Disfagia - Ed Flashcards
(30 cards)
O que é disfagia e quais os principais pontos a serem questionados ao paciente?
É a dificuldade de deglutição ou sensação de impedimento à passagem do material deglutido.
Deve-se questionar a localização da sensação; para alimentos sólidos, pastosos, líquidos; sintoma contínuo ou intermitente; tempo do início dos sintomas; sintomas ou sinais associados: globus faríngeo, dispneia, odinofagia, dor ou pressão torácica.
Extra: disfagia apenas para sólidos = geralmente lesões do esôfago
Disfagia para sólidos e líquidos = geralmente relacionados à distúrbios motores.
Quais são as fases da deglutição? O que é necessário para ela ocorrer?
A deglutição depende de uma interação entre SNC, NC e músculos da mastigação.
Possui 4 fases: oral pré-operatória, oral, faríngea e a esofágica
Caracterize as 4 fases da deglutição
I. Oral preparatória: salivação, mastigação, formação do bolus.
II. Oral: Condução do bolus pra faringe e fechamento da nasofaringe (única voluntária)
III. Faríngea: Entrada do bolus na faringe, transporte ao EES, proteção das vias aéreas e interrupção da respiração: fechamento da epiglote evitando a broncoaspiração
IV: Faríngea: Onda de contração peristáltica encerrando o fechamento do EES, relaxamento do EEI.
Cite as causas de disfagia orofaríngea
Mecânicas: Neoplasias de cabeça e pescoço, IOT/Traqueostomia, Trauma, Tireomegalia, Divertículo de Zenker, Linfadenopatia, Próteses dentárias mal adaptadas.
Neurogênicas: AVE, TCE, paralisia cerebral, síndrome de Guillain-Barré, parkinson, neoplasias de encéfalo
Distúrbios do movimento: ELA, Alzheimer/demência, doenças neurodegenerativas, esclerose múltipla, infecção do SNC
Outras: idade, psicogênica, RN prematuro, DPOC, DM, ICC, Hipotireoidismo
Descreva em poucas palavras disfagia orofaríngea
Disfagia nas fases oral e faríngea. Ocorre normalmente em pacientes idosos com doenças neurogênicas, é geralmente DISFAGIA LENTAMENTE PROGRESSIVA
Cite manifestações clínicas de disfagia orofaríngea
- Dificuldade em iniciar a deglutição
- Tosse
- Engasgos
- Secreção nas vias aéreas
- Pneumonias de repetição
- Pigarro
- Regurgitação nasal
- Dificuldade no manejo da saliva e secreções
- Dificuldade na mastigação
- Xerostomia
- Desconforto respiratório
Cite possíveis complicações de disfagia orofaríngea
- Risco de aspiração e consequente pneumonia
- Desidratação
- Deficiência nutricional
Menos comuns: isolamento social, depressão e transtorno de ansiedade
Como é feita a avaliação clínica e o que deve ser avaliado da disfagia orofaríngea?
Anamnese: avaliar condições gerais, estado nutricional,hidratação.
Avaliação funcional da deglutição: oferece alguns alimentos em diferentes circunstâncias e volumes e então analisa o tempo de trânsito oral, atraso na deglutição, estases na cavidade oral e presença de tosse, engasgo ou dispneia.
Explique os métodos diagnósticos de avaliação funcional da deglutição
- Teste da deglutição cronometrada: são oferecidos alguns alimentos pro paciente, ele escolhe quais quer ingerir e é cronometrado quanto tempo ele leva pra isso
- VIDEODEGLUTOGRAMA (Videofluoroscopia da deglutição): PADRÃO OURO para diagnóstico de disfagia. = Oferta líquido com bário e faz diveras imagens dinâmicas de RaioX logo após deglutição. Consegue ver se o alimento foi pra via aérea, se ficou impactado na faringe ou no esôfago.
- Deglutograma: só faz um raioX contrastado da deglutição, não faz dinâmico por isso não é muito bom
- VIDEOENDOSCOPIA (Nasolaringoscopia da deglutição) = PADRÃO OURO para avaliação das causas estruturais da disfagia. Insere um fino aparelho na via nasal e pode avaliar as estruturas apropriadamente. Oferece azul de metileno pro paciente deglutir e analisa o trajeto da solução. Logo, pode ver a existência de alterações anatômicas/ alguma lesão como causa da disfagia. Solicitado quando se suspeita de defeito mecânico ou alguma lesão como causa de disfagia.
Quais são os objetivos do tratamento de disfagia orofaríngea? Como é feito o tratamento?
- Manutenção da alimentação oral eficaz e segura, impedindo complicações.
- Identificar riscos de aspiração
O tratamento é feito através da reeducação da deglutição, mudança de dieta para alimento macios e espessos, e se necessário sonda enteral, nasogástrica, gastrostomia ou jejunostomia.
Causas da disfagia esofágica
Doenças orgânicas intrínsecas: estenose péptica, anel de schatzki, tumores benignos e malignos, esofagite eosinofílica, divertículos, impactação de corpo estranho, esofagite cáustica/infecciosa/por pílulas
Extrínsecas: doenças mediastinais, compressão vascular da aorta
Distúrbios motores do esôfago: acalásia, espasmo esofagiano difuso, esôfago em quebra-nozes, EEI Hipertenso, distúrbio motor inespecífico.
Disfagia funcional
Disfagia esofágica
Presença de distúrbio estrutural/orgânico e motor do esôfago que impedem a realização de peristalses inadequadas.
Anamnese e exame físico de disfagia esofágica
Anamnese é fundamental pra diferenciar disfagia estrutural/orgânica da funcional.
-Sensação na região retroesternal ou próxima ao apêndice xifoide.
Exame físico é pobre e geralmente normal
Caso 1: Disfagia progressiva, iniciou com sólidos, no decorrer dos meses evoluiu para disfagia com alimentos pastosos e depois para líquidos. Isso sugere disfagia funcional ou orgânica?
Orgânica
Caso 2: Disfagia de início súbito para sólidos, desconforto torácico, sialorreia. Sugere o que?
Impactação de Corpo Estranho. Lembrando que para dar disfagia por corpo estranho tem que ter obstruído pelo menos 50% da luz esofágica.
Caso 3: Disfagia progressiva (sólidos-pastosos-líquidos) associada a emagrecimento, antescedentes de tabagismo e etilismo. Sugere o que?
Lesão maligna
Caso 4: Disfagia pra sólidos, lentamente progressiva. Sugere o que?
Lesões benignas. Ex: Estenoses benignas
Caso 5: Disfagia intermitente ou lentamente progressiva (evolução de anos): semanas tem, outras não tem. Para sólidos e líquidos.
Sugere distúrbio motor ou orgânico?
Distúrbio motor
Caso 6: Disfagia pra sólidos e líquidos, de longa duração associado com tosse, regurgitação, engasgos, sufocação, dor torácica. Sugere o que?
Acalásia
Qual a importância da EDA na disfagia esofágica?
É o primeiro exame que deve ser solicitado porque é muito importante pra realizar o diagnóstico diferencial entre um distúrbio funcional e orgânico. Em um distúrbio funcional a EDA é NORMAL
RaioX Contrastado do esôfago na disfagia esofágica
Não é substituto da EDA, é um método que deve ser asssociado com EDA porque consegue identificar alterações anatômicas e estruturais como calibre do esôfago, se há retenção de contraste, tempo de trânsito, contrações anormais.
Qual a importância da manometria na disfagia baixa?
PADRÃO OURO pra avaliar a motilidade esofágica
PACIENTE CHEGOU SE QUEIXANDO DE DISFAGIA BAIXA. QUAL A CONDUTA?
1o= solicita EDA
Se vier normal = disfagia funcional/motora. Então pedir manometria.
Estenose péptica: Sintomas, exames, tipo de disfagia, tratamento, dx diferencial.
Disfagia orgânica para sólidos, normalmente de longa data. Paciente consegue se alimentar com líquidos e pastosos. Ocorre geralmente em pacientes com DRGE não controlado, Los Angeles C-D, sintomas de pirose e regurgitação. Sem sintomas associados como perda de peso.
Investigação: EDA
TTO: Dilatação esofágica via endoscópica (dilatação pneumática com balão). Também é possível usar velas flexíveis de Savary. Após tratar as estenoses tem que tratar esse DRGE através de IBP + fundoplicatura.
Dx Diferencial: estenose cáustica, pós operatória, infecciosa, pós radioterapia, induzida por drogas.