GDs endócrino Flashcards
(41 cards)
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD1 – Introdução à Endocrinologia
1. A) O que determina a especificidade e o tipo de ação de um hormônio? B) Dê exemplos de ações
endócrina, parácrina e autócrina.
A especificidade e o tipo de ação de um hormônio são determinados pelos receptores que os hormônios se
ligam, pelo hormônio propriamente dito e pelas células-alvo que eles atuam.
Endócrina: adrenalina na corrente sanguínea atuando em múltiplos alvos.
Parácrina: a insulina age de forma parácrina no pâncreas inibindo as células que produzem glucagon./testosterona no testículo
Autócrina: IGF-1produzido pelo osso atuando nele mesmo para aumentar a proliferação de condrócitos./estradiol no folículo ovariano.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD1 – Introdução à Endocrinologia
2. Diferencie hormônios de natureza proteica de hormônios esteroides quanto aos seguintes parâmetros: a)
síntese; b) liberação; c) transporte no sangue; d) receptor.
A) Hormônios proteicos: transcrição gênica, armazenamento em vesículas de secretórias, circulam livres; receptores na membrana plasmática das células alvo
B) Hormônios esteroides: derivados do colesterol a partir de atividade enzimática, não são armazenados em vesículas de secreção, circulam no sangue ligados a proteínas ligadoras ou albumina; receptores no citoplasma ou núcleo das células alvo;
C) Hormônios tiroidianos: derivados do aminoácido tirosina conjugada com iodo; são armazenados no colóide dos folículos tiroidianos, circulam no sangue ligados à proteínas ligadoras (TBG ou transtirretina) ou albumina, exercem suas ações clássicas por intermédio de receptores nucleares.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD1 – Introdução à Endocrinologia
3. A) Defina o que significa retroalimentação negativa e positiva em fisiologia endócrina. B) Diferencie os
mecanismos de retroalimentação negativa de resposta fisiológica do de eixo endócrino. C) Descreva um
exemplo para cada um destes mecanismos. D) O que aconteceria com o mecanismos de retroalimentação
negativa de um determinado hormônio se o receptor para este hormônio se tornasse inativo?
A) Retroalimentação negativa é o mecanismo pelo qual o hormônio controla a sua própria secreção. Retroalimentação positiva é o mecanismo pelo qual o hormônio estimula a sua própria secreção.
B e C) Retroalimentação de resposta fisiológica é exercido pela resposta ao hormônio, ex. Insulina tem sua secreção reduzida em resposta ao seu efeito biológico que consiste na redução da glicemia. Retroalimentação de eixo endócrino é exercido independente dos efeitos biológicos dos hormônios, ex. Testosterona reduz a síntese e secreção de GnRH, LH e FSH e esta redução independe dos seus efeitos sistêmicos como espermatogênese.
D) Caso os receptores se tornassem inativos haveria um prejuízo da resposta fisiológica ou da síntese/secreção do hormônio pela glândula periférica, consequentemente haveria um maior estímulo para a secreção hormonal sem resultar em efeito biológico.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD1 – Introdução à Endocrinologia
4. A) Defina e cite exemplos de ritmos circadianos, ultradianos e infradianos de secreção hormonal. B) O
que aconteceria com os ritmos circadianos hormonais em um individuo mantido continuamente durante dias
em um ambiente fechado escuro, como por exemplo uma caverna? C) Trabalhadores de turno como médicos
plantonistas e enfermeiros estão sujeitos à escalas fixas ou alternadas entre os dias. O que acontece com a
ritmicidade circadiana destes trabalhadores? Tente extrapolar quais as consequências para a secreção
hormonal destes indivíduos?
A) Circadiano: ritmo de secreção hormonal com período próximo a 24 h, ou seja frequência de 1 evento por dia. Exemplo, secreção de cortisol ou melatonina. Ultradiano: frequência de 2 ou mais eventos dentro de um período de 24 h. Exemplo, secreção de insulina após as refeições. Infradiano: frequência menor que 1 em um período de 24 h, ou seja o pico de secreção precisa de mais de 24h para ocorrer. Exemplo, pico pré-ovulatório de LH, com frequência mensal em mulheres.
B) Indivíduos acondicionados em ambientes nos quais a variação diária do ciclo claro-escuro é perdida, como em cavernas, apresentam um arrastamento nos seus ritmos biológicos endógenos. Tal arrastamento se deve a perda de sincronização exercida em situações normais pela luz. Com isso, o ritmo endógeno apresenta livre curso com um período de cerca de 24,5 h em humanos, sendo, portanto, maior que o período quando sincronizado pelo ciclo claro-escuro.
C) Trabalhadores de turno também sofrem um prejuízo na ritmicidade circadiana devido a exposição à luz artificial durante o que deveria ser a fase escura do dia. Consequentemente, outros padrões comportamentais que atuam como sincronizadores (como alimentação, atividade física, entre outros) também estarão alterados. Com relação aos trabalhadores de escala fixa noturna, após vários dias neste regime de trabalho, os mesmos apresentarão uma alteração na ritmicidade e no padrão de secreção dos hormônios, como o cortisol por exemplo, cujo pico de secreção passa a ocorrer no final da fase clara do dia. A presença de luz artificial também prejudica o padrão de secreção de melatonina, uma vez que sua síntese só ocorre na ausência de luz. Escalas não fixas, menores que 15 dias, desencadeiam maiores prejuízos na ritmicidade circadiana hormonal uma vez que o ajuste não ocorre. Situações de dessincronização estão associados a uma maior prevalência de cânceres, obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e problemas reprodutivos.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD2 – Hipotálamo e Neuro-hipófise (ADH, OCT)
1. A síndrome da interrupção da haste hipofisária é um defeito congênito raro onde ocorre malformação da
haste hipofisária e deficiência na secreção de hormônios hipofisários(ver Journal of Neuroendocrinology,
2017, 29, 10.1111/jne.12451). Considerando-se a importância do sistema hipotálamo-hipófise para a secreção
dos hormônios hipofisários, qual o efeito da transecção cirúrgica da conexão entre o hipotálamo e a hipófise
sobre a secreção dos hormônios adenohipofisários e neuro-hipofisários? Explique.
Em caso de transecção cirúrgica da haste hipofisária, não há alterações na produção e liberação dos hormônios
da neurohipófise, uma vez que eles são produzidos no corpo dos neurônios do hipotálamo, que estão intactos.
Por outro lado, os neurônios da adenohipófise terão redução na sua produção, uma vez que eles são estimulados
pelos hormônios hipotalâmicos, como CRH, TRH, GnRH e GHRH, e não vai haver um sistema especializado,
como o porta-hipofisário, que auxilie em uma conexão direta do eixo, dependendo da liberação dos hormônios
pela corrente sanguínea para só então alcançar a hipófise e começar a produzir. O único hormônio da
adenohipófise que vai apresentar um aumento é a prolactina, uma vez que o hipotálamo faz constantemente
uma inibição basal de sua produção por meio da liberação de dopamina no eixo. Com a ausência dessa
substância constantemente e em atas quantidades, tem-se uma prevalência da não inibição, que estimula a
secreção de prolactina.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD2 – Hipotálamo e Neuro-hipófise (ADH, OCT)
2. Quais os 2 principais fatores que estimulam a secreção de hormônio antidiurético (ADH; também chamado
de vasopressina)? Como devem estar a osmolaridade urinária, osmolaridade plasmática e a secreção de ADH
em indivíduos com A) diabetes insipidus neurogênica, B) diabetes insipidus nefrogênica e C) polidipsia
primária?
Aumento da osmolaridade do líquido extracelular e diminuição da pressão arterial.
A) diabetes insipidus neurogênica: baixa osmolaridade urinária, alta osmolaridade plasmática, baixa secreção de ADH; B) diabetes insipidus nefrogênica: baixa osmolaridade urinária, alta osmolaridade plasmática, normal ou alta secreção de ADH; C) polidipsia primária: baixa osmolaridade urinária, baixa osmolaridade plasmática, baixa secreção de ADH
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD2 – Hipotálamo e Neuro-hipófise (ADH, OCT)
3. Qual o mecanismo envolvido na diabetes insípidus gestacional? Por que sua ocorrência é maior nos meses
finais da gestação?
A diabetes insípidus gestacional ocorre devido ao aumento da degradação da vasopressina (hormônio antidiurético – ADH) pela cisteinil aminopeptidase placentária (também chamada de vasopressinase). Essa enzima é produzida pela placenta e cliva a vasopressina, reduzindo seus níveis circulantes e levando à poliúria e polidipsia características da condição.
A ocorrência da diabetes insípidus gestacional é mais comum nos meses finais da gestação porque a produção da vasopressinase placentária aumenta progressivamente ao longo da gravidez, atingindo seu pico no terceiro trimestre. Isso leva a uma degradação mais intensa da vasopressina e maior comprometimento da reabsorção renal de água, resultando em um quadro clínico mais evidente nesse período.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD2 – Hipotálamo e Neuro-hipófise (ADH, OCT)
4 – Explique o uso de ocitocina exógena e da indicação de se manter relações sexuais para auxiliar na indução
do parto.
A ocitocina exógena é usada para induzir ou intensificar o trabalho de parto porque estimula a contração do músculo liso do útero, promovendo a dilatação do colo uterino e facilitando o nascimento do bebê. Além disso, a ocitocina também auxilia na ejeção do leite durante a amamentação. Além disso estimula o feedback positivo.
A recomendação de manter relações sexuais para indução do parto se baseia em dois mecanismos principais:
Liberação endógena de ocitocina: Durante o orgasmo, ocorre a liberação natural de ocitocina, o que pode estimular contrações uterinas.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
1. Por que a dosagem de IGFs no sangue é utilizada como exame adicional para o diagnóstico de deficiência de GH?
O GH estimula a produção de IGF, por isso, se há uma deficiência de GH, tem-se também uma redução dos
níveis séricos de IGF. Como o nível sanguíneo de GH é pulsátil e apenas sua presença não indica a ausência de
alguma deficiência relacionada a ele (já que ele precisa agir nos receptores além de ser produzido), é mais
adequado dosar os níveis de IGF para que se analise indiretamente a produção de GH e se detecte uma possível
deficiência em seu nível plasmático e receptores.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
2. Para o diagnóstico de deficiência de GH utilizam-se testes provocativos como a administração de insulina e de arginina. Qual a explicação fisiológica para o uso destes protocolos?
Os níveis de GH flutuam ao longo do dia, sendo que níveis muito baixos são encontrados durante o dia, praticamente indetectáveis pelos exames laboratoriais. Tanto a insulina quanto a arginina levam a um aumento dos níveis de GH, os quais passam a ser detectáveis pelos exames. O teste provocativo com insulina leva a hipoglicemia, um estímulo poderoso para liberação de GH, no entanto, não deve ser realizado em crianças antes dos 12 anos. A ingestão de aminoácidos, como a arginina, também é um estímulo para a secreção de GH.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
4. Mutações no receptor do hormônio ao GH levam a síndrome de Laron (http://www.nytimes.com/2011/02/17/science/17longevity.html). Interessantemente, pessoas com esta síndrome não desenvolvem câncer, apresentam maior sensibilidade à insulina e concentrações de glicose de jejum menores do que os valores normais, além de um aumento na expectativa de vida. Como podemos tratar a baixa estatura nestas pessoas? Como podemos explicar as baixas concentrações de glicose de jejum nestas pessoas?
1.A baixa estatura pode ser tratada com IGF-1. Os níveis glicêmicos de jejum deve-se a ação conjunta de vários hormônios, dentre eles, o GH, que estimula a glicogenólise e gliconeogênese hepática, bem como reduz a utilização de glicose pelos músculos e tecidos adiposos. A ausência da ação do GH sobre o fígado, bem como um maior consumo de glicose pelos músculos e tecidos adiposos, pode explicar os baixos níveis de glicose sanguíneas observados em indivíduos que apresentam a síndrome de Laron.
2.Os baixos níveis de glicose são explicados visto que o GH possui efeito diabetogênico de aumentar a glicemia
em jejum, fazendo que com a deficiência nos receptores não tenha esse efeito.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
5. Qual a principal causa para o crescimento da adenohipófise materna durante a gestação? O que pode ocasionar e quais as prováveis consequências da Síndrome de Sheehan em gestantes?
O crescimento hipofisário ocorre devido o aumento da secreção de prolactina que induz a hiperplasia e diferenciação de lactotrofos.
- A síndrome de sheehan é causada por uma hemorragia durante o parto que reduz a volemia hipofisária de modo que ocorra hipóxia ao ponto de gerar necrose e morte das células hipofisárias. Além disso, pela baixa volemia o corpo libera angio II que gera vasoconstrição e piora o quadro hipofisário (losartana por melhorar o quadro). As consequências envolvem a falta dos hormonios hipofisários e suas consequências, como hipotiriodismo, amenorréia, incapacidade de amamentar e etc.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO GD3 – Hipotálamo e Hipófise, GH e PRL
6. Uma paciente não lactante relata a ocorrência de uma secreção leitosa de ambos os mamilos e amenorreia. Possui uma lista de medicamentos prescritos pelo seu psiquiatra, que inclui o uso do neuroléptico haloperidol. Que alteração hormonal deve ser responsável pelos sintomas relatados?
O haloperidol bloqueia receptores dopaminérgicos de modo que a dopamina deixa de inibir a secreção de prolactina, o que gera aumento da secreção de prolactina. A prolactina aumentada inibe o GnRH que deixa de estimular a produção de LH e FSH = amenorréia.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO
GD4 – Tireoide
1A. Explique as ações do T3/T4 que justifiquem os resultados apresentados no gráfico abaixo.
B. Como seria a curva de TSH após uma injeção de TRH de pacientes com hipotireoidismo primário e hipotireoidismo terciário?
C. E de pacientes com doença de Graves?
Resposta: A sensibilidade da adenohipófise ao TRH depende das concentrações de T3. Elevadas concentrações de T3 promovem uma redução na transcrição do RNAm de receptor de TRH, promovendo uma menor sensibilidade do tireotrofo ao TRH, e das subunidades alfa e beta que compõe o TSH, ações que em conjunto resultam numa menor síntese e secreção de TSH. Na adenohipófise, o T4 é convertido a T3 pela ação da desiodase tipo 2, de modo que este T3 oriundo da conversão do T4 também exerce a downregulation na expressão de receptores de TRH. A desiodase tipo 2 é capaz de converter T4 em T3, mesmo quando T4 está em baixíssimas concentrações, e funciona como um sensor do eixo tireóideo, uma vez que colabora para os mecanismos de retroalimentação negativa destes hormônios sobre o tireotrofo, regulando a secreção de TSH.
Depois de uma injeção com TRH, os níveis de TSH aumentam rapidamente até atingir valores máximos em cerca de 30 minutos (resposta esperada em sujeitos normais). Em uma pessoa normal, os níveis de TSH retornam a valores basais 3 horas depois. Se há um quadro de hipotireoidismo, os valores basais de TSH já estão elevados e o pico de TSH será mais pronunciado do que num indivíduo normal. Se há presença de um quadro hipertiroidismo como na doença de Graves (ou hiperplasia tireoidiana), com altos níveis de T4, a sensibilidade da adenohipófise ao TRH pode ser tão baixa levando a quase nenhuma resposta de aumento à injeção de TRH. Se o quadro for de hipotireoidismo hipotalâmico (hipotireoidismo terciário), a hipófise pode responder ao TRH, contudo a reposta não é similar ao quadro de hipotireoidismo primário, será uma resposta atenuada. Isto pode ser porque a adenohipófise foi exposta pela primária vez ao TRH (no teste), a resposta mais comum é de aumento de TSH compatível em magnitude a de um sujeito normal, mas ocorre de maneira mais lenta e mais duradoura. Estas injeções de TRH para análises de TSH circulantes eram utlizadas para fins diagnósticos, no entanto, com o advento de técnicas mais sensíveis para mensurar o TSH, este tipo de teste caiu em desuso.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO
GD4 – Tireoide
2. A falta de iodo na alimentação leva ao hipotireoidismo, podendo levar ao bócio endêmico. A) Qual hormônio é responsável pelo desenvolvimento do bócio? B) Quais os níveis séricos de TSH, T3 e T4 neste indivíduo hipotireoideo? C) O excesso na ingestão de iodo (>2 mg/dia) resulta num quadro de hipotireoidismo transitório. Explique o mecanismo pelo qual o iodo induz estas alterações e o por quê deste efeito ser transitório. D) Quais as consequências da exposição crônica ao excesso de iodo para o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide?
a) O hormônio responsável pelo desenvolvimento do bócio é o TSH.
b) TSH alto e T3 e T4 baixos.
c) O iodo em excesso gera um hipotireoidismo transitório pois ele tem efeito na redução de
proteínas chave, como a tireoglobulina, já que ele atua diretamente no gene, modulando a
produção desses compostos. Isso ocorre para evitar que o organismo sofra com um
2
hipertireoidismo, mas dentro de 3 ou 5 dias tem um escape do sistema devido à baixa de
hormônios tireoidianos, o que aumenta a secreção de TSH, estimulado a produção de T3 e T4.
Esse efeito chama Wolff-Chaikoff.
d) Uma exposição crônica de excesso de iodo pode ser tóxica para a glândula tireoide, u,a vez que
ele acumula no citoplasma do folículo tireoidiano. Com isso, gera-se uma inflamação tecidual,
chamada de tireoidite, que acarreta lesão nas células produtoras de T3 e T4 e uma queda dos
níveis desses hormônios, gerando uma redução do feedback negativo, o que estimula a produção
e TRH pelo hipotálamo e, consequentemente, TSH pela hipófise.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO
GD4 – Tireoide
3. Por que no hipotireoidismo resultante de um quadro de pan-hipopituitarismo não há desenvolvimento de bócio?
O bócio se deve aos altos níveis de TSH e substâncias que agem como TSH,
como imunoglobulina estimulante da tireoide, que desencadeiam efeito trófico
sobre a glândula, o que leva ao aumento em tamanho da tireoide. No pan-
hipopituitarismo(O pan-hipopituitarismo é uma condição rara que ocorre quando a glândula pituitária não produz todos os hormônios que deveria. ) as concentrações de TSH estarão mais baixas do que o
esperado, logo não haverá hipertrofia da tireoide.
QUESTÕES DE GRUPO DE DISCUSSÃO
GD4 – Tireoide
4. Sabe-se que durante a gravidez há aumento na síntese hepática da proteína ligadora de tiroxina (TBG). A
tiroxina (T4) liga-se com grande afinidade à TBG, sendo que 99% de T4 estão na sua forma ligada à proteínas. Sendo assim, qual o efeito do aumento da concentração de TGB sobre o T4 livre? Como estão as concentrações séricas de T4 total durante a gestação? Explique como a ligação à proteínas plasmáticas influencia o metabolismo e as ações dos hormônios?
A proteína ligadora de tiroxina (TBG), que está aumentada durante a gravidez, faz com que inicialmente tenha
uma redução da quantidade de T4 livre, o que gera um hipotireoidismo. No entanto, devido a esses baixos
níveis hormonais, tem-se uma redução do feedback negativo, que passa a aumentar os níveis de TSH e,
consequentemente, de T3 e T4, voltando o balanço hormonal para a normalidade.
Durante a gravidez, os níveis de T4 circulante estão normais em um primeiro momento, uma vez que ela
significa os níveis totais de hormônios, porém a proporção está desbalanceada, tendo muito mais T4 ligado que
livre. Depois do aumento de produção, tem-se um nível total circulante maior, mas com uma proporção
adequada entre ligada e livre.
Os hormônios tireoidianos são transportados pelos tecidos através de sua forma ligada a proteínas, mas não são
capazes de executar sua função metabólica sem estarem na forma livre, pois eles não são capazes de atravessar
do sangue para os tecidos pela membrana.
GD-Controle do Cálcio
1. Como devem estar os níveis sanguíneos de hormônio paratireoideo (PTH), calcitonina e calcitriol em uma criança que possui dieta com deficiência severa de cálcio? Quais as principais alterações que se espera encontrar nesta criança?
Os níveis de PTH e calcitriol estarão aumentados, enquanto os de calcitonina estarão reduzidos. Devido aos altos níveis de PTH, esta criança apresentará redução da mineralização óssea causando o quadro de raquitismo com deficiência de crescimento e deformação dos ossos
GD-Controle do Cálcio
2. Clinicamente, as principais causas de hipercalcemia são hiperparatireoidismo primário, causado por tumor na paratireoide, e hipercalcemia associada à malignidade tumoral. Quais os principais efeitos esperados na hipercalcemia por excesso de PTH?
A hipercalcemia causada por hiperparatireoidismo tem como principais efeitos: osteopenias (osteodistrofia e osteite fibrosa cística) devido ao aumento da reabsorção óssea e deposição de tecido fibroso não mineralizado (alta atividade osteoblástica); osteoporose (em casos severos); cálculo renal, devido à deposição de fosfato de cálcio no rim; poliúria, causada pela maior excreção de cálcio e fosfato (diurese osmótica); e depressão da excitabilidade neuromuscular, causada pelo aumento do cálcio extracelular.
GD-Controle do Cálcio
3. Um importante efeito do PTH é aumentar a reabsorção renal de cálcio. Entretanto, em condições de hiperparatireoidismo ocorre alta excreção de cálcio e AMP cíclico na urina. Por que isto acontece?
O PTH aumenta a reabsorção renal de cálcio. Entretanto, em condições de hiperparatireoidismo, devido ao aumento acentuado da calcemia, a quantidade de cálcio filtrada no glomérulo torna-se maior do que a capacidade de reabsorção tubular, resultando em alta concentração de cálcio na urina. O receptor para PTH pertence a família de receptores acoplados a proteína Gs. Assim, o aumento do AMPc urinário reflete a ativação do receptor para PTH nas células tubulares do néfron.
GD-Controle do Cálcio
4. Hipoparatireoidismo primário resulta de paratireoidectomia ou de mutações ativadoras do receptor sensível ao cálcio (CaSR). Explique o que leva ao hipoparatireoidismo nestas 2 situações e quais os principais sinais clínicos encontrados.
Na paratireoidectomia: não produção de PTH por ausência da glândula. No caso de mutações ativadoras de CaSR: a ativação constitutiva do CaSR causa inibição tônica da secreção de PTH. São sinais clínicos do hipoparatireoidismo: hipocalcemia; aumento da excitabilidade neuromuscular causada pela redução do cálcio extracelular, que pode resultar em tetania e espasmo muscular; e redução de contratilidade do miocárdio também devido a redução do cálcio extracelular.
GD-Controle do Cálcio
5. Indivíduos em estado de alcoolismo crônico podem apresentar espasmos carpais induzidos por uma manobra de interrupção da circulação sanguínea com o uso de um manguito inflado ao redor do braço (Sinal de Trousseau). Por que isto acontece?
O Sinal de Trousseau revela tetania muscular subliminar causada por hipocalcemia. O alcoolismo crônico pode causar hipoparatireoidismo devido à hipomagnesemia, que resulta da má absorção e aumento da excreção renal de magnésio. O magnésio é necessário para a adequada função da paratireoide e, portanto, hipomagnesemia severa impede a secreção de PTH.
GD-Controle do Cálcio
6. Pacientes com insuficiência renal crônica podem apresentar o quadro de osteodistrofia. Nesta condição, quais as alterações no metabolismo ósseo e nos níveis sanguíneos de cálcio, fosfato inorgânico, calcitriol e PTH? Como estas alterações podem ser revertidas?
- Osteodistrofia renal decorre da secreção anormalmente aumentada de PTH em pacientes com insuficiência renal crônica. O PTH aumenta a reabsorção óssea, com substituição por tecido fibroso. Devido à disfunção renal os níveis sanguíneos de fosfato inorgânico estão aumentados e a produção de calcitriol bloqueada. Estes dois fatores causam a diminuição do cálcio livre e, consequentemente, o aumento da secreção de PTH. A prevenção e tratamento deste quadro de hiperparatireoidismo inclui redução dos níveis séricos de fosfato inorgânico (ex. dieta, diálise) e posterior suplementação com cálcio e calcitriol. Adicionalmente, um tratamento recente envolve a administração da droga etelcalcetide (Parsabiv) associada à diálise. Esta droga atua como agonista do CaSR e, desta forma, inibe a secreção de PTH pela paratireoide.
QUESTÕES GRUPO DE DISCUSSÃO (GD6)
1) O gráfico abaixo seguir mostra os níveis de cortisol salivar após a aplicação de um teste considerado
um estímulo estressor psicológico para humanos (10.1371/journal.pone.0038994). Este teste foi aplicado em
duas situações: (A) sob administração prévia de dexametasona, um análogo do cortisol e (B) sob
administração de veículo da Dexametasona ou placebo. Explique o que determinou os níveis de cortisol
encontrados antes e depois do teste nas duas situações (A e B).
2) Deveríamos esperar um aumento de aldosterona e de adrenalina no sangue de sujeitos submetidos ao
teste da questão 1 na situação placebo?
3) Como estaria o tamanho das adrenais dos indivíduos nas situações A e B da questão 1 antes da
aplicação do teste?
- A)O análogo do cortisol leva a menor liberação e ACTH por
retroalimentação. Dessa forma, espera-se atrofia do córtex da adrenal e níveis muito baixos de cortisol.
B) Níveis de cortisol aumentado, normalmente, em resposta ao estímulo
estressor - As ações de estímulos estressantes psicológicos atuam principalmente aumentando a atividade dos neurônios CRH do hipotálamo, ativando a liberação de ACTH. A menos que os níveis de ACTH elevem-se de forma exacerbada, o ACTH estimula as zonas fasciculada e reticulares das adrenais, nas quais ocorre a síntese e secreção de glicocorticóides e andrógenos adrenais, respectivamente. Porém, a síntese de aldosterona na zona glomerulosa é pouco alterada. Já a liberação de adrenalina pela medula adrenal é positivamente regulada pelo estresse. Assim, podemos esperar um aumento de ADR mas não de aldosterona após o teste com estímulo estressor.
- A adrenal do grupo A (DEX) está provavelmente menor do que a adrenal dos indivíduos pertencentes ao grupo B (PLACEBO), em função dos baixos níveis de ACTH encontrados frente as ações de retroalimentação negativa da DEX sobre o eixo.