Questões Vol 1 - Medidas de saúde coletiva Flashcards
(40 cards)
1 – A taxa de letalidade da doença meningocócica estima o risco de:
a) Morrer pela doença em relação ao total de casos da doença.
b) Morrer pela doença em relação à população exposta.
c) Apresentar sequelas permanentes da doença.
d) Ocorrer a doença na população exposta.
Quem avalia a gravidade de uma doença? É a taxa de letalidade.
Vamos rever esse conceito:
a LETALIDADE ou fatalidade, ou ainda, taxa de letalidade, relaciona o número de óbitos por determinada causa e o número de pessoas que foram acometidas por tal doença. Esta relação nos transmite a ideia de gravidade do agravo, pois indica o percentual de pessoas que morreram por tal doença e ainda pode nos informar sobre a qualidade da assistência médica oferecida à população.
Dessa forma, percebemos que a taxa de letalidade estima o risco de MORRER pela DOENÇA em relação ao total de casos da doença.
Portanto, resposta: letra A.
2 – Nas últimas décadas, o Brasil tem apresentado uma transição epidemiológica notável no que se refere às principais causas de mortalidade. No entanto, a transição brasileira é diferente da apresentada pela Europa no século XX. Qual é a diferença?
a) Aumento da mortalidade proporcional por doenças crônicas.
b) Redução da mortalidade proporcional por doenças infecciosas.
c) Aumento da mortalidade proporcional por causas externas.
d) Aumento da morbidade por transtornos mentais.
Quando analisamos o perfil de morbimortalidade da população brasileira, evidenciamos que, nas últimas décadas, houve um aumento no percentual de óbitos por doenças crônicas (doenças cardiovasculares, neoplasias malignas, transtorno mental…) e uma diminuição no percentual de óbitos por doenças infecciosas e parasitárias. A esse processo dá-se o nome de TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA. No entanto, no Brasil, observamos ainda uma outra característica no perfil de mortalidade da população: o AUMENTO DOS ÓBITOS POR CAUSAS EXTERNAS. Esse aspecto não acompanha a transição epidemiológica de outros países mais desenvolvidos. Outra característica peculiar do processo de transição epidemiológica no Brasil é a persistência de algumas doenças crônicas e parasitárias, muitas vezes endêmicas, que ainda não conseguiram ser controladas. Dessa forma, percebemos que a diferença observada é o aumento da mortalidade proporcional por causas externas no Brasil, que não se viu na Europa.
Portanto, resposta: letra C.
3 – Puérpera, 8º dia pós-parto, apresenta quadro séptico de foco endometrial, evoluindo para óbito. Trata-se de morte materna:
a) Obstétrica direta.
b) Obstétrica indireta.
c) Não obstétrica.
d) Acidental.
Boa questão! Muito comum em provas. Vamos lembrar que morte materna representa os óbitos ocorridos em mulheres em decorrência de complicação de gravidez, parto, puerpério e aborto. Envolve o período durante a gestação até 42 dias após o seu término, independente da duração da gravidez. Podem ser divididas em: Causas obstétricas diretas: resultantes de complicações obstétricas na gravidez, parto ou puerpério devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de quaisquer das causas acima mencionadas. Causas obstétricas indiretas: resultantes de doenças existentes antes da gravidez ou de doenças que se desenvolveram durante a gravidez não devido a causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez. Na questão: 8º dia pós-parto, apresenta quadro séptico de foco endometrial, que representa uma complicação obstétrica da gravidez e não de uma doença já existente.
Portanto, resposta: letra A.
4 – Dos indicadores básicos para a saúde do Brasil, assinale a alternativa que contenha apenas índices de morbidade e fatores de risco:
a) Mortalidade proporcional por doença diarreica aguda em menores de 5 anos de idade; taxa de incidência de tuberculose; taxa de mortalidade específica por diabete melito; incidência de síndrome da rubéola congênita.
b) Taxa de mortalidade específica por acidentes do trabalho; taxa de mortalidade específica por doenças transmissíveis; mortalidade proporcional por doença diarreica aguda em menores de 5 anos de idade; taxa de incidência de tuberculose.
c) Taxa de mortalidade específica por diabete melito; taxa de mortalidade específica por doenças do aparelho circulatório; incidência de síndrome da rubéola congênita; incidência de doença meningocócica.
d) Incidência de síndrome da rubéola congênita; incidência de doença meningocócica; taxa de incidência de AIDS, taxa de incidência de tuberculose.
O grande “macete” dessa questão está no próprio enunciado. Ele pede a opção que contenha apenas índices de MORBIDADE E FATORES DE RISCO (aqui uma crítica à questão, pois o correto seria indicador! Isso é muito comum em provas). Ou seja, ele EXCLUIU as medidas de MORTALIDADE. Quando analisamos as alternativas A, B e C, percebemos que em todas há a palavra “mortalidade”, tanto calculada como mortalidade proporcional, quanto em taxa de mortalidade. Ao analisarmos a alternativa D, percebemos que todos os indicadores de saúde avaliam apenas a morbidade, isto é, medem o risco de a pessoa adoecer ou a quantidade de doentes novos.
Portanto, resposta: letra D.
5 – “A frequência de casos novos de uma determinada doença em certo período de tempo, oriundo de uma população sob risco de adoecer no início da observação” é a definição de qual dos termos abaixo?
a) Taxa de morbidade.
b) Risco relativo.
c) Odds Ratio.
d) Incidência.
e) Prevalência.
Os indicadores de saúde são medidas que contêm informações relevantes sobre como anda o sistema de saúde. Dentre as alternativas citadas na questão, as letras A, D e E são indicadores de saúde. Já as alternativas B e C são medidas de associação muito utilizadas em estudos epidemiológicos (tema da próxima apostila de preventiva). Vamos rever cada conceito:
A) Incorreta. O coeficiente ou taxa de morbidade mede o risco da pessoa adoecer. Ele pode ser dividido em coeficiente de prevalência e coeficiente de incidência.
B) Incorreta. O risco relativo responde a seguinte pergunta: “quantas vezes é mais provável os indivíduos expostos virem a desenvolver a doença em relação aos indivíduos não expostos?”.
C) Incorreta. O Odds Ratio responde a seguinte pergunta: “quantas vezes mais chances os indivíduos expostos têm de vir a desenvolver a doença em relação aos indivíduos não expostos?”.
D) Correta. A incidência mede a frequência de casos novos de uma determinada doença em certo período de tempo, oriundo de uma população sob risco de adoecer no início da observação.
E) Incorreta. A prevalência mede a frequência dos casos totais (novos e antigos) de uma determinada doença em certo período de tempo, oriundo de uma população sob o risco de adoecer.
Portanto, resposta: letra D.
6 – Em determinado município, a incidência de uma doença, até então desconhecida, foi calculada em 17,8/10.000 habitantes, e o coeficiente de mortalidade em 2,3/10.000 habitantes no mesmo período. Dividindo-se o último dado pelo primeiro, é possível obter:
a) A letalidade.
b) A prevalência.
c) O risco relativo.
d) A razão de chances.
e) O risco atribuível.
O que a questão nos forneceu? Incidência de uma determinada doença e o coeficiente de mortalidade da mesma. Ou seja, número de óbitos e total de casos da mesma doença. Portanto, somos capazes de calcular a letalidade = número de óbitos / número de casos.
Portanto, resposta: letra A.
7 – Assinale a alternativa que apresenta o indicador que corresponde à porcentagem de pessoas que morreram com 50 anos ou mais em relação ao número total de óbitos ocorridos em uma determinada população:
a) Coeficiente de letalidade.
b) Coeficiente de morbidade.
c) Índice de mortalidade geral.
d) Índice de mortalidade infantil proporcional.
e) Índice de Swaroop-Uemura.
Questão direta! O indicador que corresponde ao número de óbitos em maiores do que 50 anos em relação ao total de óbitos é o índice de Swaroop-Uemura. Só para lembrar: Coeficiente de letalidade = número de óbito por determinado agravo / número total de casos desse mesmo agravo; Coeficiente de morbidade = número de casos de um determinado agravo / população exposta; Coeficiente de mortalidade geral = número de óbitos / população; Índice de mortalidade infantil proporcional = número de óbitos em menores de 1 ano / todos os óbitos.
Portanto, resposta: letra E.
8 – Indicadores de mortalidade são muito utilizados em epidemiologia, devido a sua facilidade de construção. Neste âmbito, para calcular a mortalidade proporcional por diabetes de uma população, é necessário conhecer:
a) A prevalência de diabetes.
b) A mortalidade relativa pela doença.
c) O índice de letalidade.
d) O total de óbitos.
A questão pede para calcular o coeficiente de mortalidade PROPORCIONAL por diabetes = ÍNDICE. Vamos lembrar que, por se tratar de um índice, a sua fórmula vai ser: número de óbitos por diabetes / número total de óbitos. Se fosse o coeficiente (taxa) de mortalidade por diabetes seria: número de óbitos por diabetes / população exposta.
Resposta: alternativa D.
9 – Considerando uma doença não transmissível e de elevada letalidade, o desenvolvimento de um novo tratamento que aumente a sobrevida dos doentes, sem, no entanto, levar à cura, trará um aumento da sua:
a) Incidência.
b) Prevalência.
c) Mortalidade.
d) Agressividade.
O que a situação vai causar? Aumento no número de doentes desse agravo, pois os mesmos não vão curar, e também vão viver muito mais. Então, vai haver o aumento da PREVALÊNCIA (total de casos).
De outra forma: P = I x D, como a incidência não vai mudar, pois não aumentará o número de casos novos, o aumento da duração da doença vai causar um grande aumento na prevalência.
Portanto, resposta: letra B.
10 – Qual é a alternativa CORRETA em relação aos conceitos de prevalência e/ou incidência?
a) A incidência depende do número de casos antigos de uma doença.
b) A prevalência de uma determinada doença está relacionada com o número de casos novos e antigos dessa mesma doença.
c) A prevalência de uma doença varia proporcionalmente com o produto da incidência pelo número de casos novos da doença.
d) Aplicação de um tratamento para doenças curáveis pode provocar aumento da prevalência.
e) O aumento do número de óbitos está relacionado com o aumento da incidência.
Vamos relembrar esses conceitos básicos citados na questão: A incidência reflete o número de casos novos. Já o coeficiente reflete o número de casos novos em relação à população exposta. Já a prevalência reflete o número total de casos (novos + antigos), com o seu coeficiente sendo calculado a partir do total de casos em relação à população exposta.
Agora, as alternativas:
Letra A: incorreta, pois só depende dos casos novos.
Letra B: correta.
Letra C: incorreta, pois também é calculada a partir da seguinte relação: incidência x duração da doença.
Letra D: incorreta, pois a cura vai diminuir o total de casos.
Letra E: incorreta, pois o aumento do número de óbitos diminui o número de casos.
Portanto, resposta: letra B.
RM 2016 - HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO - RJ
11 - O número de nascidos mortos (28 semanas ou mais de gestação) ocorridos em certa área durante o ano multiplicado por 1.000 (mil) e dividido pelo total de nascidos vivos nessa área durante o ano somado aos nascidos mortos é chamado de coeficiente de:
a) Mortalidade perinatal.
b) Mortalidade específico por idade.
c) Mortalidade neonatal.
d) Natimortalidade.
e) Mortalidade infantil proporcional.
Vamos a um breve resumo dos principais coeficientes de mortalidade relacionados à infância.
Coeficiente de mortalidade infantil: número de óbitos de menores de 1 ano de idade por 1.000 nascidos vivos.
Coeficiente de mortalidade neonatal: número de óbitos em menores de 28 dias de vida por 1.000 nascidos vivos.
Coeficiente de mortalidade neonatal precoce: número de óbitos em menores de 7 dias por 1.000 nascidos vivos.
Coeficiente de mortalidade neonatal tardia: número de óbitos entre 7 e 27 dias de vida por 1.000 nascidos vivos.
Coeficiente de mortalidade infantil tardia ou pós-neonatal: número de óbitos entre 28 dias e 1 ano de idade por 1000 nascidos vivos.
Coeficiente de mortalidade perinatal: número de nascidos mortos + número de óbitos em menores de 7 dias / nascidos vivos + nascidos mortos.
Coeficiente de natimortalidade: número de nascidos mortos / nascidos vivos + nascidos mortos.
Como vimos anteriormente, o coeficiente de natimortalidade é definido pelo número de nascidos mortos / nascidos vivos + nascidos mortos ocorridos em certa área durante o ano, multiplicado por 1.000, e é exatamente esse coeficiente que o enunciado nos pede.
Resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO – RJ 12 – A Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) de maior frequência no Brasil é a (o): a) Diabetes. b) Câncer. c) Do aparelho circulatório. d) Respiratória crônica. e) Infecciosa.
Segundo os últimos dados do Datasus, a principal causa de mortalidade na população brasileira são as doenças cardiovasculares (ou doenças do aparelho circulatório) e, em segundo lugar, as neoplasias malignas. E cabe ressaltar, que além de ser a principal causa de mortalidade na população brasileira, a doença do aparelho circulatório é a doença crônica não transmissível de maior frequência no Brasil. Portanto, resposta: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1)HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SUL FLUMINENSE – RJ 13 – No dia 31 de agosto existiam na cidade “J” trinta casos de uma doença transmissível. No decorrer do mês de setembro, cinco casos foram curados e dez casos novos diagnosticados. A prevalência desta doença em 30 de setembro será: a) 65 casos. b) 60 casos. c) 35 casos. d) 10 casos. e) 5 casos.
A prevalência reflete o número total de casos (novos + antigos) em uma população exposta em um determinado período de tempo. Ao calcularmos a prevalência para essa doença em 30 de setembro tínhamos: 30 (casos que existiam em agosto) - 5 (casos de pessoas curadas em setembro) + 10 novos casos diagnosticados (também em setembro). Ou seja: 30 - 5 + 10 = 35 casos. Dessa forma, resposta: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – RS 14 – Com base nos dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010, pode-se afirmar que o coeficiente geral de fecundidade no Brasil era: a) Significativamente superior ao dos países desenvolvidos e abaixo da taxa de reposição populacional. b) Significativamente superior ao dos países em desenvolvimento e acima da taxa de reposição populacional. c) Significativamente inferior ao dos países desenvolvidos e abaixo da taxa de reposição populacional. d) Semelhante ao dos países em desenvolvimento e acima da taxa de reposição populacional. e) Semelhante ao dos países desenvolvidos e abaixo da taxa de reposição populacional.
Questão sobre o coeficiente de fecundidade, ou seja, a média de filhos por mulher, que é calculado através da divisão entre o total de nascidos vivos e o total de mulheres em idade fértil. Esse coeficiente era de 1,87 em 2010 e, atualmente, é de 1,72. Podemos dizer que esses valores são semelhantes aos dos países desenvolvidos e abaixo da taxa de reposição populacional (pelo menos 2,1). Com isso, a nossa pirâmide etária vem sofrendo alterações ao longo dos anos, principalmente pelo aumento de adultos ativos e idosos. A pirâmide possuía a base alargada e o ápice curto e agora ocorre uma diminuição da base e um alargamento do ápice. E o motivo? Queda da taxa de fecundidade (principal determinante), queda da mortalidade geral, aumento da esperança de vida ao nascer e envelhecimento da população. Portanto, resposta: letra E.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – RS 15 – Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do parágrafo abaixo. O coeficiente de morbidade de uma doença pode ser calculado _________ o número total de casos da doença ocorridos em determinada área e em determinado ano pela população da mesma área e do mesmo ano e _________ por 10.000 _________. a) Dividindo-se - multiplicando-se - doentes. b) Dividindo-se - dividindo-se - doentes. c) Dividindo-se - multiplicando-se - habitantes. d) Multiplicando-se - multiplicando-se - habitantes. e) Multiplicando-se - dividindo-se - habitantes.
Questão direta e conceitual: o coeficiente de morbidade de uma doença pode ser calculado dividindo o número total de casos da doença ocorridos em determinada área e em determinado ano, pela população da mesma área e do mesmo ano, multiplicando-se por 10.000 habitantes. De outra maneira: O coeficiente de morbidade é calculado através da divisão entre o total de pessoas doentes pelo total de habitantes de determinado local, sendo este valor multiplicado por 10.000. Portanto, resposta: letra C.
RM 2016 - HCPA - RS
16 - Nas últimas décadas, a taxa de mortalidade infantil vem diminuindo significativamente em todo o Brasil. Porém, nos últimos anos, esse declínio tem sido mais lento. Na tabela abaixo, são apresentadas informações sobre nascimentos e óbitos de crianças com menos de 1 ano no Município de Porto Alegre em 2014, segundo a Equipe de Vigilância de Eventos Vitais, Doenças e Agravos não Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde.
Com base nessas informações, quais foram, respectivamente, a taxa de mortalidade infantil e a taxa de mortalidade neonatal no Município de Porto Alegre em 2014?
a) 0,96 - 1,63.
b) 0,96 - 4,99.
c) 9,66 - 1,63.
d) 9,66 - 4,99.
e) 9,66 - 6,62.

A questão deseja saber a taxa de mortalidade infantil e a taxa de mortalidade neonatal na cidade de Porto Alegre em 2014.
Vamos relembrar como se calculam esses indicadores:
Taxa de mortalidade infantil: número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos;
Taxa de mortalidade neonatal: número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade por mil nascidos vivos.
Perceba que ambos os indicadores necessitam no denominador do número de nascidos vivos, que na tabela é facilmente encontrado: 19.045.
Vamos calcular a taxa de mortalidade infantil: (número de óbitos em menores de 1 ano de idade = 184) / (número de nascidos vivos = 19.045) x 1.000 = 9,66.
Vamos calcular a taxa de mortalidade neonatal: (número de óbitos em menores de 28 dias = 95 + 31 = 126) / (número de nascidos vivos = 19.045) x 1.000 = 6,62.
Resposta: letra E.
RM 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL A FRONTEIRA SUL – RS
17 – Um comitê foi encarregado de elaborar políticas de saúde para diminuir a mortalidade infantil de um determinado município. O número de nascidos vivos de acordo com o sistema de informações sobre nascidos vivos foi de 120.000. O número de óbitos obtido no sistema de informação sobre mortalidade encontra-se no quadro abaixo.
De acordo com os dados disponibilizados, quais foram, respectivamente, o coeficiente de mortalidade neonatal tardia por 1.000 nascidos vivos e o coeficiente de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos?
a) 5 e 2,5.
b) 15 e 2,5.
c) 15 e 22,5.
d) 20 e 2,5.
e) 20 e 22,5.

Vamos lá:
Coeficiente de mortalidade infantil = número de óbitos em menores de 1 ano de idade por 1.000 nascidos vivos.
Coeficiente de mortalidade neonatal tardia: número de óbitos entre 7 e 27 dias de vida por 1.000 nascidos vivos.
Agora, vamos analisar a imagem: o número de óbitos entre 7 e 27 dias (neonatal tardia) é de: 2400 - 600 = 1.800. Já o número de óbitos em menores de 1 ano é de: 2400 + 300 = 2.700.
Vamos ao cálculo:
Coeficiente de mortalidade neonatal tardia: (1.800/120.000) x 1.000 = 15
Coeficiente de mortalidade infantil: (2.700/120.000) x 1.000 = 22,5.
Resposta: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – PR 18 – A mortalidade infantil pós-neonatal tem forte relação com: a) Controle de infecção hospitalar. b) Acompanhamento pré-natal. c) Atenção ao parto. d) Falta de saneamento básico. e) Diabetes gestacional.
A mortalidade infantil pós-neonatal ou mortalidade infantil tardia é verificada no total de óbitos entre 28 dias-1 ano de vida/ total de nascidos vivos. Ao longo dos anos, os progressos quanto à redução da mortalidade pós-neonatal têm sido mais evidentes do que a redução da neonatal, e isto se deve aos fatores determinantes das mortes. No que se refere à neonatal, estão mais associados a problemas da gestação, do parto e aos fatores genéticos, enquanto que a pós-neonatal está relacionada, principalmente, aos fatores determinados pelas condições de vida e características familiares (renda, educação, saneamento básico, água tratada, acesso aos serviços de saúde), sendo esses “mais fáceis” de reduzir por meio de políticas efetivas. Portanto, resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – PR 19 – Com relação à mortalidade materna, qual dos conceitos abaixo está INCORRETO? a) Considera-se como morte materna obstétrica direta aquela resultante de complicações obstétricas na gravidez, no parto ou no puerpério devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou uma cadeia de eventos resultantes de qualquer uma das causas citadas. b) Considera-se como morte materna obstétrica indireta aquela ocorrida durante gravidez, parto ou puerpério resultante de doenças preexistentes ou que se desenvolveram durante a gravidez devido aos efeitos fisiológicos desta. c) O coeficiente de mortalidade materna resulta da relação entre as mortes obstétricas diretas e indiretas e o número total de nascidos vivos em determinado local e período, considerando-se 100.000 nascidos vivos. d) O conceito de morte materna depende da duração e da localização da gravidez e não engloba os óbitos acidentais ou incidentais. e) Considera-se morte materna aquela que ocorre durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação.
A mortalidade materna é um grave problema de saúde pública, notadamente nos países em desenvolvimento, onde ocorrem 99% dos óbitos maternos. A morte materna obstétrica direta é aquela resultante de complicações obstétricas na gravidez, no parto ou no puerpério em razão de intervenções, omissões, tratamento incorreto ou uma cadeia de eventos resultantes de qualquer uma das causas citadas (letra A correta). A morte materna obstétrica indireta é aquela resultante de doenças existentes antes da gravidez ou de doenças que se desenvolveram durante a gravidez e que não são decorrentes de causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez (letra B correta). O coeficiente de mortalidade materna é o resultado da relação entre óbitos maternos diretos e indiretos com a quantidade de nascidos vivos e é expresso por 100 mil nascidos vivos (letra C correta). A mortalidade materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gravidez, INDEPENDENTE da duração ou do local da implantação do ovo, por qualquer causa relacionada ou agravada pela gestação, ou por medidas tomadas em relação a ela, EXCLUINDO-SE CAUSAS ACIDENTAIS OU INCIDENTAIS (letra D incorreta e E correta). Portanto, resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UEL – PR
20 – Em uma cidade, o número de casos de malária em 2014 foi de 540. O número de óbitos foi de 65. A população estimada para a cidade naquele ano foi de 350 mil habitantes. Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, as taxas de mortalidade e de letalidade da malária no ano de 2014 nessa cidade:
a) 12,2 óbitos/100 mil habitantes; 15,4 óbitos para cada 100 casos.
b) 12,2 óbitos/100 mil habitantes; 18,6 óbitos para cada 100 casos.
c) 15,4 óbitos/100 mil habitantes; 12,0 óbitos para cada 100 casos.
d) 18,6 óbitos/100 mil habitantes; 12,0 óbitos para cada 100 casos.
e) 18,6 óbitos/100 mil habitantes; 15,4 óbitos para cada 100 casos.
Vamos relembrar os conceitos e aplicar as fórmulas:
Taxa de mortalidade da malária: corresponde ao total de óbitos por malária em relação a 100 mil habitantes em um certo local ao longo de certo tempo.
Assim: 65/350.000 = 18,57/100.000.
Taxa de letalidade da malária: corresponde ao total de óbitos pela doença, em relação ao total de acometidos por essa mesma doença, no caso, a malária.
Logo: 65/540 = 0,12 = 12% ou 12 óbitos para cada 100 casos.
Resposta: alternativa D.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
FUNDAÇÃO BANCO DE OLHOS DE GOIÁS – GO
p>21
–
Para avaliar o nível de saúde de uma população,
utilizou-se a curva de Nelson Moraes para dois biênios:
1980/81 e 2000/01. Ao final do estudo, encontrou-se uma
curva tipo U, no primeiro biênio, e uma curva tipo J, no
segundo biênio. Desse modo, indique a alternativa CORRETA:
p>
a) As curvas tipo I, em forma de J invertido, indicam nível
de saúde muito baixo, com predomínio de óbitos em jovens
e idosos, portanto, piorou o nível de saúde da população
em questão.
b) As curvas tipo II, em forma de U, indicam elevado nível
de saúde, com predomínio de óbitos nos extremos de faixas
etárias, portanto, piorou o nível de saúde.
c) As curvas tipo II, em forma de U, indicam nível de saúde
regular, com baixa proporção de óbitos em grupo infantil,
pré-escolares e jovens, portanto, piorou o estado de saúde
da população.
d) As curvas tipo IV, em forma de J, indicam nível elevado
de saúde, com predomínio de óbitos em idosos, portanto,
melhorou o estado de saúde da população.
(ACESSO DIRETO 1)
Primeiro, vamos relembrar o
conceito de construção dessa curva: o autor escolheu 5
grupos etários para mortalidade proporcional por idade, e
a partir daí criou uma curva para indicar o nível de saúde,
permitindo a comparação em diversas localidades, além de
ser um bom indicador da qualidade de saúde da população.
Os grupos escolhidos foram: menores de 1 ano, entre 1
e 4 anos, entre 5 e 19 anos, entre 20 e 49 anos e mais
de 50 anos. Para calcularmos, basta dividirmos o número
total de óbitos em cada uma dessas faixas etárias pelo
número total de óbitos. Com estes 5 dados construímos
uma curva que pode ser de 4 tipos: Tipo 1: nível de saúde
muito baixo (curva em N): são de regiões subdesenvolvidas,
com predomínio de morte em adultos jovens. Devido às
doenças transmissíveis endêmicas e as causas externas.
Tipo 2: nível de saúde baixo (curva em J invertido ou L): aqui
predominam os óbitos na faixa infantil e pré-escolar. Tipo
3: nível de saúde regular (curva em U): óbitos infantis em
menor porcentagem do que a tipo II, com nítido aumento
na mortalidade em pessoas de 50 anos ou mais. Tipo 4:
nível de saúde elevado (curva em J): indica o melhor nível
de saúde, com baixas proporções de óbitos infantis, pré-escolar
e de jovens, com predomínio dos óbitos em pessoas
de 50 anos ou mais. Repare que só de conhecer os outros
nomes da curva (em letras), conseguimos eliminar as alternativas
A, B e C. Portanto, resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
SECRETARIA DE ESTADO
DE SAÚDE DE GOIÁS – GO
22
–
Um estudo transversal que envolveu 500 crianças
teve como objetivo avaliar a prevalência de anemia em
crianças nascidas com baixo peso. O número de crianças
com anemia e baixo peso foi 300. O número de crianças
com anemia e sem baixo peso foi 50. O resultado da prevalência
global de anemia na população estudada foi:
a) 50%.
b) 60%.
c) 70%.
d) 80%.
(ACESSO DIRETO 1)
A questão deseja saber a prevalência global da anemia na população estudada. Dessa forma,
inicialmente, devemos responder a duas questões básicas: 1) Quantas pessoas são anêmicas? 350. 2) Qual a população
total estudada? 500. Agora, ao cálculo: número total de casos / população exposta (estudada) = 350/500 = 70%.
Portanto, gabarito: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
HOSPITAL DE OLHOS APARECIDA – GO
23
–
Mudanças demográficas e de aporte nutricional levam
a alterações importantes no perfil de morbimortalidade
da população brasileira, processo esse denominado de:
a) Transição demográfica.
b) Transição social.
c) Transição epidemiológica.
d) Transição nutricional.
(ACESSO DIRETO 1)
A transição epidemiológica nos diz
respeito às alterações de morbimortalidade que ocorreram
no Brasil nos últimos anos. E o que tem por trás desse
conceito? A diminuição das doenças infecciosas e parasitárias,
o aumento das doenças crônico-degenerativas (circulatório/
neoplasias…) e o aumento das causas externas. O
que o aluno deve guardar fundamentalmente aqui são dois
dados: há uma substituição das doenças transmissíveis
por não transmissíveis (crônico-degenerativas) e causas
externas, e o modelo de tripla carga de doenças: alguns
países possuem apenas as crônico-degenerativas como
causa importante de morbimortalidade - monocarga de
doenças; outros possuem as crônico-degenerativas e as
causas externas - dupla carga. O Brasil ainda apresenta
um peso das doenças infecciosas e carenciais (menor
do que era, mas ainda apresenta) - TRIPLA CARGA DE
DOENÇAS. Por fim, vamos revisar brevemente o conceito
de transição demográfica: nosso país, décadas atrás,
era marcado por alta taxa de fecundidade, assim como
mortalidade infantil elevada e baixa esperança de vida ao
nascer. Isso fazia com que tivéssemos uma pirâmide etária
predominantemente de crianças e jovens. Com o desenvolvimento
brasileiro, nossa pirâmide vem sofrendo alterações
ao longo dos anos, principalmente pelo aumento
de adultos ativos e idosos. A pirâmide possuía a base
alargada e o ápice curto e agora ocorre uma diminuição
da base e um alargamento do ápice. E o motivo? Queda
da taxa de fecundidade (principal determinante), queda
da mortalidade geral, aumento da esperança de vida ao
nascer e envelhecimento da população. Agora, voltando à
questão: ela deseja saber qual o nome do processo pelo
qual ocorrem mudanças no perfil da morbimortalidade da
população brasileira: logo, trata-se da transição epidemiológica.
Portanto, resposta: letra C.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
UNIVERSIDADE FEDERAL
DE CAMPINA GRANDE – PB
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Os indicadores de saúde são parâmetros utilizados
com o objetivo de avaliar a situação sanitária de uma população
e o desempenho do sistema de saúde fornecendo
subsídios ao planejamento de saúde. Assinale a alternativa
CORRETA:
a) O coeficiente de mortalidade infantil pós-neonatal é calculado
dividindo-se o número de óbitos de crianças de 07
a 364 dias pelo número de nascidos vivos no mesmo período
em dado local e período e multiplicando-se por 1.000.
b) Obtém-se o coeficiente de prevalência de uma doença
dividindo o número de casos novos da doença em determinada
área e período pela população da mesma área e
período e multiplicando-se por 10n.
c) O coeficiente de letalidade de uma doença representa
a proporção de óbitos pela doença em relação à totalidade
de óbitos ocorridos em determinada área e período.
d) O coeficiente de mortalidade materna é calculado dividindo-
se o número de óbitos relacionados à gestação,
parto e puerpério ocorridos em um dado local e período
pelo número de gestantes do mesmo local e período.
e) A razão de mortalidade proporcional mede a proporção
de óbitos de pessoas com 50 anos e mais em relação ao
total de óbitos ocorridos em um dado local e período.
(ACESSO DIRETO 1)
Em relação aos indicadores de
saúde, vamos relembrá-los dentro de cada alternativa
para depois marcarmos o gabarito correto: A) Incorreta.
O coeficiente de mortalidade infantil pós-neonatal
compreende o número de óbitos entre 28 dias a 1 ano
de vida, divididos pelo número de nascidos vivos multiplicando-
se por 1.000. B) Incorreta. A prevalência é o
número de casos antigos + casos novos da doença em
determinada área e período, divididos pela população
da mesma área e período. C) Incorreta. O coeficiente de
letalidade é a proporção de óbitos por uma doença em
relação ao total de casos dessa mesma doença em determinada
área e período. D) Incorreta. O coeficiente de
mortalidade materna é calculado pelo número de óbitos
por causas maternas, por 100 mil nascidos vivos, em
determinado espaço geográfico, no ano considerado. E)
Correta. Este é o outro nome para o indicador de Swaroop-
-Uemura. Portanto, resposta: letra E.

