Repertório Flashcards
(8 cards)
“racismo estrutural” de Lilia Schwarcz
Conceito que ela discute ao analisar as desigualdades históricas no Brasil. Schwarcz argumenta que o racismo no país não é apenas individual, mas está inserido em estruturas sociais, políticas e econômicas que perpetuam a exclusão e a desigualdade racial desde o período colonial. Segundo ela, a escravidão deixou um legado duradouro que molda as relações de poder e oportunidades, reforçando privilégios e estigmatizando grupos racializados.
“mito da democracia racial” de Schwarcz
Ela explora como o Brasil construiu a ideia de que seria uma nação onde diferentes raças convivem harmoniosamente, sem tensões ou discriminações significativas. Schwarcz argumenta que esse mito serve para mascarar as desigualdades profundas e o racismo presente na sociedade brasileira, dificultando a compreensão dos problemas estruturais e a luta por igualdade racial. Para ela, o mito criou uma falsa narrativa de harmonia racial, enquanto perpetua injustiças.
conceito de “modernização concentradora”, estudada por Celso Furtado.
Ele argumenta que, no Brasil, o desenvolvimento econômico foi estruturado de forma a aprofundar desigualdades sociais. As elites que detêm o poder utilizam esse modelo para concentrar riqueza, marginalizando grande parte da população, especialmente as classes mais baixas.
Para Furtado, esse processo de modernização não foi pensado para beneficiar amplamente a sociedade, mas como uma estratégia lucrativa para uma minoria, garantindo a manutenção do status quo. Assim, a industrialização e a modernização ocorreram sem políticas efetivas de distribuição de renda, reforçando o abismo social no país.
“risco global” de Ulrich Beck
Aborda a forma como os riscos, criados pelas ações humanas como avanços tecnológicos, destruição ambiental e globalização, agora afetam toda a humanidade de maneira interconectada. Beck argumenta que estamos vivendo em uma “sociedade do risco”, onde as consequências de nossos atos, como mudanças climáticas, catástrofes ambientais e crises financeiras, ultrapassam fronteiras nacionais. Isso exige uma abordagem coletiva para lidar com esses desafios, pois os riscos não podem ser controlados por um único país ou grupo, e sua resolução demanda cooperação global.
“Interseccionalidade” por kimberlé Crenshaw
O conceito de interseccionalidade, criado por Kimberlé Crenshaw, descreve como diferentes formas de opressão, discriminação ou privilégio (como racismo, sexismo, classismo) se sobrepõem e interagem em grupos ou indivíduos. Crenshaw destacou que a experiência de uma mulher negra, por exemplo, não pode ser entendida apenas pela ótica do racismo ou do sexismo separadamente, já que essas opressões combinadas criam um impacto único. A interseccionalidade busca evidenciar essas dinâmicas complexas, promovendo análises mais inclusivas e justas nas discussões sociais e jurídicas.
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”
Essa frase, de Paulo Freire, enfatiza a educação como uma ferramenta indispensável para a transformação social. Ela não é suficiente por si só, pois mudanças estruturais também dependem de outros fatores, como políticas públicas, economia e cultura. Contudo, sem a educação como base, esses elementos não conseguem promover transformações duradouras e conscientes. Assim, Freire destaca a educação como um catalisador para uma sociedade mais crítica, igualitária e humana.
“Cordialidade” de Sérgio Buarque de Holanda
Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, define a cordialidade como uma característica do brasileiro que se manifesta nas relações pessoais. Ela não se refere à gentileza, mas ao personalismo, onde vínculos afetivos são priorizados em relação às normas impessoais e à racionalidade das instituições. Esse traço explica o “jeitinho” brasileiro, que muitas vezes busca soluções informais e pessoais para problemas, em vez de seguir regras ou leis estabelecidas. A cordialidade, portanto, é um reflexo da dificuldade em institucionalizar relações e modernizar a sociedade.