MedVet-Investigativa Flashcards

(138 cards)

1
Q

Quais são os mecanismos celulares envolvidos na hiperplasia?

A

A hiperplasia ocorre por proliferação celular controlada, geralmente em resposta a estímulos hormonais ou fatores de crescimento, ativando genes relacionados ao ciclo celular. Envolve células capazes de se dividir e não ocorre em tecidos permanentes como músculo cardíaco e nervoso.

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2
Q

Cite dois exemplos clínicos de hiperplasia em medicina veterinária.

A

Hiperplasia prostática benigna em cães idosos (influência de andrógenos).

Hiperplasia endometrial cística em cadelas sob ação prolongada de progesterona.

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3
Q

Qual a diferença morfológica entre displasia e metaplasia?

A

Displasia: alteração desorganizada no tamanho, forma e organização celular, geralmente dentro de um epitélio.

Metaplasia: substituição de um tipo celular maduro por outro tipo celular diferente, mas ainda maduro e funcional.

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4
Q

Como é a reversibilidade da displasia e da metaplasia?

A

Displasia: pode ser reversível se o estímulo nocivo for removido, mas é menos reversível que a metaplasia.

Metaplasia: geralmente reversível após remoção do estímulo agressor.

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5
Q

Qual o risco de progressão para neoplasia em displasia e metaplasia?

A

Displasia: alto risco de progressão para neoplasia, especialmente se for grave e persistente.

Metaplasia: risco moderado, geralmente precede displasia se o estímulo persistir.

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5
Q

Exemplo clínico de metaplasia em veterinária?

A

Metaplasia escamosa da mucosa respiratória em cães cronicamente expostos à fumaça ou irritantes — o epitélio colunar ciliado é substituído por epitélio escamoso.

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6
Q

Exemplo clínico de displasia em veterinária?

A

Displasia cervical uterina em cadelas, podendo evoluir para carcinoma.

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7
Q

Explique o conceito de anaplasia e suas principais características morfológicas.

A

Anaplasia é a perda da diferenciação celular, típica de neoplasias malignas. Características:

Pleomorfismo (variação de forma e tamanho celular)

Núcleos hipercromáticos e irregulares

Mitoses atípicas

Ausência de organização tecidual

Relação núcleo/citoplasma aumentada

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8
Q

O que diferencia uma célula anaplásica de uma célula normal?

A

A célula anaplásica:

Tem forma irregular

Apresenta núcleos grandes e escuros

Perde a função original

Cresce de forma descontrolada e desorganizada

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9
Q

O que é neoplasia?

A

Neoplasia é o crescimento descontrolado, autônomo e progressivo de células que escapam dos mecanismos normais de regulação. Forma uma massa tumoral que pode ser benigna ou maligna.

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10
Q

Quais são as principais características morfológicas de neoplasias benignas?

A

Células bem diferenciadas

Baixa taxa mitótica

Crescimento lento e expansivo

Bem delimitadas ou encapsuladas

Não invadem tecidos adjacentes

Não formam metástases

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11
Q

Quais são as principais características morfológicas de neoplasias malignas?

A

Células pouco diferenciadas (anaplasia)

Alta taxa mitótica, com mitoses atípicas

Crescimento rápido e infiltrativo

Margens irregulares, sem cápsula

Invasão local e metástase

Necrose e hemorragias frequentes

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12
Q

Como se avaliam critérios histopatológicos de malignidade?

A

Avalia-se:

Grau de diferenciação celular

Presença de mitoses (número e forma)

Invasão de tecidos adjacentes

Presença de necrose

Formação de metástases

Pleomorfismo e alterações nucleares

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13
Q

Durante a necropsia, quais critérios macroscópicos indicam possível neoplasia maligna em um segmento intestinal?

A

Infiltração nos tecidos adjacentes – o tumor não é bem delimitado.

Ulcerações na mucosa intestinal.

Textura firme ou heterogênea (devido à necrose ou fibrose).

Crescimento irregular e assimétrico.

Presença de metástases em linfonodos mesentéricos, fígado ou outros órgãos.

Áreas de necrose e hemorragia visíveis na massa tumoral.

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14
Q

Por que a presença de metástase é um forte indicativo de malignidade?

A

Porque somente neoplasias malignas têm a capacidade de invadir vasos linfáticos ou sanguíneos e se espalhar para outros órgãos, formando tumores secundários.

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15
Q

Qual é o passo a passo da coleta de material para análise histopatológica durante uma necropsia veterinária?

A

Identificar a lesão: escolher áreas que representem bem o processo patológico.

Cortar o fragmento: cerca de 1 cm de espessura para permitir boa penetração do fixador.

Inclui bordas de tecido normal: ajuda na comparação.

Fixação imediata: usar formol 10% tamponado, volume de fixador deve ser 10 a 20x maior que o da amostra.

Armazenamento: manter o material imerso no formol, em frascos identificados (com nome do animal, órgão e data).

Envio ao laboratório: recipiente bem fechado, com ficha clínica completa, inclusive histórico, suspeita clínica e localização da lesão.

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16
Q

Por que o fragmento para histopatologia não pode ser grosso demais?

A

Porque o formol não penetra bem em tecidos espessos, o que compromete a fixação e pode causar autólise ou artefatos na análise.

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17
Q

Quais são os procedimentos obrigatórios em uma necropsia legal (corpo de delito) com suspeita de envenenamento em cão?

A

Identificação completa do animal e do tutor.

Registro fotográfico de todo o procedimento, desde a chegada até a necropsia.

Lavratura de laudo necroscópico, com descrição detalhada e técnica.

Coleta de amostras de órgãos-alvo (fígado, rins, conteúdo gástrico, sangue, urina).

Preenchimento de cadeia de custódia, com identificação de quem coletou, transportou e recebeu as amostras.

Assinatura do responsável técnico com número do CRMV.

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18
Q

Quais são os cuidados específicos para preservar a validade da prova pericial?

A

Evitar contaminação cruzada entre amostras.

Usar recipientes estéreis e rotulados corretamente.

Manter o material em temperatura adequada (gelo seco ou refrigerado, conforme tipo de amostra).

Documentar tudo por escrito e com fotos.

Garantir sigilo e rastreabilidade, com formulário de envio e laudo assinado.

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19
Q

Quais órgãos são mais indicados para análise toxicológica em casos de suspeita de envenenamento?

A

Fígado

Rins

Conteúdo gástrico e intestinal

Urina

Sangue (se ainda disponível)

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20
Q

Qual é a diferença entre adaptação celular reversível (ex: metaplasia) e irreversível (ex: neoplasia)?

A

Reversível (Metaplasia): é uma adaptação celular onde há a substituição de um tipo celular maduro por outro tipo mais resistente, em resposta a estímulos ambientais. Quando o estímulo é removido, o tecido pode retornar ao seu estado normal.

Irreversível (Neoplasia): é uma alteração celular descontrolada e permanente, onde as células perdem a capacidade de diferenciar e proliferam sem controle. Geralmente, não há retorno à normalidade e pode levar a formação de tumores malignos.

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21
Q

Quais condições podem levar a alterações reversíveis e irreversíveis nos animais?

A

Reversível (Ex: Metaplasia): ocorre em situações de irritação crônica, como exposição contínua à fumaça ou substâncias tóxicas (ex: metaplasia escamosa em cães expostos à fumaça de cigarro).

Irreversível (Ex: Neoplasia): ocorre em resposta a mutações genéticas ou fatores carcinogênicos, como exposição a substâncias químicas ou vírus (ex: linfoma em cães relacionado a vírus ou fatores ambientais).

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22
Q

Dê um exemplo clínico de metaplasia em animais.

A

Metaplasia escamosa da mucosa respiratória em cães cronicamente expostos à fumaça ou poluentes, onde o epitélio ciliado é substituído por epitélio escamoso.

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23
Q

Dê um exemplo clínico de neoplasia em animais.

A

Linfoma canino — um tipo de câncer hematológico, frequentemente associado à predisposição genética e, em alguns casos, a infecções virais (como o vírus da leucemia felina).

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24
Como proceder na coleta e exame complementar em uma necropsia de bovino com linfonodos aumentados e com suspeita de neoplasia?
Coleta de amostras dos linfonodos aumentados: Coletar fragmentos representativos dos linfonodos aumentados (normal e afetado) para análise histopatológica. Fixação imediata em formol tamponado a 10% (evitar autólise e garantir boa preservação). Marcar claramente a origem da amostra para evitar confusão na análise. Coleta de outros órgãos-alvo: Fígado, baço e rins, já que neoplasias podem se espalhar para esses órgãos. Exame complementar: Exame histopatológico: necessário para diferenciar entre linfoma, metastases de outro tumor, ou outra neoplasia. Imunohistoquímica: pode ser útil para confirmar a origem celular da neoplasia, caso o diagnóstico de linfoma seja suspeito. Justificativa: O aumento dos linfonodos pode ser indicativo de linfoma ou metástases de outro tumor, e a histopatologia é essencial para confirmar a natureza da alteração. O exame complementar, como a imunohistoquímica, pode ajudar a esclarecer o tipo celular envolvido.
25
Qual a justificativa para a escolha da imunohistoquímica no exame de linfonodos suspeitos de neoplasia?
A imunohistoquímica permite identificar marcadores específicos de tipos celulares envolvidos na neoplasia (como linfoma ou metástases de tumores sólidos), confirmando a origem do tumor e o tipo celular, o que é essencial para o diagnóstico definitivo.
26
Qual a importância da anamnese clínica e histórico do animal na interpretação dos achados de necropsia?
A anamnese clínica e o histórico do animal são cruciais para direcionar a investigação durante a necropsia. Esses dados permitem: Estabelecer um diagnóstico diferencial, considerando doenças mais prováveis com base nos sinais clínicos observados. Guiar a escolha dos órgãos e tecidos a serem coletados, focando nos que têm maior probabilidade de estar envolvidos no processo patológico. Interpretar os achados de necropsia com maior precisão, relacionando-os aos sintomas descritos e à evolução clínica do animal.
27
Como os sinais clínicos influenciam a decisão de quais tecidos coletar para análise histopatológica?
Os sinais clínicos podem indicar os órgãos ou sistemas mais afetados, por exemplo: Emagrecimento progressivo e linfonodos aumentados sugerem linfoma, o que orientaria a coleta de amostras dos linfonodos, fígado e baço. Diarreia crônica e abdômen distendido podem indicar problemas gastrointestinais, levando à coleta do intestino e fígado. Sinais neurológicos podem direcionar para a coleta do cérebro e medula espinhal.
28
Por que é importante coletar tecidos representativos durante a necropsia?
É essencial para garantir que o material coletado seja adequado para diagnóstico, refletindo fielmente a extensão e o tipo da alteração patológica. A escolha dos tecidos deve ser baseada nos sinais clínicos e achados durante a necropsia, para minimizar erros de interpretação.
29
Como a história clínica do animal pode influenciar na escolha dos exames complementares?
A história clínica pode revelar fatores de risco, como exposição a toxinas ou doenças infecciosas, que podem sugerir exames complementares específicos, como teste toxicológico, sorologia para doenças infecciosas ou exames de imagem (como ultrassonografia ou radiografia), para complementar a necropsia e confirmar o diagnóstico.
30
Quais são os procedimentos obrigatórios em caso de morte por envenenamento durante necropsia legal (corpo de delito)?
Isolamento do animal: garantir que não haja contaminação externa ou manipulação indevida do corpo. Documentação detalhada: registrar todas as condições observadas, incluindo sinais clínicos e histórico de exposição ao veneno. Coleta de amostras: Sangue Urina Conteúdo gástrico e intestinal Fígado e rins Linfonodos (se houver suspeita de disseminação do veneno). Fotografias: registrar todas as lesões externas e internas, principalmente alterações visíveis que podem sugerir envenenamento (ex: alterações em mucosas, necrose de tecidos). Exames complementares: incluir testes toxicológicos para identificar a substância envolvida.
31
Quais fatores e parâmetros devem ser considerados importantes no laudo de morte por envenenamento?
Histórico do animal: informações sobre a suspeita de exposição a venenos ou substâncias tóxicas. Achados macroscópicos: lesões visíveis nos órgãos e tecidos, como necrose, hemorragias ou alterações em linfonodos. Achados histopatológicos: alterações celulares ou teciduais que indicam danos causados pelo veneno, como necrose tubular renal, hematomas ou inflamação. Resultados toxicológicos: identificação da substância tóxica presente no sangue, urina, conteúdo gástrico ou outros órgãos. Comparação com sinais clínicos: correlacionar achados da necropsia com os sinais observados durante a fase clínica (ex: salivação excessiva, convulsões, dificuldades respiratórias).
32
Qual a importância de coletar conteúdo gástrico e intestinal em casos de envenenamento?
O conteúdo gástrico e intestinal pode fornecer evidências diretas da substância tóxica ingerida e ajudar na identificação do veneno. Além disso, essas amostras são fundamentais para análises toxicológicas, possibilitando a confirmação do agente causal.
33
Como o tempo entre a exposição ao veneno e a morte do animal pode afetar os achados da necropsia?
O tempo de exposição ao veneno influencia a distribuição e intensidade das lesões. Venenos que agem rapidamente podem causar alterações agudas (ex: hemorragias, necrose celular), enquanto os de ação lenta podem resultar em danos crônicos ou menos evidentes. O tempo também pode impactar a degradação do veneno no organismo, dificultando a identificação da substância.
34
O que é corpo de delito na medicina veterinária legal?
É o conjunto de vestígios materiais relacionados a um possível crime contra animais. Pode envolver locais, objetos, cadáveres ou animais vivos e serve como base para elaboração de laudos periciais.
35
O que é o exame de corpo de delito?
É um laudo técnico pericial realizado por um médico-veterinário ou perito habilitado, que avalia vestígios físicos e biológicos em casos de suspeita de maus-tratos, envenenamento ou morte suspeita, com finalidade judicial.
36
Quando é obrigatório o exame de corpo de delito em animais?
Embora a legislação não obrigue diretamente, ele se torna indispensável sempre que há vestígios de infração penal e o caso é judicializado. É essencial em casos de maus-tratos, morte suspeita, fraudes e acidentes.
37
Qual a diferença entre exame em vítima com vida e vítima sem vida?
Com vida: inclui anamnese, exame físico, fotos, vídeos, avaliação de comportamento e sinais clínicos. Sem vida: envolve necropsia forense, análise do local, coleta de vestígios, descrição de lesões e fenômenos cadavéricos.
38
O que é o exame perinecroscópico?
É a análise do local onde o cadáver foi encontrado, relacionando lesões com o ambiente. Deve-se fotografar, desenhar, descrever o local e observar a posição e condições do corpo.
39
Quais são os fenômenos cadavéricos que ajudam a estimar o tempo de morte?
Resfriamento cadavérico Hipóstase (manchas) Rigidez cadavérica Enfisema Maceração Coliquação Esqueletização
40
Quais são os tipos de lesões forenses em animais?
Mecânicas: perfurantes, cortantes, contundentes, pérfuro-contundentes Físicas: térmicas e elétricas (queimaduras, insolação, choque) Químicas/Bioquímicas: venenos, intoxicações Psicológicas: dor, estresse, negligência
41
O que são considerados vestígios, evidências e indícios?
Vestígios: tudo que pode ser coletado no local (material bruto) Evidência: vestígio analisado que se conecta ao fato Indício: interpretação jurídica que aponta relação com o crime
42
O que é a medicina veterinária legal e qual sua importância?
É a área que aplica os conhecimentos da medicina veterinária para fins jurídicos e criminais. Atua em casos de maus-tratos, envenenamento, fraudes, negligência e crimes ambientais, sendo essencial para produzir provas técnicas e proteger o bem-estar animal.
43
O que caracteriza maus-tratos a animais, segundo a legislação brasileira?
Qualquer ato, direto ou indireto, comissivo ou omissivo, que provoque dor, sofrimento ou morte, seja por negligência, imprudência ou imperícia (Resolução CFMV nº 1236/2018 e Lei 9.605/98 – Art. 32).
43
Quais são as principais funções do médico-veterinário perito?
Coletar e interpretar vestígios e evidências Elaborar laudos técnicos e pareceres Avaliar o bem-estar animal Confirmar ou excluir causa da morte Participar de processos cíveis e criminais Atuar junto à polícia, justiça ou como assistente técnico das partes
44
O que é o exame de corpo de delito em bem-estar animal?
É a investigação forense que avalia animais vivos ou mortos, instalações, manejo e ambiente em sistemas de criação. Visa identificar condições que comprometam o bem-estar, como dor, estresse, sofrimento, falta de assistência e práticas abusivas.
45
Quais estruturas e ambientes devem ser analisados na perícia de bovinos?
Bezerreiros Currais de alimentação e espera Sala de ordenha e do leite Piquete maternidade Instalações de contenção Farmácia e enfermaria Avaliar piso, ventilação, limpeza, iluminação, acesso à água e ração
46
Quais são os sinais de maus-tratos por negligência em bovinos?
Claudicação e pododermatites Animais magros, feridos ou sujos Falta de acesso à água limpa e alimento Doenças sem tratamento (mastite, metrite, etc.) Ambientes sujos, escuros ou lotados Ausência de sombra ou abrigo
47
O que é a necropsia forense veterinária?
É a necropsia feita em contextos legais ou criminais, com objetivo de determinar a causa e circunstâncias da morte. Deve seguir protocolo técnico e ético, com coleta de amostras, documentação fotográfica e descrição detalhada das lesões e vestígios.
48
O que deve conter um laudo pericial veterinário?
Dados do animal e local Histórico do caso Descrição detalhada dos achados Fotografias e croquis Diagnóstico (presuntivo ou conclusivo) Fundamentação legal Assinatura do perito com número do CRMV
49
O que é Patologia?
Estudo das doenças: suas causas (etiologia), mecanismos de desenvolvimento (patogênese), manifestações morfológicas (macro e micro), manifestações funcionais, diagnóstico, tratamento e prognóstico.
50
Quais os quatro principais elementos a descrever numa doença?
Causas, mecanismos, locais de ocorrência e alterações (morfológicas e funcionais).
51
Quais os três possíveis destinos de uma célula sob estresse?
1) Adaptação; 2) Degeneração (acúmulos intracelulares); 3) Morte celular (necrose ou apoptose).
52
Qual a diferença entre necrose e apoptose?
Necrose: morte acidental, afeta grupos de células, causa inflamação. Apoptose: morte programada, afeta células individualmente, não inflamatória.
53
Quais as principais etapas da via mitocondrial (intrínseca) da apoptose?
Sensores Bcl-2 → ativação de Bax/Bak → liberação de citocromo c → ativação da cascata de caspases.
54
Cite três características morfológicas típicas de células em apoptose.
Envolvimento em corpos apoptóticos, condensação da cromatina, fragmentação do núcleo.
55
Quais são as quatro categorias de distúrbios do fluxo vascular?
Hiperemia/congestão, edema/hemorragia, trombose/embolia, alterações nos componentes sanguíneos.
56
Quais itens devem ser descritos numa lesão macroscópica?
Órgão, tamanho, cor, forma, contorno, distribuição, consistência, superfície de corte, intensidade.
57
O que pode indicar uma coloração amarelada numa lesão?
Deposição de bilirrubina (icterícia), gordura (esteatose) ou funções fúngicas/algas.
58
Diferencie lesão focal, multifocal coalescente e difusa.
Focal: único foco. Multifocal coalescente: múltiplos focos que se unem. Difusa: envolve todo tecido.
59
Qual o objetivo principal do exame de corpo de delito em Medicina Veterinária Legal?
Documentar vestígios materiais de crimes contra animais e produzir laudo técnico para processo judicial.
60
Por que a preservação da cadeia de custódia é fundamental no exame pericial?
Garante integridade das provas e validade legal do laudo.
61
Quais seções compõem um laudo pericial veterinário?
Preâmbulo, objetivo, objeto, exames (externo/interno, local), análises complementares, considerações, conclusão, anexos.
62
O que é morte geral (somática) e morte celular acidental?
Morte geral: paralisa todos processos vitais, afeta organismo todo. Morte celular acidental (necrose): lesão que mata células agrupadas sem programação.
63
Cite quatro tipos morfológicos de necrose.
Coagulação, liquefativa, caseosa, enzimática de gorduras (lipídica).
64
Qual o aspecto típico da necrose de coagulação?
Massa firme, palidez acinzentada; preserva contornos celulares.
65
Onde é mais comum encontrar necrose caseosa e como se apresenta?
Granulomas tuberculosos; massa friável, amarelada, parecida com queijo cottage.
66
Gangrena P: Diferencie gangrena seca, úmida e gasosa.
Seca: desidratação, mumificação. Úmida: infecção bacteriana, edema, odor fétido. Gasosa: produção de gás por Clostridium, crepitação.
67
Neoplasia – conceito P: Defina neoplasia.
Crescimento celular desordenado, não responde a sinais de controle; pode ser benigno ou maligno.
68
Displasia vs metaplasia P: Qual a diferença entre metaplasia e displasia?
Metaplasia: troca reversível de um tipo celular por outro adaptativo. Displasia: desorganização celular com atipia, potencial pré-cancerígeno.
69
Vias de disseminação metastática P: Quais as principais vias de metástase de carcinomas e sarcomas?
Carcinomas → via linfática; Sarcomas → via hematogênica; também semeadura direta.
70
O que são oncogenes? R: Genes que, quando alterados, promovem crescimento celular descontrolado.
Genes que, quando alterados, promovem crescimento celular descontrolado.
71
Importância do tempo de necropsia forense P: Que alterações post mortem ajudam a estimar tempo de morte?
Resfriamento, hipóstase, rigidez cadavérica, enfisema, maceração.
72
Quais cuidados na coleta de amostras para exame pericial?
Fotografia/desenho do local, identificação individual do animal, lacração de material, registro do número de lacre.
73
Quais são as quatro principais respostas adaptativas das células?
Hipertrofia: aumento do tamanho celular. Hiperplasia: aumento do número de células. Atrofia: redução do tamanho e/ou número de células. Metaplasia: troca reversível de um tipo celular maduro por outro mais resistente.
74
Em que situações geralmente ocorrem hipertrofia sem hiperplasia?
Tecidos com células incapazes de se dividir (ex.: músculo cardíaco e esquelético) respondem a maior demanda por hipertrofia, sem aumento em número celular.
75
Degeneração gordurosa (esteatose) P: O que caracteriza a degeneração gordurosa de um órgão?
Acúmulo excessivo de gotículas lipídicas no citoplasma, principalmente em fígado e coração, reversível em estágios iniciais.
76
Edema celular (inchaço) P: Qual o mecanismo principal do inchaço celular reversível?
Falha nos eixos de transporte de íons (Na⁺/K⁺-ATPase) leva à entrada de sódio e água, causando aumento de volume.
77
Distúrbios circulatórios – edema e hemorragia P: Diferencie edema de hemorragia em termos de extravasamento vascular.
Edema: escape de líquido (plasma) para o interstício. Hemorragia: saída de células sanguíneas e plasma, formando hematomas ou exsudatos sanguinolentos.
78
Trombose vs Embolia P: Qual a diferença entre trombose e embolia?
Trombose: formação de trombo no local da lesão endotelial. Embolia: deslocamento de material (trombo, gordura, ar) pela circulação e obstrução em outro sítio.
79
Pigmentações celulares P: Cite dois exemplos de pigmentos endógenos e suas causas.
Lipofuscina: “pigmento de desgaste” em envelhecimento. Hemosiderina: acúmulo de ferro após hemorragias repetidas.
80
Inflamação aguda vs crônica (introdução) P: Quais são os sinais clássicos da inflamação aguda e um exemplo de célula predominante?
Rubor, calor, edema, dor e perda de função; neutrófilos são as células predominantes.
81
Onde as lesões ocorrem? P: Cite quatro compartimentos onde podem ocorrer alterações patológicas.
Células (lesões letais ou não letais) Interstício (depósitos, fibrose) Circulação sanguínea ou linfática (edema, hemorragia) Inervações (degeneração de nervos)
82
Etiologia de doenças P: Quais são as duas grandes categorias de causas (etiologias) de doenças?
Genéticas: mutações, predisposições hereditárias. Ambientais: agentes físicos, químicos, infecciosos, nutricionais e autoimunes.
83
Amostras para exame histopatológico P: Quais os principais tipos de amostras coletadas para exame histopatológico e como devem ser acondicionadas?
Biopsias (incisional ou excisional) e peças de necropsia; acondicionamento em frascos identificados, com fixador na proporção 10:1 (fixador:tecido) e tampas bem lacradas para evitar vazamentos.
84
Fixadores em anatomia patológica P: Qual o fixador mais utilizado e quais suas características principais?
Formalina tamponada a 10 %: penetra bem, mantém morfologia celular, compatível com colorações de rotina; ideal em proporção fixador:tecido de 10:1.
85
Transporte e armazenamento de material biológico P: Quais cuidados no transporte de amostras para o laboratório de histologia?
Manter temperatura ambiente (ou refrigerado em 4 °C se >24 h), evitar luz direta, indicar procedimento no rótulo e preservar cadeia de custódia.
86
Picnose (cariopicnose) P: O que ocorre ao núcleo durante a picnose?
Redução de volume, aumento da basofilia e condensação homogênea da cromatina, resultando em núcleo denso e escuro.
87
Cariorrexe P: Como se caracteriza a cariorrexe em lâminas histológicas?
Ruptura do núcleo em fragmentos irregulares, com distribuição desordenada da cromatina e dispersão em grumos.
88
Cariólise P: Qual a definição de cariólise?
Dissolução da cromatina por hidrólise dos ácidos nucleicos, com perda da basofilia nuclear e eventual desaparecimento do núcleo.
89
Adenoma, leiomioma, hamartoma e coristoma P: Diferencie adenoma, leiomioma, hamartoma e coristoma.
Adenoma: tumor benigno de origem glandular. Leiomioma: tumor benigno de músculo liso. Hamartoma: malformação focal de tecido normal em local anômalo. Coristoma: tecido normal em local ectópico.
90
Sarcoma P: O que caracteriza um sarcoma?
Tumor maligno originado em tecidos mesenquimais (músculo, osso, tecido conjuntivo) com padrão de crescimento solidário e metástase hematogênica.
91
Carcinoma in situ vs carcinoma invasivo P: Qual a diferença entre carcinoma in situ e carcinoma invasivo?
In situ: células malignas confinadas ao epitélio, sem invasão da membrana basal. Invasivo: ultrapassa a membrana basal, infiltrando estroma e podendo metastizar.
92
Grading vs Staging de tumores P: O que diferenciam “grading” e “staging” na avaliação de neoplasias? R:
Grading: análise histológica do grau de diferenciação e atipia celular. Staging: extensão clínica/anatômica da doença (tamanho primário, linfonodos, metástases).
93
Gastrite hemorrágica P: Quais achados macroscópicos da gastrite hemorrágica?
Erosões/úlceras na mucosa gástrica com sangue aderido ou livre.
94
Enterite hemorrágica P: Como se apresenta macroscopicamente uma enterite hemorrágica?
Segmentos intestinais com hemorragia mural e lúmen com sangue fresco.
95
Volvulus intestinal P: Quais sinais indicam necrose por volvulus?
Alças congestionadas, edema intenso e hemorragia serosa.
96
Perfuração úlcero-peptídica P: Qual o principal achado de perfuração úlcero-peptídica?
Comunicação livre entre lúmen gastrointestinal e cavidade peritoneal.
97
Parasitoses – coleta pericial P: Que amostras coletar para diagnóstico de helmintíases?
Conteúdo intestinal para ovos (flotação) e mucosa para larvas.
98
Adenocarcinoma gástrico P: Como distinguir macroscopicamente um adenocarcinoma gástrico?
Massa infiltrativa ou ulcerada, com espessamento focal da parede e metástase em linfonodos.
99
Uso de formalina tamponada P: Qual a proporção ideal fixador:tecido em histopatologia?
10 partes de formalina para 1 parte de tecido (10:1).
100
Cariólise P: O que ocorre na cariólise?
Dissolução da cromatina e perda da basofilia do núcleo.
101
Documentação pericial P: Quais itens não podem faltar na coleta pericial GI?
Fotos das lesões, amostras de bordas (mucosa/submucosa), conteúdo luminal e linfonodos regionais.
101
Grading vs Staging P: O que diferencia grading de staging em neoplasias?
Grading = grau de atipia histológica; Staging = extensão clínica/anatômica.
101
Qual a diferença entre trombo e coágulo?
Trombo é uma massa sólida formada dentro dos vasos; coágulo se forma fora deles ou post mortem.
102
Distúrbios Hemodinâmicos Q: O que é hiperemia?
Aumento da quantidade de sangue nos vasos de um órgão, geralmente por vasodilatação ativa.
102
O que é choque hipovolêmico?
É o estado de choque causado por perda significativa de volume sanguíneo (ex.: hemorragia).
102
O que é embolia?
Obstrução de vasos por material (ex.: trombo, gordura, ar) transportado pela corrente sanguínea.
102
Quais são os três elementos da tríade de Virchow?
Lesão endotelial, estase ou turbulência do fluxo sanguíneo, e hipercoagulabilidade.
103
Quais os tipos de hemorragia segundo o tamanho?
Petéquias (<3 mm), púrpura (até 1 cm), equimoses (>1 cm).
104
Quais os cinco sinais cardinais da inflamação?
Rubor, tumor, calor, dor e perda de função.
105
Qual célula predomina na inflamação aguda?
Neutrófilo.
106
O que caracteriza a inflamação crônica?
Duração prolongada, destruição tecidual e fibrose simultâneas.
107
Quais são as fases da inflamação aguda?
Irritativa, vascular, exsudativa, degenerativa-necrótica e produtiva-reparativa.
108
Qual o papel da histamina na inflamação?
Promove vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular.
109
O que pode causar inflamação granulomatosa?
Agentes como micobactérias, fungos, parasitas e corpos estranhos.
110
O que é lipofuscina?
Pigmento de desgaste marrom-amarelado, resultante da oxidação de lipídeos.
111
Como diferenciar icterícia de adipoxantose?
Icterícia cora tecidos elásticos e solubiliza em água; adipoxantose não cora vasos e solubiliza no éter.
112
Qual pigmento dá cor escura à pele?
Melanina.
113
O que é hemossiderina?
Pigmento de ferro derivado da degradação da hemoglobina.
114
O que caracteriza a antracose pulmonar?
Pontos pretos nos pulmões por acúmulo de carvão inalado, comum em ambientes urbanos.
115
O que é hipertrofia?
Aumento do volume celular sem aumento no número de células.
116
E hiperplasia?
Aumento do número de células, com arquitetura preservada.
117
O que é metaplasia?
Substituição de um tipo celular maduro por outro mais resistente, mas menos especializado.
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O que caracteriza a displasia?
Proliferação celular desorganizada e perda da diferenciação celular.
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Quais células podem sofrer hiperplasia?
Células lábeis e estáveis (não permanentes como neurônios e miócitos cardíacos).
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O que causa rinite atrófica em suínos?
Pasteurella multocida toxigênica e Bordetella bronchiseptica.
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Qual a principal lesão do garrotilho?
Abscessos em linfonodos retrofaríngeos por Streptococcus equi.
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Qual agente causa o mormo e por que é importante?
Burkholderia mallei – é uma zoonose grave e contagiosa.
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O que é bronquiectasia?
Dilatação irreversível dos brônquios com acúmulo de exsudato purulento.
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O que é hemiplegia laríngea em cavalos?
Paralisia do músculo cricoaritenoide esquerdo por neuropatia do nervo laríngeo recorrente.
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