DRGE Flashcards
Definição de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)?
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é a condição que se desenvolve quando o refluxo do conteúdo procedente do estômago provoca sintomas desagradáveis e/ou complicações.
Epidemiologia (DRGE)?
Brasil - DRGE em aproximadamente 12% da população urbana. (Apenas manifestações típicas); Outros países - 20% (Manifestações típicas, atípicas e extraesofágicas)
Diagnóstico?
O diagnóstico da DRGE:
■ Presença de sintomas típicos/atípicos/extraesofágicos.
■ Resposta à terapia com IBP
■ endoscopia - lesões mucosas relacionadas ao refluxo
■ pHmetria esofágica ou impedância-pHmetria esofágica
Fatores de risco?
■ idade: aumenta com a idade
■ sexo: aparentemente mais prevalente em mulheres
■ gestação: aumenta durante a gestação
■ obesidade: mais frequente em obesos
■ Hérnia hiatal: relaciona-se às formas mais graves
■ fatores genéticos: estudos sugerem participação genética
Aberturas transitórias ou relaxamentos transitórios do esfíncter inferior do esôfago?
Mecanismo fisiológico, mas quando agravado por hipotensão esfincteriana pode se tornar o principal mecanismo fisiopatológico da DRGE.
Pirose pós-prandial?
O refluxo gastroesofágico no período pós-prandial, se origina de um reservatório gástrico de ácido, sobrenadando o conteúdo gástrico. Pode ser detectada próximo à junção esofagogástrica em torno de 20 minutos após a refeição. (Agravada em pacientes com hérnia hiatal)
Fatores patogênicos?
■ Episódios de refluxo gastroesofágico (frequência Volume e extensão do refluxato)
■ Hipotensão esfincteriana (Aberturas transitórias ou relaxamentos transitórios do esfíncter inferior do esôfago)
■ Redução na capacidade de depuração esofágica
■ Agressividade do material refluído (H+, Pepsina, sais biliares, tripsina)
■ Redução na resistência tecidual ao conteúdo refluído (Dilatação do espaço intercelular e erosões)
■ Defeitos nos elementos anatômicos antirrefluxo.
■ Esvaziamento gástrico
■ Pressão abdominal

Possível mecanismo gerador ou perpetuador de sintomas?
Dilatação do espaço intercelular.
Classificações do DRGE?
DRGE-NE (Não erosiva) e DRGE-E (Erosiva)
DRGE-NE
A forma mais frequente. Presença de sintomas desagradáveis associados ao refluxo, com ausência de erosões ao exame endoscópico. A presença de edema e eritema não caracterizam a ocorrência de DRGE-NE. Pode ser diagnosticada clinicamente com base na história clínica, embora a presença de sintomas típicos também não assegure o diagnóstico de forma definitiva. Assim, demanda a realização de um teste terapêutico, particularmente, em pacientes com menos de 45 anos de idade.
DRGE-E
Apresentação clássica da enfermidade, com sintomatologia clínica e presença de erosões ao exame endoscópico, a qual, embora importante, não apresenta especifcidade elevada.
■ Classificação: Los Angeles.
Helicobacter pylori
Existem evidências demonstrando que a infecção por H. pylori não tem relação com a DRGE e que sua erradicação não agrava seus sintomas.
Esôfago de Barrett
■ Epitélio escamoso estratifcado do esôfago -> epitélio colunar contendo células intestinalizadas (metaplasia intestinal). (Presença de células caliciformes).
■ Resulta do refluxo gástrico crônico. (Tempo prolongado de exposição a pH <4 é mais importante que o número de episódios de refluxo)
■ Endoscopia+Biópsia.
■ Condição pré maligna ->Adenocarcinoma do esôfago distal.
■ Esofagite → metaplasia intestinal → displasia → neoplasia
Recidivas
80 a 90% dos pacientes dentro de seis meses do término do tratamento.
Sintomas Típicos.
Pirose, regurgitação, sialorreia, eructação e sensação de opressão retroesternal. Pirose+Regurgitação = 90% de probabilidade de DRGE
Sintomas atípicos.
■ Dor torácica não cardíaca (DTNC)
■ Globus faringeus
■ asma
■ tosse crônica
■ laringite crônica
■ fibrose pulmonar idiopática
■ apneia do sono
■ Pneumonias de repetição
■ otite média
■ sinusite crônica
■ rouquidão
■ Pigarro
■ Desgaste no esmalte dentário
Sintomas e sintomas de alerta.
■ Anemia
■ Hemorragia digestiva
■ emagrecimento
■ disfagia
■ odinofagia
■ sintomas intensos.
Principalmente em idosos e histórico familiar de câncer.
Anamnese
■ sintomas característicos
■ intensidade,
■ duração
■ frequência.
■ fatores desencadeantes e de alívio
■ padrão de evolução da enfermidade no decorrer do tempo
■ impacto na qualidade de vida.
Teste diagnóstico terapêutico
■ O teste diagnóstico terapêutico (IBP, administrado em dose plena por um período de quatro semanas) para os pacientes com menos de 45 anos e com manifestações típicas.
■ Endoscopia digestiva alta (EDA) antes do início do tratamento.
Endoscopia Digestiva Alta (EDA)
■ Diagnóstico das lesões causadas pelo refluxo gastroesofágico. Permite a caracterização da presença de erosões da mucosa esofágica e possibilita a realização de biópsias.
■ Permite Classificar em Erosiva e não Erosiva.
■ As biópsias de esôfago têm indicação limitada apenas às complicações da doença: esôfago de Barrett, úlceras de esôfago e estenose, além de caracterizar o adenocarcinoma esofágico.
Outros Exames.
■ raio X contrastado de esôfago (esofagograma ou seriografa) - Raramente indicado. Apenas para pacientes com disfagia e odinofagia (caracterizar estenose)
■ Cintilografia> Demonstrar refluxo do conteúdo gástrico após ingestão de contraste marcado com Tc. Não invasiva. Crianças e investigar manifestações atípicas respiratórias
■ Manometria convencional > Antes do exame pHmétrico (precisar o local do esfincter para localização do sensor de pH; Pré operatório (afastar acalasia e distúrbios de motilidade) e para investigar alterações motoras do esôfago, esôfago em quebra-nozes e espasmo esofágico difuso.
■ manometria esofágica de alta resolução>Apresenta maior especificidade na identificação dos tipos acalasia, obstrução funcional da junção esofagogástrica e na definição do espasmo esofágico.
pHmetria esofágica de 24 horas
Incapacidade de determinar o volume ácido do refluxato. Ainda assim, é considerada um método específco e sensível para o diagnóstico do refluxo ácido gastroesofágico.
Indicações:
■ paciente com endoscopia negativa, quando considerado para intervenção endoscópica ou cirúrgica.
■ pacientes com sintomas típicos e endoscopia negativa e que são refratários ao tratamento com IBP
pHmetria sem fio: cápsula Bravo
96 horas. Maior Acurácia que a de 24h Menos incômodos ao paciente Dispensa sedação.
Impedância esofágica
Método Impedância-pHmetria - ácido (pH<4) - fracamente ácido (pH entre 4 e 7) - fracamente alcalino (pH > 7) Diferencia fluxo retro e anterógrado.
Indicações:
■ Pacientes com sintomas típicos e endoscopia negativa.
■ Pacientes com queixas primárias de dor torácica ou sintomas extraesofágicos (regratários ao tratamento)

