Fimose, Hipospádia e Criptorquidia Flashcards

Aula 1 Pedro Izzo - Cirurgia Pediátrica - Resumo Tiago Pascon (47 cards)

1
Q

FIMOSE

O que é fimose?

A

É o estreitamento do orifício prepucial que impede ou dificulta a exposição total da glande

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2
Q

FIMOSE

Como o anel prepucial pode dificultar a micção?

A

Quando ele é extremamente estreito: reduz a micção >>> aumenta força do jato urinário >>> aumenta pressão no trato urinário >>> pode gerar dilatação de bexiga e ureter (refluxo vesicoureteral)

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3
Q

FIMOSE

Quais as complicações da fimose?

A

Impede higiene adequada do pênis >>> acúmulo de urina e secreção >>> processo inflamatório POSTITE.

Também pode aderir bactérias e levar a infecção urinária (ocorre mais em diabéticos)

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4
Q

FIMOSE

Quais as opções de tratamento para a fimose? (2)

A

1º) Orientação geral: trações leves do prepúcio >>> microfissuras (podem levar a estenose se não tratadas) >>> corticoide tópico (indicado p/ > 1 ano) >>> previne lesões (balanopostite = infeccção do prepúcio)

2º) Postectomia: retirada cirúrgica do prepúcio (em maiores de 1 ano)

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5
Q

FIMOSE

Qual corticóide tópico é usado no tratamento? Quando deve ser usado?

A

Pomada betametasona a 0,2% e hialuronidase.

Indicado p/ maiores de 1 ano, sem postite prévia, glande expõe parcialmente e sem fibrose do orifício prepucial.

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6
Q

PARAFIMOSE

O que é a parafimose?

A

É uma urgência! É a complicação aguda da fimose onde a glande é exteriorizada com dificuldade mas é estrangulada pelo prepúcio e não consegue retornar

Estrangulamento >>> edema >>> ulceração >>> retenção urinária

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7
Q

PARAFIMOSE

Qual o tratamento da parafimose

A

Redução manual da glande para dentro do anel prepucial:

Comprime a glande por um tempo (pois é esponjosa) e faz a redução, caso não funcione precisa fazer uma incisão relaxadora longitudinal

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8
Q

HIPERTROFIA DO PREPÚCIO

O que é?

A

É o prepúcio aumentado de tamanho, de forma isolada ou associada à fimose

É o prepúcio comprido (em excesso)

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9
Q

HIPERTROFIA DO PREPÚCIO

Quais as complicações?

A

Dificuldade para higiene local, pode levar a processos inflamatórios/ infecciosos.

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10
Q

HIPERTROFIA DO PREPÚCIO

Qual o tratamento? E em pacientes diabéticos?

A

Postectomia (preferível fazer na adolescência com anestesia local = bloqueio peniano)

Melhor não fazer postectomia quando criança

Em diabéticos faz com urgência: prevenir infecções que levem a descompensação do DM

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11
Q

ACOLAMENTO BALANOPREPUCIAL

O que é?

A

É o prepúcio aderido à glande, é diferente da fimose!

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12
Q

ACOLAMENTO BALANOPREPUCIAL

Qual a relação com o sulco balanoprepucial?

A

O sulco balanoprepucial tem glânculas sebácias >>> produzem esmegma (sebo) >>> acumula-se >>> infecções bacterianas (balanopostites, abscessos e dermatites) >>> maioria por Proteus (Gram negativo)

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13
Q

ACOLAMENTO BALANOPREPUCIAL

Qual o tratamento do acolamento com complicações?

A

Descolamento manual (àgua morna + sabonete antisséptico), limpeza das secreções + ATB

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14
Q

ACOLAMENTO BALANOPREPUCIAL

Qual o tratamento do acolamento sem complicações?

A

Orientar descolamento manual de forma gradual

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15
Q

ACOLAMENTO BALANOPREPUCIAL

Após o descolamento, como evitar um novo acolamento?

A

Usando neomicina vaselinada! Impede a cicatrização das microfissuras e nova aderência.

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16
Q

HIPOSPÁDIA

O que é hipospádia?

A

É uma deformação congênita das vias urinárias, na qual a abertura da uretra se encontra na face ventral do pênis, ou na mulher, dentro da vagina

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17
Q

HIPOSPÁDIA

Quais as 3 características obrigatórias e 1 facultativa da hipospádia?

A

OBRIGATÓRIAS:

1) Abertura do meato uretral na face ventral do pênis
2) Recurvamento (encurvamento ventral do pênis): pois na região onde não se formou a uretra, o corpo espojoso é substituído por fibrose levando ao recurvamento peniano
3) Hipertofia do prepúcio dorsal e ausência do prepúcio ventral (CAPUZ DE BLUSA)

FACULTAVO:

Estenose do meato uretral: pode provocar Refluxo Vesicouretal/ hidronefrose

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18
Q

HIPOSPÁDIA

Como se classifica anatomicamente a hipospádia?

A
  1. Glandar
  2. Balânica
  3. Peniana distal
  4. Peniana média
  5. Peniana proximal
  6. Peno-escrotal
  7. Escrotal
  8. Perineal
  • 1, 2 e 3 são Distais (perto da glande) e são 75% dos casos
  • 4,5,6,7 e 8 são Proximais (perto do escroto) e são 25% dos casos
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19
Q

HIPOSPÁDIA

Qual a relação das hipospádias proximais com o TGU?

A

25% dos casos de hipospádia proximal cursam com outras patologias como RVU, Hidronefrose, Ectopia Renal Cruzada, Rim Único e Rim em Ferradura

20
Q

HIPOSPÁDIA

Qual o tratamento?

A

Neouretroplastia: leva uretra até a ponta do pênis

+

Ortofaloplastia: endireita o pênis

21
Q

HIPOSPÁDIA

O que é a meatotomia?

A

É a abertura do meato uretal estenosado, feita quando não ocorre a micção adequada.

22
Q

HIPOSPÁDIA

O que devemos procurar em um bebê com hipospádia? Como é feita a triagem?

A
  1. Estenose do meato uretrral
  2. Malformações associadas
  3. Criptorquidia

Triagem: USG + urina I:

  • Se normais: acompanhamento
  • Alterados: investigação completa (função: cintilografia/ RVU: retrocistografia)
23
Q

CRIPTORQUIDIA

O que é?

A

É o testículo fora da bolsa escrotal (oculto), mas está situado no seu trajeto de descida embriológico (não palpável), podendo estar intra-abdominal (25%) ou no canal inguinal (75%)

24
Q

CRIPTORQUIDIA

Qual a relação com a genitália ambígua?

A

Pacientes com Hipospádia e Criptorqudia bilateral pode ser um caso de genitália ambígua.

Deve fazer uma avaliação minuciosa (cromatina sexual? cariótipo) antes de fazer o registro civil

25
GENITÁLIA AMBÍGUA O que é e qual a sua maior causa?
É uma anomalia física dos genitais externos que impossibilita a identificação do sexo de um indivíduo. A maior causa é a Síndrome Adrenogenital (HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL: falha da 17 ou 21 alfa-hidroxilase) Vulva corresponde ao escroto e clitóris ao pênis (foto abaixo)
26
GENITÁLIA AMBÍGUA: SD ADRENOGENITAL (HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL) 1) O que a medula adrenal produz? 2) O que o córtex adrenal produz?
1) Medula: catecolaminas (adr e nora) 2) Córtex: glicocorticóides (hiperglicemiante), mineralocorticóides (aldosterona: retém sódio e excreta potássio e DHEA: hormônio sexual)
27
GENITÁLIA AMBÍGUA: SD ADRENOGENITAL (HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL) O que acontece nessa síndrome?
Tem a falta das enzimas 17 alfa hidroxilase ou 21 alfa hidroxilase \>\>\> leva a um bloqueio parcial ou total da produção de glicocorticóides e mineralocorticóides \>\>\> feedback + \>\>\> hipófise aumenta produção de ACTH \>\>\> hiperestimulação da suprarrenal \>\>\> aumenta produção de DHEA (não precisa de enzimas) \>\>\> excesso de testosterona no sexo feminino ou masculino
28
GENITÁLIA AMBÍGUA: SD ADRENOGENITAL (HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL) O que ocorre no sexo feminino?
Fusão dos grandes lábios + Hipertrofia clitoriana
29
GENITÁLIA AMBÍGUA: SD ADRENOGENITAL (HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL) O que ocorre com o sexo masculino?
Leva à virilização (genitais bem formados e hipospádia)
30
GENITÁLIA AMBÍGUA: SD ADRENOGENITAL (HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL) O que ocorre na falta de aldosterona? (mineralocorticóide)
Hipercalemia e Hiponatremia (perdedor de sal) levando a desidratação grave
31
GENITÁLIA AMBÍGUA: SD ADRENOGENITAL (HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL) O que ocorre na falta de glicocorticoide? (hormônio da adaptação)
Falta capacidade de adaptação do meio ambiente + queda da imunidade
32
GENITÁLIA AMBÍGUA: SD ADRENOGENITAL (HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL) Qual o tratamento?
Reposição de aldosterona e cordisol: \>\>\> bloqueio do ACTH \>\>\> reduz produção de testosterona \>\>\> faz correção cirúrgica (vulvoplastia)
33
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL Quando vai ser definido o sexo do embrião? O que existe antes disso?
A diferenciação sexual ocorre entre 10-12 semanas, antes disso existe uma formação gonadal primitiva com duas regiões: cortical e medular.
34
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: GÔNADA PRIMITIVA Quando vai formar um testículo primitivo (46, XY)? Quando vai formar um ovário primitivo (46, XX)?
**SE FOR 46, XY:** região medular da gônada primitiva invade a região cortical = testículo primitivo (46, XY) **SE FOR 46, XX:** região cortical da gônada primitiva invade a medcular = ovário primitivo (46, XX)
35
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL O que o hCG produzido pela placenta faz com os testículos?
Promove o crescimento e desenvolvimento dos testículos, produzindo TESTOSTEROA E MIF (fator inibiório do ducto de muller = via excretora feminina) o auge da diferenciação sexual ocorre entre 10-12 semanas pois é o momento do PICO DE HCG
36
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL Qual enzima faz a conversão da testosterona em sua forma ativa? O que a testosterona faz com os testículos?
5 ALFA-REDUTASE Converte testosterona em DHT (forma ativa) (diidrotestosterona) e estimula o desenvolvimento do broto urogenital (pênis e escroto)
37
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL O que é o medicamento finasterida? Como ele age
É um bloqueador da 5 alfa redutase, usado para redução da calvície e não deve ser usado por mulheres grávidas!
38
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: DESENVOLVIMENTO DO APARELHO URINÁRIO: Quais as etapas da formação do aparelho urinário?
Primeiros dias de vida do embrião: aparelho urinário primitivo (pró-néfron) (desaparece) \>\>\> mesonéfron sofre ação do MIF) \>\>\> ducto metanéfrico
39
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: DESENVOLVIMENTO DO APARELHO URINÁRIO: O que é o Ducto de Muller e o Ducto de Wolff?
Ducto de Muller ou Ducto Paramesonéfrico (quando MIF ausente) : forma a via sexual feminina (2/3 restantes da vagina, útero e anexos) Ducto de Wolff ou Ducto Mesonéfrico (quando MIF presente): forma a via sexual masculina (epidídimo, ducto deferente e ducto ejaculatório)
40
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: DESENVOLVIMENTO DO APARELHO URINÁRIO: Qual a relação do Mesonéfron com o MIF? O que ocorre com MIF presente e MIF ausente?
O mesonéfron sofre ação do MIF produzido pelos testículos * Quando o MIF está presente: inibe a formação do Ducto de Muller e promove a formação do Ducto de Wolff que irá formar a via sexual masculina * Quando MIF está ausente: ocorre a formação do ducto de muller que irá formar a via sexual feminina
41
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: DESENVOLVIMENTO DO APARELHO URINÁRIO: O que é o ducto metanéfrico?
É a última etapa da formação do aparelho urinário, onde ocorre a formação dos Rins e Vias Urinárias, compondo o trato urinário definitivo
42
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: PATOLOGIAS: O que ocorre na falta de 5 alfa redutase?
Não produz DHT (forma ativa da testosterona), mas tem testosterona (na forma inativa): * Há micropênis e Escroto Pequeno = pseudo-hermafrodita (distúrbio autossômico)
43
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: PATOLOGIAS: O que ocorre na falta de MIF em um **indivíduo 46 XY**?
DHT está presente: desenvolve escroto e pênis Ausência de MIF: não inibe ducto de Muller = via sexual feminina mal formada É UM INDIVÍDUO PSEUDO-HERMAFRODITA
44
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: PATOLOGIAS: O que é a Síndrome de Morris ou dos Testículos Feminilizantes - ligado ao X)?
É quando ocorre a falta de receptores periféricos para DHT (forma ativa da testosterona)
45
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: PATOLOGIAS: Como é o indivíduos na Sd de Morris?
**Tem genótipo masculino (46, XY) onde:** Ocorre a presença de testículos intra-abdominais (pois quem promove a descida dos testículos é a testosterona) **Tem fenótipo feminino:** 1. Vulva e vagina rasa (1/3) e não tem Pênis 2. Redução de pelos (pubianos, barba, acne) 3. Não menstrua 4. Desenvolve as mamas (pela superprodução de testosterona devido feedback \>\>\> vira estrógeno no tecido adiposo \>\>\> desenvolve mamas)
46
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: PATOLOGIAS: Quais os genótipos possíveis na com uma mulher portadora do gene da Sd de Morris (XX\* que se relaciona com um homem XY)?
**XX\* Mulher portadora VS XY, possibilidades:** 1. XX = mulher normal 2. X\*Y = Sd de Morris 3. XY = Homem normal 4. XX\* = mulher portadora do gene
47
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL: PATOLOGIAS: Como é a vida dos indivíduos com Sd de Morris?
* São criados como mulheres * Retira os testículos devido risco de magnalização (após surgimento das mamas tira os testículos) * Após isso, trata com hormônio feminino e pergunta se quer aumentar a vulva * Isso é um indivíduo Pseudo-Hermafrodita (doença não é nas gônadas e sim nos receptores periféricos)