Oncologia geral Flashcards
(130 cards)
Estadiamento e tratamento câncer de pâncreas
T1: confinado ao pâncreas, <2cm.
T2: confinado ao pâncreas, >2cm.
T3: tumor se estende para fora do pâncreas, invadindo duodeno ou via biliar extra-pancreática, pode envolver veia porta ou mesentérica.
T4: tumor invade o plexo celíaco ou artéria mesentérica superior.
N0: não invade LFN
N1: invade linfonodos regionais.
Estágios: Ia: T1N0M0 Ib: T2N0M0 IIa: T3N0M0 IIb: T1-3N1M0 III: T4 e qualquer N M0 IV: qualquer T ou N e M1
III e IV: irressecáveis - QMT e terapia paliativa.
I a IIb: ressecáveis - duodenopancreatectomia (Whipple) + linfadenectomia regional + QMT adjuvante com ou sem RDT.
Marcador tumoral câncer de pâncreas
CA 19.9
Cistos pancreáticos neoplásicos
- Tumor cístico seroso: mulheres, >60 anos, von-hippel-lindau, benignos, aspecto em colmeia, tratamento conservador.
- Neoplasia cística mucinosa: mulheres, >40 anos, corpo ou cauda, risco de malignização, tratamento com ressecção.
- Neoplasia mucinosa papilar intraductal: ambos os sexos, cabeça do pâncreas, papila de vater dilatada (“em boca de peixe”), tratamento com ressecção.
- Neoplasia pseudopapilar sólida: raro, mulheres jovens, corpo e cauda, potencia de malignidade, ressecção.
Mutações no câncer de pâncreas
oncogene K-ras e gene HER2/neu.
Melhor exame para diagnóstico do câncer de pâncreas
TC contrastada trifásica.
Síndrome de Horner
Ptose palpebral, anidrose, enoftalmia e anidrose ipsilateral, por compressão da cadeia simpática cervicotorácica.
Principais síndromes paraneoplásicas do câncer de pulmão
- Oat-cell: SIADH, Cushing, Eaton-lambert, encefalopatia límbica, degeneração cerebelar subaguda etc.
- Adenocarcinoma: osteoartropatia hipertrófica.
- Epidermoide: hipercalcemia.
Subtipo histológico mais comum ca pulmão
Adenocarcinoma, com incidência aumentando.
Epidermoide em segundo lugar.
Características dos subtipos histológicos ca pulmão
- Adenocarcinoma: mulheres, jovens e não-fumantes (tabagismo também é fator de risco!), periféricos,
- Carcinoma bronquíolo-alveolar: variante do adenocarcinoma de melhor prognóstico.
- Epidermoide: central, o que mais cavita, fumantes, homens.
- Grandes células: periférico, também cavita.
- Oat-cell: central, mais agressivo, formação de rosetas e trabéculas.
Sítios mais comuns de mtx ca pulmão
Esqueleto, fígado, adrenal, SNC, medula óssea (não há consenso em qual é o mais comum).
Rastreamento ca pulmão
Apenas em tabagistas ou ex-tabagistas que cessaram há < 15 anos, com carga tabágica de 30 maços/ano ou mais, com TC anual de baixa dose, entre 55-80 anos.
Estadiamento ca de pulmão
- T1: tumor até 3cm invadindo até brônquio lobar.
- T2: tumor >3cm e <7cm invadindo até brônquio fonte (>2cm da carina) OU causando atelectasia/pneumonite parcial, OU invadindo pleura visceral.
- T3: tumor >7cm, OU a menos de 2cm da carina, OU causando atelectasia/pneumonite total, OU invadindo parede torácica, diafragma, nervo frênico, pleura mediastinal, pericárdio parietal, OU nódulo satélite no mesmo lobo.
- T4: nódulo satélite em lobos diferentes do mesmo pulmão, OU tumor invadindo estruturas irressecáveis (traqueia, carina, coração, grandes vasos, esôfago etc).
N1: LFN peribrônquicos ou hilares do mesmo lado.
N2: LFN mediastinais do mesmo lado ou subcarinais.
N3: LFN contralateral ou supraclavicular/escaleno de qualquer lado.
M1: doença metastática, OU derrame pleural/pericárdico neoplásico.
Estágios em resumo:
I e II: até T2N1M0 ou T3N0M0
III: tumores T3, T4, N2 ou N3 (exceto T3N0M0)
IV: tumores M1
Estadiamento e tratamento Oat-Cell
- Doença limitada: tumor confinado a um pulmão e seus respectivos linfonodos.
Tratamento: QT + RT + irradiação craniana profilática em caso de resposta ao tratamento. - Doença extensa: tumor não confinado a um hemitórax.
Tratamento: QT paliativa.
Tratamento ca pulmão não-pequenas células
Estágios I e II (doença localizada)
- Tratamento padrão: lobectomia.
- Pneumectomia reservada para tumores em múltiplos lobos ou muito centrais em pacientes com boa reserva pulmonar.
- Cirurgia isolada no Ia (tumor ≤3cm com N0) e cirurgia isolada ou seguida de QT adjuvante no Ib (tumor >3 e ≤5cm com N0).
- QT adjuvante: estágio II (T2N0-1, T1-2N1, T3N0 + M0).
- RDT: em pacientes que se recusem ou não estejam aptos para a cirurgia. NÃO se faz para quem fez a cirurgia.
- T3N0M0: ressecar as costelas acometidas.
- Pancoast: RT+QT neoadjuvante seguida de ressecção em bloco do tumor e parede torácica.
Estágio III (doença localmente avançada T3/T4 e/ou N2/3)
- Estágio III descoberto no momento da cirurgia: QT adjuvante (+ RT se margem cirúrgica positiva, múltiplos LFN mediastinais acometidos, dissecção inadequada de LFN)
- IIIa com “T alto e N baixo” (“não-bulky”): operados sempre que possível (T3 extensão à parede torácica e T4 com nódulo satélite no mesmo pulmão) + QT adjuvante (RT se o descrito acima).
- IIIa com “N alto” (“bulky”): QT + RT com posterior reavaliação. Cx é controversa após QT+RT. Se indicação de pneumectomia NÃO faz; se indicação de lobectomia controverso.
- IIIb: apenas QT + RT.
Obs:
IIIa: T1-2N2, T3N1-2, T4N0-1 e M0
IIIb: T4N2, qualquer T com N3 e M0
Estágio IV (doença avançada):
- QT (tratamento paliativo).
- RT em casos selecionados (obstrução brônquica, SVCS etc).
- Terapia-alvo a depender do status do EGFR e do ALK.
Ou seja…
- Estágio IIIa é divisor de águas! Estágio I, II e IIIa beneficiam-se de ressecção cirúrgica com envolvimento N0 ou N1!
- Não há benefício de ressecção cirúrgica em estágio IIIb ou IV (T4N2 ou N3 ou M1), IIIa com N2 ou N3 também não!
- Tumor de pancoast pode ser operado após quimiorradio neoadjuvante.
- Critérios de irressecabilidade: paralisia do nervo laríngeo recorrente ou nervo frênico, SVCS, envolvimento do tronco da artéria pulmonar, envolvimento de LFN contralaterais ou supraclaviculares ou mediastinais ipsilaterais altos, derrame pleural ou pericárdico maligno, neoplasia em ambos os pulmões, M1, envolvimento de traqueia, coração e grandes vasos, reserva pulmonar inadequada.
Performance status do paciente oncológico
- 0: assintomático
- 1: sintomático ambulatorial.
- 2: sintomático até 50% do tempo acamado.
- 3: sintomático >50% do tempo acamado.
- 4: acamado o tempo todo.
Reserva pulmonar necessária para pneumectomia ou lobectomia
- Pneumectomia: VEF1>2L ou >80% do previsto e DLCO>60%.
- Lobectomia: VEF1>1,5L e DLOC>50%.
DLCO: capacidade de difusão do monóxido de carbono.
Nódulo pulmonar solitário.
- Características de malignidade.
- Conduta.
Lesão pulmonar de até 3cm de diâmetro.
- Falam a favor de malignidade: história de tabagismo, >35 anos, nódulo >2cm, crescimento em dois anos, borda irregular, espiculados, com calcificação EXCÊNTRICA ou SALPICADA, sintomas torácicos (adenopatia, atelectasia, pneumonite associada).
- Critérios de benignidade: lesão estável em dois anos e padrão de calcificação (periférica, PIPOCA - hamartoma, difusa, central).
- Conduta nos casos suspeitos de malignidade: ressecção do nódulo em cunha ou lobectomia com exploração mediastinal.
- Lesões de aspecto benigno: seguimento em dois anos com Rx, TC ou PET a cada três a seis meses.
Principal fator de risco do carcinoma de células renais
TABAGISMO
Outros: obesidade, HAS, uso de diuréticos, abuso de analgésicos, doença renal preexistente, exposição a solventes, asbesto, cádmio, esclerose tuberosa, vin Hippel-Lindau.
Tipo mais comum de carcinoma de células renais
- Células claras > MAU prognóstico.
Comportamento mais agressivo: carcinoma de ductos coletores.
Melhor prognóstico: carcinoma cromofóbico.
Tríade clássica carcinoma células renais
Hematúria + massa palpável + dor no flanco.
Doença de von Hippel-Lindau e esclerose tuberosa
Von Hippel-Lindau: angiomatose cerebelorretiniana familiar, autossômica dominante > hemangiomas retinianos, cerebelares e espinhais, hipernofroma, feocromocitoma, cistos benignos. É A FORMA FAMILIAR MAIS COMUM associada a carcinoma renal de células claras.
Esclerose tuberosa: lesões cutâneas, convulsões e retardo mental.
Estadiamento e tratamento ca células renais
T1: até 7cm.
T2: >7cm, ainda confinado ao rim.
T3: invasão de grandes vasos, cápsula, gordura perinefrética.
T4: invade adrenal, OU atravessa fáscia de gerota.
N1: qualquer linfonodo acometido.
Doença localizada: até T3N1M0.
Tratamento:
- Doença localizada: nefrectomia radical (considerar parcial em rim único, lesões ≤ 4cm, ou nefropatas).
- Doença avançada: nefrectomia citorredutora + imunoterapia (IL-2 ou IFN-alfa).
Obs: carcinoma de células claras não é quimi ou radiossensível.
Causa mais comum de massa abdominal em lactentes e RNs.
Rim multicístico displásico > substituição de quase todo parênquima renal por cistos.
Conduta em hematúria >40 anos.
Citologia urinária e citoscopia para investigação de câncer urotelial.
Lembre: bexiga é o sítio mais comum de hematúria macroscópica.