Imunologia e Inflamação - Revisão. Flashcards
(37 cards)
O que é um cordão hiperemiado?
É um cordão endurecido, hiperemiado e doloroso que acompanha o trajeto de uma veia, sendo associado a uma condição denominada tromboflebite superficial.
A tromboflebite é uma condição caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo (trombo) em uma veia, geralmente associado à inflamação da parede venosa. Essa inflamação pode ser desencadeada por diversos fatores, incluindo trauma local, procedimentos cirúrgicos, imobilização prolongada e infecções.
Que fatores infecciosos contribuem para o surgimento de uma tromboflebite?
Inflamação localizada: A presença de uma infecção bacteriana ou viral desencadeia uma resposta inflamatória no tecido afetado. Essa inflamação pode comprometer a parede das veias, tornando-as mais propensas à formação de coágulos sanguíneos
Estase venosa: Em processos infecciosos que causam edema localizado ou comprometem a circulação sanguínea normal, pode ocorrer estase venosa. A diminuição do fluxo sanguíneo aumenta o risco de formação de trombos nas veias, especialmente em regiões onde a velocidade do sangue é reduzida
Lesão endotelial: Alguns microrganismos têm a capacidade de danificar o revestimento interno dos vasos sanguíneos (endotélio). Essa lesão endotelial cria um ambiente favorável para a ativação do sistema de coagulação e formação de trombos
Defina imunidade inata.
A imunidade inata ou inespecífica consiste em barreiras físicas contra patógenos (pele e mucosas), sendo a primeiras linha de defesa do corpo, e em respostas imunes inespecíficas e generalistas no combate a um antígeno.
Qual a importância das lágrimas para a imunidade?
As lágrimas são produzidas pelo aparelho lacrimal dos olhos e é drenada em resposta a uma irritação. O ato de piscar os olhos contribui para espalhar as lágrimas e lavar os olhos, o que promove a diluição de microrganismos e substâncias nocivas. Elas também contém lisozima, uma enzima capaz de promover a lise das paredes de bactérias.
Qual a ação da saliva na imunidade?
A saliva, produzida pelas glândulas salivares, atua na lavagem dos dentes e da túnica mucosa bucal, dificultando a fixação de microrganismos nessas estruturas.
Quais substâncias antimicrobianas atuam na imunidade inata?
Interferonas (IFN): são proteínas produzidas por células (linfócitos, macrófagos e fibroblastos) infectados com vírus. Elas atuam em células vizinhas não infectadas, induzindo a síntese de outras proteínas que interferem na replicação viral. Os três tipos são alfa, beta e gama.
Sistema complemento: é um grupo de proteínas normalmente inativas no plasma que, quando ativadas, complementam a atividade imunológica. Ele promove a citólise de microrganismos e contribui para a inflamação.
Proteínas de ligação ao ferro: elas inibem o crescimento de determinadas bactérias ao reduzir a quantidade de ferro disponível.
Proteínas antimicrobianas (PAM): são peptídeos curtos que têm um largo espectro de atividade antimicrobiana. Elas também são capazes de atrair células dendríticas e mastócitos.
O que são células NK?
As células NK (natural killer) são um tipo de linfócitos encontrados no sangue, baço, nos linfonodos e na medula óssea. Elas não apresentam moléculas de membrana que identificam os linfócitos B e T, mas atuam na eliminação de células infectadas e células tumorais por identificarem proteínas de membrana anormais ou incomuns.
A interação da célula NK com a célula-alvo provoca a liberação de grânulos que contêm substancias tóxicas, como perforina (cria canais na membrana plasmática, pelos quais o citoplasma vaza) e granzima (enzimas que inibem as proteínas que promovem apoptose).
O que são fagócitos?
São células especializadas que realizam fagocitose, ou seja, a ingestão de partículas e microrganismos. Os dois tipos de fagócitos principais são os neutrófilos e os monócitos/macrófagos.
Durante uma ação inflamatória, os neutrófilos migram primeiro para a região afetada, seguidos pelos monócitos, que aumentam de tamanho e se tornam macrófagos errantes. Os macrófagos fixos estão estabelecidos em tecidos específicos.
Caracterize a ação dos fagócitos na inflamação.
Esse processo pode ser dividido em 5 fases:
Quimiotaxia: os fagócitos são atraídos para o local do dano pela ação de produtos químicos, os quais podem vir de microrganismos invasores, leucócitos, células danificadas ou proteína do complemento.
Aderência: o fagócito se fixa ao microrganismo ou outro material estranho. Esse processo é potencializado pela ação de proteínas do complemento.
Ingestão: a membrana plasmática do fagócito emite projeções, denominadas pseudópodes, que engolfam o microrganismo em uma bolsa, o fagossomo.
Digestão: o fagossomo entra no citoplasma e se funde aos lisossomos para formar o fagolisossomo. Assim, a lisozima quebra as paredes microbianas e outras enzimas degradam os carboidratos, os ácidos nucleicos, as proteínas e os lipídios. O fagócito também forma espécies reativas de oxigênio, como superóxido, hipoclorito e peróxido (explosão oxidativa).
O que é inflamação?
A inflamação é uma resposta de defesa não específica do organismo a uma lesão tecidual, sendo uma tentativa de eliminar microrganismos, toxinas e materiais invasores, e preparar o reparo tecidual. Entre as condições que podem provocar inflamações estão patógenos, abrasões, irritações, distorções ou distúrbios celulares e temperaturas extremas.
Quais são os sinais cardinais da inflamação?
Rubor (vermelhidão), tumor (edema), dor, calor e perda de função.
Quais são as fases da inflamação?
1 - vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos.
2 - migração dos fagócitos para o local da lesão.
3 - reparo dos tecidos.
Caracterize a vasodilatação na inflamação.
No local lesionado, os capilares e as arteríolas dilatam e tem sua permeabilidade aumentada. Isso significa que as substâncias normalmente retidas no sangue podem sair mais facilmente da circulação, como proteínas e células de defesa. Além disso, o aumento do fluxo sanguíneo ajuda a eliminar células mortas e toxinas microbianas.
Quais substâncias promovem a vasodilatação e o aumento da permeabilidade?
Histamina: é liberada por mastócitos no tecido conjuntivo e por basófilos e plaquetas na corrente sanguínea. Os fagócitos atraídos ao local lesionado também estimulam a secreção de histamina.
Cininas: são polipeptídeos formados no sangue a partir de precursores inativos denominados cininogênios. Elas atuam na vasodilatação, no aumento da permeabilidade e na quimiotaxia de fagócitos.
Prostaglandinas (PG): são liberadas por células danificadas e potencializam os efeitos da histamina e das cininas, além de estimular a migração dos fagócitos na parede dos vasos.
Leucotrienos (LT): são produzidos por mastócitos e basófilos para aumentar a permeabilidade e auxiliar na adesão dos fagócitos aos patógenos e na quimiotaxia.
Por que a inflamação causa dor?
A dor é consequência da lesão dos neurônios nociceptores e da ação de produtos químicos liberados por microrganismos. Alguns fatores químicos podem potencializar o efeito da dor, como cininas e prostaglandinas. Além disso, a pressão causada pelo edema nos neurônios.
Como os fagócitos chegam na zona lesionada?
Após 1h do início da inflamação, os fagócitos chegam na região afetada. Isso ocorre pela adesão dos neutrófilos na superfície interna do endotélio dos vasos. Em seguida, eles se espremem através da parede dos vasos para alcançar o tecido danificado, algo que depende da quimiotaxia.
Conforme a inflamação progride, os monócitos começam a seguir os neutrófilos e a se diferenciar em macrófagos errantes já no tecido, os quais complementam a ação dos macrófagos fixos no tecido.
Como ocorre a formação do pus?
O pus é formado pela agregação de células fagocíticas mortas, fragmentos teciduais e bactérias mortas em um bolsão com líquido intersticial. A formação do pus permanece até o fim do processo inflamatório, sendo drenado para cavidades internas ou alcançando a superfície externa do corpo.
Caso o pus não seja drenado para fora de uma região inflamada, um acúmulo de pus irá surgir em um espaço confinado, formando um abscesso.
O que é febre?
A febre consiste em uma elevação anormal da temperatura corporal, que ocorre devido a uma reconfiguração do termostato hipotalâmico em decorrência de uma inflamação e infecção. Muitas toxinas bacterianas elevam a temperatura corporal, assim como citocinas oriundas de macrófagos (interleucina-1).
A temperatura elevada intensifica os efeitos das interferonas, inibe a atividade de algumas proteínas e o crescimento de microrganismos e acelera reações envolvidas no reparo tecidual.
Defina imunidade adaptativa.
A imunidade adaptativa refere-se à capacidade do corpo de se defender contra agentes invasores específicos, como bactérias, toxinas, vírus e tecidos estranhos pelo reconhecimento de antígenos (Ag). Ela é caracterizada pela especificidade de ação e pela produção de memória imunológica.
Quais são as células da imunidade adaptativa?
Os principais componentes da imunidade adaptativa são os linfócitos B e T. Ambos se originam em órgãos linfáticos primários (medula óssea e timo) a partir de células-tronco pluripotentes. Os linfócitos B completam seu desenvolvimento na medula óssea, já os linfócitos T se desenvolvem a partir de células pré-T da medula óssea e amadurecem no timo. Os linfócitos então desenvolvem imunocompetência pela expressão de proteínas de membrana que atuam como receptores de antígenos.
Quais os tipos de linfócitos T?
Existem dois tipos de linfócitos T maduros que saem do timo:
Linfócitos T auxiliares (T CD4 positivos): expressam proteína CD4.
Linfócitos T citotóxicos (T CD8 positivos): expressam proteína CD8.
Quais os tipos de imunidade adaptativa?
Imunidade celular: os linfócitos citotóxicos atacam diretamente os antígenos. Ela é efetiva contra agentes patogênicos intracelulares, células cancerígenas e tecidos transplantados, ou seja, ela sempre envolve células que atacam células.
Imunidade humoral: os linfócitos B se transformam em plasmócitos, que sintetizam e secretam proteínas específicas chamadas anticorpos ou imunoglobulinas. Um anticorpo liga-se a um antígeno específico e inativa-o. Ela atua contra patógenos extracelulares que estejam nos líquidos corporais (humores).
O que é o processo de seleção clonal?
A seleção clonal é o processo pelo qual um linfócito prolifera e se diferencia em resposta a um antígeno específico. O resultado é a formação de uma população de células idênticas (clones) capazes de reconhecer os mesmos antígenos específicos que a célula original.
Esse processo ocorre nos órgãos e tecidos linfáticos secundários, o que promove o aumento do tamanho dos linfonodos e tonsilas, por exemplo.
Quais o produtos da seleção clonal?
Um linfócito que sofreu seleção clonal dá origem a dois tipos celulares:
Células efetoras: realizam respostas imunes que resultam na destruição ou inativação do antígeno (linfócitos T auxiliares ativos, linfócitos T citotóxicos ativos e plasmócitos).
Células de memória: não participam ativamente da resposta imune inicial, porém elas permanecem no organismo por mais tempo e estarão disponíveis para iniciar uma resposta imune mais rápida e eficiente em um novo contato com o antígeno.