Ortografia e Classe de Palavras Flashcards
(23 cards)
Quanto à pontuação e à observância do emprego do sinal de crase, está plenamente correta a frase:
a) Tendo em vista à longevidade da atual geração, as seguintes pode beneficiar um horizonte ainda mais
largo.
b) Dada a condição dos moços de hoje, os moços de amanhã obterão mais facilidades.
c) Uma vez alcançada, a imortalidade, será que à ela todos festejarão?
d) É à longo prazo que muitas felicidades possíveis são alcançadas.
e) Sempre haverá aqueles que, à todo custo, perseguem o ideal da imortalidade.
Comentário:
Analisando cada frase, temos:
A - Tendo em vista à longevidade da atual geração, as seguintes pode beneficiar um horizonte ainda mais
largo.
Incorreta – a expressão “Tendo em vista” não rege preposição, sendo assim o sinal indicativo de crase no a
após ela está incorreto. Estamos analisando a pontuação e o sinal de crase, mas vale ressaltar que faltou
concordância do verbo “pode” com “as seguintes”.
Frase correta - Tendo em vista a longevidade da atual geração, as seguintes podem beneficiar um horizonte
ainda mais largo.
B - Dada a condição dos moços de hoje, os moços de amanhã obterão mais facilidades.
CORRETA – frase correta.
C - Uma vez alcançada, a imortalidade, será que à ela todos festejarão?
Incorreta – a vírgula que precede a expressão “a imortalidade” está incorreta por estar separando o verbo
“alcançada” do seu complemento; não ocorre crase diante de pronomes pessoais, uma vez que diante deles
não ocorre artigo, portanto o sinal de crase antes de “ela” está indevido.
Frase correta - Uma vez alcançada a imortalidade, será que a ela todos festejarão?
D - É à longo prazo que muitas felicidades possíveis são alcançadas.
Incorreta – o sinal de crase antes de “longo” está incorreto porque não ocorre crase diante de palavra masculina.
Frase correta - É a longo prazo que muitas felicidades possíveis são alcançadas.
E - Sempre haverá aqueles que, à todo custo, perseguem o ideal da imortalidade.
Incorreta – não ocorre crase diante de pronome indefinido, portanto a crase antes de “todo” está inadequada.
Frase correta - Sempre haverá aqueles que, a todo custo, perseguem o ideal da imortalidade.
Gabarito: B
Atenção:
NÃO OCORRE CRASE DIANTE DE PRONOMES PESSSOAIS, uma vez que diante deles
não ocorre artigo.
Questão 8
FCC - Analista Judiciário (TRF 3ª Região)/Administrativa/2016
O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se
encontram reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas obras
antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências dominantes,
suas financiadoras. As obras modernas são, mais genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam
contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O museu reúne todas essas manifestações de
sentido oposto. Expõe tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado por elas: a qualidade
artística. Suas diferenças funcionais, suas divergências políticas são apagadas. A violência de que participavam,
ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim desempenhar um papel de pacificação social. A guerra
das imagens extingue-se na pacificação dos museus.
Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde então,
dois pontos de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o museu é por excelência o lugar de
advento da Arte enquanto tal, separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o segundo, e pela
mesma razão, é um “depósito de despojos”. Por um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status estético
que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente estético, mas, desta vez, concebido como um estado
letárgico.
A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do simbólico, e a
musealização progressiva dos objetos de uso como outros tantos escândalos sucessivos. Ainda seria preciso
perguntar sobre a razão do “escândalo”. Para que haja escândalo, é necessário que tenha havido atentado ao
sagrado. Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor foi
previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica?
A integridade do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque, simultaneamente, a crítica mais
comum contra o museu apresenta-o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O museu, por retirar as
obras de sua origem, é realmente “o lugar simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais
violento e mais ultrajante”. Porém, esse trabalho de abstração e esse efeito de alienação operam em toda parte.
É a ação do tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da arte conservada.
(Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante.
São Paulo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71)
Atente para as afirmativas abaixo.
I. Em … presta homenagem às potências dominantes.., o sinal indicativo de crase pode ser suprimido
excluindo-se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção.
II. O acento em “têm” é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular “tem”,
diferentemente do acento aplicado a “porém”, devido à tonicidade da última sílaba, terminada em “em”.
III. Os acentos nos termos “excelência” e “necessário” devem-se à mesma razão.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.
Comentário:
Analisando as afirmativas:
Em … presta homenagem às potências dominantes.., o sinal indicativo de crase pode ser suprimido
excluindo-se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção.
Correta – Se o artigo definido que está formando a crase fosse retirado, teríamos a seguinte frase: ‘… presta
homenagem a potências dominantes’, na qual há apenas a preposição a regida pelo termo “presta”.
O acento em “têm” é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular “tem”,
diferentemente do acento aplicado a “porém”, devido à tonicidade da última sílaba, terminada em “em”.
Correta – o acento em “têm” é indicativo de que a palavra está no plural; já em “porém” o acento é devido
ao fato de ser tônica a última sílaba, que é terminada em –em.
Os acentos nos termos “excelência” e “necessário” devem-se à mesma razão.
Correta – os acentos dessas palavras se encaixam na regra de acentuação das paroxítonas terminadas em
ditongo crescente.
Estão corretas todas as afirmativas.
Gabarito: A
Questão 9
FCC - Oficial Logística Almoxarifado I (METRO SP)/2018
Quanto à voz de Maria Gadú, pouco adianta dizer que é rouca ou grave. Semelhante ……… experiência
olfativa, ……… qual usamos com frequência analogias, aduzir ……… voz uma definição não resolve a
imprecisa descrição. Maria Rita Kehl, assim, termina por introduzir uma imagem: “uma lixa muito fina a
filtrar o som que passa por ela, vindo do fundo de um poço”.
Preenche respectivamente as lacunas acima o que se encontra em:
a) à − para a − a
b) à − a − a
c) à − para a − à
d) a − a − à
e) a − à – a
Comentário:
Vejamos o que preenche cada lacuna:
Lacuna 1: deve ser preenchida por um a com sinal indicativo de crase (à) porque o termo “semelhante” rege
preposição a e o termo “experiência” está determinado.
Lacuna 2: a melhor opção para o preenchimento dessa lacuna é a expressão “para a”: usamos
frequentemente analogias para a experiência olfativa.
Lacuna 3: o termo “aduzir”, com sentido de apresentar, é bitransitivo e rege preposição a em seu
complemento indireto. No contexto o termo “voz” é esse complemento, portanto deve haver a com sinal
indicativo de crase antes de “voz”.
Temos, então, à – para a – à.
Gabarito: C
- O que são preposições acidentais?
Preposições acidentais são aquelas palavras que pertencem a outras classes gramaticais e que,
ocasionalmente, funcionam como preposições. As principais: exceto consoante, durante, mediante, afora,
fora, segundo, tirante, visto, senão, como, conforme, mediante, salvo, segundo.
- Quais são as conjunções coordenativas?
Conjunções coordenativas:
a. Aditivas
b. Adversativas;
c. Alternativas;
d. Conclusivas;
e. Explicativas.
- Quais são as conjunções subordinativas?
Conjunções subordinativas:
a. Causais;
b. Comparativas;
c. Concessivas;
d. Condicionais;
e. Conformativas;
f. Consecutivas;
g. Finais;
h. Proporcionais;
i. Temporais;
j. Integrantes.
Plural dos substantivos compostos
➢ Quando estiverem unidos por hífen, pluralizam-se os dois elementos.
a) Substantivo + Substantivo:
Decretos-leis; couves-flores; cirurgiões-dentistas; editores-chefes.
b) Substantivo + Adjetivo / Adjetivo + Substantivo:
Cachorros-quentes; obras-primas; más-línguas; carros-fortes; boas-vidas.
c) Numeral + Substantivo:
Segundas-feiras; sextas-feiras; terceiros-capitães; primeiras-aprovações.
➢ Pluraliza-se apenas o segundo elemento.
a) Elementos unidos sem hífen::
Autopeças; girassóis; ultrassons; passatempos.
b) Verbo + Substantivo:
Bate-bocas; guarda-roupas; beija-flores; lava-louças.
c) Elemento Invariável + Palavra Variável:
Vice-campeões; alto-falantes; bem-amados; recém-empossados.
d) Palavras Repetidas:
Corre-corres; reco-recos; pisca-piscas; toque-toques.
➢ Pluraliza-se apenas o primeiro elemento.
a) Substantivo + Preposição + Substantivo:
Pés de moleque; mãos de obra; câmaras de ar; caixas d’água.
b) Quando o segundo elemento limita o primeiro (tipo, finalidade):
Bananas-prata; salários-família; cidades-satélite; alunos-modelo.
➢ Os dois elementos ficam invariáveis.
a) Verbo + Advérbio:
Bota-fora; pisa-mansinho.
b) Verbo + Substantivo Plural:
Saca-rolhas; guarda-vidas.
c) Verbos Antônimos:
Os senta-levanta atrapalharam a apresentação.
d) Frases Substantivas:
Os Deus-nos-acuda eram ouvidos pelos que estavam presentes do dia da tragédia.
➢ Palavras Substantivadas flexionam-se no plural como os substantivos.
Os sins e os nãos; os prós e os contras.
➢ Substantivos que admitem mais de um plural:
Padre-nosso/padre-nossos/padres-nossos; salvo-conduto/salvo-condutos/salvoscondutos.
Flexão dos Adjetivos Compostos
Para formar o plural de adjetivos compostos, como regra-geral, deve-se flexionar apenas o último elemento no plural.
EX.: Medida socioeducativa/medidas socioeducativas; análise econômicofinanceira/análises econômico-financeiras; ciência político-social/ciências políticosociais
Exceções:
i. Flexionam-se os dois componentes de surdo-mudo: jovens surdos-mudos, crianças surdasmudas;
ii. Os que indicam cor são invariáveis: ternos azul-marinho, gravatas azul-ferrete, raios
ultravioleta;
iii. A composição ADJETIVO + SUBSTANTIVO é invariável: olhos verde-mar; vestidos azulturquesa; blusas amarelo-laranja;
iv. São invariáveis as locuções adjetivas formadas de COR + DE + SUBSTANTIVO: vestidos cor
de rosa; suéteres cor de café.
O futuro do indicativo em estará usando e teremos ultrapassado serve ao propósito discursivo de
a) constatar fatos ocorridos.
b) retificar propósitos.
c) sinalizar prognósticos.
d) apresentar sugestões.
e) evocar experiências
Comentário:
Só para lembrarmos: nas locuções verbais, somente o verbo auxiliar sofre flexão de número, pessoa, tempo
e modo verbal relativo ao contexto. As locuções “estará usando” e “teremos ultrapassado” têm como verbos
auxiliares ‘estar’ e ‘ter’, respectivamente. Ambos estão conjugados no futuro do presente do modo
indicativo. Tal tempo e modo indicam situações que ainda irão acontecer. Cientes disso, analisemos as
alternativas:
A – constatar fatos ocorridos. – incorreta - aqui, além de o verbo “ocorridos” remeter a algo que já
aconteceu, o verbo constatar tem como significado chegar à conclusão sobre algo e, para se concluir é
necessário que algo já existente seja analisado. Ambas as expressões “ocorrido” e “constatar”, portanto,
remetem-nos a uma ideia de passado.
B - retificar propósitos. – incorreta - o verbo “retificar” significa consertar e somente é possível consertar
aquilo que já existe, o que nos faz perder a ideia de futuro que, já vimos, deve haver na resposta correta.
C - sinalizar prognósticos. – CORRETA – esta é a alternativa correta. A palavra “prognósticos”, que é
formada por derivação prefixal, tendo como prefixo (latino) ‘pro-‘ (que tem ideia de movimento para a
frente) e ‘gnóstico’ (relativo a gnose, que significa conhecimento, ação de conhecer) tem como significado
geral ‘aquilo que traça o conhecimento futuro como resultado de um processo’. Tal definição se encaixa
perfeitamente no contexto do trecho e no campo semântico das locuções verbais.
d) apresentar sugestões. – incorreta – essa opção poderia causar dúvidas, já que a ideia de sugestão está
vinculada a alguma mudança futura. Mas, na leitura do texto como um todo, é possível verificar que as
locuções verbais não foram empregadas com a intenção de sugerir.
e) evocar experiências. – incorreta – a palavra “experiências” leva à ideia de algo já vivido, o que inviabiliza
essa opção também como incorreta.
GABARITO: C
o espelho do olhar do outro ==> te <== devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece.
Para manter a uniformidade de tratamento do interlocutor, com a regência correta, o pronome sublinhado
acima deve ser alterado para:
a) a si
b) a ele
c) o
d) a
e) lhe
Comentário:
essa questão envolve conhecimento de regência e de emprego de pronome. A forma verbal
“devolve”, que é conjugação do verbo devolver, é bitransitiva e rege preposição a em seu complemento
indireto (devolver algo a alguém). No texto predominantemente foi empregada a linguagem formal, mas
há pontos em que se percebe a linguagem coloquial, como no trecho em destaque. Na linguagem formal, o
emprego do pronome “te” está incorreto e deveria ser substituído por ‘–lhe’, uma vez que apenas este
último pode assumir na oração posição de complemento indireto.
Gabarito: E
Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice Lispector é o advérbio de tempo,
como o que se encontra grifado em:
I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. (1º parágrafo)
II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível
do qual eu já começara a me dar conta. (7º parágrafo)
III. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. (9º
parágrafo)
IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. (16º parágrafo)
Atende ao enunciado APENAS o que consta de
a) I, II e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e III.
e) I, III e IV.
Comentário: analisando os termos grifados nos excertos de textos em cada afirmativa, temos:
“Jamais” = advérbio de negação
“eis” = conjugação do verbo ‘estar’
“agora” = advérbio de tempo
“sem” = preposição
Apenas as afirmativas I e III possuem advérbios.
Gabarito: D
Expressa noção de finalidade o termo sublinhado em:
a) alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado
b) não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar
c) de onde não desceu para rebolar nenhuma vez
d) pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás
e) a resistência do público para quem sua obra se dirige
Comentário: a preposição “para”, dependendo do contexto, pode assumir vários sentidos. Dentre as
alternativas, procuramos o emprego que expressa ideia de finalidade. Vejamos em cada uma das orações:
A – direção (“para o topo”)
B – direção/destino (“para o terreno familiar”)
C – finalidade (desceu para/com a finalidade de rebolar) – CORRETA
D – faz apenas ligação entre os termos “pede” e “avó”.
E – direção (para quem sua obra se dirige”)
Gabarito: C
Considerado o português atual do Brasil, a alternativa que contém exemplo recente do processo de
revitalização do léxico a partir da criação ou emprego de novas palavras é
a) taxionomias.
b) tipológicas.
c) inteligíveis.
d) etnossaberes.
e) imaterial.
Comentário: uma das regras de formação de palavras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa é a
de que nas construções em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento inicia por r ou s, ocorre a
duplicação dessas consoantes, como ocorreu na alternativa D, em que o prefixo ‘etno-‘ é unido à palavra
‘saberes’. Dessa junção formou-se “etnossaberes”.
Gabarito: D
Questão 11
FCC - 2021 - MANAUSPREV - Analista Previdenciário - Tecnologia da Informação
As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer modificação em sua forma. A este processo de
enriquecimento vocabular pela mudança de classe das palavras dá-se o nome de derivação imprópria.
(Celso Cunha. Gramática essencial, 2013. Adaptado.)
Verifica-se um exemplo de derivação imprópria no seguinte trecho:
A. A moça vivia confinada num salão (3° parágrafo).
B. Sua beleza saiu do corpo (4° parágrafo).
C. Não ousavam abranger o corpo inteiro (1° parágrafo).
D. A moça já não podia sair à rua (2° parágrafo).
E. Houve um engarrafamento monstro (2° parágrafo)
Comentário: analisando cada alternativa, tem-se:
A) A moça vivia confinada num salão (3° parágrafo) - derivação regressiva
B) Sua beleza saiu do corpo (4° parágrafo) - nome derivado do adjetivo belo pelo sufixo EZA
C) Não ousavam abranger o corpo inteiro (1° parágrafo).
D) A moça já não podia sair à rua (2° parágrafo).
E) Houve um engarrafamento monstro (2° parágrafo) - a palavra “Monstro” originalmente é substantivo,
mas na frase é empregado como adjetivo ao qualificar “engarrafamento”.
Gabarito: E
- Considere o seguinte texto para responder à pergunta abaixo.
O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se
encontram reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas obras
antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências dominantes,
suas financiadoras.
[…]
Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde então,
dois pontos de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o museu é por excelência o lugar de
advento da Arte enquanto tal, separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições.
[…]
A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do simbólico, e a
musealização progressiva dos objetos de uso como outros tantos escândalos sucessivos. Ainda seria preciso
perguntar sobre a razão do “escândalo”. Para que haja escândalo, é necessário que tenha havido atentado ao
sagrado. Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor foi
previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade absoluta da obra?
Atente para as afirmativas abaixo.
I. Em … presta homenagem às potências dominantes.., o sinal indicativo de crase pode ser suprimido
excluindo-se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção.
II. O acento em “têm” é de caráter diferencial, em razão da semelhança com a forma singular “tem”,
diferentemente do acento aplicado a “porém”, devido à tonicidade da última sílaba, terminada em “em”.
III. Os acentos nos termos “excelência” e “necessário” devem-se à mesma razão.
- Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II, apenas.
e) II e III, apenas.
Comentário:
Analisando, caso a caso:
I. De fato, o sinal pode ser retirado sem prejuízo à correção gramatical. Contudo, o sentido do texto será
alterado.
Para que você entenda esse ponto, é necessário recordar que os artigos definidos determinam os
substantivos aos quais se referem, de forma particular, objetiva e precisa, individualizando seres e
objetos. No caso, quando há crase (havendo, portanto, o artigo) individualizam-se as “potências
dominantes”. Ao passo que, sua ausência, transmite a mensagem de se tratar de “potências dominantes”
em geral, indeterminadas.
Assim, não há erro com a supressão da crase, mas o sentido é alterado.
II. Há acento diferencial em “têm” (verbo ter, 3ª pessoal do plural do presente do indicativo), diferenciandoo de “tem” (3ª pessoal do singular do presente do indicativo).
A regra é diferente da que justifica a acentuação da palavra “porém”, que recebe acento devido ao fato de
ser oxítona terminada em “em”.
Por isso, item correto.
III. Também é certo que a regra que justifica a acentuação das palavras excelência e necessário é a mesma:
acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes.
Assim, estão corretos os itens I, II e III.
Gabarito: letra A
- Seguindo-se a regra determinada pelo novo acordo ortográfico, tal como referida no primeiro
quadrinho, também deixaria de receber o acento agudo a palavra:
a) Tatuí.
b) graúdo.
c) baiúca.
d) cafeína.
e) Piauí.
Comentário:
Recordemos as seguintes regras:
1. Acentuam-se o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, com ou sem “s”, quando não forem seguidos de “nh”, não
repetirem a vogal e não formarem sílaba com consoante que não seja o “s”. Essa regra justifica a acentuação
de: “graúdo” e “cafeína”.
2. Continuam a ser acentuados i e u, seguidos ou não de s, quando em vocábulos oxítonos e não formarem
sílaba com consoantes. Por isso, os acentos de: “Tatuí” e “Piauí”.
3. Nos vocábulos paroxítonos, não se acentuam o i e o u tônicos quando vierem depois de ditongo
decrescente. Eis o motivo pelo qual a forma correta é “baiuca”.
Gabarito: letra C.
- A palavra “recém-criadas” sofre, em sua formação, um tipo de processo de derivação. O mesmo que
ocorre em:
a) extravagantes.
b) guarda-florestal.
c) sombreada.
d) causos.
e) entardecer
Comentário:
A derivação consiste em formar uma palavra nova (derivada), a partir de outra já existente (primitiva). Pode
ocorrer de acordo com as seguintes maneiras: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, regressiva,
imprópria e parassintética.
A palavra “recém-criadas” é formada por derivação prefixal, pela adição do prefixo “recém” ao particípio
“criadas”. Tendo isso como base, vamos às opções.
a) Em “extravagantes” temos a junção do prefixo “extra” ao adjetivo “vagantes”. Assim, é palavra formada
por derivação prefixal. Item certo.
b) O substantivo “guarda-florestal” é formada pela junção das palavras “guarda” e “florestal”. Note que não
há qualquer modificação fonética ou gráfica. Logo, é formada pelo processo de composição por
justaposição. Item errado.
c) A palavra “sombreada” é composta pelo substantivo “sombra” e o sufixo “eada”. Assim, é palavra formada
por derivação sufixal. Item errado.
d) A palavra causos é primitiva. Logo não é formada nem por derivação nem por composição. Item errado.
e) “Entardecer” é composta pela adição simultânea do prefixo “en” e do sufixo “ecer”, incorporadas ao
radical “tarde”. Observe que, se for retirado o prefixo ou o sufixo, não haverá uma palavra com sentido
completo, sendo, por isso, formada por derivação parassintética. Item errado.
Gabarito: letra A.
- O plural das palavras terminadas em “ão” sofre variações. Normalmente se faz em “ões”, como em
vulcões. Por vezes, contudo, aceita-se mais de uma forma.
É o que ocorre com:
a) tufão
b) tostão
c) vilão
d) cidadão
e) alemão
Comentário:
De acordo com as normas gramaticais, o plural de substantivos terminados em “ão” pode ser construído de
três maneiras:
* Troca-se o “ão” por “ãos” (Exemplos: cidadão/cidadãos; irmão/irmãos; ancião/anciãos;
bênção/bênçãos);
* Troca-se o “ão” por “ões” (Exemplos: espião/espiões; mamão/mamões; limão/limões; botão/botões);
* Troca-se o “ão” por “ães” (Exemplos: cão/cães; pão/pães; capitão/capitães; escrivão/escrivães).
Via de regra, o plural de cada nome admite apenas uma forma. Contudo, há alguns casos em que se admitem
múltiplas formas (exemplos: ancião/anciãos/anciães/anciões, anão/anões/anãos). Um dessas palavras é
vilão, que admite vilãos e vilões.
Nas outras alternativas, há palavras que a aceitam somente uma forma de flexão em número:
a) Tufão: tufões;
b) Tostão: tostões;
d) Cidadão: cidadãos;
e) Alemão: alemães.
Gabarito: letra C.
Os direitos dos cidadãos, na verdade, talvez representem a área mais notável das semelhanças entre a
democracia brasileira e os reis africanos que aparecem nas fotos-símbolo do colonialismo. Nunca houve tantos
direitos escritos nas leis; nunca o poder público foi tão incompetente para mantê-los. Não consegue, para
desgraça geral, garantir nem o mais importante de todos eles – o direito à vida. Com 60.000 assassinatos por
ano, o Brasil é hoje um dos países onde a vida humana tem o menor valor.
Há uma recusa sistemática em combater o crime por parte de nove entre dez políticos com algum peso; o maior
pavor deles é ser considerados, por causa disso, como gente da “direita”. Acham melhor, como as classes
intelectuais, os comunicadores e os bispos, falar mal da polícia. Pode passar pela cabeça de alguém que exista
democracia num país que tem 60.000 homicídios por ano?
(Revista Veja, ed. 2542.)
15. Sobre recursos linguísticos atinentes às flexões de número e gênero dos nomes, em termos da escrita
culta, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) As palavras notável e importante são exemplos de adjetivos que se flexionam em número, mas não em
gênero.
b) O termo cidadãos exemplifica o grupo de substantivos que admite mais de um plural: cidadãos e cidadães.
c) No substantivo composto fotos-símbolo, somente o primeiro elemento se pluraliza porque o segundo
indica finalidade.
d) No trecho as classes intelectuais, o adjetivo caracteriza um substantivo feminino plural; se caracterizasse
um substantivo masculino plural, não se flexionaria diferentemente.
Comentário:
Vamos à análise de cada uma das alternativas.
a) “Notável” e “importante” são dois exemplos de adjetivos que não se flexionam em gênero, também
chamados de uniformes. Item certo.
b) É o nosso gabarito. “Cidadão” tem como plural, apenas, “cidadãos”, não admitindo, portanto, outra
construção. Item errado.
c) No que se refere ao plural dos substantivos compostos, um dos casos em que se pluraliza apenas o primeiro
elemento ocorre quando o segundo elemento limita o primeiro, numa relação de tipo, finalidade (exemplos:
bananas-prata; salários-família; cidades-satélite; alunos-modelo). Em “fotos-símbolo”, verifica-se essa
relação de tipo/finalidade, motivo pelo qual apenas o primeiro termo se flexionará. Item certo.
d) Correto também. Observe que se tivéssemos, por exemplo, “os níveis intelectuais” (“níveis”, substantivo
masculino plural), isso não acarretaria nenhuma alteração no adjetivo “intelectuais”. Item certo.
Gabarito: letra B
- Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
“Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de espantar: estava inteiramente fora de
forma.”
Os advérbios destacados expressam, respectivamente, as seguintes circunstâncias:
a) modo e modo.
b) intensidade e tempo.
c) intensidade e intensidade.
d) modo e intensidade
Comentário:
Vamos por partes. No período “Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado.”, a palavra em
realce é adverbio de modo, modificando o sentido do adjetivo castigado. Semanticamente, exprime ideia
de como Raul fora castigado.
No entanto, no período “Não era de espantar: estava inteiramente fora de forma.”, a palavra em realce é
advérbio de intensidade. Equivale a “completamente”, “totalmente”, “absolutamente”, outros advérbios de
intensidade. Semanticamente, denota a intensidade com que Raul estava fora de forma.
Gabarito: letra D.
- Considere o texto abaixo para responder à questão.
“Embora a composição e a dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada indivíduo pelo
meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações emocionais, se não todas,
resulta de longos ajustes evolutivos.”
Mantendo-se o mesmo tipo de relação que estabelece na frase acima, o segmento sublinhado preenche
corretamente a lacuna desta frase:
a) Todos, …… você, riram-se do acidente.
b) O palestrante não obteve outra coisa …… escárnio.
c) Fala três línguas, …… quatro.
d) Não expressou …… emoções negativas.
e) Havia um …… em seu exame.
O primeiro passo é identificar qual tipo de relação estabelecida na frase: “há indícios de que a maioria das
reações emocionais, se não todas, resulta de longos ajustes evolutivos”.
No contexto, “se não” representa uma junção da conjunção condicional “se” e do advérbio de negação “não”
e possui o sentido de “caso não” ou “quando não”. Na frase em destaque, o “se não” indica condição.
Fiquem atentos ao seguinte detalhe. Não se pode confundi-lo com o “senão”, usado em substituição a “do
contrário”, “a não ser”, “exceto”, “tão somente”. O “senão” também pode ser empregado como sinônimo de
falha, pequeno erro ou defeito.
Vejamos em qual das opções há a ideia de condição.
a) Todos, …… você, riram-se do acidente.
Aqui, o apropriado é o “senão”. Vejam como ficaria: “Todos, exceto você, riram-se do acidente”. Item errado.
b) O palestrante não obteve outra coisa …… escárnio.
Mesma justificativa do item anterior. Vejam como ficaria: “O palestrante não obteve outra coisa, tão somente
escárnio”. Item errado.
c) Fala três línguas, …… quatro.
Eis o nosso gabarito. Há aqui uma ideia de condição: “fala três línguas, caso não fale quatro”. Item certo.
d) Não expressou …… emoções negativas.
Também cabe o “senão”: “Não expressou a não ser emoções negativas”. Item errado.
e) Havia um …… em seu exame.
Essa alternativa representa o uso do “senão” como sinônimo de erro, defeito, falha. Vejam como ficaria:
“Havia um pequeno erro em seu exame.” Item errado.
Gabarito: letra C.
Mantendo-se o sentido e a correção, o termo sublinhado pode ser substituído pelo que se encontra entre
parênteses em:
a) A menos que renasça até que dele se possa dizer “esta é uma pessoa”. (Sem que)
b) É, pois, menos perigoso escolher sozinho ser uma pessoa. (conquanto)
c) Se bem que pode acontecer uma coisa que me humilha contar. (No entanto, seguido de vírgula)
d) Bem sei que uma das qualidades de um ator está nas mutações… (Por mais que)
e) … a cabeça ergue-se altiva como a de quem superou um obstáculo. (conforme)
Comentário:
Vamos analisar cada uma das opções:
a) Nesse contexto, a expressão “a menos que” indica condição, podendo ser substituída por “exceto se”, pois
traz uma ideia de hipótese, de algo que pode acontecer. A expressão “sem que” pode ser condicional, mas
não nesse caso. Veja um exemplo em que isso é possível: “sem que ele estude, não conseguirá a aprovação”.
Item errado.
b) “Pois”, após o verbo e entre vírgulas, é conjunção conclusiva. “Conquanto” é conjunção concessiva. Item
errado.
c) “Se bem que” é, normalmente, conjunção concessiva, contudo, nesse contexto, foi usada como conjunção
adversativa (indica oposição, contraste), motivo pelo qual a sua substituição por “no entanto” é acertada.
Item certo.
d) “Bem sei que” não é uma locução conjuntiva: o “bem” apenas transmite uma noção de intensidade. No
caso, “que” é conjunção integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva objetiva direta. “Por
mais que” é conjunção concessiva. Item errado.
e) “Como”, no caso, é conjunção comparativa. “Conforme” é conjunção conformativa. Item errado.
Gabarito: letra C