Fígado Flashcards

(18 cards)

1
Q

NAFLD Fibrosis Score e dx

A

Rastreio. Prevê fibrose com base em: idade, IMC, glicémia, AST/ALT, plaquetas.
Diagnóstico não invasivo de fígado gordo não alcoólico

  1. Baixa probabilidade de fibrose avançada (< -1.455) → CK18 fragmentos:
    NASH positivo → BH
    NASH negativo → follow up
  2. Probabilidade intermédia para fibrose avançada (-1.455 a 0.676) → fibroscan:
    Negativo para fibrose avançada → CK18 fragmentos
    Positivo para fibrose avançada → BH
  3. Alta probabilidade de fibrose avançada (>0.676): BH
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2
Q

Hemocromatose (epidemio)

A

Dça genética + freq em caucasianos.
É a situação com maior risco de evolução para CHC!!!!
AR ou dupla heterozigotia
Acumulação de ferro:
- coração (1º alt PQ. +frequente: FA e/ou bloqueios AV -> miocardiopatia dilatada)
- fígado
- pâncreas
Ddx c/sobrecarga de ferro secundária, por exemplo, nas talassémias e drepanocitose.

Gene HFE
80,6% - homozigotia C282Y
5,3% - dupla heterozigotia C282Y/H63D
10-15% - outras mutações HFE (H63D e S65C) ou ñ (HJV, hepcidina, transferrina2, ferroportina)

Em PT H63D é o alelo + freq.
Penetrância baixa
Dça clínica: H 25A, M pós menopausa

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3
Q

Hemocromatose estadios

A

1: Teste genético positivo: suscetibilidade genética, sem aumento das reservas corporais de Fe
2: Teste genético postivo + evidência fenotípica de sobrecarga de ferro (sem lesão)
3 Teste genético positivo + sobrecarga de ferro + deposição de ferro nos tecidos com lesão

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4
Q

Hemocromatose não HFE

A

HC tipo 2: hemocromatose juvenil
Rápido ↑ sobrecarga de Fe
Tipo 2A: mutação da HJV (fígado, glândulas endócrinas; ICC)
Tipo 2B: mutação da hepcidina (HAMP; cromossoma 19)

HC tipo 3: mutação do recetor da transferrina 2 (TfR2)
Autossómica recessiva (semelhante HH-HFE)
Erro na avaliação do ferro disponível pelo hepatócito → ↓transcrição hepcidina

HC tipo 4: mutação ferroportina
Autossómica dominante
Mutação com perda de função: localização na membrana da ferroportina, ↑exportação de Fe; acumulação de Fe nos macrófagos (doença da ferroportina: hiperferritinemia, ↓saturação da transferrina, falta de Fe circulante)
Mutação com ganho de função: anula efeito da hepcidina sobre a ferroportina, acumulação de Fe nas células parenquimatosas → hiperferritinemia, ↑saturação transferrina

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5
Q

Hemocromatose diagnóstico

A

Sat transferrina: ratio Fe/CTFF >45% (+S, -E)
Ferritina: mtos falsos +

Teste genético, RM (ferro intra-hep), fibrocan (fibrose)

BH se: (risco CH)
- Ferritina >1000
- Homozigoticos C282Y
Coloração de Pearls

O único diagnóstico seguro de hemocromatose é o HII (Hepatic Iron Index), que é uma razão entre a concentração de ferro hepático e a idade que tem a ver com a progressão ao longo do tempo. Se for >1.9 é homozigótico. Caso seja <1.9 pode ser sobrecarga associada à DHC, devido à própria cirrose (os doentes com cirrose alcoólica têm muito ferro no fígado, mas não é hemocromatose).

Rx, característica típica da hemocromatose:
-> destruição da articulação metacarpo-falângica do 2º e 3º dedos.
A diabetes tipo 1 de início tardio (>50A) ou tipo 2 com sinais de gravidade também devem fazer pensar em hemocromatose!

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6
Q

Hemocromatose tx

A

Genótipo + SOBRECARGA FE

  • Flebotomia 1-2x/semana, 1 U = 200-250 mg Fe
  • Não reduzir Hb ou Htc a 80% do inicial; parar com ferritina 50-100 (→ depleção de reservas)
  • Terapêutica de manutenção: 1-2/ano

Flebotomias precoces (<18M após o dx): estabilizar a doença e manter sobrevida relativamente aceitável.

Melhoria dos sintomas: fadiga, pigmento cutâneo, dor abdominal, necessidade de insulina, função cardíaca; pode melhorar fibrose e regressão da CH; não melhora hipogonadismo, artropatia, CH avançada e risco de CHC

Transplante hepático só de resgate :(

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7
Q

Doença de Wilson (epidemio)

A

Doença familiar neurológica progressiva acompanhada de doença hepática crónica.
Doença hepática + frequente em crianças e adultos jovens. Apresentação inespecífica em qualquer idade (neurológica, psiquiátrica, hepática).
Autossómica recessiva

Gene ATP7B, 30-50% mutação his1069GIN

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8
Q

Doença de Wilson diagnóstico

A
  • Cobre sério >25mcg/dl
  • Ceruloplasmina <20mg/dl
  • Cobre urinário >100 ug/24h/>1.6 umol/24h
  • Teste da D penicilamina: 500mg/12 em 12h no dia da coleção de urina de 24h. Positivo qnd >1,6mol/24h, 10xLSN ou 5x prévio
  • Concentração Cu hepático - mother teste

BIÓPSIA HEPÁTICA SEMPRE

Cu sérico e ceruloplasmina são reagentes de fase aguda, estando aumentados em qualquer hepatite aguda.

Dx genético é mto difícil: gene ATP7B, 30-50% mutação his1069GIN

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9
Q

Doença de Wilson terapêutica

A

Transplante é curativo :)
D-penicilamina + vitB6
Trientina

Manutenção ou combinação: sais de zinco

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10
Q

Défice AAT gene, dx, tx

A

Mutação do gene SERPINA1 -> enfisema pulmonar e/ou cirrose hepática

Dx: doseamento AAT (mt barato :) )
Tx: transplante hepático

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11
Q

Défice AAT clínica

A
  1. PiZZ
    Homozigotia alelo Z = forma clássica de doença hepática.
    RN: icterícia colestática neonatal (icterícia, prurido, perda de peso, hépato e esplenomegalia). Alteração provas de função hepática grave, hipoalbuminemia, défice vitamina K.
    BH: hepatite de células gigantes, esteatose, hepatite lobular, fibrose, ductopenia, proliferação ductular; diagnóstico diferencial com diástase (glóbulos PAS + dentro do citoplasmapor x dust-like)
    Crianças: défice de crescimento (hepatite crónica assintomática), hépato e/ou esplenomegalia
    Qualquer idade: hepatomegalia ou alteração AST/ALT, CH ou CHC não esclarecidos Adultos: em idade tardia como DHC
    Autópsias: 40% dos ZZ com cirrose silenciosa (sem clínica)

2: PiMZ (heterozigotia AAT): saudáveis sem risco de DHC; descrito curso grave durante hepatite viral aguda e evolução para DHC (modulador genético para severidade)
3. PiSZ (dupla heterozigotia): pode evoluir para DHC idêntica ao homozigoto PiZZ; glóbulos PAS+, proteína mutante S pode heteropolimerizar no hepatócito quando é co-expressa como proteína Z

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12
Q

Hepatite AI (epidemio e dx)

A

+ mulheres (50-80%)
2 picos de incidência: 10-20A, 45-70A

Auto-Ac não específicos de órgãos e/ou específicos de fígado -> ataque dos linfócitos citotóxicos a auto-Ag expostos na membrana dos hepatócitos, apresentados pelas moléculas de HLA (HLA a1-B8-DR2 ou DR4).

Diagnóstico: 
   - Auto-Ac
   - Hipergamaglobulinémia
   - Alt histológicas (BH)
Resposta favorável à corticoterapia.

Se suspeita: BH + CORTICÓIDES!!!

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13
Q

Hepatite AI (tipos, Ac e BH)

A

HI tipo 1: (20-30% apresentação aguda)
ASMA (músculo liso)
AAA (actina)
ANA (nuclear)

HI tipo 2: (50% <15A, +M, hepatite crónica)
LKM (liver kidney macrossome) - cyp450

HI tipo 3: (60% apresentação aguda)
SLA (soluble liver antigen)
LP (liver pancreas)
(pode ter tbm ANA, ASMA)

BH:

  • Hepatite de interface
  • Infiltrado linfoplasmocitário
  • Rosetas pseudoacinares

Títulos baixos de ac ñ excluem e títulos altos não confirmam. Flutuantes, fugazes, s/correlação c/gravidade, curso clínico e resposta à tx

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14
Q

Hepatite AI (terapêutica)

A

Indicações p/IS:

 - Absolutas: AST ↑10x, AST ↑5x + gama-globulina ↑2x, BH com necrose em pontes e multiacinar 
 - Relativas: sintomas (astenia, icterícia, artralgias), AST e/ou gama-globulina ↑ (< critérios absolutos), BH com necrose de interface 

Regime convencional: prednisolona + azatioprina; budesonido para casos sem cirrose.

Tratamento inicial
Prednisolona (↓AST) + azatioprina
2 meses → iniciar ↓prednisolona

Tratamento após resposta
AST e GLOB normais
Prednisolona + azatioprina

Tratamento manutenção com azatioprina
Remissão de 2 anos → biópsia hepática 30% → suspender medicação (30% vão recidivar)

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15
Q

Colangite Biliar Primária (ac, dx, tx)

A

Doença colestática crónica do fígado, autoimune. Ductos de pequeno calibre do espaço porta.
Progressão suave.

Autoanticorpo específico AMA (anticorpo anti-mitocondrial subtipo M2); lesão específica dos ductos biliares de pequeno calibre dos espaços porta

Ac específico (IFI ELISA) permite dispensar biópsia hepática!!!!

Colestase (FA + GGT) -> eco p/excluir obstrução biliar + estudo etiológico -> AMA :) IgM++ marcador severidade

Tx: ác ursodesoxicólico (hidrofílico, anti-apoptótico e imuno-modelador)
Tx sintomático (colestiramina)
Tx défice ADEK e osteopenia
Tx na fase pre-sintomática!!!!
Quadro clínico clássico: icterícia, xantelasmas, xantomas, prurido intratável e evolução para cirrose hepática

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16
Q

Colangite Esclerosante Primária (epidemio)

A

Doença colestática crónica do fígado, autoimune. Ductos intra e/ou estra-hepáticos.
Progressão por episódios.Apresentação clínica desde colestase bioquímica a colangiocarcinoma.

Associação com DII (80% CU, 10% DC e 10% Cindeterminada. Mas só uma pequena % de doentes c/DII tem dça hepática) -> fator de risco CCR

17
Q

Colangite Esclerosante Primária (dx e tx)

A

Colestase (FA + GGT) -> eco beg e auto-Ac neg -> colangiograma (CP-RM) c/estenosas e dilatações
BH ou Fibroscan

Tx: ác ursodesoxicólico em altas doses (hidrofílico, anti-apoptótico e imuno-modelador). Sem efeito no prognóstico e sobrevida :(
Sobrevida 10A: 65%
Transplante hepático: sobrevida 5 anos 85%; DHC descompensada, colangite recorrente, prurido intratável, CHC, CCA com critérios para TH

18
Q

DILI

A

Lesão aguda hepatocelular (citólise): paracetamol, isoniazida, tetraciclina, valproato

Lesão aguda colestática: hepatocanalicular (amoxicilina/clavulanato, clorpromazina), canalicular (estrogénios, anabolizantes)

Lesão vascular (doença venoclusiva): citostáticos, alcal pirrolidizina  Peliosis hepatis: anabolizantes

Hepatite crónica: medicação autoac (metildopa, sulfonamidas, diclofenac); semelhante hepatite viral (amiodarona, isoniazida, halotano)

Colestase crónica: ductal/esclerose (QT intra-arterial), ductopénia (flucloxacilina, antidepressivos tricíclicos), hepatocanalicular (clorpromazina, fenitoina)