou = 90bpm Temperatura: < ou = 37,8 °C HB: > ou = 10,5g/dl VHS ou PCR: normal ou pouco aumentado.
89
Sobre a gravidade da RCU: caracterize a doença grave.
``` Evacuações por dia: > ou = 6 Pulso: > 90bpm Temperatura: > 37,8 °C HB: < 10,5 g/dl VHS ou PCR: aumentado. ```
90
Sobre a gravidade da DC: caracterize a doença leve a moderada.
Tolera dieta oral, não apresenta desidratação, sem sinais de inflamação sistêmica, hipersensibilidade abdominal, massas, obstrução intestinal ou perda de peso > 10%
91
Sobre a gravidade da DC: caracterize a doença moderada a grave.
Sinais de inflamação sistêmica (febre), náuseas/vômitos, dor/hipersensibilidade abdominal, perda ponderal > 10% e/ou anemia + ausência de resposta ao tratamento inicial
92
Sobre a gravidade da DC: caracterize a doença grave a fulminante.
Toxêmico (febre alta, prostração), vômitos persistentes, obstrução intestinal, sinais de irritação peritoneal e síndrome consumptiva + ausência de resposta aos agentes anti-inflamatórios
93
Sobre o tratamento das DII: quais os componentes do suporte global que deve ser oferecido ao paciente?
Acompanhamento nutricional, psicológico, vacinação, cessar tabagismo e rastreio de CA de cólon
94
Quais as estratégias adotadas no tratamento clínico das DII?
STEP UP - inicia com medicamentos de menor complexidade e vai aumentando, indicado para doença leve TOP DOWN - inicia com medicamentos potentes e vai diminuindo a complexidade na medida que o paciente for respondendo, indicado para doença grave
95
Qual são os medicamentos utilizados para o tratamento da DII?
Derivados do ácido 5-aminosalicílico Glicocorticoides Imunomoduladores Agentes biológicos
96
Caracterize o tratamento da DII com derivados do ácido 5-aminosalicílico
Utilizados para remissão e manutenção Medicamentos anti-inflamatórios de ação tópica Menor potência e menor complexidade Mesalazina - administrado por via retal, age melhor na colite distal e na ileíte, indicado em casos de RCU e DC leve Sulfassalazina - administrado por via oral, atravessam o intestino sem sofrer metabolização e absorção, são ativados pela microbiota colônica (agem apenas no intestino grosso), deve-se realizar reposição de ácido fólico
97
Caracterize o tratamento da DII com glicocorticoides
Utilizado apenas para remissão (risco benefício desfavorável no uso prolongado) Via intravenosa - hidrocortisona, indicada para casos graves com inflamação intensa Via oral - budesonida, método mais indicado Via retal - enema de hidrocortisona, utilizado principalmente na RCU Iniciar com dose alta - redução dos sintomas - reduzir lentamente
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Caracterize o tratamento da DII com imunomoduladores
Utiliza-se as tiopurinas - azatioprina (mais utilizada, é uma pró-droga) e mercaptopurina Indicada para pacientes que não conseguem reduzir a dose de glicocorticoide e/ou para DII moderada a grave
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Caracterize o tratamento da DII com agentes biológicos
Representados pelos agentes anti-TNF, sendo que o TNF-alfa é uma citocina pró-inflamatória Infliximab - administrado pela via intravenosa Adalimumab - administrado pela via subcutânea Aumentam a chance de infecções oportunistas por patógenos intracelulares
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Quando podemos utilizar antidiarreicos e anticolinérgicos para tratar DII?
Casos selecionados de doença leve, pois podem predispor a um megacólon tóxico
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Qual deve ser a conduta do tratamento clínico de acordo com a gravidade da doença?
Doença leve a moderada - STEP UP - iniciar pelos aminossalicilatos Doença moderada a grave - TOP DOWN - iniciar pelos agentes biológicos e imunomoduladores Doença grave a fulminante - internar paciente e investigar complicações
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Sobre o tratamento cirúrgico da DC: Qual a porcentagem de pacientes com DC que necessitam? Quais são as indicações? (7)
50% dos pacientes vão ter pelo menos uma cirurgia ao longo da vida - podem desenvolver síndrome do intestino curto Indicações: obstrução intestinal, abscessos, fístulas refratárias, hemorragia maciça, refratário ao tratamento clínico, displasia de alto grau (cólon) ou CA
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Sobre o tratamento cirúrgico da RCU: Quais são as indicações? (7) Qual cirurgia possibilita a cura?
Indicações: megacólon tóxico refratário ao tratamento clínico, hemorragia grave, perfuração, refratariedade ao tratamento clínico, retardo do crescimento em crianças, displasia de alto grau ou CA Proctocolectomia total