OTOLOGIA Flashcards

1
Q

Qual deve ser o exame solicitado a uma criança de sete anos, não sindrômica, com hipoacusia neurossensorial flutuante, progressiva, constatada por
audiometria?

a. BERA
b. Perfil genético.
c. Tomografia computadorizada
d. RNM com contraste

A

Letra C.
O quadro clínico apresentado é altamente sugestivo de aqueduto
vestibular alargado. Portanto, a TC é o melhor exame para o diagnóstico desta
malformação óssea, visto por este exame melhor do que pela ressonância
magnética. Guimarães HA. Aspectos

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2
Q

02) O que acomete um paciente adulto com sensibilidade a sons altos, Hennebert positivo, Fenômeno de Tullio positivo, audiometria com pequeno “GAP” para sons graves e imitanciometria com reflexos estapedianos presentes?

a. Hidropsia endolonfática
b. Otosclerose coclear
c. Fístula perilinfática
d. Deiscência óssea do canal semicircular superior.

A

Letra D.
Pode-se basear na história clínica, na audiometria com pequeno “GAP” para sons graves e imitanciometria com reflexos estapedianos presentes, indicando que houve um sequestro da onda sonora dentro da orelha interna

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3
Q

03) Das síndromes relacionadas abaixo, qual a que apresenta microtia e atresia meatal?

a) Síndrome de Treacher Collins
b) User
c) Pendred
d) Waardenburg

A

Letra A
A síndrome de TC é uma síndrome de 1o e 2o arcos branquiais,
justificando a presença da microtia e da atresia meatal.

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4
Q

04) Esclera azulada, hipoacusia de condução, configuram um quadro de:
a. Otosclerose coclear.
b. Doença de Paget.
c. Osteogenesis imperfecta. d. Síndrome de Wildervanc.

A

Letra C
Este quadro chamado também de Síndrome de Van Der Hoove, é
uma doença congênita com alteração na síntese de colágeno por osteoblastos, podendo acometer vários ossos do esqueleto

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5
Q

05) Um paciente acometido por paralisia facial bilateral, comprometimento de
outros pares cranianos e alterações das extremidades, configura um quadro
de:
a. Síndrome de Poland.
b. Síndrome de Heller.
c. Síndrome de DiGorge.
d. Síndrome de Mobius

A

Letra D
Na Síndrome de Möbius os pacientes possuem aplasia dos núcleos motores dos nervos cranianos, além de denervação e atrofia dos músculos faciais e extraoculares.

Diferencia-se da Síndrome de Poland, pois, nesta, o quadro é
acrescido de atrofia do músculo peitoral maior e sindactilia ipsilateral.
____

A síndrome de Moebius caracteriza-se por paralisia congênita e não progressiva do VII e do VI nervos cranianos (NC), quase sempre bilateral, o que produz uma aparência facial pouco expressiva e estrabismo convergente.

Frequentemente outros NC apresentam-se comprometidos, uni ou bilateralmente, determinando ptose palpebral, estrabismo divergente, surdez, distúrbios da sensibilidade nos territórios inervados pelo trigêmeo, disfagia, disfonia e atrofia da língua, que podem ser verificados em diferentes combinações. Número significativo de casos acompanha-se de deficiência mental sugerindo que o envolvimento do sistema nervoso possa ser mais difuso do que o apontado pela presença maciça das paralisias de NC.

Malformações esqueléticas estão presentes em grande número de casos, especialmente pés tortos.

Micrognatia e aplasia do peitoral também são observadas em associação à SM, constituíndo a denominada síndrome de Polland

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6
Q

06) Qual o principal músculo responsável pela abertura da tuba auditiva?

a. Tensor do véu palatino.
b. Elevador do véu palatino
c. Salpingofaríngeo
d. Tensor do tímpano

A

Letra A

A dinâmica da abertura da tuba auditiva ainda não é completamente estabelecida, apesar disto o tensor do véu palatino é considerado o principal na sua abertura

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7
Q

07) Na criança, em relação aos adultos, quais características observamos na tuba auditiva?

a. Menor comprimento; mais horizontalizada.
b. Maior comprimento, mais verticalizada
c. Menor comprimento, mais verticalizada
d. Maior comprimento, mais horizontalizada

A

Letra A
Na criança, em relação ao adulto, a tuba auditiva tem menor comprimento (18 mm vs 31-38 mm) e apresentam menor ângulo em relação ao
plano horizontal (10o vs 45o). Estas diferenças anatômicas, aliada a uma menor
quantidade de fibras elásticas em sua porção cartilagínea apresentam importância
clínica para o desenvolvimento mais frequente de otite serosa e otite média aguda
nas crianças quando comparadas aos adultos.

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8
Q

08) Em relação às otites externas bacterianas agudas simples, necrotizantes (ou
malignas) e localizadas, o(s) agente(s) bacteriano(s) mais frequente(s) é
(são)?

a. Pseudomonas aeruginosa para as duas primeiras e Staphylococcus aureus para
a localizada.
b. Pseudomonas aeruginosa para todas.
c. Streptococcus epidermidis, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, respectivamente.
d. Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa,
respectivamente.

A

Letra A

A forma aguda simples e necrotizante da otite externa tem o mesmo agente etiológico mais prevalente, a Pseudomonas aeruginosa.

A diferença do comportamento agressivo deste mesmo agente provavelmente deve-se a diferenças na capacidade imunológica do paciente (a forma necrotizante em
geral instala-se em presença de imunocomprometimento, sobretudo em idosos e
diabéticos) e, talvez, também a uma (ainda discutível) maior agressividade da cepa bacteriana.

Já a forma localizada da otite externa, que corresponde a uma infecção das unidades pilossebáceas, tem como principal agente o Staphylococcus aureus.

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9
Q

09) O exame por imagem de maior precocidade (sensibilidade) no diagnóstico da otite externa necrotizante (ou maligna) é?

a. A cintilografia com MDP-Tc99.
b. A cintilografia com Citrate-Ga67.
c. A tomografia computadorizada.
d. A ressonância magnética com gadolíneo.

A

Letra A

A otite externa necrotizante (ou maligna) é caracterizada pela presença de osteomielite.

Na cintilografia comMDP-Tc99 a “molécula de interesse biológico” é o MDP (methylene diphosphonate), um bifosfonado que participa do metabolismo de osteoclastos e osteoblastos, evidenciando assim precocemente o
processo de remodelação óssea presente nessa situação.

Por razões técnicas, o
MDP é marcado comumente pelo isótopo radioativo Tecnécio 99, mas este não apresenta real importância “fisiológica” para a interpretação do exame (não é ele
diretamente que se incorpora aos osteoblastos e osteoclastos).

Já o citrate
(comumente marcado com o isótopo Gálio 67) é incorporado a células
inflamatórias, e a cintilografia com este agente é importante para critério de acompanhamento

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10
Q

10) É correto afirmar para o quadro de otite externa necrotizante (ou maligna) que:

a. A idade é seu fator de risco mais importante.
b. A presença de paralisia facial periférica é sempre indicativa de mau prognóstico, pois advém necessariamente do acometimento extenso do osso temporal pelo
processo de osteomielite.
c. A leucocitose é um achado frequente e precoce na avaliação laboratorial.
d. A ciprofloxacina sistêmica é ATB de escolha inicial para todos os pacientes

A

Letra A

O fator de risco mais importante para a otite externa necrotizante
(ou maligna) é a senilidade, concomitante ou não à presença de imunocomprometimento (sobretudo diabetes mellitus).

A leucocitose em geral não
é presente em quadros iniciais, sendo muito mais sensíveis provas inflamatórias
inespecíficas, como VHS e Proteína C Reativa.

Diferente de outros nervos cranianos (IX, X, XI, XII, VI, V, III), o acometimento do VII nervo não representa necessariamente mau prognóstico porque pode ser decorrente da inflamação dos
tecidos moles da fossa infratemporal, junto ao forame estilomastoídeo, e não
necessariamente pela extensão da osteomielite. Esta situação é mais evidente ainda em paciente pediátrico com otite externa maligna, onde a recuperação precoce da PF é comum. Apesar do rápido desenvolvimento de
resistência à ciprofloxacina pela P. aeruginosa, este antibiótico continua a ser a
escolha empírica para início de terapia, associado ou não a outras drogas, porém, no grupo pediátrico, seu uso é formalmente contraindicado.

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11
Q

11) É correto afirmar sobre o herpes zoster ótico?

a. A presença de lesões vesiculosas/crostosas sobre fundo eritematoso na região
do pavilhão e/ou meato acústico externo, acompanhada de dor, é suficiente para seu diagnóstico clínico e início de terapia antiviral específica.
b. A paralisia facial periférica deve estar presente para seu diagnóstico clínico e início de terapia antiviral específica.
c. Corresponde a primo infecção pelo vírus varicela zoster (human herpex vírus
type 3).
d. Duas alternativas acima estão corretas.

A

Letra A
O herpes zoster ótico corresponde à reativação do vírus varicela
zoster (human herpex vírus type 3) dormente no gânglio geniculado. A
primoinfecção por este vírus em geral caracteriza-se por quadro cutâneo
generalizado (catapora) e não localizado em dermátomos específicos, mas pode também passar despercebido. O quadro álgico e a presença de lesões vesiculosas no pavilhão/meato externo são suficientes para seu diagnóstico clínico
inicial, quando se deve iniciar terapia antiviral precoce (aciclovir ou valaciclovir, em dose dobrada em relação a outros vírus da família herpes) tentando-se minimizar a evolução da doença e instalação de “dor pós-herpética”.

A presença de paralisia
facial periférica compõe o diagnóstico da síndrome de Ramsay-Hunt, mas não
necessariamente faz parte da apresentação inicial do quadro de herpes zoster
ótico.

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12
Q

12) Com relação à exostose, qual a afirmação correta?

a. É a alteração óssea mais comum do meato acústico
b. Sempre teremos sintomas clínicos acompanhando esta alteração
c. Apresenta-se mais comumente em mergulhadores de água quente
d. Mais comum unilateral do que bilateral

A

Letra A

É a lesão óssea mais comum da orelha externa, seguida do osteoma do meato acústico externo

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13
Q
  1. O osteoma apresenta qual das características abaixo?

a. No osso temporal, o local mais acometido é o meato acústico externo.
b. As perdas auditivas podem chegar a grau severo na orelha acometida.
c. A bilateralidade é quase uma regra.
d. As cirurgias para tratamento apresentam frequentemente complicações sérias.

A

Letra A

No osso temporal, o local mais frequente com certeza é o meato acústico externo.

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14
Q

14) Comparando o osteoma e a exostose, qual a opção correta?

a. O osteoma apresenta inserção mais medial que a exostose.
b. A exostose é mais comum de forma unilateral
c. O osteoma apresenta inserção mais comumente pediculada
d. A exostose geralmente é única num mesmo conduto

A
  1. C

A exostose tem inserção óssea mais comumente séssil, enquanto o osteoma é pediculado.

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15
Q

15) Qual dessas é uma indicação cirúrgica para remoção de osteomas e
exostoses no meato acústico externo?

a. Otite média serosa persistente.
b. Otite média aguda de repetição.
c. Perda neurossensorial moderada persistente.
d. PA condutiva por obstrução do MAE

A
  1. D

As indicações principais para cx são PA por obstrução do meato e otite externa de repetição

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16
Q

16) Qual a complicação mais comum do tratamento cirúrgico da exostose?
a. Sangramento importante.
b. Otorreia persistente.
c. Perfuração timpânica.
d. Tontura refratária a tratamento clínico.

A

Letra C

Por se localizar na parte mais medial do meato, a complicação mais comum é perfuração timpânica

17
Q

17) Uma maior precisão no diagnóstico da OMA enfatiza:
a. Abaulamento da MT
b. Hiperemia da MT
c. Diminuição da mobilidade da MT
d. Todas acima

A

Letra A
A cor da MT não caracteriza a OMA. Criança chorando pode ter
hiperemia da MT e muitas vezes uma coloração esbranquiçada da mesma fala a
favor de conteúdo purulenta na cavidade da orelha média. A diminuição da
mobilidade da MT é também característica da OME (otite média com efusão ou
secretora ou serosa).

18
Q

18) Com relação ao tratamento da OMA com antibiótico, em ALGUMAS crianças NÃO é adequada a espera com observação (wait/watch).
Existem contraindicações ABSOLUTAS, quando então o ATB DEVERÁ ser administrado. Estas seriam:

a. Idade < 6 meses.
b. Febre alta, doença grave, falha no tratamento anterior, deficiência imunológica.
c. Impossibilidade de assegurar o acompanhamento (follow-up).
d. Todas acima.

A

Letra D
A política do wait/watch é importante para não ser dado ATB em casos onde o diagnóstico não é preciso, ou correto. As crianças que se beneficiam com ATB no tratamento da OMA são:
(a) < 2 anos de idade e doença bilateral;
(b) crianças de qualquer idade com OMA acompanhadas de otorreia súbita;
(c) crianças com OMA grave – febre alta, dor de ouvido importante, aparência toxêmica; ou
(d) com uma evolução prolongada da doença.

19
Q

19) É possível prevenir a OMA através de:

a. Redução dos fatores de risco (por ex., retirar das creches, eliminar a exposição ao tabagismo passivo, não alimentar com mamadeira quando deitado, uso de chupetas).
b. Administração de vacinas conjugadas contra o pneumococo 10 valente conjugado à proteína D do Haemophilus influenzae não tipável (HiNT).
c. Administração de vacinas contra a influenza.
d. Todas acima.

A

Letra D

A prevenção da OMA é um objetivo primordial da prática médica. O impacto da doença traz efeitos econômicos, médicos e sociais.
A OMA sempre requer assistência financeira considerável, pois implica em pelo menos uma visita ao médico, prescrição de analgésicos/antipiréticos e, em uma proporção que varia de país para país, de antibióticos.
A OMA tem um impacto considerável na qualidade de vida, tanto da criança quanto dos seus familiares.
A prevenção da OMA tem como base a contribuição para a redução dos fatores e risco para a aquisição de infecções respiratórias virais e para a colonização bacteriana da mucosa do trato respiratório superior.

20
Q

20) Quando a OMA vier acompanhada de conjuntivite (síndrome otite- conjuntivite), o agente etiológico microbiano a ser considerado seria:

a. Haemophilus influenzae.
b. Streptococcus pneumoniae.
c. Moraxella catarrhalis .
d. Streptococcus pyogenes (estreptococo beta-hemolítico do grupo A).

A

Letra A

Prever com precisão o agente microbiano que causou um episódio de OMA, com base clínica, sem a possibilidade da cultura para determinação microbiológica da efusão da orelha média infectada, não é possível. Entretanto, etiologias específicas podem ser previstas, em algumas ocasiões. Evidências publicadas sugerem que a OMA associada com conjuntivite (síndrome otite- conjuntivite) parece ser mais indicativo do Haemophilus influenzae do que qualquer outra bactéria.

21
Q

21) Através do estudo genômico (genome-wide linkage scan) para identificar os genes que influenciam a otite média foram detectados:

a. Cromossomo 10 e 17.
b. Pico de linkage em 10q22.3.
c. Pico de linkage em 17q12.
d. Todas acima.

A

Letra D
A genética da otite média é complexa e envolve pelo menos diversos loci cromossomiais que contribuem para o fenótipo como um todo. A complexidade na análise da participação genética na otite média pode resultar a heterogeneidade entre diversas populações. Uma vez identificados os genes de susceptibilidade para o desenvolvimento da otite média, poderiam ser desenvolvidos testes de diagnóstico molecular para auxiliar na identificação da criança com risco para adquirir a otite média.

22
Q

22) Biofilmes são detectados, muitas vezes, em criança com OMR na:
a. Adenoide.
b. Mucosa da orelha média.
c. Alternativas acima a e b.
d. Amígdalas.

A

LETRA C

Os biofilmes bacterianos têm um papel importante na cronicidade de várias infecções do trato respiratório superior (amigdalite recorrente, sinusite crônica etc.). Por isso, a alternativa específica do tratamento com antibiótico para várias dessas infecções recorrentes terminam em falha terapêutica.

23
Q

23) Na OMR, um dos fatores que condiciona a recorrência da enfermidade é a tuba auditiva que, na criança, não funciona adequadamente pois é:

a. Curta demais.
b. Excessivamente horizontal.
c. Muito flácida.
d. Todas acima.

A

LETRA D
Comentários: com o crescimento, a tuba auditiva modifica-se, não sendo mais esta uma causa importante no desenvolvimento da otite média e, em especial na sua recorrência. Esta é uma das razões mais importantes que explica porque medicamentos como ABX ou corticoides não irão alterar a frequência dos episódios.
Conforme a criança vai crescendo a tendencia é diminuir os episodios de OMA.

24
Q

24) Os tubos de ventilação (também conhecidos como tubos de timpanostomias) são indicados para:

a. Falha ao tratamento medicamentoso nos 3 episódios de OMA nos últimos 6 meses ou ≥ 4 episódios de OMA nos últimos 12 meses.
b. Ventilação e equalizar a pressão da orelha média
c. Importante para a administração de medicamentos para a mucosa da orelha média.
d. Todas acima.

A

LETRA D
existem alguns grupos de crianças que são as melhores candidatas para a colocação de tubos de timpanostomia (TT). Grupo 1, crianças susceptíveis com problemas anatômicos que causam a otite média (fenda palatina, síndrome de Down, transtornos craniofaciais, imunodeficiências, alguns grupos éticos como os nativos índios americanos, os esquimós e os aborígenes australianos; Grupo 2, crianças com risco de atraso na fala, na linguagem, no aprendizado ou no desenvolvimento. comprometimento visual ou até mesmo a cegueira; Grupo 3, criança com alterações estruturais da MT (por ex., retrações, atelectasias); Grupo 4, crianças que sofrem de baixa qualidade de vida ou pobre estado de saúde funcional como transtornos auditivos, do sono, da parte emocional, com limitação das atividades, com problemas escolares e com os efeitos adversos dos tratamentos medicamentosos recebidos.

25
Q

25) Qual a definição histopatológica de otite média crônica?

a. Presença de uma perfuração timpânica central.
b. Presença de líquido no interior da orelha média estando íntegra a membrana timpânica.
c. Presença de alterações teciduais irreversíveis de natureza inflamatória dentro da orelha média.
d. Presença de uma perfuração de qualquer dimensão sobre a membrana timpânica associada à otorreia crônica.

A

LETRA C

a otite média crônica (OMC) tem sido definida sob diferentes aspectos: clínico, temporal e histopatológico. Sob o ponto de vista eminentemente clínico, a otite média crônica é caracterizada como uma condição inflamatória associada a perfurações amplas e persistentes da membrana timpânica e à otorreia.

Cronologicamente, refere-se a um processo inflamatório da orelha média, cuja duração não seja inferior de 3 a 5 meses.

Histopatologicamente, a OMC tem sido definida como um processo inflamatório da orelha média associado a alterações teciduais irreversíveis. Ainda sob o ponto de vista histopatológico, este processo inflamatório pode até prescindir da perfuração timpânica e da otorreia crônica para a sua caracterização, porém estará sempre associado a algum dano
tecidual clinicamente irreversível.

26
Q

26) Qual das situações abaixo melhor caracteriza as chamadas otites médias
crônicas silenciosas?
a. Perfurações centrais sem estar acompanhas de otorreia.
b. Qualquer otite média crônica oligossintomática.
c. Presença de fluido no interior da orelha média estando íntegra a membrana
timpânica.
d. Presença de alterações teciduais irreversíveis de natureza inflamatória no interior da orelha média associadas à membrana timpânica intacta.

A

LETRA D
OMC silenciosa entendemos a presença de
alterações teciduais inflamatórias irreversíveis na fenda auditiva associadas a uma
MT íntegra. Essas alterações podem ocupar de modo focal ou generalizado a OM apresentando graus de atividade e agressividade
variáveis. De uma ou outra forma, necessariamente, devem repercutir negativamente na fisiologia das orelhas médias (mais frequentemente), interna ou em ambas. O universo dessas alterações é amplo e situa-se entre estágios ativos, com aumento da vascularização da mucosa e submucosa,
infiltrados inflamatórios agudos, ulcerações e tecido de granulação imaturo; e cicatriciais, nos quais predominam a fibrose e a neoformação óssea. Ainda que as OMCNC associadas a perfurações da
membrana timpânica e a otorreia, em geral, manifestem-se clinicamente de forma
mais exuberante, estudos histopatológicos são unânimes
em demonstrar tecido patológico com alterações inflamatórias irreversíveis na
orelha média independentemente da presença de perfurações da MT e de parâmetros temporais rígidos. Apresenta MT transparente intacta. A presença do tímpano íntegro não exclui a detecção da otite média, principalmente se o Dx apoia-se
também em uma história bem colhida. Em vista disto, e para que se evitasse a
extrapolação indevida do termo otite média crônica silenciosa (OMCS), ele foi
dicotomizado em duas variantes: indetectada e indetectável. Esta distinção é muito importante porque se a otite média crônica silenciosa indetectada pode ser devido
a uma falha básica durante a investigação

27
Q

27) Quais os mecanismos mais comuns associados às lesões ossiculares na otite
média crônica?
a. Erosão e/ou fixação da cadeia ossicular.
b. Osteoneogênese e otosclerose.
c. Artrose das articulações incudo-estapediana e incudo-maleolar.
d. Erosão ossicular e osteodistrofia da platina do estribo.

A

LETRA A

Comentários: as PAC relacionadas à OMC incluem uma série de
alterações do sistema tímpano-ossicular. Em relação à MT, as
perdas de substância (perfurações), a atrofia (e a consequente retração) e o
aumento da sua rigidez (por placas de timpanoesclerose) concorrem como as
maiores causas para a perda auditiva. A cadeia ossicular, por sua vez, pode ser
comprometida por erosão ossicular (com a consequenter etração) e o aumento da
sua rigidez (por placas de timpanoesclerose) concorrem como as maiores causas
para a perda auditiva. A cadeia ossicular, por sua vez, pode ser comprometida por
erosão ossicular (com a consequente interrupção da cadeia) e fixação ossicular
devida à timpanoesclerose, osteoneogênese e/ou fibrose. Finalmente, os efeitos
de massa na luz da fenda auditiva (líquido, granuloma de colesterol, colesteatoma
e tecido de granulação) podem, além de potencialmente lesar os ossículos,
comprometer a capacidade vibratória do sistema tímpano-ossicular gerando,
assim, perdas auditivas condutivas.
Tendo do em vista o caráter eminentemente dinâmico da OMC, todas essas
alterações podem apresentar-se isoladamente ou em diversas combinações na
orelha média. Como exemplo, os processos de atrofia e retração do quadrante
póstero-superior da membrana timpânica, geralmente, acompanham-se de
erosões grosseiras da longa apófise da bigorna. As grandes perfurações, os
colesteatomas e o tecido de granulação podem causar destruições por conseguinte, danos auditivos significativos. Já os processos in folasmsiacutólariroess dee,
longo prazo e pouco ativos da fenda auditiva não raramente evoluem como placas
de timpanoesclerose e/ou fibrose periossicular.
Costa SS, Paparella MM, Schachern PA et al. Histopathology of chronic