Hepatites Virais B e C Flashcards
(32 cards)
Epidemiologia da hepatite B
1) Prevalência: 296 milhões de pessoas
2) Crianças<5 anos: 2 milhões de novos casos por ano
3) Mortalidade: 820.000
4) Cirrose e carcinoma hepatocelular
Hepatite B (fisiopatologia)
1) Resposta imune do hospedeiro aos antígenos virais pode causar a lesão hepática
2) A resposta imune celular parece estar envolvida na patogênese da doença
Como se dá a transmissão da hepatite B?
1) Solução de continuidade (pele e mucosas)
2) Compartilhamento de agulhas, seringas, material de manicure e pedicure
3) Lâminas de barbear e depilar, tatuagens, piercings
4) Procedimentos odontológicos ou cirúrgicos (sem biossegurança)
5) Relações sexuais desprotegidas
6 Transmissão vertical
Manifestações clínicas de uma infecção aguda (hepatite B)
1) Assintomáticas em sua maioria (>70%)
2) Icterícia, náuseas, vômitos e dor no quadrante superior direito
3) Hepatomegalia com sensibilidade à palpação
4) Febre, calafrios, mal-estar, artralgias e erupção cutânea maculopapular ou urticariforme
Manifestações clínicas da infecção crônica (hepatite B)
1) As pessoas, em maioria, são assintomáticas
2) Se com cirrose: eritema palmar, aranhas vasculares, com ou sem sinais de hipertensão portal, incluindo ascite e icterícia
3) Se presença de Asterix (flapping): sugestivo de encefalopatia hepática
4) Complicações: cirrose, carcinoma hepatocelular (CHC) e insuficiência hepática
Paciente HBsAg NÃO reagente, anti-HBC IgM NÃO reagente, anti-HBc total NÃO reagente e anti-HBs NÃO reagente
Ausência de contato prévio com o HBV. Susceptível à infecção pelo HBV
Paciente com HBsAg NÃO reagente, anti-HBc IgM NÃO reagente, anti-HBc total reagente e anti-HBs reagente
Paciente imune após infecção pelo HBV. Curado do hepatite B
Paciente com HBsAg NÃO reagente, anti-HBc IgM NÃO reagente, anti-HBc total NÃO reagente e anti-HBs reagente
Imune após vacinação contra o HBV
Paciente com HBsAg reagente, anti-HBc IgM reagente, anti-HBc total reagente/NÃO reagente e anti-HBs NÃO reagente
Infecção recente pelo HBV (menos de 6 meses, infecção aguda)
Paciente com HBsAg reagente, anti-HBc IgM NÃO reagente, anti-HBc total reagente/NÃO reagente e anti-HBs NÃO reagente
Infecção crônica pelo HBV
Como determinar fase da infecção crônica (hepatite B)?
1) Dosando os HBeAg e o anti-HBe
2) O DNA do HBV é essencial para diagnóstico e definir fase da infecção
3) Embora possa ser indetectável em alguns pacientes
Genotipagem no paciente com hepatite B
1) Não é necessária na avaliação inicial
2) Não é recomendada para testes de rotina ou acompanhamento
3) Teste de resistência antiviral: feitos outros tratamentos, viremia persistente, progressão virológica durante o tratamento
Exames de imagem para hepatite B
1) Ultrassonografia abdominal basal
2) Tomografia computadorizada trifásica com contraste
3) Ressonância nuclear magnética
Como fazer o estadiamento da hepatite B?
1) Biópsia hepática
2) Elastografia transitória (Fibroscan)
3) Biomarcadores de fibrose
Prognóstico da hepatite B
1) >95% dos adultos imunocompetentes com infecção aguda farão soroconversão com o surgimento de anti-HBs na ausência de tratamento
2) A transmissão materno infantil (vertical) pode levar a quase 90% de cronicidade
3) Se a criança é infectada entre 1 e 5 anos, a taxa de cronicidade é de 30%
4) Na fase adulta, a taxa de cronicidade é de 2 a 5%
Vacinação para hepatite B
1) 0, 1 e 6 meses oferece 95% de proteção na infância
2) Para adultos em hemodiálise, transplantados, quimioterapia: dose de 40 g de Recombivax (0, 1 e 6 meses) ou dose de 40 g de Engerix (0, 1, 2 e 6 meses)
3) Proteção de 60% (nefropatia com diabetes) e 75% (sem diabetes)
Tratamento da hepatite B
1) Os tratamentos atuais não erradicam totalmente o vírus
2) Melhoram sobrevida e qualidade de vida ao prevenir a progressão da doença
3) Terapia antiviral
4) Transplante de fígado
Tratamento da infecção aguda da hepatite B
1) Para a maioria: cuidados de suporte (observar e esperar resolver espontaneamente)
2) Se insuficiência hepática aguda ou com curso grave e prolongado (bilirrubina 3 mg/dL), RNI>1.5, encefalopatia ou ascite = iniciar tratamento
1ª linha: entecavir, tenofovir alafenamida e tenofovir desoproxila
-A peginterferona é contra indicada
-Manter tratamento até que a depuração do HBsAg seja confirmada ou indefinidamente se o paciente fizer transplante de fígado
Tratamento da infecção crônica por hepatite B (princípios)
1) Baseia-se nos níveis de TGP, de DNA do HBV sérico e na gravidade da doença hepática
2) Monitoramento regular é importante para determinar a fase da infecção
3) A principal meta é melhorar a disfunção hepática e evoluir para estado livre de doença
4) Supressão sustentada e durável do DNA do HBV sérico a níveis não detectáveis
Medicamentos para infecção crônica por hepatite B
1) Alfainterferona 2b
2) Alfapeginterferona
3) Análogos de nucleosídeos (entecavir, lamivudina)
4) Análogos de nucleotídeos (tenofovir desoproxila ou tenofovir alafenamida e o adefovir
Obs 1: Entecavir: mais indicado para pessoas com cirrose, DM ou HAS
Obs 2: O tenofovir alafenamida é mais estável no plasma
Obs 3: Dose mais baixa, menos exposição e menor risco de toxicidade renal e óssea
Tratamento na gestante e lactante (hepatite B)
1) Considerar terapia antiviral se HBsAg+, e DNA do HBV>200.000 UI/ml
2) Tenofovir desoproxila, entre a 28ª e a 32ª semana de gestação, e descontinuado do nascimento aos 3 meses
3) Lamivudina pode durante o 3º trimestre quando administrada com vacina neonatal e imunoglobulina humana
4) Amamentação NÃO é contra indicada, mas usar medicamento 4 horas antes
Tratamento em bebês (hepatite B)
1) Para crianças nascidas de mães HBsAg positivo, 1 a 2 meses após concluir a vacinação, dosar HBsAg e anti-HBs
2) HBsAg negativo e anti-HBs>10UI/mL=imunidade adquirida
3) HBsAg negativo e anti-HBs negativo=revacinar
4) HBsAg positivo=falha vacinal, encaminhar ao infectologista/hepatologista
5) Elas devem receber hiper gama imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida
Tratamento na criança infectada por hepatite B
1) Deverão ser monitoradas semestralmente (TGP, HBsAg e HBeAg)
2) Se definida necessidade de tratamento: HBeAg a partir de 2 anos de idade com níveis elevados de TGP (>1.3x por pelo menos 6 meses) e níveis mensuráveis de DNA do HBV
3) Entecavir para maiores de 2 anos
4) Interferon pegiladata se >3 anos
5) Tenofovir após 12 anos
Fisiopatologia da hepatite C
1) Após a infecção aguda, até 45% dos pacientes saudáveis podem ter resposta imune mediada por células e anticorpos (55% dos infectados desenvolverão a forma crônica)