Doenças Exantemáticas Flashcards

(105 cards)

1
Q

Exantemas maculopapulares:

A

Morbiliforme:
- Maculopapular: Sarampo
- Urticariforme: pode se apresentar em placas. Reações medicamentosas
- Escarlatiniforme: áspero, em lixa, desaparece à digitopressão
- Rubeoliforme: semelhante ao morbiliforme, porém com coloração rósea e pápulas menores. Rubéola e enteroviroses

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2
Q

Exantema papulovesicular?

A

Sucessão de máculo-pápulas em vesículas, vesicopústulas e crostas, como na varicela

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3
Q

Formatos possíveis dos exantemas?

A
  • Pápula: sólida, circunscrita, elevada, <1cm
  • Mácula: alterações da cor da pele sem relevo ou depressão
  • Vesícula: elevação circunscrita da epiderme contendo líquido claro, seroso, que pode se tornar amarelo, pustuloso ou hemorrágico
  • Bolhas: vesículas maiores
  • Petéquia: mancha vermelha que não desaparece à vitropressão, com até 1cm. Na sua evolução torna-se arroxeada e verde-amarelada
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4
Q

PETÉQUIAS (infecciosas tratáveis, não tratáveis e não infecciosas):

A

INFECCIOSAS TRATÁVEIS: meningococcemia, gonococcemia, toxoplasmose congênita

INFECCIOSAS NÃO TRATÁVEIS: rubéola, dengue, hepatite B, enterovírus, vírus Epstein Barr

NÃO INFECCIOSAS: alergia, trombocitopenia, coagulopatias, púrpura de Henoch-Schonlein, vasculites por hipersensibilidade, febre reumática aguda

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5
Q

EXANTEMAS MACULOPAPULARES:

A

INFECCIOSOS: sífilis secundária, meningococcemia, doença de Lyme

INFECCIOSAS NÃO TRATÁVEIS: rubéola, parvovírus B19, sarampo, adenovírus, Epstein Barr

NÃO INFECCIOSAS: alergia, LES, eritema marginado, eritema multiforme

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6
Q

EXANTEMAS VESICOBOLHOSOS:

A

INFECCIOSOS TRATÁVEIS: varicela zóster, gonococcemia, estafilococcemia, foliculites

INFECCIOSAS NÃO TRATÁVEIS: enterovírus, parvovírus B19

NÃO INFECCIOSAS: alergia, eritema multiforme bolhoso

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7
Q

Contágio do Sarampo:

A

Gotículas contaminadas que entram em contato com as vias aéreas desde dois dias antes do início dos pródromos até quatro dias após o aparecimento do exantema

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8
Q

Achado patológico característico do Sarampo?

A

Células gigantes disseminadas

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9
Q

Quadro clínico do Sarampo:

A
  • Mais exuberante nos dois dias após o aparecimento do exantema: febre elevada, exantema difuso, manchas de Koplik, conjuntiva congesta, fotofobia, lacrimejamento, coriza abundante e tosse produtiva -> Fácies sarampenta
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10
Q

Febre persistente após 4º dia do exantema no Sarampo:

A

Fazer minucioso exame clínico à procura de infecção bacteriana secundária

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11
Q

Exantema do Sarampo:

A
  • Eritematoso, maculopapular e morbiliforme
  • Progressão craniocaudal, iniciando-se na região retroauricular e no pescoço, evoluindo para região torácica e dorso e depois para os membros
  • Começa a esmaecer no 3º ou 4º dia na mesma sequência que apareceu, deixando manchas acastanhadas
  • As lesões exantemáticas evoluem para descamação furfurácea
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12
Q

É necessário fazer isolamento do paciente com Sarampo?

A

Sim. Isolamento respiratório para pacientes internados até 4 dias após o início do exantema

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13
Q

Sarampo em crianças imunossuprimidas: exantema e possíveis complicações não associadas à erupção?

A

Exantema: pode ser petequial ou purpúrico

Complicações: hepatite, pneumonia e encefalite

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14
Q

Sarampo vacinal?

A
  • Reação vacinal à vacina do Sarampo com aparecimento de febre e rash discreto entre o 6º e o 12º dia após vacinação.
  • Pode ser acompanhado de sintomas respiratórios
  • Diferenciação do sarampo selvagem é possível
    apenas com proteina C reativa (PCR)
  • Não é transmissível
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15
Q

É necessário notificar suspeita de Sarampo?

A

Sim. A simples suspeita de sarampo é importante para notificação obrigatória imediata, dentro das primeiras 24h

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16
Q

Início da proteção e bloqueio de surto de sarampo

A

Com dois ou mais casos da doença e isolamento do caso índice

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17
Q

Diagnóstico de Sarampo:

A
  • Clínico: febre e exantema maculopapular + tosse e/ou coriza, conjuntivite com ou sem fotofobia
  • Exame sorológico e isolamento viral em duas amostras de sangue coletadas com intervalo de 28 dias (confirmação do caso)
  • IgM (positivo 3 dias após o aparecimento do rash e negativo após 30 dias)
    Ig G (positivo ao redor do 7º dia após aparecimento do rash)
  • PCR detectável entre o 3º e 7º-10º dia da doença
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18
Q

Dx diferencial (Sarampo)?

A
  • Rubéola
  • Exantema súbito
  • Infecções enterovirais ou adenovirais
  • Mononucleose infecciosa
  • Toxoplasmose
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19
Q

Tratamento do Sarampo

A

Suporte clínico, antitérmicos, repouso ao leito, hidratação e vitamina A (2 doses - 1 dose no dia do diagnóstico e outra no dia seguinte)

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20
Q

Fatores de risco e comorbidade para uma evolução menos favorável do Sarampo:

A
  • Imunodeficiência
  • Evidência de hipovitaminose A
  • Cegueira noturna
  • Manchas de Bitot
  • Xeroftalmia
  • Doença intestinal
  • Má absorção e desnutrição moderada
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21
Q

Prevenção do Sarampo?

A
  • Imunização:
    • Tríplice viral (SCR): 12 meses de vida
    • Tetra viral (SCR + varicela): 15 meses de vida
  • Profilaxia pós exposição:
    • Vacinação de bloqueio preferencialmente em até 72h da exposição (podendo ser aplicada até 5 dias após contato) - apenas em indivíduos sem esquema vacinal completo
    • Imunocomprometidos, grávidas susceptíveis e lactentes <6 meses: imunoglobulina IM ou EV preferencialmente nas primeiras 96h após exposição (podendo ser aplicada até 6 dias após contato)
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22
Q

Principais complicações do Sarampo?

A
  • Otite média aguda
  • Encefalite
  • Pneumonia viral ou bacteriana
  • Miocardite (evidenciada por alterações eletrocardiográficas transitórias)
  • Panencefalite esclerosante aguda: crianças com curso típico de Sarampo com recuperação completa e que anos depois (7-12 anos) tem as primeiras manifestações de PEES
    *inicialmente com alterações de comportamento chegando à demência franca
    * alterações motoras
    * convulsões
    * coma
    * óbito
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23
Q

Rubéola - etiologia

A
  • Togavírus - vírus RNA do gênero Rubivirus
  • Rubéola congênita x Rubéola adquirida
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24
Q

Rubéola congênita

A
  • Maioria dos RN tem forma assintomática
  • Quando grave pode acontecer morte intrauterina ou apresentar sua forma congênita
  • Se a transmissão materno-fetal ocorre nas primeiras 12 semanas: 90% de chances de complicações como malformações
  • Quanto antes ocorre a infecção fetal, maiores e mais graves podem ser as sequelas
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25
Sequelas infecção fetal por Rubéola:
- Catarata - Surdez neurossensorial - Cardiopatia congênita (persistência do canal arterial, comunicação interventricular, estenose pulmonar) - Retinopatia - Glaucoma congênito - Microcefalia - Meningoencefalite - Retardo mental
26
Sinais e sintomas de infecção ativa de rubéola no recém nascido?
- Plaquetopenia - Hepatite - Pleiocitose no líquido cerebroespinal
27
Período de incubação rubéola adquirida
12 a 23 dias após surgir a fase prodrômica
28
Quadro clínico da Rubéola adquirida
- Após período de incubação, sintomas gripais, secreção nasal - Linfadenopatia retroauricular, cervical posterior e pós occipital, dolorosa que precede o surgimento do exantema em pelo menos 24h - Exantema de evolução rápida, inicia-se de 1 a 2 dias depois dos pródromos, começando pela face e progredindo para tronco e membros - A erupção costuma se esvaecer em até 3 dias do seu início - Mucosa faríngea e conjuntivas discretamente inflamadas - Poliartrite com artralgia, tumefação, dor à palpação e derrame articular
29
Exantema do tipo segmentar (Rubéola)
Começa pela face e progride até o tronco e membros. Ao atingir o tronco, já apresenta sinais de esvaecimento na face.
30
Tipo de exantema da Rubéola
O mais comum é o maculopapular róseo, mas pode se apresentar como escarlatiniforme ou rendilhado como o do eritema infeccioso, parvovirus B19
31
Manchas de Forchheimer
Enantema na Rubéola que pode surgir logo após o exantema - manchas róseas distintas no palato mole. Podem coalescer em uma única manche vermelha
32
Transmissão Rubéola
Por inalação de gotículas respiratórias em suspensão no ar ou pelo contato direto com caso-índice
33
Como é o isolamento em pacientes com rubéola?
Isolamento para pacientes internados é respiratório e de contato para os casos adquiridos pós parto, até 7 dias após o exantema
34
Até quando crianças com infecção congênita de rubéola são consideradas infectantes?
Até 1 ano de idade ou até que a pesquisa de vírus na nasofaringe e na urina se negative.
35
Onde o vírus está presente na doença aguda? (Rubéola)
Secreções nasofaríngeas, sangue, fezes e urina.
36
Principais elementos clínicos da Rubéola?
- Erupção maculopapulosa craniocaudal, duração inferior a 3 dias - Febre baixa ou inexistente - Linfadenopatia precedendo o exantema
37
Exames laboratoriais (Rubéola):
- Cultura - Testes sorológicos (deve-se obter soro na fase aguda o mais cedo possível, após o exantema, e outro em 21 dias)
38
Quando a IgM é detectável na Rubéola?
Entre o 5º e o 10º dia após o exantema, atingindo seu pico entre 20 e 30 dias, quando começa a decair
39
Quando existe a subida dos títulos de IgG na Rubeola?
Após 35 dias do exantema
40
Quando pode ser detectada a síndrome da rubéola congênita?
Durante o 4º e 5º mês da gestação, com a dosagem de IgM. Na ausência de IgM, o encontro de títulos de IgG 4 vezes maiores no soro do RN em relação ao materno, também é forte indício de infecção congênita.
41
Como está a contagem leucocitária sanguínea na rubéola?
Normal ou levemente reduzida, dificilmente se encontra plaquetopenia, mesmo nos casos de púrpura
42
Tratamento da Rubéola?
- Sintomáticos: antitérmicos e analgésicos
43
Gestantes podem receber a vacina com o vírus da rubéola vivo atenuado?
Não. E por precaução, mulheres não grávidas vacinadas contra rubéola, deverão evitar a gravidez pelo prazo mínimo de 1 mês após sua administração. E gestantes suscetíveis devem receber a vacina logo após o parto, no puerpério imediato
44
Etiologia do Exantema Súbito
Herpes-vírus humano tipo 6 e 7 - vírus que compartilha características em comum com o citomegalovírus humano Mais comum em menores de 11 meses
45
Quadro clínico habitual do Exantema Súbito?
- Febre sem nenhum outro sintoma com duração de 2 dias (>38ºC) - Bom estado geral - Aparecimento de exantema maculopapular (em pele sã) difuso 12 a 24h após o útlimo pico febril, com progressão crânio-extremidades e duração de 3 a 7 dias sem novos picos febris - Pode cursas com crise convulsiva febril - Frequência respiratória normal
46
Há necessidade de algum tipo de isolamento para os pacientes com exantema súbito?
Não
47
Tratamento Exantema Súbito:
- De suporte, com antitérmicos - Ganciclovir apenas em casos incomuns, em crianças com complicações neurológicas e imunocomprometidas
48
Complicações do Exantema Súbito?
- Meningoencefalite - Síndrome mononucleos-like - Hepatite - Encefalite e pneumonite em imunocomprometidos
49
Eritema Infeccioso (informações gerais):
- Parvovírus B19 - Exantema e crises aplásicas - Principalmente crianças de 5 a 15 anos - Transmitido por gotículas grandes, provenientes da via respiratória e por excreção viral nasofaríngea. E também em transfusões de sangue e hemoderivados
50
Quadro clínico - Eritema Infeccioso?
- Período de incubação: 4-14 dias, até 28 dias - Fase prodrômica: febre, mal estar e rinorreia - Exantema autolimitado e benigno - eritema infeccioso: inicia-se com rubor facial eritematoso ("face esbofeteada"), que se estende ao tronco e partes proximais dos membros sob a forma de eritema maculoso, ao mesmo tempo em que há empalidecimento central das lesões recém formadas, que passam a apresentar aspecto rendilhado - Prurido - Artralgia - Recidiva do exantema após exercícios físicos, exposição ao sol, estresse e banhos quentes
51
Diagnóstico - Eritema infeccioso?
- Clínico: febre, cefaleia, nauseas, dores articulares, exantema maculopapular recorrente podendo envolver mãos e pés, "face esbofeteada" - Exames sorológicos: dosagem de IgM anti-B19 - PCR - Hibridização do ácido nucleico - Alterações no hemograma: - Diminuição da contagem de hemoglobinas e leucócitos - Reticulopenia
52
Tratamento - Eritema Infeccioso
- Sintomáticos, inclusive anti-histamínicos quando há prurido importante - Pode ser necessário suporte e eventuais transfusões de hemácias em pacientes com crises aplásicas - em geral pacientes com anemia falciforme, oncológicos em quimioterapia e outras doenças hematológicas - Pacientes imunocomprometidos: imunoglobulina IV: 2g/kg por 5 dias
53
Etiologia - Mononucleose infecciosa
- Vírus Epstein-Barr - Transmitido em secreções orais principalmente em creches, mas também pode ser transmitido por beijo e contato sexual - O vírus é excretado nas secreções orais por mais de 6 meses após a infecção aguda
54
Tríade de Hoagland - Mononucleose infecciosa
- Faringite exsudativa - Linfadenopatia - Esplenomegalia
55
Reativação vírus - Mononucleose infecciosa
- Assintomática - Há excreção viral intermitente nas secreções orofaríngeas dos indivíduos infectados
56
O Epstein Barr vírus está associado a quais tipos de tumores da orofaringe?
- Carcinoma nasofaríngeo - Linfoma de Burkitt - Doença de Hodgkin
57
Quadro clínico - Mononucleose infecciosa:
- Pode começar de maneira abrupta ou insidiosa, com cefaleia, mal estar, febre, calafrios e dor de garganta intensa - Dor abdominal - aumento do baço de forma rápida - Linfadenopatia generalizada - Esplenomegalia - Hepatomegalia - Sinal de Hoagland: edema periorbitário - Exantema maculopapular (80% dos pacientes com mononucleose que receberam ampicilina ou amoxicilina vão ter exantema)
58
Gânglios mais comumente afetados na mononucleose infecciosa?
Cervicais anteriores, posteriores e submandibulares
59
Diagnóstico - Mononucleose infecciosa
- Clínico + sorologia para mononucleose + hemograma - Hemograma: linfocitose atípica, leucocitose, trombocitopenia - Transaminase e bilirrubinas discretamente aumentadas - Imunofluorescência indireta e ensaio com imunoabsorção ligado a enzima (ELISA): anticorpos IgM e IgG anticapsídeo (anti-VCA), IgG antiantígenos precoces (anti-EA) e IgG antiantígenos nucleares (anti- EBNA) - PCR EBV - desaparece ao redor do 10º dia
60
Tratamento - Mononucleose infecciosa
- Sintomáticos - paracetamol ou dipirona - Hidratar bem o paciente e nutrir - Evitar antibióticos
61
Sintomas de gravidade - Mononucleose infecciosa
Estridor laríngeo grave ou obstruções por grandes adenopatias, desconforto respiratório alto e, eventualmente, insuficiência respiratória -> tratar com corticoides dose unica IM e medidas de suporte
62
Quando usar antivirais na mononucleose infecciosa?
Em casos complicados ou de imunodepressão - usar aciclovir
63
Complicações Mononucleose Infecciosa?
- Ruptura do baço - Ataxia, convulsões, paralisia do nervo facial, mielite transversa, alteração da percepção espaço e tamanho "alice no país das maravilhas", Síndrome de Guillain-Barré - Meningite com presença de celulas mononucleares no líquido cerebroespinal - Encefalite
64
Etiologia - Varicela Zóster
- Catapora - infecção primária do vírus Varicela Zóster. Trata-se de um herpes virus - A reativação subsequente do vírus latente causa Herpes Zóster, um exantema vesiculoso que exibe distribuição em dermátomos e é extremamente dolorosa
65
Transmissão Varicela Zóster
- Secreções respiratórias - Líquidos das lesoes cutâneas - Propagação aérea - Microgotículas - Transmissão vertical - Período de transmissão: início nas 24-48h antes do surgimento das lesões cutâneas e se estende até que todas as vesículas tenham desenvolvido crostas, geralmente de 7 a 9 dias
66
Quadro clínico Varicela Zóster:
- Sintomas inespecíficos entre 24 a 48h antes da erupção das lesões cutâneas: febre baixa, mal estar, anorexia e cefaleia - Surgimento do exantema, podendo persistir a febre durante os primeiros 3 ou 4 dias - Lesões cutâneas que começam na face e no couro cabeludo - máculas eritematosas intensamente pruriginosas - Lesões passam a vesículas que se rompem com facilidade, ao mesmo tempo em que máculas continuam a surgir em sentido craniocaudal - Distribuição da lesão tipicamente central, com maior concentração no tronco e na face - É possível observar as lesões em diferentes estágios de evolução em uma mesma área - polimorfismo regional (mácula, pápula, vesícula e crosta)
67
Diagnóstico Varicela Zóster:
- Clínico: polimorfismo regional das lesões - Erupção papulovesiculosa pruriginosa concentrada em tronco e face - Rápida progressão de máculo pápula em vesícula e crosta - Lesões em grupos - Presença de úlceras brancas rasas na mucosa da boca - Formação de crostas nas lesões cutâneas
68
Exames laboratoriais - Varicela Zóster
- Hemograma: leucopenia típica nas primeiras 72h do exantema. Após esse período, linfocitose relativa ou absoluta - Enzimas hepáticas elevadas - PCR
69
Diagnóstico diferencial - Varicela Zóster:
- Impetigo (as lesões são vesiculares no começo e evoluem pra crosta cor de mel, não aparecem em grupos e não acometem mucosa oral) - Estrófulo (lesões papulopruriginosas, sem aspecto vesiculoso, picadas de insetos) - Escabiose (lesões parecidas às do estrófulo, mas se observam tuneis entre os dedos com Sarcoptes scabiei)
70
Tratamento - Varicela Zóster
- Sintomático: antitérmicos, anti-histamínicos, unhas das mãos curtas e limpas - Antiviral - Aciclovir IV em pacientes com risco de disseminação visceral e herpes zoster, imunocomprometidos - Antibióticos em caso de infecção bacteriana secundária na pele ou outro local (Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus): Cefalosporina de 1ª geração IV
71
Complicações Varicela Zóster:
- Superinfecção bacteriana (S. aureus) - Fascite necrosante (Streptococcus beta-hemolítico do grupo A) - Síndrome de Reye - Pneumonia - Encefalite ou cerebelite - Hepatite - Ataxia cerebelar aguda - Herpes Zoster - Infecção durante gravidez: efeito teratogênico e infecção grave no neonato
72
Varicela Neonatal:
- Quando a gestante se infecta no intervalo de uma semana antes ou depois do parto, transmitindo a infecção para o RN - Neonatos em que a varicela materna se manifestou 5 dias antes ou 2 dias depois do parto devem receber imunoglobulina contra varicela zóster - Prematuros cujas mães apresentavam varicela ativa durante o parto, mesmo presente há mais de 5 dias, devem receber imunoglobulina contra varicela zoster - Deve ser tratada com aciclovir IV
73
Quando usar a vacina contra varicela como bloqueio?
- Casos em que o contato ocorreu até 72h - Indicada para contatos intradomiciliares, comunidades fechadas, colégios internos, creches, enfermarias etc
74
Em caso de varicela em enfermaria...?
Esta deve permanecer fechada a novas internações até que decorram 21 dias do caso índice
75
Indicações de imunoglobulina específica - Varicela Zóster:
- Administração dentro de 96h após exposição - Indivíduos imunocomprometidos sem história prévia de varicela - RN de mãe que apresentou varicela 5 dias antes ou 48h após o parto - Prematuros <28 semanas com exposição pós natal - Prematuros >28 semanas ou < ou = 1kg cuja mãe não tem história de varicela, com exposição pós natal - Gestantes suscetíveis de contato domiciliar contínuo ou contato hospitalar no mesmo quarto
76
O que é a doença "mão-pé-boca"?
É uma doença causada pelo vírus Coxsackie, família dos enterovírus, que causa estomatite, lesões aftoides em cavidade oral, herpangina e a síndrome mão-pé-boca. Mais comum em lactentes e pré-escolares
77
Quadro clínico - Doença mão-pé-boca
- Fase prodrômica: febre alta. Após 3 a 5 dias há aparecimento de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas centrais que podem evoluir para ulcerações dolorosas em amígdalas, palato e mucosa jugal - Dificuldade para se alimentar - Irritabilidade - Aparecimento de pequenas lesões vesiculobolhosas em palmas das mãos e plantas dos pés, podem aparecer na região genital e nádegas - Exantema claro e inespecífico maculopapular difuso - Mal estar, diarreia
78
Qual é a duração do quadro clínico da doença mão-pé-boca?
5 a 7 dias
79
Que nome se dá às lesões amigdalinas na doença mão-pé-boca?
Herpangina
80
Diagnóstico da doença mão-pé-boca
Clínico! Não tem indicação de exames laboratoriais
81
Tratamento doença mão-pé-boca?
- Sintomáticos - Isolamento de contato - Adequada higiene das mãos - Oferecer alimentos pastosos e frios para facilitar a aceitação oral - Pacientes sem aceitação oral, com sinais de desidratação, considerar a necessidade de internação
82
Existe vacina para o vírus Coxsackie? Como é feita a prevenção da doença mão-pé-boca?
Não há vacinas para medidas de bloqueio. Prevenção feita com medidas de higiene e isolamento dos pacientes infectados.
83
Etiologia da Escarlatina
Infecção bacteriana causada por estreptococo beta hemolítico do grupo A - Streptococcus pyogenes que produz toxinas eritrogênicas (A,B e C)
84
Por que a Escarlatina é incomum em menores de 3 anos?
Por causa da existência de anticorpos maternos circulantes nos lactentes e falta de receptores faríngeos para fixação estreptocócica.
85
Como é a transmissão da Escarlatina?
Ocorre de pessoa a pessoa por meio de gotículas de portadores sadios ou infectados, durante a doença aguda, mais comumente durante os meses de frio e em locais com alguma aglomeração (escolas, creches...)
86
Quadro clínico da Escarlatina?
- Faringite estreptocócica - Acompanha lesões infectadas de pele em raras exceções - Odinofagia - Anorexia - Má aceitação alimentar - Febre elevada, calafrios - Vômitos - Cefaleia - Dor abdominal (adenite mesentérica que resulta em ingurgitamento de gânglios e dor) - Adenomegalia cervical e submandibular - Edema importante de tonsilas com hiperemia e exsudato purulento
87
Achados no exame físico de Escarlatina?
- Edema importante de tonsilas, hiperemia e exsudato purulento - Hiperemia que pode se estender às adjacências como úvula e pilares amigdalinos - Petéquias no palato - Paciente prostrado em mau estado geral - Língua saburrosa que evolui em 1 ou 2 dias para língua em framboesa (hipertrofia e hiperemia das papilas linguais) - Exantema escarlatiniforme - Sinal de Filatov - Sinal de Pastia - Descamação do tipo laminar nas extremidades
88
Caracterize o exantema escarlatiniforme
- Surge de 12 a 24h após o início do quadro - Aspecto típico micropapular, confluente e que confere à pele textura áspera - Inicia-se no pescoço e pregas cutâneas e se estende ao resto do corpo em 24h - Poupa regiões palmares e plantares
89
Sinal de Filatov
Palidez perioral que contrasta com bochechas vermelhas e testa hiperemiada (Escarlatina)
90
Sinal de Pastia
Petéquias e linhas hiperpigmentadas na superfície flexora dos braços e nas raízes das coxas (Escarlatina)
91
Tipo e tempo de descamação na escarlatina?
Tipo laminar nas extremidades, pode durar de 3 a 8 semanas
92
Diagnóstico de Escarlatina?
- Clínico - Cultura de swab de orofaringe (estreptococo do grupo A)
93
Tratamento da Escarlatina?
- Antibiótico: Penicilina Benzatina 600.000 UI para crianças <25kg e 1.200.000 UI para >25kg dose única - Na impossibilidade de usar Penicilina Benzatina: Eritromicina, Clindamicina ou Cefalosporina de 1ª geração. Nesse caso o tratamento deve durar 10 dias - Antitérmicos
94
Há risco de desenvolver febre reumática com relação à infecção pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (pyogenes) na escarlatina?
SIM
95
Prevenção da Escarlatina
- Não há vacina ou medida de bloqueio - Isolamento do paciente doente até 24h após a primeira dose do antibiótico. Após esse período a doença não é mais transmissível
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Defina Doença de Kawasaki
- Vasculite sistêmica aguda em crianças - Envolve múltiplos órgãos (coração, pele, mucosa, trato gastrintestinal, SNC, articulações e leito vascular periférico) - Infrequente em lactentes <4 meses de vida - Ocorre em sua maioria em crianças de até 5 anos - Exantema, enantema, congestão conjuntival e adenopatia cervical
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Afetação dos vasos sanguíneos pela doença de Kawasaki e anormalidades que podem aparecer
- Vasos de de médio calibre - artéria coronária - principalmente nos não tratados no tempo adequado com imunoglobulinas - Aneurismas, trombose coronariana, estenose, infarto do miocárdio e morte súbita
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Quadro clínico doença de Kawasaki
- Febre elevada e refratária a antibióticos (se estende por mais de 10 dias) - Congestão conjuntival - Eritema de mucosa oral e faríngea com língua em framboesa - Eritema e tumefação de mãos e pés - Exantema maculopapuloso, eritema polimorfo ou escalatiniforme - região inguinal - Linfadenopatia cervical não supurativa - Descamação dos dedos das mãos e dos pés: começa após 1 a 3 semanas depois do início da doença e não poupa plantas e palmas
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(Doença de Kawasaki) A persistência da febre está associada a maior risco de...
Coronariopatia
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Envolvimento cardíaco na doença de Kawasaki
- Miocardite - Redução da função ventricular - Taquicardia - Pericardite - Aneurisma das artérias coronárias
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Critérios diagnósticos da doença da Kawasaki
Febre persistente por mais de 5 dias associada a pelo menos 4 dos critérios a seguir: - alteração de lábios e cavidade oral - eritema e fissuras labiais e/ou hiperemia difusa de mucosa orofaríngea e/ou "língua em framboesa" - hiperemia conjuntival - bilateral, bulbar, sem exsudato - alteração de extremidades - edema de dorso de mãos e pés e/ou eritema palmar ou plantar na fase aguda e/ou descamação periungueal ou da área perineal na fase subaguda - exantema polimorfo - linfadenopatia cervical > ou = 1,5cm, geralmente unilateral
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Exames laboratoriais na doença de Kawasaki:
Nenhum é patognomônico - Fase aguda: aumento da velocidade de hemossedimentação e PCR - Fase subaguda: aumento das plaquetas e diminuição da velocidade de hemossedimentação e PCR - Fase de convalescença: normalização dos exames dentro de 6 a 8 semanas
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Diagnóstico diferencial de doença de Kawasaki
- Doenças exantemáticas - Artrite reumatoide juvenil - Reações medicamentosas de hipersensibilidade - síndrome de Stevens-Johnson
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Acompanhamento na doença de Kawasaki
- Ecocardiografia bidimensional: no momento da suspeita diagnóstica e repetir em em 1 a 2 semanas, e depois 6 a 8 semanas de evolução - Se aneurismas coronarianos: realizar a ecocardiografia 2 vezes por semana até estabilização do lúmen da artéria coronariana acometida
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Tratamento da doença de Kawasaki
- Imunoglobulina humana IV em dose única de 2g/kg até o 10º dia de febre ou depois enquanto houver febre e elevação de VHS e PCR - Internação com monitorização cardíaca - AAS em doses moderadas ou altas - Considerar a associação de metilprednisolona 2mg/kg/dia IV juntamente com a imunoglobulina até a resolução da febre, seguido de prednisolona VO com desmame em 2 a 3 semanas nos casos de alto risco de aneurismas coronarianos