Hepatites virais Flashcards
(43 cards)
Qual a definição de hepatite?
É uma inflamação do fígado que pode ser de origem multifatorial (medicamentosa, esteatose, viral, autoimune). Pode cronificar, aumentando as chances de desenvolver hepatocarcinoma e cirrose hepática.
Quais as etiologias infecciosas das hepatites?
Ela não são somente causadas por vírus, porém podem ser causadas por bactérias (sífilis), protozoários (toxoplasmose). Dentre os vírus, temos os sistêmicos que podem causar hepatite como o CMV, EBV, Dengue, Febre Amarela. Temos também os hepatotrópicos ( vírus A, B, C, D e E).
Quais os vírus que mais podem cronificar?
B e C (principal). O D também pode, mas ele precisa do vírus B presente também. Isso tudo vai depender também da resposta imune do paciente. Se for imunossuprimido, maior a chance de cronificar. No entanto, se a resposta for muito elevada, pode ocorrer destruição do hepatócito e hepatite fulminante.
Quais os principais hepatotrópicos?
HAV, HBV e HCV. A diferença entre eles é que pode ocorrer a cronificaçãoem algumas, enquanto em outras é autolimitada. Algumas podem ser tratáveis e outras não.
Qual o vírus que mais causa hepatite fulminante?
HBV.
Qual a hepatite viral mais relacionada com colestase intra-hepática?
A hepatite A é a hepatite viral mais relacionada à síndrome colestática intra-hepática, cursando com prurido intenso, colúria e acolia fecal, bem como com elevaçãomoderada da fosfatase alcalina, gama GT e bilirrubina direta.
Qual a hepatite que não cronifica?
A
Qual o conceito de hepatite fulminante?
É uma hepatite que causa manifestação grave (encefalopatia em menos de 8 semanas). Também pode ser definida por alargamento do INR (>1,5) e do TAP. O paciente não pode ter cirrose.
É mais comum no HBV. Na hepatite A ocorre mais em idosos e hepatopatas.
É mais letal em adultos.
Como diferenciar hepatite viral aguda e crônica?
Aguda < 6 meses.
Crônica > 6 meses.
Como é o diagnóstico da hepatite A?
Sorológico (presença de Anti-HAV IgM). Muitos pacientes são oligoassintomáticos. No entanto, podem existir quadros graves de icterícia febril e que podem evoluir para hepatite fulminante.
Junto do sorológico, exames inespecíficos como transaminases , bilirrubina e coagulograma podem auxiliar.
Qual a transmissão da hepatite A?
Transmissão fecal oral. Relações orais-anais também são de risco (HSH são os mais comuns).
Ingestão de alimentos de origem desconhecida.
Alimentos que podem causar são os mariscos, frutos do mar
Raramente ocorre por transmissão sexual ou parenteral.
Hepatite A cronifica?
Não, é uma doença autolimitada e benigna, além de que tem vacina e estão ocorrendo melhorias no sistema de saneamento.
Quando se deve dar a vacina da Hepatite A?
Quando o paciente não tiver Anti-Hav positivo e principalmente se for HSH.
Hepatite A é uma IST?
Sim.
Epidemiologia da Hepatite A
- Associação inversa entre nível socioeconômico e prevalência de Hepatite A.
- Redução com a vacinação, saneamento.
- Maior incidência em crianças.
- Forma ictérica mais comum em adultos.
Como é o vírus da hepatite A?
RNA vírus (picornavírus) com incubação de 15-45 dias. É imunoprevinível com a vacina (surgiu em 2014).
Quais as fases da história natural das hepatites?
- Prodrômica: Manifestações inespecíficas semelhantes a uma “virose”. Pode aumentar transaminases, sendo que a TGP é a mais específica do fígado. Além disso, vai começar a ocorrer a produção de anticorpos e vão lesar os hepatócitos, pois o vírus está dentro deles.
- Ictérica: Marcada pelo aumento da BD. Esse aumento ocorre muito às custas de dificuldade de excretar essa substância (por conta com maior gasto de energia). Isso faz com que a BD se acumule no sangue e ocasione icterícia, além de colúria (o rim filtra a BD e a libera na urina, dando um aspecto em cor de coca cola). Além disso, por ter menos BD nas fezes, vai ocorrer acolia fecal (fezes esbranquiçadas). Nessa fase ocorre um aumento de 10x no LSN nas transaminases.
- Convalescência: Melhora/ cura ou cronificação ( B e C).
Qual o quadro clínico da hepatite A?
Geralmente é oligoassintomático, porém pode se apresentar com icterícia febril, hepatomegalia.
Pode ocorrer a forma colestática, ictérica e fulminante.
- Colestática: Prurido, icterícia intensa e pode durar meses.
- Ictérica: TGO e TGP > 1000 UI
- Fulminante: Forma mais grave, em que é necessário o transplante hepático. Ocorre elevações grandes de TGO e TGP, além de alterações no coagulograma.
Qual o principal marcador na hepatite viral A aguda?
Anti-HAV IgM (fica positivo até 4-6 meses dos sintomas).
Qual a interpretação de uma IgM + e uma IgG +?
Fase aguda, com decréscimo de IgM e aumento de IgG.
Qual o tratamento?
Repouso relativo (2 semanas- período de maior transmissão da hepatite A e também porque o vírus pode causar hipoglicemia) analgésicos (exceto paracetamol), hidratação, dieta hipogordurosa, porém com aumento calórico, restrição de álcool (pelo menos 6 meses).
Se fulminante, faz-se transplante hepático (0,5%).
Quais as características da vacina da hepatite A?
- IM
- Tomada a partir do 15° mês de vida (PNI do MS) e 12 e 18 meses pela SBP.
- Vacina de vírus atenuado, logo pode ser feita em HIV+.
- Indicada em hepatopatas crônicos, HSH, para viagens para regiões endêmicas (2 doses).
- Está no calendário da criança.
O que acontece se uma pessoa teve contato com alguém que está com hepatite A?
Vacina de bloqueio até duas semanas do caso para evitar repercussões maiores. Se for imunossuprimido ou > 40 anos, também se faz Imunoglobulina.
Já em menores de 12 meses, se faz Imunoglobulina, pois nessa idade ainda não se tem uma maturação imune adequada para produzir anticorpos contra o vírus da hepatite A.
Qual a fisiopatogenia da hepatite A?
O HAV resiste ao pH ácido do trato digestivo alto e, assim, após ingerido, penetra na mucosa intestinal chegando ao fígado através da circulação porta.
As partículas virais se proliferam e se concentram no citoplasma dos hepatócitos, sendo posteriormente excretadas na bile, o que explica os elevados títulos virais nas fezes (100-1.000x mais altos que no sangue) e, por conseguinte, a transmissão eminentemente fecal-oral.
A patogenia da lesão hepática não é totalmente compreendida. Sabe-se que o HAV não é diretamente citopático, ou seja, por si só ele não causa dano aos hepatócitos infectados! Acredita-se que a lesão hepatocelular ocorra em função da resposta imune do hospedeiro, principalmente por intermédio do “braço celular” da imunidade,
representado pelos linfócitos T citotóxicos (CD8+).
O HAV pode ser encontrado na saliva.