GECA Flashcards

(51 cards)

1
Q

Qual a definição de diarréia aguda pela OMS?

A

Início abrupto do aumento do volume ou frequencia de evacuações (> 3 evacuações amolecidas ou liquidas por dia) com duração máxima de 14 dias

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2
Q

Qual o agente etiológico mais comum na gastroenterite aguda?

A

Rotavírus

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3
Q

Como a gastroenterite aguda é adquirida?

A

Ingestão de alimentos e/ou água contaminada por toxinas ou microorganismos de transmissão fecal - oral

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4
Q

Durante surtos, pensar em qual agente?

A

Norovírus

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5
Q

Quais os principais agentes etiológicos da disenteria?

A
Campylobacter jejuni 
Shigella sp
Yersínia enterocolitica 
Salmonella 
E. histolytica
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6
Q

Quais os 3 mecanismos de diarréia osmótica causada pelo rotavírus?

A
  1. Perda das enzimas das bordas em escova (lactase, maltase e sucrase)
  2. Efeito direto da enterotoxina (efeito tóxico direto na mucosa gastrointestinal
  3. Ativação do sistema nervoso entérico (secreção de fluidos e eletrólitos)
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7
Q

Qual o quadro clínico da gastroenterite aguda?

A

Diarréia, vômitos, febre, anorexia, cefaleia e mialgia

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8
Q

Na gastroenterite aguda viral, quanto tempo após a exposição inicial iniciam-se os sintomas e quanto tempo duram?

A

Começam 12 hs até 4 dias após exposição viral

Duram de 3 - 7 dias

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9
Q

Qual a característica da disenteria?

A

Presença de sangue e muco nas fezes por lesão da mucosa intestinal

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10
Q

O que é comum ser o quadro das diarréias bacterianas?

A

Disenteria e sintomas sistêmicos de febre alta e prostação

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11
Q

Qual o achado específico da diarréia causada por Shigella?

A

Alterações neurológicas (convulsões e rigidez de nuca)

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12
Q

Qual o achado específico da diarréia causada por Salmonella?

Em quais pacientes é mais comum?

A

Infecção sistêmica grave (meningite, osteomielite, pneumonia e endocardite)

Mais comum em:
lactantes < 3 meses
desnutridos 
anemia falciforme 
imunodeficientes
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13
Q

Qual a principal complicação da gastroenterocolite aguda?

A

Desidratação

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14
Q

Como pode ser feito a avaliação da desidratação? (citar)

A
  1. Baseado nos parâmetros clínicos

2. De acordo com a porcentagem de peso perdido

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15
Q

Como é a avaliação de desidratação por

porcentagem de peso perdido?

A

Grau 1 (ou leve): < 5%

Grau 2 (ou moderada): 6 - 9%

Grau 3 (ou grave): > 10%

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16
Q

Quais são os parâmetros clínicos do paciente hidratado?

A

Estado mental: alerta

Olhos: normais (fundos ou não)

Lágrimas: presentes

Boca: úmida

Sede: bebe normal

Sinal da prega: rápido

Pulso: cheio

Tempo de enchimento capilar: < 3 seg

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17
Q

Quais são os parâmetros clínicos do paciente com desidratação de algum grau?

A

> 2 sinais:

Estado mental: irritado

Olhos: fundos

Lágrimas: ausentes

Boca: seca

Sede: bebe rápido

Sinal da prega: lento

Pulso: rápido ou débil

Tempo de enchimento capilar: 3 - 5 seg

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18
Q

Quais são os parâmetros clínicos do paciente com desidratação grave?

A

> 2 sinais (sendo um *)

Estado mental: comatoso*

Olhos: muito fundos

Lágrimas: ausentes

Boca: muito seca

Sede: incapaz de beber*

Sinal da prega: muito lento (> 2 seg)

Pulso: muito débil ou ausente*

Tempo de enchimento capilar: > 5 seg*

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19
Q

Como são as características da desidratação ISOnatrêmica? (fisiopatologia, sódio, osmolaridade, quadro clínico, fatores de risco)

A

Fisiopatologia:
Perda proporcional de água e eletrólitos

Sódio plasmático:
135 - 145 mEq/L

Osmolaridade plasmática:
280 - 310 mOsm/L

Quadro clínico:
De acordo com o quadro de desidratação

Fatores de risco:
Forma mais comum

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20
Q

Como são as características da desidratação HIPERnatrêmica? (fisiopatologia, sódio, osmolaridade, quadro clínico, fatores de risco)

A

Fisiopatologia:
Perda maior de água do que de eletrólitos (intravascular puxa a água dos outros compartimentos)

Sódio plasmático:
145 - 150 mEq/L (135 - 145)

Osmolaridade plasmática:
> 310 mOsm/L (280 - 310)

Quadro clínico:
Sinais clínicos de desidratação pouco evidentes, sede intensa, febre, irritabilidade e letargia (poucos sinais de desidratação mas muitos sinais neurológicos)

Fatores de risco:
Lactentes < 3 meses
Redução ingesta geral de líquidos (encefalopatias)
Diabetes insipidus
Uso de soluções hipertônicas para reidratação

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21
Q

Como são as características da desidratação HIPOnatrêmica? (fisiopatologia, sódio, osmolaridade, quadro clínico, fatores de risco)

A

Fisiopatologia:
Perda maior de eletrólitos do que de água (água puxada pelo intracelular, ficando menos no intravascular)

Sódio plasmático:
< 135 mEq/L (135 - 145)

Osmolaridade plasmática:
< 280 mOsm/L (280 - 310)

Quadro clínico:
Sinais clínicos muito evidentes de desidratação (choque hipovolêmico) agitação, convulsões (edema gera sintomas neurológicos)

Fatores de risco:
GECA crianças com desnutrição grave
Vômitos excessivos
Soluções hipotônicas para reidratação

22
Q

Quais os fatores de risco para complicações e desidratação grave na gastroenterite aguda?

A

< 2 meses
Vômitos persistentes
Perdas diarreicas volumosas e frequentes ( > 8 vezes/dia)
Percepção inadequada dos pais quanto ao estado de hidratação
Presença de comorbidades (diabetes melitus, insuficiência renal/hepática, desnutrição, doenças crônicas)

23
Q

Como e quando pesquisar a etiologia?

A

Coprocultura

  1. Pacientes graves hospitalizados
  2. Surtos
  3. Diarréia persistente
24
Q

Como é o tratamento básico?

25
Como é o tratamento do paciente hidratado?
Plano A: 1. Em casa 2. SRO após as perdas: < 1 ano: 50 - 100 ml 1 - 10 anos: 100 - 200 ml > 10 anos: livre demanda 3. Manter aleitamento materno (lactentes em aleitamento materno exclusivo, apenas aumentar a frequência sem necessidade de SRO) 4. Manter alimentação oral 5. Se piora ou não melhora: retornar ao pronto socorro (sinais de desidratação, redução da diurese, má aceitação oral ou sangue nas fezes)
26
Como é o tratamento do paciente com algum grau de desidratação?
Plano B: 1. No Pronto-socorro (unidade de saúde) 2. TRO: 50 - 100 ml/kg em 4 - 6 horas 3. Manter aleitamento materno 4. Jejum 5. Se piora ou não melhora: Gastróclise (sonda nasogástrica) ou hidratação EV 6. Se melhora: Plano A
27
Como é o tratamento do paciente com desidratação grave?
Plano C: 1. Internação 2. Expansão volêmica 20ml/kg SF em 20 -30 min (repetir até 3X até melhora dos sinais clínicos) Após melhora iniciar manutenção (100ml/kg de peso calórico) Após melhora iniciar reposição (50 ml/kg de peso calórico SF 0,9% SG 5% 1:1) 3. Manter aleitamento materno 4. Jejum 5. Se piorar ou não melhorar: Repetir expansão até 3X
28
O que é e qual a indicação para Gastróclise?
Sonda nasogástrica Indicação: 1. Vômitos persistentes 2. Má aceitação oral 3. Índice de retenção inferior a 20% com a TRO
29
Qual a contraindicação para TRO?
1. Desidratação grave 2. Íleo paralítico (distensão abdominal e redução dos RHA) 3. Vômitos persistentes (> 4/hora) 4. Afecções bucais dolorosas (candidíase oral)
30
Qual o distúrbio ácido-base mais comum na desidratação grave e como corrigir?
Acidose metabólica | Corrige com a hidratação
31
Quais exames devem ser coletados em toda desidratação grave?
1. Sódio 2. Potássio 3. Gasometria venosa 4. Glicemia
32
Quando hospitalizar o paciente com gastroenterite aguda?
1. Falha na TRO 2. Desidratação grave 3. Presença de fatores que agravem o quadro ( choque hipovolêmico, alteração do nível de consciência, vômitos incoercíveis) 4. Suspeita de doença cirúrgica associada
33
Quando é indicado o uso de ATB?
Disenteria com febre e queda no estado geral (Shigella -> Ciprofloxacino ou Ceftriaxone ou Azitromicina) Salmonella com risco de sepse (Ceftriaxone) Diarréia dos viajantes (E. coli enterotóxica ETEC -> Azitromicina) (V. cholerae -> SMZ/ TMP Bactrin) Diarréia após antibiótico modera a grave (Clostridium difficile -> Metronidazol)
34
Como, porque e quando usar Zinco?
1x ao dia por 10 - 14 dias 10 mg em < 6 meses 20 mg em > 6 meses No início do quadro Reduz a duração e a recorrência nos próximos 3 meses Indicado para desnutridos e em região com deficiência de zinco
35
Quando trocar a fórmula láctea para fórmula sem lactose em lactentes com diarréia?
Lactentes com diarréia persistente (intolerância transitória a lactose)
36
O que é e o que fazer na diarréia persistente?
Diarréia por mais de 14 dias 1. Suspensão temporária do leite 2. Substituição por leite sem lactose (ou fórmula) 3. Manter o aleitamento materno
37
O que usar em caso de febre e dor?
Sintomáticos (analgésicos e antitérmicos)
38
Qual anti-emético usar? Por que?
Ondansetrona Outros antieméticos atuam no SNC com efeitos sedativos que prejudicam a reidratação oral
39
Quais medicamentos estão contraindicados?
Anti-espasmódicos (escopolamina) Antifiséticos (simeticona) Antidiarreicos
40
Quais os componentes do soro de reidratação oral?
``` Glicose Sódio Potássio Cloro Citrato Osmolaridade ```
41
Quando é indicado o soro caseiro?
Não é indicado
42
Qual a causa mais comum de insuficiência renal aguda em crianças?
A síndrome hemolítico-urêmica (SHU típica)
43
Quem causa SHU típica?
ETEC (E. coli enterohemorrágica)
44
Como é a transmissão e o início da SHU típica?
Transmissão por água e comida contaminada (comum surto) Incubação 3 - 8 dias Doença diarreica e após 2 - 12 dias começam os sinais e sintomas da SHU
45
Quais os fatores de risco para SHU?
< 5 anos Sexo feminino Uso de anti-espasmódico e ATB Leucocitose
46
Qual a tríade clínica da SHU?
1. Anemia hemolítica microangiopática: anemia, esquizócitos periféricos, reticulocitose, aumento da bilirrubina indireta Trombocitopenia: Petequias, sangramento Lesão renal aguda: Oligúria, edema, hipertensão, hematúria, proteinúria
47
Como é feito o diagnóstico da SHU?
Coprocultura (só 50% positivam) Sorologia por E. coli (não positiva na fase aguda) Pesquisa toxina shiga-like nas fezes (mais sensível)
48
Qual a conduta do paciente com SHU?
1. Suporte (autolimitada) 2. Internação com isolamento de contato 3. Hidratação EV 4. Tratamento de suporte para falência renal aguda: diálise se anúria > 24 horas ou oligúria < 0,5 mg/kg/hora por mais de 72 horas
49
Qual a principal medida de suporte na SHU?
Diálise se anúria > 24 horas ou Oligúria < 0,5 mg/kg/ h > 72 hs
50
Qual o prognóstico da SHU?
Bom prognóstico (mortalidade menos 5%) 50% dos pacientes alteração da função renal (se normaliza em até 5 anos)
51
Quais os fatores de risco para progressão de doença crônica em pacientes com SHU?
1. Oligúria prolongada na fase aguda 2. Hipertensão arterial persistente ( > 1 ano) 3. Proteinúria persistente (relação proteinúria/creatinina > 1)