Oncologia: Esôfago, Estômago, Cólon, Pâncreas, Fígado e SLT Flashcards
(36 cards)
Quais são os dois subtipos principais do Câncer de Esôfago e quais são os seus fatores de risco associados?
CARCINOMA ESCAMOSO (+ Porção médio-proximal)
- Tabagismo
- Etilismo
- Acalasia
- Estenose cáustica
- Tilose: Doença hereditária caracterizada por aumento de proliferação de células escamosas por todo o corpo.
ADENOCARCINOMA (+ Porção distal)
- Doença do refluxo GE e Esôfago de Barrett
- Obesidade: agrava o refluxo
Qual é a clínica esperada no CA de esôfago? Qual o principal diagnóstico diferencial?
Disfagia progressiva + Emagrecimento (em meses)
DD: Acalasia (evolução em anos)
Como diagnosticar o CA de esôfago?
Como estadiar o CA de esôfago e qual é o melhor exame para estadiamento do CA de esôfago?
DIAGNÓSTICO
-> E.D.A. com biópsia
ESTADIAMENTO (Estadiamento “T” é o importante)
-> Melhor Exame para Estadiar: Será algum exame que avalia bem o “T”, então a: USG Endoscópica.
# Estadiamento "T" [USG Endoscópica] +/- [Broncoscopia se T4a e T4b] T1a: Mucosa T1b: Submucosa T2: Muscular T3: Adventícia T4a: Adjacentes ressecáveis T4b: Adjacentes irressecáveis
# Estadiamento "N" [USG Endoscópica c/ PAAF + TC de tórax]
# Estadiamento "M" [TC de tórax + Abdome} Metástases mais comuns: Pulmão e Fígado
Como tratar o CA de esôfago?
Quais as duas indicações gerais de radioterapia ajuvante/neoadjuvante nas cirurgias oncológicas?
# INICIAL (T1a) Mucosectomia Endoscópica
PADRÃO (T1b até T4a + M0)
- QMT/RT Neoadjuvantes
- Cirurgia: Esofagectomia + Linfadenectomia
# AVANÇADO (T4b ou M1) Paliação
INDICAÇÕES DE RADIOTERAPIA
1. Cirurgia difícil
2. Tumor que não está na cavidade abdominal, para não fazer enterite actínica.
Exs. Cirurgia de Esôfago e Reto.
Quais são os dois tipos de Esofagectomia? Cite vantagens e desvantagens de cada uma delas.
A extensão craniocaudal do CA de esôfago tem importância na avaliação da ressecabilidade tumoral?
TIPOS DE ESOFAGECTOMIA
I) Transtorácica
- Vantagem: Visualiza o tumor e possui menor taxa de doença residual, além de fazer uma melhor linfadenectomia.
- Desvantagem: Tem maiores taxas de complicações respiratórias (altera o drive) e tem maior morbimortalidade
II) Trans-Hiatal
- Vantagem: Menor morbimortalidade; Menos invasiva
- Desvantagem: Maior recidiva e doença residual
EXTENSÃO x RESSECABILIDADE TUMORAL
A extensão craniocaudal é importantíssima na avaliação da ressecabilidade tumoral, uma vez que devemos nos atentar às margens de segurança de pelo menos 8cm e confecção de boa anastomose
Qual é o tipo histológico mais comum do CA gástrico?
Quais são os fatores de risco relacionados?
TIPO HISTOLÓGICO MAIS COMUM
Adenocarcinoma gástrico
FATORES DE RISCO
- Dieta: Nitrogenados, defumados, em conserva.
- Tabagismo
- H.pylori
- Gastrite atrófica e Gastrectomia prévia
Qual a clínica esperada no Adenocarcinoma Gástrico?
Síndrome dispéptica
+ Sinais de alarme (emagrecimento, vômitos persistentes, disfagia, anemia, sangramento, >45a)
+/- Sinais de doença avançada:
Sinal de Virchow: Linfonodo supraclavicular E
Sinal de Irish: Linfonodo axila E
Sinal Mary Joseph: Infiltração do ligamento umbilical
Sinal de Blumer: Implante peritoneal no fundo de saco
Krukenberg: Implante no ovário
+/- Acantose nigricans
Pode estar presente como síndrome paraneoplásica em pacientes com CA gástrico. Nesse caso, terá ausência de outras causas que justifique resistência insulínica, como DM, SOP ou Cushing.
Como diagnosticar e como classificar o Adenocarcinoma Gástrico de forma macro e microscópica?
DIAGNÓSTICO
E.D.A. + Biópsia
CLASSIFICAÇÃO
# Macroscópica de Borrmann Tipo 1: Polipoide (não-ulcerado) Tipo 2: Ulcerado (bordos nítidos) Tipo 3: Úlceroinfiltrativo (bordos não nítidos) Tipo 4: Infiltrante (linite plástica)
Microscópica de Lauren
- > Subtipo Intestinal
- Homem Idoso
- Esporádico
- Gastrite Atrófica
- Mais diferenciado (organiza em forma de glândulas)
- Bom prognóstico
- Disseminação hematogênica
- > Subtipo Difuso
- Mulher Jovem
- Hereditário
- Sangue tipo A
- Mais indiferenciado (desestruturação glandular)
- Células em Anel de Sinete
- Disseminação linfática
- Infiltra difusamente todas as camadas do estômago
- Mau prognóstico
Como realizar o estadiamento no Adenocarcinoma Gástrico?
# ESTADIAMENTO "T" [USG Endoscópica]
T1a: Mucosa ( = CA Gástrico Inicial) T1b: Submucosa T2: Muscular T3: Subserosa T4: Serosa ou Adjacentes
Obs. Até T1b = CA Gástrico Precoce, independente do seu comprometimento linfonodal.
# ESTADIAMENTO "N" [USG Endoscópica com PAAF + TC de Abdome]
N0: Sem metástase para linfonodos N1: Metástase para 1 a 2 linfonodos N2: Metástase para 3 a 6 linfonodos N3: Metástase para ≥ 7 linfonodos - N3a: 7 a 15 linfonodos - N3b: > 15 linfonodos (16, pelo menos)
# ESTADIAMENTO "M" [TC de Tórax + Abdome + Laparoscopia] Principais locais de metástase: Pulmão e Fígado Em relação à Laparoscopia: - Grande exame para minimizar a taxa de doença metastática oculta (o mais sensível para avaliar disseminação transcelômica) - A presença de ascite é indicação absoluta do exame.
Como deve ser o tratamento do Adenocarcinoma Gástrico?
# INICIAL (T1a) [Mucosectomia Endoscópica]
Condições para ser incluído nessa categoria:
- Tumor limitado à mucosa (T1a)
- Tipo 1 de Borrmann (polipoide/não-ulcerado)
- Tipo intestinal de Lauren
- < 2cm e SEM linfonodos acometidos
PADRÃO (≥ T1b + M0)
[Gastrectomia + Linfadenectomia D2]
Obs. ≥ 16 linfonodos é o n° mínimo de linfonodos que devem ser retirados durante a cirurgia.
- Se Tumor Proximal: Gastrectomia Total
- Se Tumor Distal (Piloro/Antro): Gastrectomia Subtotal
AVANÇADO (M1)
[Paliação]
Se síndrome de estenose pilórica: Gastrojejunostomia
Qual é o tipo histológico mais comum no Adenocarcinoma de Cólon? Como está se comportando a incidência desse câncer na população nos últimos anos?
TIPO HISTOLÓGICO MAIS COMUM
Adenocarcinoma de Cólon
INCIDÊNCIA NOS ÚLTIMOS ANOS
A incidência do CA colorretal vem caindo progressivamente por conta das recomendações de rastreio, detectando e ressecando pólipos pré-malignos.
Qual é a história natural do CA colorretal encontrada em 95% das vezes? Qual é o mecanismo fisiopatológico relacionado?
Sequência Adenoma-Carcinoma
Mecanismo: Mutação do gene APC
- Adquirida (Esporádico): 80%
- Hereditário: Polipose Adenomatosa Familiar
Em relação à Polipose Adenomatosa Familiar (PAF):
- Qual é o tipo de herança?
- Qual é a mutação envolvida?
- Qual é o número mínimo de pólipos para classificar como PAF?
- Qual é a probabilidade de CA colorretal até os 50 anos?
- Quais são as suas variantes?
HERANÇA: Autossômica dominante (não pula gerações)
MUTAÇÃO: Gene APC
N° de PÓLIPOS: > 100
PROBABILIDADE DE CA ATÉ OS 50 ANOS: 100%
DUAS VARIANTES:
1. Gardner: PAF + Dentes supranumerários + Osteomas + Tumores desmoides
- Turcot: PAF + Tumor do SNC (meduloblastoma e glioblastoma)
Em relação à Síndrome de Lynch, responda:
- Qual é o seu outro nome?
- Qual é o tipo de herança?
- Qual é o seu mecanismo fisiopatológico?
- Quais são os seu critérios diagnósticos?
- Como se classifica?
OUTRO NOME: Síndrome Não-Polipoide Hereditária
HERANÇA: Autossômica dominante (não pula gerações)
MECANISMO PATOGÊNICO
Mutação/inativação genes de reparo (MSH2 e MLH1)
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
- Câncer < 50 anos
- ≥ 3 familiares (sendo um de 1° grau)
- Duas gerações acometidas
CLASSIFICAÇÃO
Lynch I: Colorretal
Lynch II: Colorretal + Outros (exemplo: pâncreas, endométrio, ovário)
Em relação à Síndrome de Peutz-Jeghers, responda:
- Qual é o tipo de herança?
- Como se caracteriza clinicamente e em exames complementares? Há complicações esperadas? Qual sua graduação de risco para CA colorretal?
- Há associação de risco com outros tipos de CA?
Manchas melanocíticas em lábios, mãos e pés
HERANÇA: Autossômica dominante
CLÍNICA/COMPLEMENTARES # Pólipos Hamartomatosos - Risco baixo/ausente para CA. - 50% os desenvolve no colorreto - Quase 100% os desenvolve no delgado - Podem complicar gerando: Intussuscepção (dor), melena e anemia.
RISCO PARA OUTROS TIPOS DE CÂNCER
Presente: incluindo CA de delgado e pâncreas.
Quais são os fatores de risco para CA colorretal esporádico?
FATORES DE RISCO
- Idade
- História familiar
- Síndromes hereditárias (exceto Peutz-Jeghers)
- DII (Crohn e RCU)
Qual é a clínica esperada para o CA colorretal?
# CÓLON DIREITO Melena + Anemia Crônica +/- Massa Palpável
Obs. Não costuma causar sintomas compressivos, exceto em fases mais avançadas, porque essa porção do intestino tem maior diâmetro, as fezes ainda estão líquidas e o tumor tem um crescimento mais centrífugo. Como o diagnóstico é tardio, crescem mais e, por isso, fazem necrose intermitente (sangramento)
# CÓLON ESQUERDO Alteração do Hábito Intestinal (Constipação / Diarreia paradoxal).
Obs. Essa porção do cólon é menor, o tumor tende a crescer de forma centrípeta e as fezes estão mais rígidas, levando aos sintomas obstrutivos.
# RETO Hematoquezia + Fezes "em fita"
Obs. O estreitamento da luz leva à formação de fezes “em fita”, além de ocasionar laceração do reto pelas mesmas, resultando em sangramento.
Como deve ser o rastreamento de CA colorretal? Qual a conduta em caso de positividade para câncer?
Método: Colonoscopia ou Retossigmoidoscopia*
Periodicidade: Dependerá da forma relacionada ao CA. # Esporádico: ≥ 50 anos # História Familiar: ≥ 40 anos (ou 10 anos antes do caso índice). Considerar o menor tempo dos dois. # Lynch I e II: ≥ 20 anos # PAF*: ≥ 10 anos
Obs. Na PAF, não precisa ser sempre com colonoscopia, pode ser com retossigmoidoscopia, que não exige preparação complexa para ser realizada, pois os pólipos da PAF são mais concentrados à esquerda.
CONDUTA EM POSITIVIDADE PARA CÂNCER
- Esporádico/História Familiar: Colectomia Segmentar
- Lynch/PAF: Colectomia Total
Como diagnosticar o CA colorretal?
DIAGNÓSTICO
[Colonoscopia + Biópsia]
CEA: não entra para diagnostico, mas para acompanhamento no tumor produtor de CEA após a cirurgia, solicitado de 3/3 meses.
Como estadiar e tratar o CA de cólon?
ESTADIAMENTO
[Colonoscopia + TC de Tórax e Abdome]
TRATAMENTO
PARA TODOS (INICIAL/PADRÃO/AVANÇADO)
[Colectomia + Linfadenectomia +/- QT Adjuvante]
- Indicação de QT Adjuvante: Estágio ≥ III
Obs. No avançado se faz a mesma conduta pelos motivos: I) Evitar a obstrução intestinal pelo tumor; II) Mesmo que tenha metástase para o fígado, há esperança de cura.
Como estadiar e tratar o CA de reto?
ESTADIAMENTO e CONDUTA
[USG Transrretal]
-> INICIAL (T1: Mucosa + Submucosa)
[Excisão endoscópica] -> Tumor mais alto
[Excisão local] -> Tumor mais baixo
- > PADRÃO (≥ T2: A partir da muscular própria)
1. QMT/RT Neoadjuvante, 6 semanas
2. Avaliar distância do tumor para margem anal:
# > 5cm de distância da margem anal: RAB [Ressecção Abdominal Baixa + Excisão do mesorreto]
Sequência Cirúrgica: Ressecção segmentar + Anastomose Primária (Coloanal) +/- Ostomia de proteção para evitar deiscência (2 bocas)
# ≤ 5cm de distância da margem anal: RAP (Miles) [Ressecção Abdominoperineal + Excisão do mesorreto]
Sequência Cirúrgica: Ressecção de reto e ânus (Amputação) + Colostomia definitiva (1 boca)
Como deve ser feito o acompanhamento pós-operatório de colectomia por adenocarcinoma de cólon? Após quanto tempo costumam surgir as recidivas?
Recidivas: Após 2 anos, em geral.
Objetivo: Detectar recidiva precoce.
Acompanhamento: É direcionado pelo estádio da doença. Em geral: I. CEA a cada 3 meses durante os primeiros dois anos; II. Colonoscopia 1 ano após para avaliar pólipos e a anastomose cirúrgica.
Qual é o tipo histológico mais comum relacionado ao Câncer de Pâncreas? Quais são os fatores de risco relacionados?
TIPO HISTOLÓGICO
Adenocarcinoma Ductal
FATORES DE RISCO Idade História familiar Tabagismo Lynch II
Qual é a clínica esperada no Câncer de Pâncreas?
# CABEÇA DE PÂNCREAS Síndrome Ictérica + Sinal de Courvoisier
# CORPO e CAUDA Dor abdominal + Emagrecimento
OUTROS ACHADOS (+ em CORPO e CAUDA)
-> Síndrome de Trousseau: Síndrome paraneoplásica
(Tromboflebite Superficial Migratória)
-> DM Súbito: Acometimento das células Beta