Exame Psíquico Flashcards
(23 cards)
Descrição da aparência do paciente.
Impressão geral que o paciente causa no entrevistador, sendo o tipo constitucional, condições de higiene pessoal, adequação do vestuário, cuidados pessoais.
Exemplo: “ paciente é alto e atlético, apresenta-se para entrevista em boas condições de higiene pessoal, com vestes adequadas, porém sempre com a camisa aberta “
Atividade psicomotora e comportamento
Mímica: fisionomia/ como aquele paciente aparenta estar sentindo (triste, alegre,ansioso, desconfiado, medroso);
Gesticulação: ausência ou exagero de gestos;
Motilidade: toda a capacidade motora (inquieto, imóvel, incapaz de manter-se num determinado local);
Deambulação: modo de caminhar (tenso, elástico, largado, maneirando, encurvado)
Ex:” sua mímica é ansiosa, torce as mãos ao falar, levando-as à boca para roer as unhas”, “ seu gestual é discreto”
Atitude para com o entrevistador
Cooperativo, submisso, arrogante, desconfiado, apático, superior, irritado, indiferente, hostil, bem-humorado)
Ex: “mostra-se cooperativo, mas irrita-se ao falar da sua medicação”
Atividade verbal/ como o paciente responde às perguntas do entrevistador
Normalmente responsivo, não espontâneo tipo pergunta e resposta, fala muito, exaltado ou pouco exaltado, taciturno (silencioso, acometido por tristeza ou descontentamento).
Ex: é normalmente responsivo às deixas do entrevistador, mas torna-se hostil quando algo é anotado em sua ficha)
Consciência/ capacidade do indivíduo de dar conta do que está ocorrendo dentro e fora de si mesmo.
O terapeuta precisa perceber se o paciente faz esforço para manter a conversa, se a confusão mental dele interfere na exatidão de respostas, se o paciente adormece no curso da entrevista.
Ex: descrição de paciente lúcido - paciente apresenta-se desperto durante a entrevista, sendo capaz de trocar informações com o meio.
Orientação: perceber como o paciente se orienta em relação ao tempo, espaço e identidade pessoal. Sendo de três tipos: autopsiquica, alopsiquica, somatopsiquica
Orientação autopsíquica: saber quem é, reconhecendo os dados de identificação pessoal;
Orientação alopsíquica: reconhece tempo (dia, mês ,parte do dia,ano) e espaço (lugar em que se encontra, para que serve esse lugar, a cidade onde está);
Orientação somatopsíquica: localizar elementos do próprio corpo, alterações do esquema corporal, incapacidade de localizar o próprio nariz ou olhos;
Ex: paciente sabe fornecer dados de identificação pessoal, informar onde se encontra, dia, mês e ano em que está.
Memória/ função mnésica: avaliada pela rapidez, precisa e cronologia das informações que o próprio paciente dá. Avalia-se: percepção, fixação, conservação, evocação,memória retrógrada, memória anterógrada, memória de retenção.
Percepção: maneira como o sujeito percebe e reconhece psiquicamente os fatos no cotidiano;
Fixação: capacidade de gravar imagens na memória;
Conservação: tudo o que o sujeito guarda para o resto da vida;
Evocação: atualização de dados fixados; recuperar o que está armazenado na memória; usada pela memória de trabalho; usada na TCC para os pacientes modificarem e identificarem pensamentos disfuncionais;
Memória retrógrada:perguntas sobre o passado e datas de acontecimentos importantes;
Memória anterógrada: perguntas rápidas e objetivas, como “o que vc fez hoje?”, dizer número de 4 ou 5 algarismos e pedir que o paciente repita após alguns minutos;
Memória de retenção: pedir para o paciente repetir algarismos na memória direta e depois inversa;
Ex: paciente é capaz de fornecer dados com cronologia correta, consegue lembrar de informações recentes, como a própria consulta com o seu psiquiatra.
Inteligência: interesse em avaliar autonomia e capacidade laborativa.
Avalia-se pedindo que o paciente explique um trabalho que realize “se tiver que lavar uma escada, por onde começa?” ou “o que é mais pesado, um quilo de algodão ou de chumbo?”
Ex: durante as entrevistas, percebe-se que o paciente tem boa capacidade de compreensão, estabelecendo relações e respostas adequadas, apresentando insights.
*Déficit intelectivo (oligofrenia) é diferente de perda intelectiva;
Alteração da consciência= quadro organocerebral agudo;
Altera aí de inteligência e memória = síndrome organocerebral crônica.
Sensopercepção: capacidade de perceber e sentir; avalia-se ilusão e alucinação.
Ilusão: percepção deformada da realidade/ interpretação errônea do que já existe/ percepção distorcida de estímulos externos, causada por diversos fatores; ex: enxergar pessoa onde tem a sombra de uma árvore.
Alucinação: criação de estímulos inexistentes, que podem ser visuais, auditivas, verbais, visuais, olfativas, cenestésicas (corpórea, sensibilidade visceral), cinestésicas (movimentos);
Perguntas feitas para identificar um quadro de alucinação:
- Acontece de você olhar para uma pessoa e achar que é outra?
-Já teve a impressão de ver pessoas onde apenas existiam sombras ou uma disposição especial de objetos? - Você se engana quanto ao tamanho dos objetos ou das pessoas?
- Ouve vozes? Como elas são?
- Vê pequenos animais correndo nas paredes ou fios ou pelo seu corpo?
- Sente cheiros estranhos;
Ex: relata sentir um vazio na cabeça, mas que “é bom, pois não ligo prós problemas da vida”
Ex caso o paciente não apresente situação digna de nota: não apresenta experiências ilusórias ou alucinatórias.
No pensamento investiga-se o curso (velocidade do pensamento, sendo acelerado ou retardado), a forma (a maneira como o conteúdo do pensamento é expressado) e conteúdo do pensamento (as perturbações no conteúdo do pensamento estão associadas a algumas alterações como obsessões, hipocondrias, fobias e delírios). Descreva a análise do curso, forma e conteúdo do pensamento.
Análise do curso de pensamento:
- Fuga de ideias: muda de assunto a todo instante, sem concluí-los ou dar continuidade, numa aceleração patológica do fluxo do pensamento, forma extrema de taquipsiquismo comum na mania (aceleração do psiquismo, com dificuldade em interromper o discurso, aceleração do débito verbal, dificuldade em se concentrar num tema, passa rápido de um tema pra outro);
- Interceptação ou bloqueio: interrupção brusca do assunto e o paciente pode retomar como se não o tivesse interrompido (comum na esquizofrenia);
- Prolixidade: discurso detalhista, com rodeios, repetições e uma certa circunstancialidade; introdução de temas e comentários não pertinentes ao que está falando;
Descarrilamento/trem sai do trilho: mudança súbita do que está falando;
- Perseveração: repetição dos mesmos conteúdos do pensamento (comum na demência).
Análise da forma do pensamento: as desordens da forma podem ocorrer por perdas (orgânicas) ou deficiências (oligofrenias) qualitativas ou quantitativas de conceitos ou por perda de intencionalidade (função ou condensação, desagregação, escape do pensamento, pensamento imposto ou fabricado onde se compreende as palavras que são ditas, mas o conjunto é incompreensível, cessando-se os nexxos lógicos, comuns na esquizofrenia. Ex: paciente apresenta um discurso com curso regular, porém não mantém uma coerência entre as ideias, que se apresentam frouxas e desconexas.
Análise do conteúdo do pensamento: pode ser feito perguntando se tem pensamentos que não conseguem se livrar e quais são, se acha que pessoas o observam na rua, se os vizinhos lhe implicam ou querem mal, se há comunicação com Deus e como se professa. Aspectos para classificar a ideia de um delirante: incorrigivilidade (não dá pra modificar por meio de correções), influenciabilidade (a vivência é tão intensa, que é mais fácil ele influenciar a pessoa de pensamento normal) e incompreensíbilidade (não pode ser explicada logicamente).
No pensamento investiga-se o curso (velocidade do pensamento, sendo acelerado ou retardado), a forma (a maneira como o conteúdo do pensamento é expressado) e conteúdo do pensamento (as perturbações no conteúdo do pensamento estão associadas a algumas alterações como obsessões, hipocondrias, fobias e delírios). Descreva a análise do curso, forma e conteúdo do pensamento.
Análise do curso de pensamento:
- Fuga de ideias: muda de assunto a todo instante, sem concluí-los ou dar continuidade, numa aceleração patológica do fluxo do pensamento, forma extrema de taquipsiquismo comum na mania (aceleração do psiquismo, com dificuldade em interromper o discurso, aceleração do débito verbal, dificuldade em se concentrar num tema, passa rápido de um tema pra outro);
- Interceptação ou bloqueio: interrupção brusca do assunto e o paciente pode retomar como se não o tivesse interrompido (comum na esquizofrenia);
- Prolixidade: discurso detalhista, com rodeios, repetições e uma certa circunstancialidade; introdução de temas e comentários não pertinentes ao que está falando;
Descarrilamento/trem sai do trilho: mudança súbita do que está falando;
- Perseveração: repetição dos mesmos conteúdos do pensamento (comum na demência).
Análise da forma do pensamento: as desordens da forma podem ocorrer por perdas (orgânicas) ou deficiências (oligofrenias) qualitativas ou quantitativas de conceitos ou por perda de intencionalidade (função ou condensação, desagregação, escape do pensamento, pensamento imposto ou fabricado onde se compreende as palavras que são ditas, mas o conjunto é incompreensível, cessando-se os nexxos lógicos, comuns na esquizofrenia. Ex: paciente apresenta um discurso com curso regular, porém não mantém uma coerência entre as ideias, que se apresentam frouxas e desconexas.
Análise do conteúdo do pensamento: pode ser feito perguntando se tem pensamentos que não conseguem se livrar e quais são, se acha que pessoas o observam na rua, se os vizinhos lhe implicam ou querem mal, se há comunicação com Deus e como se professa. Aspectos para classificar a ideia de um delirante: incorrigivilidade (não dá pra modificar por meio de correções), influenciabilidade (a vivência é tão intensa, que é mais fácil ele influenciar a pessoa de pensamento normal) e incompreensíbilidade (não pode ser explicada logicamente).
Delírio x delirium x alucinação x ilusão
Delírio: distorção do pensamento e crença em algo que não é real. Pode ser sintoma de psicose, abuso de drogas ou álcool, lesão cerebral ou transtornos mentais. Como acreditar que tem poderes sobrenaturais ou que está sendo traída.
Delirium: rebaixamento da consciência, estado mental anômalo/ confusional agudo, que pode causar confusão mental, desorientação, falta de concentração, agitação, sonolência, alucinações e dificuldade para dormir. Distúrbio da consciência que produz alterações de juízo.
Ilusão: percepção distorcida de estímulos externos, como enxergar uma pessoa onde tem a sombra de uma árvore.
Alucinação: percepção de algo que não existe como se fosse real, através da visão, audição, tato e olfato, como ver pessoas mortas ou monstros, ouvir vozes, sentir picadas, sentir cheiros que não existem.
Delírio primário/ ideia delirante e secundário
Delírio primário: alterações no pensamento e juízo, crença em algo que não é verdade. Ocorre com lucidez da consciência, como conjunto de juízos falsos que não se sabe como eclodiu e não é consequência de outro fenômeno.
Delírio secundário: secundária a uma perturbação de humor ou situação afetiva traumática/existencial grave ou uso de drogas, havendo uma compensacao dos mecanismos que a utilizaram. Se origina de alterações em outras atividades mentais, como afetividade ou nível de consciência. Ideias de grandeza decorrentes de humor eufórico ou ideias de perseguição decorrentes do rebaixamento da consciência. Consequentes de uma situação social, traumática, manifestação afetiva ou disfunção cerebral.
Ideias delirantes podem ser agrupadas em quais temas?
Expansão do eu: grandeza, ciúme, reivindicação, genealógico, místico, missão salvadora, erótico, beleza;
Retração do eu: prejuízo, auto-referencia, perseguição, possessão, humildades, experiências apocalípticas;
Negação do eu: hipocondríaco, negação e transformação corporal, ruína, niilismo, tendência ao suicídio.
Linguagem: alterações se associam a alterações de pensamento, pois é por meio dela que os pensamentos passam ao exterior. Descreva os exemplos de alterações da linguagem: disartria, afasia, verbigeração, parafasia, neologismo, jargonofasia, mussitação, logorréia, para - respostas.
Disartria: má articulação de palavras, com a fala irregular, monótona, espasmódica;
Afasia: dificuldade ou incapacidade de compreender e usar os símbolos verbais, dificuldade de ler, escrever, falar, compreender, discurso vago e vazio com uso excessivo de referências indefinidas.
Verbigeração: repetição incessante de palavras ou frases.
Neologismo: criação de palavras novas.
Jargonofasia: rapidez excessiva na fala, salada de palavras.
Mussitação: voz murmurada em tom baixo.
Logorréia: fluxo incessante e incoercível de palavras.
Para-respostas: responde a uma indagação com algo que não tem nada a ver com o que foi perguntado.
Ex: expressa-se por meio de mensagens claras e bem articuladas em linguagem correta.
Consciência do EU: ter consciência dos próprios atos psíquicos. Examina vendo se o paciente acha que seus atos ou pensamentos são controlados por algo ou alguém, se sente hipnotizado/alguém lhe rouba os pensamentos, pode transformar-se em pedra ou algo estático, se pode adivinhar ou influenciar os pensamentos dos outros. Descreva sentimento de unidade, atividade, identidade, cisão sujeito -objeto.
Sentimento de unidade: sou uno no momento.
Sentimento de atividade: consciência da própria ação.
Consciência de identidade: sempre sou o mesmo ao longo do tempo.
Cisão sujeito- objeto: consciência do EU em oposição ao exterior e aos outros.
Afetividade: diz respeito à satisfação e frustração de suas necessidades. Envolve as relações afetivas com o mundo. Como descrever:
Ex: paciente é sensível frente a frustração ou satisfação, apresentando ligações afetivas fortes com família e amigos.
Humor: emoção que diz respeito à percepção da pessoa sobre o mundo e como o paciente diz sentir-se. Descreva sobre os tipos de humor: normotimico, hipertímico, hipotímico, distímico.
Normotímico: normal.
Hipertímico: exaltado.
Hipotímico: baixa de humor.
Distímico: quebra súbita da tonalidade de humor durante a entrevista.
Ex: o paciente apresenta uma quebra súbita de humor, passando de um estado de exaltação a um de exibição.
Psicomotricidade: observa se a psicomotricidade está normal, diminuída, agitada ou exaltada. Se o paciente tem maneirismos, estereotipias posturais, automatismos, flexibilidade cérea, ecopraxia. Descrever o paciente:
Paciente apresenta tique, estalando os dedos da mão direita.
Vontade: relaciona os atos voluntários e tem 8 tipos: normobúlico, hiperbúlico, hipobúlico, obediência automática, sugestionabilidade patológica, compulsão, dúvida patológica e negativismo. Descreva os tipos:
Normobúlico: vontade normal.
Hiperbúlico: exaltação patológica.
Hipobúlico: vontade rebaixada.
Obediência automática: responde a solicitações repetidas e exageradas.
Sugestionabilidade patológica: concorda com tudo o que é dito, mesmo que sejam juízos contraditórios.
Compulsão: realiza atos contra a sua vontade.
Dúvida patológica: dúvida exageradamente do que quer.
Negativismo: opõ-se de forma passiva ou ativa às solicitações.
Ex.: apresenta oscilações entre momentos de grande disposição interna para conseguir algo e momentos em que permanece sem qualquer tipo de ação.
Pragmatismo: analisa se o paciente faz atividades práticas como comer, cuidar de sua aparência, dormir, ter autopreservação, trabalhar, realizar o que se propõe e adequar-se à vida. Descreva:
Ex: paciente exerce suas atividades diárias e consegue realizar aquilo que se propõe.
Consciência da doença atual: verifica o grau de compreensão e consciência que o paciente tem de estar enfermo e a sua percepção de que precisa ou não de tratamento. Ver a consideração que o paciente faz a seu próprio respeito e ver se há perda de juízo ou embotamento (ausência de resposta a estímulos, torpor intelectual e dificuldade de expressar emoções). Descreva:
Ex: paciente compreende a necessidade de tratamento e considera que a terapia pode ajudá-lo a encontrar melhores soluções para seus conflitos.