Nefrolitíase Flashcards
(13 cards)
Patogênese da nefrolitíase:
1) Supersaturação da Urina:
Formação dos cálculos associada à supersaturação da urina pelos respectivos cristais constituintes do cálculo.
2) Diminuição dos Inibidores da Cristalização:
As substâncias inibidoras agem na superfície do cristal já formado, diminuindo o seu crescimento ou se complexando aos solutos e controlando a supersaturação.
- Fatores Promotores − Aumento da concentração de soluto − Variações do pH urinário − Corpos estranhos (ex: cateteres)
- Fatores Inibidores − Citrato, pirofosfato e magnésio − Proteína de Tamm-Horsfall − Nefrocalcina
1) Urina supersaturada de íons com a capacidade de formar compostos insolúveis.
2) Nucleação: Processo de formação dos cristais − Ocorre a adesão de cristais na superfície de células epiteliais tubulares ou papilares (a estase urinária favorece o processo). − Nucleação Homogênea: Formação dos cristais puros − Nucleação Heterogênea: Formação de cristais sobre a superfície de cristais de composição diferente
3) Crescimento e agregação dos cristais
Diferentes composições do cálculo renal:
- Oxalato de Cálcio – 75%
- Estruvita (Fosfato Amônio Magnesiano) – 15% - bactérias produtoras de urease
- Ácido Úrico – 8%
- Fosfato de Cálcio – < 5 %
- Cistina – < 1 %
Cálculos de estruvita:
▪ É composto por fosfato, amônio e magnésio
▪ É o 20 tipo mais frequente, correspondendo a 10 a 20% dos cálculos renais.
▪ Infecção prévia desdobra a ureia, produzindo amônio e alcalinizando a urina.
▪ O fator primário da gênese é a enzima bacteriana urease, que hidrolisa a ureia.
▪ Os patógenos mais comuns são: Proteus, Pseudomonas e Klebsiella – bactérias que metabolisam a uréia, formando amônia.
▪ Mais frequente em mulheres, devido a maior incidência de ITU.
▪ Normalmente não cursam com dor, sendo um processo silencioso que leva à formação de cálculos coraliformes cujo diagnostico geralmente é acidental.
▪ Pode se desenvolver devido a presença de sondas, imobilização prolongada etc.
▪ Complicação: Pionefrose – Colonização do tecido renal, levando à necrose do parênquima renal.
Cálculo de ácido úrico:
▪ Corresponde a 8% dos cálculos renais em países industrializados.
▪ 25% dos pacientes apresentam gota.
▪ Aspecto macroscópico: Pequenos ou coraliformes parciais, de coloração amarela ou parda, menores, menos duros (< 800 unidades UH – menor densidade) e, portanto, com maior facilidade de manejo cirúrgico.
▪ PE o único cálculo não visualizado na radiografia. ▪ É o único tipo de cálculo que apresenta tratamento medicamentoso – Quimólise.
▪ Associado a situações que favorecem o desenvolvimento de hiperurecemia secundária, como doenças mieloproliferativas, quimioterapia (citotóxicos), diarreia crônica, ileostomias, desitratação, entre outros.
▪ A urina muito ácida (pH < 5,5 – 5) favorece a precipitação de ácido úrico.
Cálculos de fosfato de cálcio:
Composto mineral denominado apatita, encontrado com mais frequência misturado ao oxalato de cálcio.
▪ O cálculo de fosfato de cálcio puro é incomum, correspondendo a apenas 5% dos cálculos renais. ▪ Aspecto macroscópico: Coloração amarela ou parda, laminados e relativamente duros.
▪ Uma forma de apresentação da litíase por fosfato de cálcio (apatita) é a nefrocalcinose, definida como uma calcificação do parênquima renal, devido à deposição difusa de cristais sobre as papilas renais (atapetamento dos cálices renais). Não tem tratamento cirúrgico.
Quadro clínico de nefrolitíase:
✓ Hematúria: 1ª (ITU) x 2ª (Litíase – atrito do cálculo); Macro x Micro
✓ ITU Refratária: Pielonefrite aguda complicada
✓ Hidronefrose: Obstrução parcial ou crônica pelo cálculo renal
✓ Cólica Nefrética: Obstrução aguda pelo cálculo renal
A cólica de rim ou cólica nefrética é um sintoma secundário à obstrução do trato urinário e constitui um dos quadros de dor mais intensos descritos na Medicina. Apresenta algumas características clássicas, como: − Dor abrupta iniciada geralmente em situação de repouso em região lombar, com irradiação para o trajeto ureteral até a região hipogástrica e genital. − Uma característica marcante é a ausência de fatores de melhora ou piora, como posição, movimento ou alimentação − Náuseas, vômitos, palidez, sudorese, taquicardia e HAS − Desconforto miccional e polaciúria
Pontos de constrição das vias urinárias:
Junção pielocalicial (Giordano positivo)
Cruzamento com vasos ilíacos internos
Junção vesico-uretral (pode ser confundido com cistite)
Critérios de urgência na nefrolitíase:
Dor intratável; Cálculo com obstrução há muito tempo; Risco de perda de função renal; Infecção associada (paciente febril).
Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque (LECO) :
▪ Baseia-se na geração, concentração e focalização à distância das ondas de choque.
▪ O efeito destrutivo ocorre quando essas ondas encontram, na área focal, o cálculo renal.
▪ Os cálculos se desfazem em fragmentos de tamanho < 2 mm, que podem passar facilmente pelo ureter, sendo eliminados na urina.
Nefrolitotomia Percutânea :
▪ Punção percutânea da pelve renal (geralmente em cálice inferior, em virtude da menor vascularização e, consequentemente, menor risco de sangramento) guiada pela radioscopia ou USG, de modo a formar um pertuito de acesso aos cálculos intrarrenais.
▪ Apesar de bastante efetiva, sua morbimortalidade é alta.
▪ Punciona-se o rim no cálice inferior criando um caminho por onde entramos com o aparelho para fragmentar o cálculo.
Ureterorrenolitotripsia à Laser :
Avanço retrógrado a partir da uretra com fragmentação do cálculo por meio de laser.
Cirurgia Convencional na nefrolitíase:
▪ Em casos de cálculos coraliformes complexos.
▪ Falhas das outras modalidades de tratamento.
▪ Alterações anatômicas que impossibilitem a abordagem minimamente invasiva.
Terapia exclusiva na nefrolitíase:
AINE
Tansulosina
Prednisona