Distúrbios da Hemostasia 1ária Flashcards
(44 cards)
Quais os tipos de distúrbios plaquetários?
Por quantidade (penia ou citose) ou por qualidade (disfunção plaquetária).
Qual a causa mais comum de diátese hemorrágica adquirida?
A plaquetopenia.
Quais os mecanismos de trombocitopenia? Qual a causa mais comum?
Pseudotrombocitopenia (artefatual), destruição periférica acelerada, diminuição da produção na MO, trombopoiese ineficaz e distribuição anormal (sequestro esplênico). A causa mais comum é a destruição acelerada.
Como suspeitar de pseudoplaquetopenia?
Através da contagem manual de plaquetas dar normal pelo esfregaço de sangue periférico = algum fator do exame alterou artificialmente a contagem pela máquina.
Como ocorre a plaquetopenia por destruição acelerada?
Há uma destruição ou consumo mais rápido do que a MO consegue produzir. É a causa mais comum de trombocitopenia.
Quais as causas de destruição acelerada/consumo de plaquetas causando plaquetopenia?
A grande maioria ocorre por mecanismos imunes (Ig se ligam às plaquetas e estimulam sua destruição esplênica), podendo ser idiopática, por LES, HIV, induzida por drogas. Os não imunes são PTT (púrpura trombocitopênica trombótica), SHU e CIVD - nesses casos, as plaquetas são consumidas formando trombos intravasculares.
Comente sobre a plaquetopenia por diminuição na produção pela MO.
Geralmente ocorre por lesão da célula-tronco, podendo haver anemia e leucopenia associados - mielodisplasia, anemia aplásica e leucemias.
Comente sobre a trombopoiese ineficaz.
Ocorre pela mesma causa e fisiopatologia da eritropoiese ineficaz, como na deficiência de B12 e folato, em que há anemia e trombocitopenia por destruição na MO de precursores defeituosos.
Quais as causas de distribuição anormal das plaquetas?
A esplenomegalia com hiperesplenismo e a diluição (o paciente recebe muitos CHA).
Quais exames avaliam os distúrbios plaquetários?
Quantidade: plaquetometria reduzida e aumento do TS. O normal é 150-450 mil. Qualidade: aumento do TS (porém só indica disfunção plaquetária quando a plaquetometria está normal). O normal é 3-7 minutos.
Quais as causas das doenças da hemostasia primária por redução na quantidade de plaquetas?
Trombocitopenias imunes (idiopática ou por heparina) e púrpura trombocitopênica trombótica).
O que é e por que ocorre a púrpura trombocitopênica imune idiopática (PTI) ou trombocitopenia imune idiopática?
É uma doença autoimune idiopática em que há a produção de autoAc antiplaqueta que opsonizam elas e favorecem a sua destruição pelo baço. Há também um mecanismo que impede a trombopoiese compensatória por interferir na função dos megacariócitos.
Qual o QC da PTI?
PTI aguda: crianças com plaquetopenia e MAIS NADA, sendo um quadro AGUDO e AUTOLIMITADO (ocorre geralmente 1 mês após infecção). A clínica é da plaquetopenia (sangramentos) e mais nada, não havendo febre, dor abdominal, leucocitose, anemia (exceto se sg grave), etc. 10% dos casos pode ter esplenomegalia (discreta!!!). A PTI crônica requer tratamento farmacológico para evitar complicações.
Como é o sangramento na PTI?
Por ser um distúrbio plaquetário, o sangramento é mucocutâneo (petéquias, equimoses, epistaxe, menorragia).
Como fazer o dx da PTI?
É um dx de EXCLUSÃO, sendo que primeiro eu preciso descartar pseudotrombocitopenia e depois causas secundárias, como medicações, infecções, LES, linfomas. Afastada essas condições, pode-se estabeler o dx presuntivo de PTI.
Devo fazer aspirado/bx de MO na PTI?
Está indicado apneas nas seguintes situações: outras citopenias inexplicadas ou alterações displásicas no sangue periférico, ausência na resposta ao tto da PTI e suspeita de uma causa secundária de plaquetopenia.
Qual o tto da PTI?
Se só sangramento leve cutâneo: observação. Se sg cutâneo intenso, mucoso ou plaquetas muito baixas: GC VO/EV ± imunoglobulina EV ± rituximabe ± trombopoietina (eltrombopague). Se casos MUITO graves (sg intracranianos e instabilidade hemodinâmica): além do que já foi falado, dar plaquetas ± esplenectomia.
Quais as formas clínicas da PTI e qual a diferença na abordagem terapêutica?
PTI do adulto (crônica) e infantil. A primeira requer tratamento farmacológico para evitar complicações. A segunda é uma forma aguda e autolimitada, quase sempre benigna e requer, na maioria das vezes, apenas observação.
Comente sobre a PTI infantil.
É a principal doença hemorrágica da infância, tendo pico de incidência entre 2-5 anos e geralmente o quadro sucede um episódio de infecção viral ou vacinação. O curso é benigno e autolimitado. Somente 10% seguem curso crônico.
Devo transfundir plaquetas de rotina no paciente com PTI? Explique.
Não, pois como estão presentes Ac anti-plaquetas, a transfusão irá simplesmente fazer com que essas plaquetas novas sejam também opsonizadas e destruídas no baço. No sg grave, algumas plaquetas ainda conseguirão ser usadas para cessar esse sangramento.
Quais as causas da trombocitopenia imune 2ária?
Drogas, gestação, LES, HIV.
Como é, geralmente, o QC da trombocitopenia imune por drogas? Quais as principais drogas envolvidas?
Com exceção da heparina, o QC geralmente é de hemorragias.
As principais drogas envolvidas são a heparina e a quinidina (antiarrítmico IA).
Qual a importância e a fisiopatogenia da trombocitopenia imune por heparina?
É o principal efeito colateral do uso da heparina. Ocorre pela produção de auto-Ac contra o complexo heparina-fator 4 plaquetário, que promovem ativação e agregação plaquetária, além de opsinização e lise esplênica das plaquetas, levando a uma trombocitopenia com paradoxal predisposição à trombose vascular.
Quais os tipos de trombocitopenia imune por heparina? Explique.
Tipo I: mais comum, em que os autoAc apenas opsonizam as plaquetas, promovendo sua destruição (não há eventos trombóticos). Tipo II: há a formação do complexo heparina-fator 4 plaquetário que irá promover ativação e agregação plaquetária além de sua destruição esplênica, promovendo plaquetopenia com eventos trombóticos.

