Doenças Obstrutivas: Asma e DPOC Flashcards
(121 cards)
Função Respiratória
- Respiração: troca gasosa com o meio ambiente, captação de O2 e eliminação de CO2
- Unidade de troca gasosa: alvéolo pulmonar
- Brônquio direito se desvia menos do eixo da traqueia recebendo material aspirado
- Epitélio pseudoestratificado, colunar, ciliado, com céls caliciformes e glândulas submucosas produtoras de muco
Pulmão
- Traqueia → Brônquios principais D e E → Brônquios lobares → Brônquios segmentares → bronquiolos (desprovidos de cartilagem e glândulas) → ácino (unidade funcional respiratória) → ductos alvéolos → sacos → alvéolos
- Lóbulo pulmonar: 3-5 ácinos, com parênquima pulmonar envolvida por septos de tecido conjuntivo
- Parede Alveolar: epitélio alveolar (pneumócitos I e II), memb. basal e endotélio capilar
Ventilação Pulmonar
- Inspiração: pressão NEGATIVA intratorácica, processo ativa e retificação diafragma
- Expiração: forma passiva, retorno a posição d erepouso
- Músculos respiratórios: diafragma (principal) e intercostais (inervação do nervo frênico, intercostais e vago)
- Controle pelo bulbo e tronco encefálico
Ventilação Pulmonar
- Os alvéolos são as unidades de troca gasosa, sendo que a eliminação de CO2 depende exclusivamente da ventilação alveolar/VA (PaCO2)
- E a captação de O2 não depende exclusivamente da ventilação ( não depende PaO2)
- PaCO2 é inversamente proporcional à VA e diretamente à produção de CO2
Controle Involuntário da Ventilação
- Centrorespiratório: bulbo (C2-C3)
- Neurônios bulbares controlam ventilação espontânea por automatismo intrínseco
- PaCO2 é o principal regulador da ventilação pulmonar
- Regulação pelo pH do sangue e do líquor***
Complacência Pulmonar e Resistência das VAs
- Ventilação mecânica = ventilação com pressão positiva
- Ventilação normal: pressão negativa intrapleural
- Resistência das vA: dificuldade do ar através da árvore respiratória. Pequenas reduções do lúmen aumentam a resistência (inversamente proporcional)
- Complacência pulmonar: grau de distensibilidade dos pulmões e caixa torácica (elasticidade p/ encher de ar)
Troca Gasosa
- Entre sangue dos capilares alveolares e ar dos alvéolos (Hematose)
- CO2 do sangue é difusível e O2 precisa da Hb para ser carreado (deve saturar no mínimo 90% = PaO2 de 60 mmHg)
- Hiperventilação = hipocapnia (baixa PaCO2)
- Hipoventilação = hipercapnia (alto PaCO2)
Troca Gasosa
- PaCO2 depende diretamente da ventilação alveolar total (hiperventilação - hipocapnia; hipoventilação = hipercapnia)
- A PaO2 depende mais da distribuição da ventilação pelos alvéolos (relação entre ventilação e perfusão alveolar = V/Q)
- Ocorre então pctes hipoxêmicos em estado de hipoventilação, normoventilação ou hiperventilação
Doenças Crônicas com Obstrução
- Reversível: ASMA
2. Praticamente irreversível: DPOC
Padrão Obstrutivo x Restritivo
- Obstrutivo: ↓↓ VEF1; ↓ CVF e VEF1/CVF = <0,7
2. Restritivo: ↓ VEF1; ↓ CVF e VEF1/CVF >0,75 (normal)
Asma
- Inflamação crônica das VA inferiores com obstrução REVERSÍVEL associada a uma hiperreatividade reversível ao fluxo expiratório
- Inflamação mesmo se assintomático com predominio nos brônquios de médio e pequeno calibre, sem atinger alvéolos (não afeta o parênquima)
- Remodelamento brônquico: alterações estruturais irreversíveis (estreitamento luminal por fibrose, hipertrofia/ hiperplasia) por inflamação crônica não tratada
- Queixas: dispneia, sibilos, tosse e “aperto no peito”
Asma
- Etiologia desconhecida
- Inflamação crônica que predispõe a surtos de broncoespasmo reversível + clínica esteriotipada
- Na ausência de tto adequado faz remodelamento brônquico irreversível da função pulmonar
- Prevalência de atopia (predisposição a dças alérgicas) por ácaros (Dermatophagoides pteronyssinus)
- Pico de incidência aos 3 anos de vida.
- Mais em meninos, e adultos = nos sexos.
- Pode ter remissão espontânea na adolescência e retorno quando adultos
Fenótipos Asmáticos
- Alérgica
- Não alérgica: má resposta à CR
- Início tardio:má resposta à CR
- Obstrução persistente
- Obesidade
- Asma Alérgica (extrínseca): forma predominante (80%), início na infância c/ hx de atopia, com inflamação eosinofílica e bom resposta a corticoide.
- Asma não alérgica (intrínseca): início tardio (♀ adulta) sem atopia, inflamação neutrofílica, eosinofílica ou paucigranulocítica. POUCA resposta ao CI.
- Asma com obstrução aérea fixa: asma de qqer tipo, longa duração e tto inadequado, c/ perda irreversível da fç pulmonar e ↑ complicações/ óbitos
- Asma relacionada à obesidade: ↑ IMC c/ melhora se queda peso.
Fatores de Risco para Asma
- ATOPIA: principal → sistema imune propenso à síntese de IgE após exposição a alérgenos
- Genética: resposta Th2
- Alérgenos: ácaros*
- Ocupacional
- Obesidade: IMC >30
Fatores de Risco para Asma - Controversos
- Infeccções: hipótese da higiene e menor predomínio de Th1
- Dieta deficiente em C,D, E, selênio, Mg e ômega 3
- Poluição: dióxido de enxofre, nitrogênio, ozônio e diesel são desencadeantes das crises de broncoespasmos, mas incerta sua etiopatogênese
- Idade materna jovem, PIG, prematuro, não AME, uso de paracetamol
Fatores Desencadeantes das Crises
*Betabloqueadores, AAS e AINE NÃO tem contraindicação absoluta em todos os asmáticos
- Alérgenos*: ácaros, pólens (mais rinite), pelos de animais, baratas, fungos
- IVAS: principal etiologia de crise asmática (rinovírus, coronavírus, VSR)
- Betabloqueadores seletivos p/ B1 e AAS (IECA não desencadeia*)
- Exercícios físicos: hiperventilação no frio seco, excesso de riso, choro, mudança climática abrupta
- Dieta com conservantes
- Poluição
- Pré-menstrual em ♀ (asma catamenial) por ↓P
- DRGE
- Estresse
Patologia da Asma
- Mastócitos são principal fonte pulmonar de histamina
- Leucotrienos são importante, mas não exclusivos da resposta.
- Há MAIOR produção de óxido nítrico
- Inflamação crônica das VA inferiores por linfócitos Th2 (secretam IL-4, IL-5 e IL-13), eosinófilos e mastócitos
- Intensidade da infiltração celular NÃO tem relação c/ a gravidade
- Hiperrreatividade brônquica → remodelamento → deposição colágeno na membrana basal
- Obstrução EXPIRATÓRIA por broncoespasmo (contração da musc. lisa brônquica) por edema da mucosa e hipersecreção muco
- Ach liberada por nervos motores intrapulmonares causa constrição dos músc. liso das VA por estimulação dos receptores muscarínicos M3
Fisiopatologia da Asma
- Volume Expiratório Forçado no 1º segundo (VEF1): normal é 4 L, estando muito ↓↓
- Capacidade Vital Forçada (volume máximo de ar exalado) também está reduzido (normal de 5L)
- A razão VEF1/CVF (índice de Tiffeneau) fica <0,75 em adultos e <0,9 em cças
- Pico de fluxo expiratório (PFE): também está ↓
Fisiopatologia da Asma Grave
- Aprisionamento aéreo intenso c/ ↑ desproporcional do volume residual → ↓ CVF
- Melhor da relação VEF1/CVF após uso de broncodilatadores
- Pode leva a Iresp aguda
- Hipocapnia por ↓ pCO2 por hiperventilação alveolar (alcalose resp. aguda)
- Fadiga é mais frequente em cças
QC da Asma
*Sibilos localizados sugerem aspiração de corpo estranho ou tumor
- Dispneia
- Sibilância/ SIBILOS
- Tosse crônica
- Desconforto torácico
- Rinite
- São todos variáveis, intermitentes e piores à noite
- No broncoespasmo os sibilos são difusos e expiratório c/ ↑ tempo expiratório
Asma e Exercício Físico
- Aquecimento e broncodilatadores (SABA inalatório) antes do exercício
Asma em Grávidas
*Agonista b2 de longa tem maior risco em gestações múltiplas (↑ risco EAP se polidramnia, HAS e anemia na gestante) fora isso pode ser liberada
- Pode melhora, piorar ou não alterar na gestação (variável) → risco maior no 2ºT
- Tratamento = como se não estivesse grávida
- Risco de hipoglicemia fetal no parto após uso materno de B-agonista (SABA) em 48h antes do parto, neonato deve ser monitorizado nas 1ªs 24h de vida.
- Descontrole asmático na gestação é muito mais grave que eventuais paraefeitos das drogas antiasmáticas
- Hiperventilação pode desencadear broncoespasmo no prto
Sugestão Clínica de Asma
*Necessário uso de exames complementares p/ dx
- Sugerem: mais de uma queixa respiratória concomitante (dispneia, tosse, dor peito); piora à noite ou início da manhã, variabilidade na frequência e intensidade dos sintomas e início/piora dos sintomas após IVAS/alérgenos
- Não sugerem: tosse isolada (exceto cças), expectoração mucoide crônica, dispneia associada a parestesias ou lipotimia, dor torácica anginosa e dispneia esforço-induzida com estridor inspiratório
Dx de Asma
- Ideal realizar no início da manhã
- Broncoprovocação se assintomáticos e espirometria normal (e mais realizada em adultos*)
- Suspender medicação pelo menos 4h antes (curta ação) ou 12h antes (longa ação) antes de fazer prova broncodilatadora
- 1º Espirometria Inicial: VEF1/CVF <0,75-0,80 em adultos ou <0,90 em cçças (indica obstrução)
- 2º Espirometria após 10-15’ de prova broncodilatadora c/ agonista B2-adrenérgico inalatório de curta ação (salbutamol):
- ↑ de VEF1 >12% + >200 ml em relação ao basal: em adultos (reversão)
- ↑ de VEF1 >12% do previsto: em crianças (reversão)
- 3º Se espirometria inicial for NORMAL e dúvida no dx: Teste de provocação brônquica com Metacolina (ou histamina) que ↓ VEF1 ≥ 20% do basal (ou ≥15% após protocolo padronizado)