DPOC Flashcards

(57 cards)

1
Q

O que é DPOC segundo o GOLD?

A

É uma obstrução do fluxo aéreo que não é totalmente reversível, com característica progressiva e sem cura, associada a uma resposta inflamatória à inalação de partículas ou gases tóxicos (principalmente cigarro).

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2
Q

Qual é o objetivo do tratamento na DPOC?

A

Diminuir a velocidade de perda da função pulmonar, podendo até estancar a evolução da doença, mas nunca curar.

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3
Q

Qual o principal gatilho inflamatório na DPOC?

A

Inalação de partículas (como poluição) ou gases tóxicos (como o cigarro).

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4
Q

Quais são os dois mecanismos principais de lesão na DPOC?

A

Bronquite crônica obstrutiva (inflamação/fibrose) e enfisema pulmonar (enzimas proteolíticas como tripsina e elastase).

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5
Q

Bronquite crônica por si só é DPOC?

A

Não. Isoladamente, pode ser reversível com a suspensão do tabagismo, mas na DPOC há obstrução irreversível.

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6
Q

Qual o papel do tabagismo na DPOC?

A

É o principal fator de risco, sendo capaz de induzir tanto a bronquite crônica quanto o enfisema pulmonar.

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7
Q

DPOC é uma doença única ou múltipla?

A

É uma doença única, com espectros de apresentação: bronquítico crônico e enfisematoso, que muitas vezes coexistem.

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8
Q

Por que a DPOC é subdiagnosticada?

A

Porque o paciente pode estar em um estado intermediário e assintomático por anos, geralmente precisando de cerca de 20 anos de tabagismo para se tornar sintomático.

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9
Q

Quais as características do “PINK PUFFERS” ?

A

Magro, dispneia expiratória, pletora facial, tórax em tonel, sem sinais de cor pulmonale ou hipoxemia significativa.

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10
Q

Quais as características do ‘Blue Boater’?

A

Obeso, com hipoxemia significativa, cianose, cor pulmonale, insuficiência ventricular direita e congestão sistêmica.

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11
Q

A maioria dos pacientes com DPOC se encaixa nos estereótipos ‘Pink Puffer’ ou ‘Blue Boater’?

A

Não. A maioria apresenta um quadro misto com graus variados de bronquite obstrutiva crônica e enfisema.

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12
Q

Qual o principal fator de risco para DPOC?

A

Tabagismo, com carga tabágica > 20-30 anos/maço.

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13
Q

Quais são outros fatores de risco para DPOC além do tabagismo?

A

Predisposição genética, sexo feminino, idade avançada, baixa condição socioeconômica, asma, tuberculose e IVAS de repetição.

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14
Q

Quando suspeitar de deficiência de alfa-1-antitripsina como causa de DPOC?

A

Em jovens sem fator de risco conhecido, enfisema em região basal, hepatopatia inexplicada, vasculite C-ANCA +, história familiar e enfisema panacinar na biópsia.

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15
Q

Qual o tipo de enfisema associado à deficiência de alfa-1-antitripsina?

A

Enfisema panacinar, geralmente nas regiões basais do pulmão.

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16
Q

Qual o tipo de enfisema mais comum no tabagismo?

A

Enfisema centroacinar, predominante nas regiões centrais do pulmão.

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17
Q

Quais manifestações clínicas podem estar presentes na DPOC?

A

Dispneia, cianose, cor pulmonale, tosse crônica produtiva, aumento do diâmetro torácico, rebaixamento do diafragma, retenção crônica de CO2, ortopneia, hiperfonese de P2/B2, edema de MMII.

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18
Q

Como a obstrução ao fluxo de ar leva aos sintomas da DPOC?

A

Causa hiperinsuflação pulmonar → aumento do diâmetro torácico e rebaixamento do diafragma; hipoventilação → hipoxemia e retenção de CO2.

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19
Q

Por que devemos ter cuidado ao ofertar oxigênio em pacientes com DPOC grave?

A

Porque a retenção crônica de CO2 dessensibiliza o bulbo a ele; o estímulo ventilatório passa a ser a hipoxemia. Corrigir totalmente a hipoxemia pode causar parada respiratória.

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20
Q

Qual a consequência da hipoxemia crônica na DPOC?

A

Desenvolvimento de cor pulmonale (falência de VD), com turgência jugular, hepatomegalia e edema em MMII.

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21
Q

Qual a conduta no paciente com deficiência de alfa-1-antitripsina?

A

Reposição de alfa-1-antitripsina.

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22
Q

Quais são os principais achados radiológicos na DPOC?

A

Hiperinsuflação pulmonar, aumento dos espaços intercostais, visualização de > 6 arcos costais anteriores, retificação das hemicúpulas diafragmáticas, maior hipertransparência e coração em ‘gota’.

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23
Q

Qual o critério espirométrico para diagnóstico de DPOC?

A

Índice de Tiffenau < 0,7 mesmo após uso de broncodilatador (prova broncodilatadora negativa).
VEF1/CVF

24
Q

O que deve ser feito em casos duvidosos de diagnóstico de DPOC?

A

Repetir a espirometria em outra ocasião se o Tiffenau estiver entre 0,6 e 0,8.

25
Qual parâmetro espirométrico é o primeiro a se alterar nas obstruções?
FEF 25-75%.
26
Como é a classificação da gravidade da obstrução pelo GOLD?
GOLD I: VEF1 > 80%; GOLD II: VEF1 50-79%; GOLD III: VEF1 30-49%; GOLD IV: VEF1 < 30%.
27
Quais scores são usados para avaliar sintomas na DPOC?
CAT (>10 = muito sintomático) e MMRC (>2 = muito sintomático).
28
Como é a classificação integrada da DPOC segundo o GOLD?
Grupos A, B (do andar de baixo) e E (do andar de cima), com base em VEF1 e número de exacerbações/ano.
29
Critérios para grupo A na DPOC segundo GOLD?
VEF1 GOLD I/II, ≤1 exacerbação/ano e pouco sintomático (CAT < 10 ou MMRC ≤1).
30
Critérios para grupo B na DPOC segundo GOLD?
VEF1 GOLD I/II, ≤1 exacerbação/ano e muito sintomático (CAT > 10 ou MMRC > 1).
31
Critérios para grupo E na DPOC segundo GOLD?
≥2 exacerbações/ano ou ≥1 com internação, independente do CAT/MMRC.
32
Tratamento do grupo A da DPOC segundo GOLD?
Cessar tabagismo, vacinas, reabilitação, atividade física, broncodilatador de curta ou longa ação, avaliar oxigênio domiciliar.
33
Tratamento do grupo B da DPOC segundo GOLD?
LABA + LAMA, reabilitação, vacinas, atividade física, avaliar oxigênio domiciliar.
34
Tratamento do grupo E da DPOC segundo GOLD?
LABA + LAMA ± corticoide inalatório (se eosinófilos > 300), ± roflumilaste (se VEF1 < 50% e bronquítico), ± azitromicina 3x/semana.
35
Quando considerar uso de corticoide inalatório na DPOC?
História de internação, ≥2 exacerbações/ano, eosinófilos > 300 ou história de asma.
36
Contraindicações ao uso de corticoide inalatório na DPOC?
Pneumonias repetidas, eosinófilos < 100, infecção por micobactéria.
37
Quais pacientes se beneficiam da reabilitação pulmonar?
Grupos B e E da classificação GOLD.
38
Conduta quando paciente em LABA + CI permanece sintomático sem exacerbação?
Substituir CI por LAMA, mantendo LABA + LAMA.
39
Conduta quando paciente em LABA + CI piora após resposta inicial?
Iniciar terapia tripla: LABA + LAMA + CI.
40
Conduta na DPOC com exacerbações frequentes e eosinófilos > 100?
Manter terapia tripla: LABA + LAMA + CI.
41
Conduta na DPOC com exacerbações frequentes e eosinófilos < 100?
Suspender CI e manter LABA + LAMA.
42
Qual o papel da teofilina no tratamento da DPOC?
Ele é eficaz na redução da dispneia em estudos clinicos randonizados, mas o risco de toxicidade e a necessidade de monitorizacao do nivel serico limiram sua utilidade clinica ser evitada por risco de efeitos adversos, exceto quando outras opções não estiverem disponíveis ou viáveis.
43
Medidas que comprovadamente aumentam a sobrevida na DPOC?
Cessar tabagismo, oxigenoterapia domiciliar, vacina contra influenza, cirurgia pneumorredutora (em selecionados), reabilitação pulmonar, bilevel domiciliar, terapia tripla em GOLD E com eosinofilia > 300.
44
O que caracteriza uma exacerbação de DPOC segundo GOLD 2025?
Piora da dispneia e/ou tosse com expectoração nos últimos 14 dias, podendo haver taquipneia, taquicardia e inflamação local e sistêmica.
45
Quais são as principais causas de exacerbação da DPOC?
1) Infecção viral (rinovírus, influenza) > 2) Infecção bacteriana (H. influenzae, pneumococo, pseudomonas) > 3) Outras: infarto, TEP, FA, IC, pneumotórax.
46
Quais são os três sinais cardinais da exacerbação da DPOC?
1) Piora da dispneia, 2) Aumento do volume do escarro, 3) Secreção mais purulenta.
47
Quais são os critérios para uso de antibiótico na exacerbação da DPOC?
Presença de escarro purulento + dispneia e/ou aumento do volume do escarro, VNI ou necessidade de intubação.
48
Qual o esquema antibiótico na exacerbação da DPOC?
Amoxicilina-clavulanato e/ou macrolídeo por 5-7 dias. Cobrir pseudomonas se caso grave ou uso recente de antibiótico.
49
Quais broncodilatadores são indicados na exacerbação da DPOC?
Beta-2-agonista de curta duração (4-8 jatos) e/ou anticolinérgico de curta (ipratrópio – 3 jatos).
50
Qual a dose e duração do corticoide sistêmico na exacerbação da DPOC?
Prednisona 40 mg VO ou metilprednisolona IV por 5-7 dias.
51
Como deve ser feita a oferta de oxigênio na exacerbação da DPOC?
Oxigênio suplementar em baixo fluxo com alvo de saturação entre 88-92%.
52
Quando indicar VNI na exacerbação da DPOC?
pH < 7,35, PaCO2 > 45 mmHg, hipoxemia persistente ou sinais de fadiga respiratória.
53
Quando indicar intubação na exacerbação da DPOC?
Rebaixamento do nível de consciência ou falha da VNI.
54
Qual cuidado deve ser tomado com nebulização na exacerbação da DPOC?
Utilizar ar comprimido em vez de oxigênio para evitar hiperóxia.
55
Qual o papel da vitamina D na exacerbação da DPOC?
Se os níveis estiverem baixos, deve-se repor vitamina D. Aumenta a imunidade contra infecções respiratórias Diminui inflamação crônica pulmonar Reduz risco de novas exacerbações Melhora função muscular respiratória É segura, barata e recomendada por evidência atual
56
Segundo diretriz brasileira, confusão mental leve contraindica VNI?
Não necessariamente. Pode estar relacionada à carbonarcose e melhorar com a VNI.
57
Quais são os principais fatores de risco para exacerbação de DPOC?
Exacerbação prévia, diâmetro da artéria pulmonar aumentado, DRGE.